CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2343 DE 31 DE OUTUBRO DE 2024

clipping

Ano 10 | nº 2343 |31 de outubro de 2024

 

NOTÍCIAS

Mercado do boi gordo: cotação subindo em São Paulo

Com a oferta restrita de bovinos e a demanda externa aquecida, o mercado abriu ofertando mais R$5,00/@ para o “boi China” e para a vaca gorda. Para o boi comum, o aumento foi de R$3,00/@

Para o “boi-comum”, segundo a Scot, o aumento diário da quarta-feira foi de R$ 3/@, e ele chegou em R$ 315/@, prazo. A novilha não sofreu alteração diária, e segue em R$ 305/@. No Sul da Bahia, com ofertas limitadas, o mercado começou o dia com alta de R$5,00/@ para todas as categorias destinadas ao abate. No Tocantins, com a demanda alta e baixa oferta, a cotação do boi gordo subiu R$5,00/@ para a região Sul e para a região Norte do Tocantins. Para a região Sul, a cotação da vaca e a da novilha também subiram, alta de R$3,00/@. A cotação do “boi China” se manteve estável. Na exportação de carne bovina in natura, até a quarta semana de outubro, o volume de carne bovina in natura exportado foi de 236,2 mil toneladas – média diária de 12,4 mil toneladas – superando o desempenho médio diário do mesmo período de 2023 em 40,2%. O preço médio da tonelada ficou em US$4,6 mil. Na comparação feita ano a ano, o faturamento está 0,9% maior. A expectativa é que o volume exportado até o fim de outubro supere o registrado em setembro de 2024, recorde para um único mês até então.

Scot Consultoria

Alta dos preços da arroba do boi diminui o ritmo

No entanto, analista vê ambiente de negócios do mercado atacadista sugerindo elevação das cotações durante a primeira quinzena de novembro

O mercado físico do boi gordo segue apresentando alta em seus preços. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo, mesmo que de forma mais comedida. “As indústrias ainda contam com grande dificuldade na composição de suas escalas de abate, que estão na pior posição da atual temporada. Ao mesmo tempo, a demanda de carne bovina segue bastante aquecida, em especial no que diz respeito às exportações, que ajudam a enxugar mercado interno”, avalia. Preços médios da arroba do boi: São Paulo: R$ 319,58. Goiás: R$ 314,29. Minas Gerais: R$ 317,94. Mato Grosso do Sul: R$ 316,93. Mato Grosso: R$ 307,77. O mercado atacadista se depara com preços firmes, e o ambiente de negócios ainda sugere por alguma elevação das cotações durante a primeira quinzena de novembro, período pautado por maior apelo ao consumo. “Importante mencionar que diante do recente movimento de alta é provável que a carne de boi acabe perdendo competitividade em relação às proteínas concorrentes, em especial a carne de frango”, pontuou Iglesias. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 23,40 por quilo. O quarto dianteiro segue cotado a R$ 18,25 por quilo. A ponta de agulha segue no patamar de R$ 17,50, por quilo.

Agência Safras

ECONOMIA

Dólar perde força com fala de Haddad e fecha quase estável

Depois de quase atingir os 5,80 reais na quarta-feira, o dólar perdeu força no Brasil e fechou a sessão praticamente estável, após comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trazerem um pouco de alívio para as cotações, em um cenário de queda da moeda norte-americana no exterior

