CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1196 DE 17 DE MARÇO DE 2020

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Ano 6 | nº 1196| 17 de março de 2020

 

NOTÍCIAS

Turbulência do mercado faz preço da arroba do boi gordo cair

A modalidade de negócios à vista ficou fechada, e a tendência para esta terça é de uma abertura com referências bem mais baixas

O mercado físico do boi gordo teve preços mais baixos na segunda-feira, mas com indicações apenas nominais. O analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos alteraram sua estratégia de compra, avaliando uma “desmedida queda nas indicações futuras de preços”. A modalidade de negócios à vista ficou fechada, e a tendência para esta terça é de uma abertura com referências bem mais baixas. “A perspectiva é que os frigoríficos exerçam pressão no restante da semana sobre os pecuaristas diante da turbulência no mercado financeiro e a expectativa de uma retração da corrente de comércio mundial, situação que deve impactar nas exportações de carne bovina. Enquanto isso, algumas unidades produtoras já avaliam conceder férias coletivas para os funcionários nos próximos dias”, pontuou.  Em São Paulo, os preços do mercado à vista caíram de R$ 201, a arroba para R$ 195. Em Uberaba, Minas Gerais, os preços recuaram de R$ 195 a arroba para R$ 191 – R$ 192. Em Dourados, Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 188 a arroba, contra R$ 192 – R$ 193 na sexta-feira. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado caiu de R$ 193 para R$ 190. Já em Cuiabá, Mato Grosso, o preço diminuiu de R$ 186 a arroba para R$ 185 a arroba. No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. “A segunda quinzena do mês é pautada por uma reposição mais lenta entre atacado e varejo, sem espaço consequentemente para alta nos preços. Além disso, o mercado carrega grandes dúvidas de médio prazo em relação às exportações e ao fluxo global de carnes em meio à pandemia de coronavírus, que tem grande potencial para impactar as vendas externas brasileiras de proteína animal”, disse Iglesias. O corte traseiro permaneceu em R$ 14,60 o quilo. A ponta de agulha permaneceu em R$ 11,50 o quilo. Já o corte dianteiro seguiu em R$ 11,50 por quilo.

AGÊNCIA SAFRAS

Coronavírus mantém o mercado do boi com baixa movimentação

Seguindo o movimento iniciado na última sexta-feira, boa parte dos frigoríficos ficaram fora das compras na manhã da última segunda-feira (16/3). A estratégia tem sido adotada em função dos impactos do surto de coronavírus, ainda em avaliação

Em São Paulo, as escalas de abate atendem, em média, cinco dias. Apesar das programações não estarem longas, o lento escoamento mantém o mercado com os preços andando de lado.

Com a maioria das empresas fora das compras, os compradores que estavam ativos aproveitaram para testar o mercado, ofertando preços menores pela arroba do boi gordo, frente ao fechamento da última semana.

SCOT CONSULTORIA

Média diária exportada de carne bovina in natura registra queda 2,9% frente a fevereiro

Na segunda semana do mês de março foi embarcado 59,6 mil toneladas

A média diária embarcada de carne bovina in natura ficou em 6,0 mil toneladas na segunda semana de março, na qual registrou uma queda de 2,9% frente ao mês anterior. De acordo com os dados divulgados pela a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (SECEX), o volume embarcado teve uma queda de 4,4%, se comparado com o mesmo período do ano anterior. O volume embarcado de carne bovina in natura na segunda semana de março foi de 59,6 mil toneladas, sendo que o mês de fevereiro exportou um total de 110,6 mil toneladas. O valor negociado ficou ao redor de US$ 266,1 milhões, porém esse valor na média por dias úteis está próximo de US$ 26,6 milhões. O valor negociado do produto em neste mês registrou uma queda de 3,1% frente ao mês anterior em que o valor comercializado foi de US$ 494,2 milhões e com uma média diária negociada em US$ 27,5 milhões. Os preços médios ficaram próximos de US$ 4.462,8 por tonelada, uma desaceleração de 0,1%, se comparado ao mês de fevereiro que registrou um preço de US$ 4.469,20 por tonelada. Os valores atuais tiveram um ganho anual de 20,0% frente ao mesmo período do ano anterior que registrou um valor médio de US$ 3.719,40 por tonelada.

