CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1195 DE 16 DE MARÇO DE 2020

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Ano 6 | nº 1195| 16 de março de 2020

 

NOTÍCIAS

Boi gordo: preço cai até 1,6% na semana e tendência é de baixa, diz Safras

De acordo com a consultoria, as escalas de abate confortáveis dão margem para a indústria pressionar as cotações e a boa condição do pasto limita perdas

A arroba do boi gordo perdeu força na segunda semana de março, conforme levantamento da Safras & Mercado. A consultoria diz que os valores estavam acomodados, porém, na quinta-feira, 12, os frigoríficos passaram a exercer mais pressão sobre os pecuaristas. “A expectativa ainda é por alguma queda das indicações no curto prazo, avaliando um posicionamento mais confortável das escalas de abate, espaçadas entre quatro e seis dias úteis.”, diz o analista Fernando Henrique Iglesias. No entanto, segundo a consultoria, os pecuaristas ainda contam com uma capacidade de retenção do gado no pasto muito importante, avaliando a ótima condição das pastagens neste primeiro trimestre por conta de um regular regime de chuvas. “Sendo assim, este é, sem dúvida, um grande limitador de movimentos mais agressivos de queda nos preços do boi gordo”, pontuou Iglesias. Veja a comparação dos preços da arroba do boi gordo na modalidade à vista nas principais praças em 5 e 12 de março:

São Paulo: passou de R$ 201 para R$ 199 (-0,99%)

Goiânia (GO): passou de R$ 193 para R$ 191 (-1%)

Uberaba (MG): passou de R$ 195 para R$ 190 (-1,5%)

Dourados (MS): passou de R$ 193 para R$ 190 (-1,54%)

Cuiabá (MT): passou de R$ 192 para R$ 190 (-1,6%)

AGÊNCIA SAFRAS

Incertezas atingem o mercado do boi gordo

No mercado do boi gordo, parte das indústrias frigoríficas optou por se ausentar das compras na última sexta-feira (13/3) devido aos efeitos da pandemia do coronavírus, para analisar o mercado

Sextas-feiras já são, tipicamente, dias de menores volumes de negócios concretizados, e, no dia 13/3, esse efeito foi aumentado. As expectativas em curto prazo dependem do controle da doença e da retomada das negociações, mas a princípio, os preços deverão seguir estáveis. Esse cenário de incertezas poderá refletir negativamente sobre as exportações brasileiras, que até a primeira semana deste mês tiveram bom desempenho.

SCOT CONSULTORIA

Queda nos preços da carne bovina sem osso no mercado atacadista

A demanda por carne bovina na primeira quinzena de março não foi como esperada e a dificuldade de escoamento dos cortes repercutiu em queda dos preços, mesmo com oferta de boiadas limitada

Dentre os 22 cortes analisados pela Scot Consultoria, a média das cotações caíram 1,5% na semana passada. Já na comparação mensal, o recuo foi de 1,0%. Com a entrada da segunda metade do mês, o volume de negócios poderá cair, pressionando ainda mais as cotações.

SCOT CONSULTORIA

BIOMAS: MPF promete cobrança, mas quer evitar enxurrada de multas

Quando iniciou sua ofensiva contra os frigoríficos brasileiros, o Ministério Público Federal não tinha ideia do desafio que se imporia

À época responsável pelos Termos de Ajuste de Conduta (TACs) no Pará, pioneiro na iniciativa, o procurador Daniel Azeredo, hoje Secretário Executivo da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF, disse que precisou construir, ao lado das empresas, algo novo no país. Os TACs previam que se fizesse uma auditoria das compras de gado das indústrias, mas faltava descobrir de que forma. As incertezas iam desde se havia necessidade de visitar os frigoríficos e as fazendas até como financiar as auditorias. E o resultado do piloto de 2013 no Pará não agradou. “A empresa contratada fez um trabalho muito ruim e aí a gente mudou para o processo em que o próprio frigorífico contratava a auditoria”, disse. Nesses moldes, foram realizadas no Pará duas auditorias, divulgadas em 2018 e 2019, referentes a 2016 e 2017. Mas o modelo – com ajustes técnicos e critérios unificados para compras de gado no Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rondônia – rodará pela primeira vez nos frigoríficos com TAC nesses Estados apenas em 2020. Em fevereiro, um protocolo unificando as auditorias em todos os Estados do país foi estabelecido. Para Ricardo Negrini, procurador do MPF no Pará, a cobrança aos frigoríficos em relação aos indiretos deve vir gradativamente, porque uma punição às empresas hoje terminaria com a emissão de uma enxurrada de multas, com pouco efeito prático na promoção de melhorias. Segundo o MPF, no bioma amazônico há 150 frigoríficos, que respondem por 90% do mercado legalizado, e eles perfazem três grupos: das empresas com TAC e auditoria, com 23 membros; os com TAC e sem auditoria, que são 70; e os sem TAC e sem auditoria, quase 60. O terceiro grupo é o mais preocupante e está na mira dos procuradores. No Amazonas, o Frigonosso foi multado em outubro em R$ 3,8 milhões pela ausência de esforços em cumprir o TAC do Estado. Mas quem tinha assinado o acordo com o MPF, em 2013, na verdade, era o Frigorífico Amazona, que arrendou, mais tarde, a operação ao Frigonosso. “Nessa situação, há muitas outras empresas no bioma”, disse Rafael da Rocha, procurador do Amazonas. De qualquer forma, segundo ele, foi pedida a penhora do estabelecimento e, caso o pedido seja acatado, o Frigonosso irá a leilão para pagamento da multa. A maioria dessas multas, contudo, caduca sem retorno efetivo.