O dólar à vista fechou o dia com variação positiva de 0,03%, cotado a 5,7640 reais. Este é o maior valor de fechamento desde 29 de março de 2021, quando encerrou em 5,7681 reais. Em outubro, a divisa acumula elevação de 5,78%. Às 17h05, na B3 o contrato de dólar futuro para novembro subia 0,03%, a 5,7635 reais na venda. O dólar foi impulsionado no início do dia por dados fortes sobre a economia dos EUA. O Relatório Nacional de Emprego da ADP informou que foram abertas 233.000 vagas de emprego no setor privado dos EUA em outubro, após 159.000 em setembro, em dado revisado para cima. O número deu força aos rendimentos dos Treasuries naquele momento, em meio à leitura de que, com uma economia forte, o Federal Reserve não terá espaço para promover tantos cortes de juros — o que por sua vez favorece o dólar. O fato de esta quarta-feira ser véspera de formação da Ptax de fim de mês também deixava o mercado brasileiro suscetível a movimentos técnicos. Ainda pela manhã, no entanto, o dólar perdeu força e se reaproximou da estabilidade, com o mercado reagindo positivamente a comentários de Haddad em Brasília. Em entrevista a jornalistas, o ministro afirmou que houve convergência com a Casa Civil em torno da elaboração de medidas para controle de despesas públicas. Ele disse ainda que o plano passa por análise jurídica e não deu um prazo para apresentação, nem um valor do impacto. Segundo ele, será “o impacto necessário para o arcabouço ser cumprido”. “As despesas obrigatórias, (o governo) tem que encontrar uma forma de caberem dentro do arcabouço, é isso que vai dar sustentabilidade”, disse Haddad. Apesar da falta de detalhes, o comentário de que há convergência entre Casa Civil e equipe econômica sobre o fiscal trouxe certo alívio ao mercado, com o dólar e as taxas dos DIs perdendo força.

Reuters

Ibovespa fecha quase estável sem novidades sobre pacote fiscal

O Ibovespa fechou praticamente estável na quarta-feira, sem novidades concretas em relação ao pacote fiscal prometido pelo governo federal, enquanto, na cena corporativa, as ações da WEG recuaram mais de 5% após a divulgação do resultado trimestral, mesmo com uma alta de 20% no lucro líquido

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,07%, a 130.639,33 pontos, tendo marcado 131.026,92 pontos na máxima e 130.472,6 pontos na mínima da sessão. O volume financeiro somou 16,96 bilhões de reais, mais uma vez abaixo da média diária do ano, de 23,4 bilhões de reais. Ao longo do dia os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, e da Casa Civil, Rui Costa, reiteraram o compromisso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o equilíbrio fiscal, mas sem detalhar qualquer medida, o que manteve agentes financeiros reticentes. Haddad afirmou que houve convergência com a Casa Civil em torno da elaboração de medidas para controle de despesas públicas, e que elas terão “o impacto necessário para o arcabouço ser cumprido”. Acrescentou, no entanto, que o plano passa por análise jurídica e não deu prazo para apresentação. No exterior, uma bateria de divulgações nos Estados Unidos ocupou as atenções, incluindo números da ADP acima do esperado sobre a criação de empregos no setor privado em outubro e um crescimento sólido do PIB no terceiro trimestre, enquanto o desfecho da disputa presidencial continua no radar. Em Wall Street, o S&P 500 encerrou em baixa de 0,33%, mesmo com a repercussão favorável ao balanço da Alphabet. Os rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA marcavam 4,2923% no final da tarde, de 4,274% na véspera e 4,198% na mínima da sessão.

Reuters

Setor de máquinas deve crescer 3,5% em 2025 após 3 anos de queda, diz Abimaq

O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos deve apresentar uma leve recuperação de 3,5% em 2025, após três anos consecutivos de queda, disseram executivos da associação representativa do setor, Abimaq, na quarta-feira