SECEX

Oferta restrita dita o rumo dos preços no mercado de reposição

Segundo levantamento da Scot Consultoria, na média de todos os estados pesquisados, entre machos e fêmeas anelorados, a valorização foi de 1,5% na última semana no mercado de animais para reposição. Desde o início do ano a alta acumulada é de 5,5%

O cenário em praticamente todos os estados monitorados é de baixa oferta de animais, o que dá espaço para a ponta vendedora aumentar os preços. A maior demanda continua sendo pelas categorias mais jovens. Na média do bezerro de ano e desmama anelorados de todas as regiões pesquisadas, a valorização foi de 1,4% frente ao fechamento da semana anterior. Já as categorias mais eradas, na média do boi magro e garrote, os preços subiram 1,3%. Para as fêmeas, na mesma comparação, a bezerra de ano e de desmama tiveram alta de 1,7%. Para a média da vaca magra e novilha, os preços subiram 1,5%.

SCOT CONSULTORIA

ECONOMIA

Pânico global sobre coronavírus leva dólar a fechar acima de R$5 pela 1ª vez

O dólar começou a semana em disparada, fechando acima de 5 reais pela primeira vez na história e registrando a maior alta percentual diária em quase três anos, com o real entre os piores desempenhos globais.

O câmbio doméstico foi afetado adicionalmente pelo salto nas apostas de corte mais agressivo de juros pelo Banco Central brasileiro na próxima quarta-feira, depois de o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) em novo movimento emergencial derrubar o juro norte-americano para perto de zero no domingo. Operadores —que poucos dias atrás quase zeraram apostas de corte de 0,25 ponto percentual da Selic nesta semana— não apenas retomaram essas posições como as intensificaram, com a curva de DI chegando a mostrar probabilidade de redução de 0,75 ponto percentual do juro básico. Os sucessivos cortes de juros dos últimos vários meses reduziram a diferença entre as taxas pagas pelos títulos brasileiros e os papéis norte-americanos —considerados os mais seguros do mundo. Assim, o investidor estrangeiro tem tido menos estímulo para aplicar na renda fixa local, o que tem prejudicado o fluxo cambial e jogado contra melhora na oferta de dólar no país. Apesar do salto do dólar e da depreciação mais forte do real que a de outras moedas nesta sessão, o Banco Central não atuou no mercado com venda de swaps, dólar à vista ou leilões de linha, diferentemente dos últimos dias, ao longo dos quais utilizou as três ferramentas. A inação do BC foi citada como componente para a alta mais forte do dólar nesta sessão. No Brasil, o dólar à vista saltou 4,86% no fechamento, a 5,0467 reais na venda, nova máxima recorde nominal para um encerramento de sessão. No pico intradiário, a cotação foi a 5,0700 reais. A alta percentual é a mais intensa desde a disparada de 8,15% de 18 de maio de 2017, data que ficou conhecida como “Joesley Day”, depois de o empresário Joesley Batista ter divulgado áudios do então presidente da República Michel Temer. Em março, o dólar acumula alta de 12,62%, enquanto em 2020 a moeda se valoriza 25,76%. O dólar futuro da B3 —em que os negócios se encerram às 18h— tinha alta de 3,95%, a 5,0235 reais.