VALOR ECONÔMICO

ECONOMIA

Dólar fecha em nova máxima histórica; moeda sobe quase 20% em 2020

O dólar fechou em forte alta na sexta-feira, cravando novo recorde histórico para um término de sessão acima de 4,81 reais, acompanhando mais um dia de fortalecimento da moeda no exterior

A tomada de fôlego ao longo da sexta marcou ainda o fim de uma das semanas mais instáveis nos mercados globais em anos, em uma “tempestade perfeita” que incluiu escalada de temores sobre o coronavírus, colapso nos preços do petróleo e uma inesperada volta do risco fiscal do lado doméstico, com a aprovação pelo Congresso de aumento de despesas com o Benefício de Prestação Continuada. “Esse sério revés para agenda de reformas junto com um cenário global mais do que desafiador manterá os ativos brasileiros sob pressão nas próximas semanas”, disseram estrategistas do Morgan Stanley em nota a clientes. A alta do dólar nesta sessão ganhou corpo também à medida que alguma acomodação nos mercados globais permitiu queda nos juros futuros negociados na B3, reavivando expectativas de corte da Selic pelo Banco Central na próxima semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) provavelmente reduzirá a taxa básica de juros, a Selic, para 4,00% ao ano, de 4,25%, ao fim de sua reunião de 18 de março, de acordo com 13 dos 26 analistas consultados entre 9 e 13 de março, conforme pesquisa da Reuters. No fechamento do mercado interbancário, às 17h, o dólar subiu 0,57%, a 4,8128 reais na venda, nova máxima recorde. Na máxima, alcançada às 16h36, a moeda foi a 4,882 reais (+2,01%), enquanto na mínima, atingida às 10h30, desceu a 4,6437 reais na venda, queda de 2,97%. Na semana, o dólar saltou 3,85%, a quarta consecutiva de ganhos e mais forte para uma semana desde novembro de 2019. Em março, a moeda ganha 7,40% e dispara 19,93% no acumulado de 2020. O real tem o segundo pior desempenho global neste ano, melhor apenas que o peso colombiano, que perde 18,3%. Na B3, em que os negócios se encerram às 18h, o dólar futuro tinha alta de 0,66% nesta sexta-feira, a 4,8345 reais, às 17h23. O Banco Central vendeu nesta sexta 2 bilhões de dólares em leilão de linha de moeda com compromisso de recompra, na terceira ferramenta a que o BC recorreu nesta semana para frear a volatilidade cambial. Desde segunda-feira, já colocou 7,245 bilhões de dólares em moeda à vista e injetou 10,5 bilhões de dólares neste ano via contratos de swap cambial tradicional —que equivalem a colocação de liquidez no mercado futuro.

