Ano 3 | nº 439 | 23 de Janeiro de 2017
NOTÍCIAS
Cobrança de ICMS em SP deve aumentar pressão na @
Pecuarista deve ser o primeiro elo da cadeia a sofrer o impacto da cobrança de imposto de 11% na venda de carne ao consumidor final. Varejo não deve repassar alta ao consumidor
A grave crise econômica instaurada no País tem feito os órgãos públicos revisarem os benefícios concedidos a diversos setores. No fim de dezembro Governador Geraldo Alckmin extinguiu a isenção de ICMS das carnes em São Paulo, estabelecendo a cobrança de 11% do tributo nas vendas ao consumidor final e 7% para a indústria a partir de 1º de abril de 2017Em nota, a Secretaria da Fazenda do Estado alega que “os ajustes estão fundamentados em estudos realizados pela Secretaria da Fazenda que indicaram a necessidade de modular a desoneração tributária com foco na manutenção do emprego, estímulo à atividade econômica e sustentação da arrecadação”. Para o analista de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes, é impossível prever de que forma os preços serão repassados no varejo. “É um momento delicado, em que o consumo já está baixo, e aumentar o preço da carne deve acarretar em mais produtos parados na prateleira”. Ele explica também que o mercado passou por uma situação parecida no segundo semestre do ano passado, onde mesmo com as cotações em alta, o varejo segurou os preços repassados ao consumidor para evitar uma redução maior de consumo. Em termos de impacto na cadeia produtiva, Lopes acredita que o primeiro elo a sentir a cobrança do ICMS será o pecuarista. “Com isso a indústria deve comprar menos animais para o abate e aumentar a pressão de baixa na cotação da arroba”. A situação para o produtor pode ser ainda mais difícil caso se confirme as projeções de aumento de oferta de animais terminados a partir do segundo bimestre de 2017. “Com o preço do bezerro bem menos atrativo em relação a anos anteriores, os pecuaristas não devem pensar duas vezes antes de mandar as fêmeas para o abate. Com mais animais terminados no mercado, os frigoríficos ganham mais poder de barganha e os produtores ficam sem muitas alternativas”, concluiu o analista.
Portal DBO
Boi gordo: tentativas de compra abaixo da referência são cada vez mais comuns
As tentativas de compra abaixo da referência são cada vez mais comuns no mercado do boi gordo
Apesar da baixa oferta de animais terminados, o lento escoamento da carne bovina colabora para este cenário. Em São Paulo, nas duas praças pesquisadas no estado, a arroba do macho terminado ficou cotada em R$149,00, à vista, na última sexta-feira (20/1). Entretanto, foram verificadas tentativas de compra até R$4,00/@ abaixo da referência, mas poucos foram os negócios efetivados nesses patamares de preços. No estado, a escala de abate atende em torno de cinco dias, mas é importante ressaltar que há considerável ociosidade. No mercado atacadista de carne com osso, o boi casado de animais castrados ficou cotado em 9,41/kg, queda de 2,1% em uma semana.
Scot consultoria
Duas situações no mercado de reposição
Na média de todos os estados e categorias de machos anelorados pesquisados pela Scot Consultoria, os preços ficaram praticamente estáveis nos últimos sete dias
São duas as situações encontradas no país. De um lado, o bom volume de chuvas em alguns estados, como o Pará, colabora para o aumento na procura por animais de reposição. No estado, o boi magro (12@) está cotado em R$1.550,00, alta de 0,6% nos últimos sete dias. Por outro lado, em outras regiões as pastagens ainda estão em recuperação, o que colabora para um ritmo mais lento nos negócios e para a queda nos preços. Além disso, as incertezas quanto ao mercado do boi gordo colaboram para manter os compradores cautelosos. Este é o cenário mais comumente encontrado. Em Mato Grosso, o boi magro (12@), garrote (9,5@) e o bezerro desmamado (6@) estão cotados em R$1.650,00, R$1.440,00 e R$1.050,00 por cabeça, respectivamente. Em relação à semana anterior, o bezerro desmamado caiu 0,9%. Em curto prazo, a expectativa é de que os preços continuem sem força para grandes altas principalmente para as categorias mais jovens, que devem apresentar um incremento de oferta este ano.