REUTERS

Ibovespa recua quase 14% com ceticismo sobre medidas contra pandemia

Ibovespa fechou em queda de mais de 10% na segunda-feira, renovando mínimas desde 2018, em nova sessão com circuit breaker, com as últimas respostas de autoridades aos efeitos da pandemia do novo coronavírus trazendo aflição de que a desaceleração nas economias será maior do que se vem projetando

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 13,92%, a 71.168,05 pontos. O volume financeiro somou 52,87 bilhões de reais, influenciado ainda pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações, que movimentou 21,36 bilhões de reais. O circuit breaker foi acionado às 10:24, após o Ibovespa cair 12,53%, a 72.321,99 pontos, o quinto do mês em meio à forte volatilidade nos mercados devido ao vírus e seus efeitos econômicos. Na mínima, o Ibovespa chegou a 70.854,82 pontos, queda de 14,3% e quase disparando um segundo circuit breaker na sessão. O Federal Reserve e outros bancos centrais, incluindo Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BOJ), agiram de forma agressiva e emergencial com cortes de juros e ofertas de dólares baratos para ajudar a combater os efeitos da pandemia. “O vírus está afetando profundamente as pessoas nos Estados Unidos e no mundo”, disse o chairman do Fed, Jerome Powell, no domingo, após reduzir a taxa de curto prazo para uma faixa de 0% a 0,25%, e anunciar pelo menos 700 bilhões de dólares em Treasuries e compras de títulos garantidos por hipotecas nas próximas semanas. “A decisão inesperada do Fed …acabou gerando uma nova onda de pânico no mercado”, observou o analista de ações Rafael Ribeiro, da Clear Corretora. “Esse senso de urgência acabou intensificando a hipótese de que a desaceleração da economia por conta do coronavírus será mais forte do que o projetado, como os impactos no sistema financeiro, em especial pelo lado do fluxo de crédito, pode ser mais profundo.” A equipe do Credit Suisse observou que o mercado parece estar mais cético e “preocupado que essas medidas não serão suficientes pra conter o real impacto econômico causado pelo coronavírus, o que pode indicar o início de uma semana ainda bem volátil”, conforme nota a clientes da corretora do banco. No Brasil, agentes financeiros monitoram o Banco Central, principalmente a possibilidade de um corte nesta semana na taxa Selic, atualmente em 4,25% ao ano. Economistas do UBS, porém, em relatório a clientes na segunda-feira, afirmaram acreditar que os últimos desdobramentos justificam um movimento mais agressivo e preventivo pelo BC. “Nós agora estimamos um corte imediato de 1 ponto percentual, levando a Selic para 3,25%”, afirmaram.

REUTERS

Governo anuncia pacote de R$147,3 bi para combate a efeitos do coronavírus

O Ministério da Economia anunciou na segunda-feira pacote de 147,3 bilhões de reais voltados ao combate dos efeitos do coronavírus com medidas que incluem a antecipação de pagamentos obrigatórios, remanejamento de gastos e prorrogação de recolhimento de tributos

Muitas delas, contudo, dependem do aval do Congresso e ainda precisam ser formatadas pela equipe econômica em projetos de lei ou medidas provisórias, num momento em que os parlamentares ainda discutem o prosseguimento normal dos trabalhos em meio ao surto do coronavírus. Segundo o Ministro Paulo Guedes, as medidas não implicarão descumprimento da regra do teto de gastos, mas ele admitiu que a meta de déficit fiscal de 2020 poderá ter que ser ampliada para enfrentar o choque do coronavírus, que ele classificou como “transitório”. “O Brasil tem condições de atravessar isso, é transitório, são três, quatro meses. O choque bate e depois desce novamente”, afirmou Guedes em entrevista coletiva à imprensa após passar o dia em reuniões com sua equipe e com o Presidente Jair Bolsonaro, que esteve no ministério durante a tarde. Após o governo ter anunciado na semana passada que anteciparia a primeira parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS para abril, a equipe econômica informou que fará o mesmo com a segunda parcela, que será agora paga em maio, em outra injeção de 23 bilhões de reais na economia. Em outra iniciativa, foi anunciado a edição de um decreto para o adiantamento de outro pagamento, do abono salarial, para junho, no valor de 12,8 bilhões de reais. Para reforçar a assistência aos mais pobres, haverá também um reforço ao Bolsa Família de 3,1 bilhões de reais, o que, segundo a Economia, permitirá a inclusão de mais de 1 milhão de pessoas no programa, acabando com a fila dos que hoje esperam o benefício. Essa iniciativa também depende da aprovação de nova lei pelo Congresso. Entre as ações voltadas à manutenção de empregos, no valor total de 59,4 bilhões de reais, a Economia anunciou o diferimento, por três meses, dos prazos do pagamento do FGTS (impacto de 30 bilhões de reais) e da parte da União no Simples Nacional (22,2 bilhões de reais). Também haverá uma redução de 50% das contribuições ao Sistema S pelo mesmo período (2,2 bilhões de reais). A mudança nos pagamentos do FGTS requer aprovação de lei pelo Congresso. O governo também se comprometeu a simplificar as exigências para contratação e renegociação de crédito e a facilitar o desembaraço de insumos e matérias primas industriais importadas antes do desembarque. Para o combate direto do coronavírus, serão destinados 4,5 bilhões de reais do saldo do fundo do DPVAT para o Sistema Único de Saúde (SUS). As alíquotas de importação para produtos de uso médico-hospitalar serão zeradas até o final do ano e também haverá uma desoneração temporária de IPI de bens a serem classificados como necessários ao combate ao Covid-19.