A previsão considera a base baixa de comparação devido às quedas em 2022, 2023 e 2024 e o suporte de setores não tão sensíveis à taxa de juros doméstica, que deve continuar elevada, afirmou a diretora-executiva de Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella. “É uma pequena recuperação dessa queda que a gente tem acumulada”, afirmou Zanella a jornalistas. “Alguns setores dependem menos de taxa de juros para investir, setores que têm subsídios… então a gente espera que esses segmentos garantam essa taxa que a gente está prevendo de crescimento.” No início deste ano, a associação estimava crescimento de 3,5% para 2024, mas o número foi posteriormente revisto para recuo de 7% após números abaixo do esperado e impactos de chuvas no Rio Grande do Sul. Com isso, a previsão de alta ficou para o ano que vem. Considerando apenas vendas no mercado doméstico, a receita da indústria neste ano deve recuar 8,8%, segundo a Abimaq. Já o faturamento do setor de máquinas e equipamentos agrícolas no próximo ano deve subir 8%, após declínio de 20% a 25% previsto para este ano, disse Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq. “A gente só vai ter uma mudança de cenário lá em fevereiro, quando o pessoal começar a colher a safra de verão. Se tiver um clima bom, se tiver uma boa colheita”, disse Estevão. Ele destacou que 2025 ainda será um ano “bastante restritivo”, em função do declínio nos preços das commodities. “Não tem perspectiva nenhuma desse excesso de oferta mundial acabar no ano que vem”, afirmou. O faturamento da indústria diminuiu 8,8% em setembro na comparação com a mesma etapa do ano anterior, para 23,6 bilhões de reais, e caiu 12,7% em relação a agosto, mostraram dados da associação divulgados na quarta-feira. Considerando apenas vendas internas, a receita líquida da indústria apresentou queda de 17,7% em setembro em uma base anual, para 16,4 bilhões de reais, e recuo de 24,7% contra o mês imediatamente anterior. Já as exportações do setor subiram 12,3% em setembro no comparativo anual, para 1,3 bilhão de dólares, enquanto as importações subiram 20,4%, informou a entidade em apresentação. Nesse período, o consumo aparente de máquinas, que leva em conta equipamentos produzidos no país e importados, ficou praticamente estável ano a ano, com variação positiva de 0,5%. A indústria de máquinas e equipamentos encerrou setembro utilizando 76,2% da sua capacidade instalada, mesmo nível observado nos últimos três meses, disse a Abimaq. Na carteira de pedidos, medida em semanas para o seu atendimento, houve queda de 5,9% sobre setembro do ano passado, atingindo 9,3 semanas em 2024. A entidade disse que a carteira vem oscilando em patamar reduzido desde o último trimestre de 2023, impactada pela piora das encomendas do setor agrícola e de setores da indústria de transformação. A receita líquida do setor de máquinas e equipamentos acumulou declínio de 12% nos primeiros nove meses do ano e essa “melhora” no último trimestre deve reduzir a queda anual para cerca de 7%, conforme estimado pela entidade.

Reuters

Brasil abre 247.818 vagas formais de trabalho em setembro, mostra Caged, acima do esperado

O Brasil abriu 247.818 vagas formais de trabalho em setembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego

O resultado do mês passado foi fruto de 2.163.929 admissões e 1.916.111 desligamentos e ficou acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 227.600 vagas. No mesmo mês em 2023 foram criados 211.764 postos de trabalho, segundo dados sem ajustes. Setembro marcou o melhor resultado para um mês desde fevereiro, quando o Brasil criou quase 306.000 empregos, de acordo com dados ajustados para vagas reportadas fora do prazo inicial. De janeiro a setembro, foram criados 1.981.557 empregos líquidos, um aumento em relação a 1.597.481 no mesmo período do ano anterior, mostraram dados ajustados do ministério.

Reuters

Preços ao produtor no Brasil sobem 0,66% em setembro em 8ª alta seguida

Os preços ao produtor no Brasil subiram 0,66% em setembro, repetindo a mesma taxa de agosto e marcando o oitavo mês seguido de avanço, informou Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. O resultado levou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulado em 12 meses a uma alta de 6,06%