REUTERS

Ibovespa dispara 14% com trégua global, mas tem pior semana desde 2008

O Ibovespa disparou quase 14% na sexta-feira, com medidas de bancos centrais e governos dando uma trégua no caos recente nas bolsas globais por causa da pandemia de coronavírus, mas ainda assim teve a pior performance semanal em mais de uma década

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 13,91%, a 82.677,91 pontos, maior alta desde 13 de outubro de 2008. Na máxima, chegou a 83.757,51 pontos. O volume financeiro totalizou 42,385 bilhões de reais. Na semana, contudo, o Ibovespa acumulou queda de 15,6%, pior resultado desde a semana encerrada em 10 de outubro de 2008, que fez ampliar a perda em 2020 para 28,5%. Segundo dados da Economatica, na semana, as empresas brasileiras de capital aberto perderam 592,6 bilhões de reais em valor de mercado, acumulando no ano queda de 1,16 trilhão de reais. Somente a Petrobras perdeu na semana 102,6 bilhões de reais em valor de mercado, acumulando no ano queda de 202,9 bilhões. Na véspera, em pregão marcado por dois circuit breakers, o Ibovespa fechou em queda de 15,15%, maior baixa desde setembro de 1998, ano marcado pela crise financeira russa. O tombo só não foi maior porque o Fed de Nova York anunciou injeção maciça de recursos no sistema financeiro. Agentes financeiros consideraram a valorização dos papéis nesta sessão uma recuperação técnica, após o comportamento caótico da véspera. Na B3, o mecanismo de circuit breaker foi acionado quatro vezes nessa semana, sendo duas vezes apenas na quinta-feira – o que não acontecia desde 2008. Após a ação do Federal Reserve de Nova York na véspera, vários bancos centrais anunciaram nesta sexta-feira estímulos e medidas para tentar com atenuar os efeitos da pandemia, entre eles o Banco do Japão e o Banco do Povo da China. Até a véspera, o valor de mercado das empresas listadas na bolsa paulista havia caído em 1,52 trilhão de reais, para 3,03 trilhões de reais, segundo dados da Economática. Apenas no dia 12 a perda foi de 489,2 bilhões de reais, a maior da história. A turbulência global também manteve o ritmo de vendas de estrangeiros do mercado secundário doméstico, com as saídas em março alcançando 12,5 bilhões de reais até 11 de março, dado mais recente disponibilizado pela B3. No ano, o saldo está negativo em 52,6 bilhões de reais.

REUTERS

EMPRESAS

Desafios ambientais dos frigoríficos ainda são grandes no Norte

O monitoramento dos fornecedores diretos de animais evoluiu, mas indiretos continuam a ser gargalo

Dez anos após a “Farra do Boi”, o barulhento relatório do Greenpeace que despertou a comunidade internacional para a responsabilidade dos frigoríficos no desmatamento da Amazônia, os principais exportadores de carne bovina do país evoluíram no monitoramento dos fornecedores diretos de gado, barrando milhares de pecuaristas em situação irregular. Mas o problema está longe do fim, o que torna a situação cada vez mais urgente dada a severidade das mudanças climáticas. Atualmente, o principal gargalo está no fornecimento indireto. Os sistemas de monitoramento existentes não são capazes de certificar a regularidade do criador de bezerro ou boi magro que vende o animal ao produtor para engorda. No último ano, o aumento do desmatamento, aliado à retórica antiambiental de autoridades do governo, intensificou a pressão sobre as indústrias, sobretudo as maiores – JBS, Marfrig e Minerva -, que compram ao menos 38% do gado no bioma amazônico. Conforme dados do IBGE compilados pela associação civil Imaflora, o rebanho bovino amazônico cresceu mais de 20 vezes desde 1974 e superou 64 milhões de cabeças em 2018, enquanto o efetivo do país todo “apenas” dobrou, para 213,5 milhões de cabeças. Para responder ao problema ambiental, os principais frigoríficos buscam mecanismos para mitigar o risco de serem acusados de “lavagem de gado”, mas a solução do problema também depende do engajamento do governo federal, que parece ausente do debate. Um grupo de trabalho que estudava formas de monitorar o fornecimento indireto de gado foi encerrado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2019. Procurada pelo Valor, a Pasta redirecionou o assunto ao Ministério da Agricultura – que, por sua vez, atribuiu a responsabilidade ao setor privado e passou a bola para a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “O que se debate no momento é a adoção de protocolos privados por parte das empresas que operam no setor de carnes, com contratos de longo prazo com produtores em áreas de maior risco ambiental”, informou o Ministério da Agricultura, em nota. Do ponto de vista regulatório, os frigoríficos sugerem mudanças para viabilizar um controle mais efetivo dos indiretos. Atualmente, os documentos que regulam a movimentação de gado entre pecuaristas não são de acesso público. Além disso, não basta garantir que o grande frigorífico preserve a Amazônia. Dezenas de indústrias de médio e pequeno porte não têm qualquer mecanismo de controle, alegam executivos da indústria. O argumento é contestado por Mauro Armelin, diretor-executivo da ONG Amigos da Terra – Amazônia. “Se os três maiores fizerem, 50% do problema vai estar resolvido, e cria-se um ciclo virtuoso de melhora da cadeia”, defendeu.