REUTERS

Piora do cenário leva a novas quedas das projeções para o PIB

Parte dos analistas já preveem crescimento abaixo de 1% para este ano

Analistas entraram em nova rodada de revisões para baixo do crescimento do Brasil em 2020, tendo em vista não só os impactos do coronavírus sobre a atividade, mas também a percepção de que a crise na saúde aprofundou desavenças políticas entre os Poderes em um nível que pode afetar o ritmo da recuperação após os choques com a epidemia. Algumas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano já estão abaixo de 1%, com economistas sinalizando que esse patamar pode ser o novo teto, o que implicaria o quarto ano seguido sem aceleração. O banco Fibra cortou sua projeção para o PIB em 2020 de 1,8% para 0,8%, na segunda revisão em menos de 30 dias, destaca o economista-chefe Cristiano Oliveira. Nos seus cálculos, não haveria recessão técnica (dois trimestres seguidos de queda), mas o segundo trimestre seria de retração de cerca de 1%, ante os três meses anteriores, quando haveria avanço de 0,2% a 0,3%. Como herança estatística, o PIB de 2021 foi revisto de 2,6% para 2,2%. A nova projeção para este ano considera sobretudo o efeito dos choques internacionais na economia brasileira, mas Oliveira explica que sua expectativa de uma recuperação acelerada no segundo semestre (em “V”) também mudou e, para isso, os ruídos políticos pesaram. “A situação política do Brasil está piorando em vez de melhorar, sendo que já não era bom. Isso cria uma segunda onda, lá na frente, que é de deterioração adicional dos índices de confiança, do lado do empresário e do consumidor.” O principal risco, segundo Oliveira, é o PIB não chegar nem a esse 0,8%, o que implicaria hiato do produto (diferença entre PIB efetivo e potencial) ainda mais negativo e, assim, um risco baixista forte para a inflação. Se o cenário se mostrar correto, poderia significar que a taxa de desemprego aumentou, ele observa.

VALOR ECONÔMICO

Mercado reduz estimativas para juros, PIB e inflação mostra Focus

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2020 foi reduzida em 0,31 ponto percentual, a 1,68%. Para o ano que vem, continua sendo esperada uma expansão de 2,50%

O levantamento semanal apontou que a previsão é de um corte de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião do Copom de quarta-feira, levando a taxa dos atuais 4,25% para 4,00%. Além disso os economistas passaram a ver a Selic a 3,75% no final deste ano, de 4,25% antes. Para 2020 a projeção caiu para 5,25%, de 5,50%. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, passou a ver a Selic a 3,38% na mediana das estimativas este ano, de 3,50%, enquanto que para 2020 o cenário permaneceu em 5%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2020 foi reduzida em 0,31 ponto percentual, a 1,68%. Para o ano que vem, continua sendo esperada uma expansão de 2,50%. Para a inflação, a alta do IPCA passou a ser calculada em 3,10% e 3,65% respectivamente neste ano e no próximo, de 3,20% e 3,75% na semana anterior. O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Por outro lado, com o dólar batendo sucessivos recordes ante o real, a moeda passou a ser calculada 4,35 reais em 2020, de 4,20 reais antes. Para o final de 2021, o dólar ainda é estimado em 4,20 reais.