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 17 apresentaram avanço em setembro sobre agosto. “O IPP em setembro dialoga com aquele cenário que vimos em agosto, não somente pelas taxas iguais de variação (0,66%), mas também pelo fato de a principal influência para o resultado ter vindo de bens de consumo não duráveis”, disse Felipe Câmara, analista do IPP. “Assim como no mês anterior, a fabricação de alimentos foi determinante para a variação positiva de preços na indústria geral”, completou. As maiores influências no resultado do IPP de setembro foram exercidas por alimentos (0,90 p.p.), indústrias extrativas (-0,27 p.p.), refino de petróleo e biocombustíveis (-0,13 p.p.), e papel e celulose (-0,10 p.p.). Já as maiores variação foram registradas por indústrias extrativas (-5,85%), alimentos (3,70%), papel e celulose (-2,99%), e calçados e produtos de couro (-2,01%). “Essa dinâmica da indústria de alimentos pode ser explicada pela alta de preços da carne bovina e do açúcar VHP. No caso da carne, houve redução da área de pastagem devido à seca e às queimadas dos últimos meses”, explicou Câmara. O analista disse ainda que o açúcar VHP passa por um movimento sazonal. “O principal período de colheita do produto está terminando. Além disso, a produção está enfrentando situações climáticas adversas que provocam uma menor oferta de cana para processamento”, disse.

Reuters

IGP-M acelera mais do que o esperado em outubro, a 1,52%, com destaque para commodities

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou mais do que o esperado por analistas em outubro, em alta de 1,52%, depois de ter avançado 0,62% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quarta-feira

A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de alta de 1,48%. Com o resultado do mês, o índice passou a acumular em 12 meses alta de 5,59%. “Em outubro, além dos efeitos climáticos adversos, houve o impacto da demanda global por commodities”, apontou Matheus Dias, economista da FGV IBRE. “No IPA, os maiores impactos foram registrados nos preços de bovinos, carne bovina e minério de ferro, produtos de exportação que apresentaram um aumento expressivo no volume exportado. No Índice ao Consumidor, a maior contribuição veio da tarifa de eletricidade residencial”, completou. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, subiu 1,94% em outubro, depois de alta de 0,70% no mês anterior. No IPA, os destaques na aceleração foram itens do estágio de matérias-primas brutas, como minério de ferro (+7,20%, ante -6,01% em setembro), bovinos (+11,33%, de +4,07% em setembro) e soja em grão (+4,63%, de +2,59% em setembro). Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, teve alta de 0,42% no período, depois de ter avançado 0,33% em setembro, com aceleração em cinco das oito classes que compõem o número. O maior impacto foi exercido pelo grupo Habitação, que apresentou alta de 1,35% em outubro depois de avançar 1% no mês anterior, com destaque para o subitem de tarifa de eletricidade residencial (+5,51%, ante +3,76 em setembro). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir 0,67% em outubro, de uma alta de 0,61% em setembro.

Reuters

Fluxo cambial fica negativo em US$ 1,672 bilhão na semana até 25 de outubro

Em outubro, até o dia 25, o fluxo cambial está positivo em US$ 244 milhões

O fluxo cambial anotou saída líquida de US$ 1,672 bilhão entre os dias 21 e 25 de outubro, apontou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira. A conta comercial foi responsável pela entrada líquida de US$ 15 milhões na semana passada, enquanto a conta financeira anotou saída de US$ 1,687 bilhão. No acumulado do mês de outubro, até o dia 25, o fluxo cambial fica positivo em US$ 244 milhões. Já o fluxo financeiro anota saída líquida de US$ 3,947 bilhões, enquanto o fluxo comercial registra entrada de US$ 4,191 bilhões. No recorte do acumulado de 2024, o fluxo cambial anota entrada líquida de US$ 7,007 bilhões, resultado de um fluxo financeiro negativo de US$ 56,399 bilhões e de um fluxo comercial positivo de US$ 63,405 bilhões.