Scot consultoria
Bois com origem na agricultura familiar
O governo federal incluiu a aquisição de gado bovino no rol de matérias-primas que dão direito ao Selo Combustível Social
Para disputar todo o volume de biodiesel comercializado nos leilões bimestrais da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as indústrias do país precisam do Selo Combustível Social, conferido pela Secretaria Especial da Agricultura Familiar. Até 2014, o selo só era dado às indústrias que comprassem um determinado volume de oleaginosas produzidas por agricultores familiares, mas no ano passado o governo federal incluiu a aquisição de gado bovino no rol de matérias-primas que dão direito ao Selo Combustível Social. Até então concentrada nas compras de oleaginosas soja, principalmente para obter o selo, a JBS começará a adquirir bois de agricultores familiares em 2017. De acordo com o Diretor da JBS Biodiesel, Alexandre Pereira, o projeto começará por Rondônia, no município de São Miguel do Guaporé, mas também deve chegar aos Estados de Mato Grosso e São Paulo. “Quando o programa do biodiesel foi pensado, ninguém imaginava que o sebo bovino iria virar a segunda estrela do programa”, disse. Atualmente, o sebo é responsável por 15% da produção brasileira de biodiesel. O óleo de soja é o líder, com uma participação de 70%. Para a JBS, obter o selo a partir da aquisição de bovinos faz “todo sentido”, afirmou Pereira. Afinal, a empresa produz carne bovina. O executivo acredita que, após um período de adaptação dos pecuaristas, a JBS Biodiesel obterá o Selo Combustível Social apenas com a compra de bovinos, e não mais com soja.
VALOR ECONÔMICO
Cotações nos três elos da bovinocultura mato-grossense têm queda em 2016
O preço do boi gordo acabou ficando com média menor que a registrada no início do ano
Os três elos da cadeia bovina encerraram 2016 com perdas reais de valor em Mato Grosso. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apesar das expectativas iniciais apontarem para valorizações consistentes nas cotações no segundo semestre do ano, a realidade foi outra, e ao fim de 2016, o preço do boi gordo acabou ficando com média menor que a registrada no início do ano. Ainda conforme o Imea, para o atacado e varejo, o ano foi um pouco melhor, visto que em dezembro de 16, suas cotações médias ficaram 3,53% e 3,38% maiores, quando comparadas com as de janeiro/16, respectivamente. No entanto, o instituto ressalta que, em todos os elos, a variação observada foi menor que a registrada pela inflação de 2016 (6,29%), ou seja, “houve perda real de valor nas três principais mercadorias da cadeia”. Para o Imea, “tal fato só reitera o desafio de todos os elos para se manter na atividade em 2017, principalmente para os bovinocultores de corte”.
Só Notícias/Agronotícias
De líder, Venezuela despenca na importação de gado vivo do Brasil
As exportações de gado em pé tiveram uma boa recuperação no ano passado, somando 282 mil cabeças. Essas vendas superam em 36% as de 2015.
Esses números estão bem distantes, no entanto, da média anual de 642 mil cabeças exportadas nos anos de 2013 e de 2014. Um dos principais motivos dessa desaceleração nas vendas de gado vivo nos dois últimos anos foi a Venezuela. De líder, o país caiu para a sexta posição. A valorização do real também pesou na decisão dos importadores, que compraram menos animais do Brasil. Europa e Austrália são mercados concorrentes. A crise econômica interna e a perda de crédito nas negociações internacionais fizeram a Venezuela importar apenas 8.000 bois vivos no ano passado. Esse número está bem distante dos 117 mil de 2015 e ainda mais distante dos 496 mil de 2014.
FOLHA DE SP
EMPRESAS
JBS Biodiesel recorre a óleo de fritura
Diante da menor oferta de sebo bovino matéria-prima preferencial das duas fábricas de biodiesel da empresa , a JBS processou cerca de 20 milhões de litros de óleo de fritura em 2016
A modernização de seu parque industrial de biodiesel e a retração dos abates de bovinos levaram a JBS a recorrer, em escala inédita para a companhia, ao óleo de fritura recuperado para a fabricação do biocombustível no ano passado. Diante da menor oferta de sebo bovino matéria-prima preferencial das duas fábricas de biodiesel da empresa , a JBS processou cerca de 20 milhões de litros de óleo de fritura em 2016, e a tendência é que o uso do insumo aumente nos próximos anos. “A redução dos abates abriu espaço para olhar a cadeia de matéria-prima”, afirmou o Diretor da JBS Biodiesel, Alexandre Pereira. Entre janeiro e setembro do ano passado, os abates de bovinos no país recuaram 3,1%, para 22,2 milhões de cabeças, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O investimento de R$ 15 milhões na modernização da planta de Campo Verde (MT) também estimulou a produção de biodiesel, o que exigiu mais matéria-prima. De acordo com Pereira, o óleo de fritura adquiriu uma “escala muito boa” para a companhia, mas ainda há muito a ser explorado no Brasil. O executivo não detalha o volume exato de biodiesel produzido a partir do óleo de fritura, mas a relação de transformação do produto no biocombustível é próxima de um para um, segundo a assessoria técnica da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio). A partir dessa relação, é possível inferir que o óleo de fritura representou perto de 10% da produção de biodiesel da JBS, que tem uma participação de 5% no mercado