REUTERS

EMPRESAS

JBS e Minerva avaliam suspender abates em algumas unidades de bovinos

A JBS e a Minerva Foods avaliam suspender operações de abates em algumas unidades de bovinos no Brasil em meio a problemas logísticos na China decorrentes de ações para conter o coronavírus, disseram nesta segunda-feira a JBS e fontes próximas à Minerva

Em nota, a JBS afirmou que vem monitorando os reflexos do coronavírus no mercado e admitiu que “avalia a implantação de férias coletivas exclusivamente em algumas das suas unidades de processamento de bovinos no Brasil”. A companhia, que também atua em carnes de frango, suínos e alimentos processados, não detalhou quais serão as plantas que poderão ter as operações suspensas. Fontes do mercado consultadas pela Reuters disseram que a expectativa é de que o movimento atinja outras empresas do setor. No caso da JBS, as paralisações podem ocorrer em unidades dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, onde estão algumas das maiores operações. De acordo com as fontes, que pediram para ficar no anonimato, a avaliação de paralisar as unidades ocorreu devido à dificuldade de exportação por falta de contêineres, que foram enviados para a China e ainda não retornaram.

As conversas para definir em quais plantas da JBS a medida seria adotada começaram na última sexta-feira e, por se tratar de um problema que afeta o mercado de bovinos em geral, paralisações também devem ocorrer na concorrente Minerva, segundo uma das fontes. “Estamos discutindo várias coisas, mas provavelmente a definição sairá amanhã (terça-feira)”, afirmou uma fonte próxima à Minerva. Procurada, a companhia não se manifestou. De acordo com reportagem da Reuters publicada na semana passada, o congestionamento nos portos chineses está diminuindo, mas ainda há reflexos para o setor de contêineres. A amplo fluxo de embarques de carnes durante o fim de 2019 fez com que muitos contêineres fossem enviados à China, com o objetivo de abastecer a demanda local para o Ano Novo Lunar, ocorrido no fim de janeiro. O surto do Covid-19 no país asiático, também em janeiro, suspendeu a distribuição de cargas que estavam nos portos e impediu que os contêineres retornassem. “Agora que a logística começou a ser liberada na China, os contêineres, que demoram quase 40 dias para se deslocar até o Brasil, ainda não estão disponíveis aqui”, acrescentou uma fonte. Na Marfrig Global Foods, ainda não há previsão de suspensões de abates, porém, uma fonte próxima à companhia afirmou que a empresa também está acompanhando o cenário. Procurada, a Marfrig preferiu não comentar o assunto e informou que as operações seguem normalmente.