Valor Econômico

MEIO AMBIENTE

Brasil e grupo pedem para a União Europeia não aplicar risco de desmate por país

17 países da América Latina, Ásia e África alegam que o sistema europeu é discriminatório

Soja está entre as commodities brasileiras alvejadas pela UE

O Brasil e outros 16 países exportadores agrícolas da América Latina, Ásia e África pediram para a União Europeia abandonar o plano de impor um sistema que classificará países por risco de desmatamento, na lei que Bruxelas implementará em 2025. A lei visa a proibir o acesso ao mercado comunitário de seis commodities – carne bovina, soja, café, óleo de palma, madeira e cacau, além de seus derivados – produzidas em zonas desmatadas após o final de 2020, e tem potencial de atingir 30% das exportações brasileiras para o mercado europeu. Em nova carta enviada às autoridades europeias, datada de ontem (29/10), e à qual a coluna teve acesso, o grupo de países em desenvolvimento considera positiva a proposta de adiamento da aplicação da lei antidesmatamento por um ano. Diz que isso mostra que a Comissão Europeia, o braço executivo da UE, ouviu preocupações dos países produtores com relação aos cronogramas de implementação e à falta de tempo e orientação da lei. E conclama o Parlamento e o Conselho Europeu a aprovarem o adiamento. O Parlamento Europeu deverá votar em sua sessão de 13-14 de novembro o adiamento por um ano. Mas o grupo insiste que a regulação europeia necessita ser ‘seguida de amplos esforços para resolver muitas de nossas preocupações que ainda não foram abordadas’ em recentes documentos adicionais publicados por Bruxelas. A carta foi endereçada aos presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; do Conselho Europeu, Charles Michel; do Parlamento Europeu, Roberta Metsola; ao representante da Hungria, país que está na presidência rotativa da UE, além de chefes dos partidos políticos e outras autoridades. O Brasil é representado pelo embaixador junto à UE, Pedro Miguel da Costa e Silva. Da América Latina, também assinam o documento representantes da Argentina, Bolívia, Colômbia, México, República Dominicana, Equador, Guatemala, Honduras, Paraguai e Peru. Da África, participam Gana, Namíbia e Costa do Marfim, produtores de produtos como café e cacau. E, da Ásia, a Indonésia, Malásia e Tailândia, todos igualmente grandes exportadores de produtos alvejados pela legislação europeia. O grupo de 17 países é claro na demanda: ‘Pedimos à UE que abandone esse sistema’. O projeto original de Bruxelas era de adotar três categorias de risco de países. Os 27 países membros do bloco europeu precisariam controlar 9% dos operadores dos produtos originários de países considerados como risco elevado, 3% dos produtos vindos de países com risco médio e 1% dos produtos vindos de países com risco baixo de desmate. Ou seja, a classificação de riscos significa quantos contêineres vão ser controlados. As mercadorias originárias de países com risco maior terão maior controle e risco de mais autuações. Ultimamente, Bruxelas avisou que no começo a maioria dos países teria atribuição de ‘risco padrão’, para se concentrar naqueles com maior risco. O Brasil teme que a Amazônia Legal, por exemplo, de toda maneira seja alvejada como de alto risco. Na carta com data de 29 de outubro, o grupo de países em desenvolvimento manifesta preocupação também com o que chama de ‘abordagem única’ (one-size-fits-all) da regulação antidesmatamento. Diz que isso não levaria em conta especificidades e práticas comuns de cada cadeia de fornecedor, políticas nacionais como aquelas de substituição de colheitas e desafios enfrentados por pequenos produtores em terceiros países, ‘além de existência de sistemas, certificados e base de dados que têm apresentado resultados positivos, verificáveis e consistentes em vários países, usando seus próprios parâmetros e critérios’.