https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2020/03/16/desafios-ambientais-dos-frigorificos-ainda-sao-grandes-no-norte.ghtml

FT: Maior parte da indústria da carne ignora riscos climáticos

Pesquisa com 43 das maiores processadoras de carne do mundo aponta que apenas Tyson e Marfrig revelaram publicamente avaliações de cenários relacionadas ao clima

Numa análise envolvendo 43 das maiores processadoras de carne do mundo com ações em bolsas de valores, apenas a americana Tyson Foods e a brasileira Marfrig revelaram publicamente avaliações de cenários relacionadas ao clima, aponta uma pesquisa divulgada na quinta-feira pela Farm Animal Investment Risk and Return (Fairr), uma rede de pesquisas e consultoria. Em comparação, 23% das companhias de petróleo e gás, mineração e serviços públicos vêm realizando esse tipo de análise. O sistema mundial de alimentação, incluindo agricultura, uso de terras e produção de alimentos em si, responde por 25% a 30% das emissões responsáveis pelo efeito estufa, segundo o Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU). “Mais e mais empresas dos setores de petróleo e gás e serviços públicos estão realizando esse tipo de análise, mas isso acontece bem menos no setor de alimentos”, diz Eva Cairns, analista de investimentos da Aberdeen Standard Investments. A pressão sobre empresas e bancos para que eles calculem suas exposições às mudanças climáticas e delineiem medidas para amenizar os riscos vem aumentando. Bancos centrais e investidores institucionais também estão sendo encorajados a apoiar os padrões estabelecidos pela Força Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima. Companhias produtoras e varejistas de alimentos foram citadas na lista da Legal & General Investment Management de candidatos a desinvestimento em seu fundo ético no ano passado. O professor Tim Benton, Diretor de Pesquisas da Chatham House, diz que a indústria da carne enfrenta os mesmos riscos que a indústria dos combustíveis fósseis. “A velocidade com que a sociedade diz ‘queremos lidar com o problema [da indústria da carne] e seu impacto será muito grande”, afirma ele. Robbie Miles, analista da Allianz Global Investors, diz que a indústria da carne enfrenta um risco duplo relacionado às mudanças climáticas. O primeiro, o “risco de atenuação” inclui mudanças na dieta, na medida em que os consumidores consomem menos carne. O “risco de adaptação” é o segundo, em que as empresas se deparam com custos crescentes e danos operacionais em razão da falta de água, aumento das temperaturas e degradação ambiental. A ASI e a Allianz Global estão entre os 153 investidores institucionais que gerenciam US$ 20 trilhões em ativos que apoiam a Fairr. A organização lançou uma ferramenta de análise dos cenários climáticos para a indústria de processamento de carne baseado em padrões da TCFD, que ajuda a quantificar os potenciais riscos de perdas e oportunidades para as processadoras de carne num cenário de aquecimento de 2°C da temperatura média global. O modelo mostra que empresas como as produtoras brasileiras JBS, Minerva Foods e BRF estão sujeitas aos riscos representados pelas mudanças climáticas e o crescimento acelerado as proteínas alternativas.

Financial Times

FRANGOS & SUÍNOS

Negociações aquecidas fazem preço da carne de frango subir

Aumento da liquidez está atrelado à elevação da demanda doméstica e ao bom desempenho dos embarques

As negociações de carne de frango estão aquecidas no mercado atacadista na maioria das regiões acompanhas pelo Cepea. De acordo com pesquisadores do centro de estudos, o aumento da liquidez está atrelado à elevação da demanda doméstica e ao bom desempenho dos embarques. Esse cenário, por sua vez, tem resultado em aumento nos preços da carne. Quanto às exportações, segundo relatório parcial da Secex, nos primeiros cinco dias úteis de março, a média diária foi de 17,5 mil toneladas. O volume é 2,9% menor que o de fevereiro (de 18 mil toneladas), mas alta de 4,6% em relação à de março do ano passado.