brasileiro de biodiesel. No ano passado, a companhia produziu 205 milhões de litros do biocombustível e faturou mais de R$ 530 milhões com as vendas nos leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O carro-chefe da JBS Biodiesel, porém, é mesmo o sebo bovino, enfatizou o executivo. Em geral, 80% do biocombustível produzido pela empresa é feito a partir da gordura animal. Antes de 2005, segundo Pereira, o subproduto da indústria de carne bovina chegava a ser descartado ainda que uma parcela já fosse destinada à produção de sabão e sabonete. Com a entrada do biodiesel na matriz energética brasileira hoje, o óleo diesel deve ter 7% de biodiesel em sua composição , praticamente não há mais excedente de sebo bovino no país, segundo o diretor da JBS Biodiesel. “O sebo bovino se tornou uma matéria-prima com valor agregado e hoje tem destinação adequada”, disse. Para a JBS, ingressar no mercado de biodiesel representou também a oportunidade de “arbitrar” as margens com a área de higiene, que usa o sebo bovino na produção de sabonetes para empresas como Johnson & Johnson, Nivea e Flora esta última pertence à J&F Investimentos, a holding que controla a própria JBS. “É uma manobra estratégica dentro da divisão de Novos Negócios”, acrescentou Pereira, citando a área à qual os negócios de biodiesel e higiene e limpeza são subordinados. Com o aumento da participação obrigatória do biodiesel no óleo diesel já prevista em lei, a margem da JBS Biodiesel tende a ser beneficiada. Em março, a fatia do biocombustível na composição do diesel será elevada para 8% e, até 2019, chegará aos 10%. De acordo com Pereira, o marco regulatório do biodiesel permite que a participação aumente ainda mais e alcance 15% após 2019, se o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizar. “Podemos chegar nos 15% até 2024, o que será excelente”, projetou. De fato, a indústria brasileira de biodiesel já tem capacidade instalada para produzir muito mais. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o parque industrial brasileiro pode fabricar 7,3 bilhões de litros de biodiesel ao ano. Em 2016, a produção totalizou 3,8 bilhões de litros. Pelas projeções da Abiove, a produção crescerá 51% até 2019, atingindo 5,7 bilhões de litros.
VALOR ECONÔMICO
Marfrig terá nova audiência sobre fechamento de unidade em Alegrete no dia 30
A Marfrig participará de uma nova audiência sobre o fechamento do frigorífico em Alegrete (RS) no próximo dia 30, depois que uma reunião de mediação com representantes dos trabalhadores terminou sem acordo na quinta-feira (19)
“A Marfrig informa que continuará as negociações no âmbito da Justiça no próximo dia 30 de janeiro, data para a qual está marcada uma nova audiência”, informou a empresa em nota enviada à CarneTec. A reunião de quinta-feira (19) foi realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) com representantes da Marfrig, do Sindicato do Trabalhadores da Indústria de Alimentação de Alegrete, e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação e Afins. A Marfrig tinha decidido fechar o frigorífico em Alegrete em 2 de janeiro, devido à baixa oferta de gado na região, com a demissão de cerca de 600 trabalhadores. Mas a juíza Fabiana Gallon, titular da Vara do Trabalho de Alegrete, suspendeu a demissão dos trabalhadores no último dia 26 de dezembro, até que ocorresse negociação coletiva entre a empresa e os trabalhadores. Na reunião de mediação de quinta-feira (19), ficou decidido que haverá uma vistoria no frigorífico nesta segunda-feira (23) para verificar se a unidade se encontra em condições de operação. Essa vistoria visa levantar informações sobre o frigorífico que possam ajudar no avanço da negociação coletiva, segundo sugerido pelo juiz auxiliar de conciliação do TRT-RS, Luís Henrique Bisso Tatsch. “O objetivo da negociação é viabilizar alternativas menos danosas aos empregados, como programas de demissão voluntária e de incentivo à qualificação profissional, entre outras”, informou o TRT.
CARNETEC
Marfrig: Marcos Molina transfere ações para MMS Participações
Nos últimos meses, o Molina vem ampliando sua participação na Marfrig, o que vai fazer com que ele continue como o principal acionista da empresa mesmo após a conversão das debêntures em ações detidas pela BNDESPar
O empresário Marcos Molina e sua esposa, Márcia Marçal dos Santos, estão transferindo as ações da Marfrig que detêm na pessoa física para a MMS Participações, veículo de participações da família. Esse é o motivo do leilão de ações da companhia realizado na tarde de sexta-feira, apurou o Valor. Por meio da MMS, Molina é o controlador da Marfrig. O empresário é também o presidente do conselho de administração da empresa de carnes. Nos últimos meses, o Molina vem ampliando sua participação na Marfrig, o que vai fazer com que ele continue como o principal acionista da empresa mesmo após a conversão das debêntures em ações detidas pela BNDESPar. A conversão ocorrerá em 25 de janeiro. Juntos, Marcos Molina, Márcia Marçal dos Santos e a MMS Participações têm 40,23% das ações da Marfrig. Segundo maior acionista, a BNDESPar possui atualmente 19,6% dos papéis da empresa. Com a conversão no próximo dia 25, o banco passará a deter uma fatia próxima de 33%. Procurada pelo Valor, a empresa não se manifestou até o fechamento desta nota.
VALOR ECONÔMICO
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