Valor Econômico

EMPRESAS

Minerva e Marfrig têm nova derrota no Uruguai

Órgão antitruste do país vizinho considera que transação criaria posição dominante no mercado de abate de bovinos

A venda pela Marfrig para a Minerva de três unidades de abate bovino no Uruguai foi mais uma vez barrada pelo Cade local, conhecido como Coprodec. O órgão antitruste do país vizinho já havia rejeitado a operação em maio, mas a Minerva resolveu recorrer, e a resposta veio agora, com mais uma negativa, impedindo um negócio de R$ 675 milhões. A transação, vale lembrar, faz parte de um pacote maior de ativos vendidos pela Marfrig para a Minerva, anunciado no ano passado. Ao todo, foram negociadas 16 plantas de processamento de carne bovina e ovina, das quais 11 no Brasil, três no Uruguai, uma na Argentina e uma no Chile, por um total de R$ 7,5 bilhões. Até o momento, só a venda no Uruguai é que ainda estava incerta, dependendo da aprovação das autoridades locais. A Minerva promete que irá recorrer novamente. Poderá apelar tanto para o Ministério de Economia e Finanças do país quanto em âmbito judicial. Na primeira negativa divulgada em maio, o Cade uruguaio ressaltou que, com o negócio, a Minerva passaria a ter uma participação de 43% do segmento de abate de carne bovina no país, o que daria lugar a uma “posição dominante em um mercado altamente concentrado.” “Uma só empresa disporia, em caso de autorização da operação, de poder de mercado e capacidade para limitar, distorcer e reduzir substancialmente a competição, existindo, além disso, barreiras à entrada de novos competidores”, disse o órgão à época. No processo, as empresas chegaram a argumentar que o mecanismo de formação de preços de compra de gado no Uruguai “responde a uma lógica que é totalmente independente da vontade das partes e sobre a qual não haveria influência pós-operação.” O Coprodec, contudo, rebateu afirmando que a nova empresa dominante teria condições e incentivos para afetar o preço pago aos produtores, por meio de eficiências conquistadas pela concentração, em cenário de menor pressão competitiva. Nos demais países, a conclusão em definitivo de todas as vendas foi anunciada na segunda pela Minerva. As instalações, portanto, devem começar a ser operadas pela nova dona em breve. Analistas do BTG Pactual, contudo, acreditam que a empresa deve levar algum tempo para otimizar totalmente a capacidade das unidades adquiridas, mostrando impacto limitado no balanço do quarto trimestre. “A visibilidade de Ebitda adicional das plantas só é esperada para o próximo ano. Além disso, acreditamos que esta transação acrescenta algumas exigências de capital de giro, uma vez que a Minerva precisará garantir o fornecimento de gado para as novas instalações”, disse o banco. “Seguimos vendo a situação patrimonial da Minerva como binária, dependente da integração bem-sucedida destes ativos, sem prejudicar o balanço.” Já para a Marfrig, o acordo como um todo oferece um resultado favorável, diz o BTG. “A venda destes ativos por uma avaliação supostamente atrativa ajuda a gerir a alavancagem ao nível da empresa-mãe. Porém, o desempenho das ações continua intimamente ligado à trajetória da BRF.” O banco tem recomendação neutra tanto para Minerva quanto para Marfrig, com estimativas de preço-alvo de R$ 5,62 e R$ 14,76, respectivamente.

Valor Econômico

Marfrig anuncia recompra parcial antecipada de bonds no valor de US$ 500 milhões

Liquidação antecipada é o primeiro movimento da empresa após conclusão da venda de ativos à Minerva. Marfrig vai estudar a liquidação antecipada de novas dívidas; a prioridade são as mais caras