REUTERS

Marfrig elimina cargo de CEO global e vislumbra IPO nos EUA

Eduardo Miron e outros dois Vice-Presidentes deixam a empresa

Em um movimento surpreendente, a Marfrig Global Foods decidiu simplificar a gestão, eliminando a posição de CEO global, que era ocupada por Eduardo Miron. Com a mudança, a companhia será liderada por dois executivos, que vão se reportar ao Conselho de Administração presidido pelo empresário Marcos Molina. Na América do Sul, a empresa será comandada por Miguel Gularte, que assume como CEO da Marfrig. Na América do Norte, por Tim Klein. Ambos já lideravam as operações regionais, mas Gularte se reportava a Miron. As mudanças não se restringem ao comando. O Valor apurou que também está em curso um processo de concentração das dívidas em dólar do grupo na National Beef, operação americana que representa em torno de 70% da receita da Marfrig. Ao colocar a dívida em dólar sob a gestão da National Beef — mais de US$ 3 bilhões em bonds —, a empresa vê espaço para cortar as despesas com juros ao longo do tempo. A mudança também deve azeitar as relações da National, que é a quarta maior indústria de carne bovina dos EUA, com o mercado financeiro. Se bem sucedido, esse movimento pode pavimentar o caminho para a companhia listar ações no mercado americano. “A abertura nos EUA será mais rápido do que se imagina” , disse uma fonte, ponderando que a recuperação dos mercados, que estão sob forte pressão devido à pandemia do coronavírus, é fundamental para a listagem de ações do National Beef nos Estados Unidos. A Marfrig ganhou mais poder na National no fim do ano passado, ao comprar a participação de 30% que a firma de investimentos Jefferies tinha na empresa. Com essa aquisição, que custou US$ 860 milhões, a companhia brasileira aumentou sua fatia de 51% para 82% e, de quebra, ficou livre de um acordo de acionistas draconiano — os dividendos pagos aos minoritários da National drenavam a capacidade da companhia gerar caixa a seus acionistas no mercado brasileiro. Do ponto de vista de gestão, a Marfrig vai oficializar o que já ocorria na prática: Gularte e Klein têm bastante autonomia e já gerenciavam o capital de giro, o coração financeiro de um frigorífico.

VALOR ECONÔMICO

FRANGOS & SUÍNOS

Agricultura sustenta valor produção do país em março; frango e suínos têm queda

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Brasil pode chegar a 683,2 bilhões de reais neste ano, estimou o Ministério da Agricultura na segunda-feira, alta de 1,35% ante a previsão dada em fevereiro, e 8,2% superior ao montante registrado em 2019

Para as lavouras, a estimativa mensal de VBP foi elevada em 2,4%, para 448,4 bilhões reais. Para a pecuária, houve uma redução na comparação mensal de 0,59%, para 234,8 bilhões de reais, decorrente de menor receita para carnes suína e de frango. Na agricultura, as principais culturas revisadas foram a soja, cujo valor avançou 1,01%, para 160,2 bilhões de reais; o milho, com alta de 1,51%, para 73,8 bilhões, e o algodão, que passou de 41,4 bilhões para 42,5 bilhões de reais, alta de 2,66%. A cana-de-açúcar também foi destaque ao ter a perspectiva revisada de 59,1 bilhões para 61,1 bilhões de reais, um dos avanços mais representativos, de 3,38%. Já na pecuária, houve aumento nas projeções de valor da produção de bovinos, mas queda para frango e suínos, no comparativo mensal. O valor da pecuária deve alcançar 100,5 bilhões, alta de 1% ante a perspectiva de fevereiro. Em suínos, o VBP está estimado em 19,8 bilhões, uma retração de 7,48%, enquanto o valor do frango baixou 2,23%, para 65,9 bilhões. Em relação ao ano passado, porém, o desempenho geral das lavouras deve crescer 8,9% e o da pecuária, 8,2%.

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Alemanha confirma caso de gripe aviária H5N8 em criação de frangos

Um caso de gripe aviária foi confirmado em uma fazenda de criação de frangos na Saxônia, no leste da Alemanha, disseram autoridades alemãs na segunda-feira

O ministério de assuntos sociais e proteção no Estado da Saxônia disse que o caso envolve gripe aviária do tipo H5N8 e foi encontrado em uma fazenda em Bad Lausick, perto de Leipzig. Todas aves na unidade foram sacrificadas e uma área de quarentena estabelecida ao redor. Uma série de casos da doença, que no passado levou a grandes impactos sobre a indústria de aves europeia e a programas de sacrifício em massa, têm sido registrados pela Europa nos últimos meses. Casos de gripe aviária foram registrados desde o final do ano passado em quatro países da Europa Central — Eslováquia, Polônia, Hungria e República Checa. Um caso anterior havia sido registrado em uma ave selvagem na Alemanha, em janeiro.

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