CEPEA/ESALQ

INTERNACIONAL

Congestionamento em portos na China diminui, mas taxa de contêiner refrigerado dispara

O congestionamento nos portos chineses está diminuindo, dizem autoridades e participantes do setor, embora um grande represamento de contêineres refrigerados tenha interrompido o fluxo de alimentos frescos e congelados e aumentado o frete fora da China

Milhares de contêineres refrigerados que transportam carne, frutos do mar e frutas de todo o mundo para a China estão presos há semanas nos portos do país, depois que Pequim estendeu o feriado do Ano Novo Lunar e cidades de todo o país restringiram a livre circulação para conter a propagação do coronavírus. Com poucos caminhoneiros e equipes nos portos para o transporte de cargas, contêineres refrigerados ficaram presos em portos já congestionados ou redirecionados pela Ásia para encontrar lugares onde pudessem ser conectados à energia elétrica. Nas últimas semanas, Pequim permitiu mais viagens e ofereceu apoio financeiro às empresas para reiniciar as operações. Alguns portos fretaram trens para trazer os motoristas de caminhão, com o objetivo de agilizar a movimentação de contêineres. A companhia marítima alemã Hapag-Lloyd disse à Reuters em comunicado que o congestionamento de portos na China diminuiu, as operações de atracação melhoraram e os terminais retomaram as condições normais de trabalho. Mais lugares para conectar os contêineres também se tornaram disponíveis e a empresa não está mais desviando cargas em larga escala, afirmou. Xangai, o maior porto de contêineres em volume do mundo, e Tianjin adicionaram 7.000 novos pontos para conectar contêineres, expandindo a capacidade de armazenamento de cargas refrigeradas em 40%, disse o documento. Cerca de um terço das cargas redirecionadas foram trazidas de volta para a China, acrescentou. Com muitos contêineres ainda presos na Ásia e as linhas de transporte cancelando as viagens, um grande desequilíbrio no mercado também está aumentando as taxas de frete, disse Frank Madsen, diretor global de contêineres e logística marítima da transportadora dinamarquesa Blue Water Shipping. As taxas de frete no “spot” ou de curto prazo aumentaram até 200%, disse ele, e devem aumentar ainda mais.

REUTERS

Coronavírus também traz problemas a outros clientes da carne bovina da Austrália

Fornecimento de carne bovina para a China começa a melhorar, mas problemas com vírus crescem em outros lugares

Os canais de exportação de carne bovina australiana para a China estão mostrando sinais melhoria, mas agora o impacto do coronavírus está sendo visto de maneira mais ampla nos outros países consumidores da proteína produzida no país da Oceania, um dos principais correntes do Brasil no mercado mundial da commodity. Segundo texto da Beef Central, uma companhia alfandegária de Xangai sugeriu nesta semana que as operações no porto de Xangai estavam agora operando com 50% de sua atividade normal, e o transporte rodoviário e ferroviário na maioria das áreas, exceto em Hubei, estava lentamente retornando ao normal. O analista chinês do mercado de carne bovina, Gerrard Liu, disse que a baixa demanda por carne bovina existente no mercado chinês está sendo causada pelo fechamento prolongado de restaurantes, que, segundo ele, representa mais de 80% do consumo total de carne bovina da China. Alguns dos outros principais mercados de carne bovina da Austrália, incluindo Coreia do Sul, Japão e América do Norte, também estão sendo cada vez mais afetados pelo coronavírus, com os consumidores evitando comer fora de casa e cortando viagens não essenciais, e a atividade econômica mostrando sinais de desaceleração. As indústrias de serviços de alimentação e turismo, particularmente, estão ameaçadas em muitas regiões do mundo e podem permanecer interrompidas durante a primeira metade do ano. Além disso, à medida que a atividade econômica estagna, é provável que haja menos gastos com refeições fora de cada ou com compras de carne de maior valor agregado. Até o momento, a Coreia do Sul não sofreu congestionamentos nos portos, escassez de mão-de-obra ou restrições de transporte que afetam o movimento de carne importada no mercado. Os problemas que afetam especificamente a indústria de alimentos da Coreia do Sul incluíram paradas temporárias de lojas após visitas de pessoas confirmados com coronavírus. Regiões como a ilha de férias indonésia de Bali também estão sendo afetadas, com o fluxo normal de 20.000 visitantes chineses no continente por semana reduzido a zero, de acordo com Ross Taylor, do Instituto da Indonésia. O impacto dramático do turismo estava inevitavelmente afetando a demanda de carne bovina em restaurantes, segundo a reportagem do site australiano. “O total de chegadas de chineses em Bali em fevereiro foi de 4.314, todos registrados na primeira semana”, disse Taylor. “Em fevereiro do ano passado, houve 122.643 chegadas da China continental. Para colocar isso em perspectiva, Bali está enfrentando uma perda entre 5.000 e 7.000 turistas por dia”, disse Ross Taylor.

BEEF CENTRAL

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