A Marfrig anunciou a liquidação parcial antecipada, no valor de US$ 500 milhões, das notas sênior (bonds) com remuneração de 7% ao ano e vencimento em 2026, emitidas em maio de 2019. O valor original do título era de US$ 1 bilhão, mas foram realizadas recompras no mercado aberto ao longo dos últimos anos e restaram R$ 711 milhões. Com a recompra, o saldo ficará em US$ 211 milhões. Essa liquidação antecipada parcial dos títulos de dívida, com recursos próprios, é o primeiro movimento da empresa após a conclusão da venda de seus ativos de bovinos e ovinos na América do Sul à Minerva. Na segunda-feira, a Marfrig recebeu da Minerva o pagamento de R4 5,68 bilhões referentes à venda das 13 unidades industriais. Segundo a empresa, a recompra antecipada dos bonds faz parte de sua estratégia de melhorar a alocação de capital, alongar o perfil de dívida e reduzir o endividamento e o custo financeiro da Marfrig. A companhia vem manifestando esse objetivo desde o ano passado, quando anunciou a transação de venda de ativos à Minerva. O foco da Marfrig é a reduzir a alavancagem, que no segundo trimestre de 2024 era de 3,38 vezes, para perto de 2, 5 vezes. O Valor apurou que a empresa vai estudar a liquidação antecipada de novas dívidas e que a prioridade são as mais caras. Com a entrada dos recursos da venda dos ativos à Minerva, o movimento para melhorar o perfil da dívida deve ficar mais intenso. Até a segunda-feira, a Marfrig já recebeu R$ 7,18 bilhões da Minerva pela venda dos ativos. Inicialmente, as empresas fecharam o negócio por R$ 7,5 bilhões. Na data da assinatura do contrato, em agosto de 2023, a Minerva antecipou um sinal de R$ 1,5 bilhão. Do valor recebido pela Marfrig do Minerva, R$ 5,325 bilhões referem-se as 13 plantas industriais e ao centro de distribuição localizados no Brasil, na Argentina e no Chile, e R$ 264,92 milhões correspondem à correção desse valor pelo CDI. A Minerva pagou ainda R$ 90,68 milhões por outros ajustes estabelecidos em contrato. Eles ainda estão sujeitos a confirmação, que deve ocorrer nos próximos 90 dias a contar da última segunda-feira. O negócio entre Marfrig e Minerva anunciado em agosto de 2023 incluía ainda três unidades no Uruguai. Em 21 de maio deste ano, o órgão antitruste do país, a Comission de Promocion y Defensa de La Competencia (CPDC), negou autorização para a conclusão da venda desses ativos ao Minerva. Hoje, mais cedo, a Marfrig anunciou, em fato relevante, que as autoridades antitruste do Uruguai negaram a autorização de venda de ativos da companhia no país para a Minerva. O órgão analisava um recurso à negativa de 21 de maio apresentado pelas empresas. O valor dessas operações é de R$ 675 milhões e envolve instalações de abate de bovinos em Colônia, Salto e San José. “Vale destacar que a decisão não é definitiva e segue sujeita a recursos”, reafirmou a Marfrig no fato relevante. Caso a proibição da venda seja mantida, o contrato entre as empresas prevê que a Minerva terá de pagar uma multa de 30% sobre o valor dos ativos no Uruguai à Marfrig.

Valor Econômico

FRANGOS & SUÍNOS

Suínos: preços do vivo registram elevações

Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 178,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 13,80/kg, em média.

Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à terça-feira (29), houve queda somente em São Paulo, na ordem de 0,43%, chegando a R$ 9,36/kg. Foi registrada alta de 0,54% em Minas Gerais, chegando a R$ 9,25/kg, avanço de 1,01% no Paraná, com valor de R$ 9,03/kg, incremento de 1,63% no Rio Grande do Sul, atingindo R$ 8,71/kg, e de 0,34% em Santa Catarina, fechando em R$ 8,78/kg.

Cepea/Esalq

Preço do frango no atacado paulista na quarta-feira (30) sobe 1,04%

De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado subiu 1,04%, fechando, em média, R$ 6,82/kg.

No caso do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,51/kg, da mesma forma que em Santa Catarina, valendo a R$ 4,43/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à terça-feira (29), houve recuo de 0,26% para a ave congelada, chegando a R$ 7,53/kg, e elevação de 0,40% para o valor do frango resfriado, fechando em R$ 7,58/kg.

Cepea/Esalq

imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br

POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA

041 3289 7122

041 996978868

 

abrafrigo

Leave Comment