Ano 7 | nº 1457| 01 de abril de 2021
ABRAFRIGO NA MÍDIA
Descontrole da Covid-19 preocupa frigoríficos em meio à alta no preço das carnes
Após investir em protocolos de segurança, setor passa por aumento nos afastamentos por suspeita da doença em meio a ociosidade recorde
Em meio a um mercado interno enfraquecido e uma arroba bovina a preço recorde, o que dificulta o repasse do aumento de custos, a indústria frigorífica vê com preocupação o aumento expressivo dos casos de Covid-19 no país. Enquanto as medidas de segurança adotadas desde o ano passado pelo setor conferem um relativo controle da disseminação do vírus dentro das unidades de abate e beneficiamento, fora delas, o pior momento da pandemia no Brasil faz aumentar o afastamento de funcionários para evitar contaminações na linha de produção ao mesmo tempo que atinge em cheio a demanda por carnes. “Além da indústria estar sofrendo um momento desfavorável com descasamento entre o preço do boi e da carne, ela está trabalhando com aumento de custo em função do controle da pandemia”, desabafa o Presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos, Paulo Mustefaga. Segundo ele, a pandemia já levou a um aumento de 15% a 20% nos custos do setor devido a implementação de protocolos de segurança exigidos pelo governo federal e pelos acordos firmados individualmente pelas empresas com o Ministério Público do Trabalho. “Além dos equipamentos de proteção necessários, o distanciamento reduz a produtividade da mão de obra. Então, esse é um ponto importante para gente, pois o momento que a gente vive é ruim por dois sentidos, pela situação de mercado e pelo aumento de custos em função da pandemia”, aponta Mustefaga. O Presidente da Abrafrigo, Paulo Mustefaga, contudo, reconhece que o setor não é uma ilha e que o descontrole da pandemia no país oferece riscos. “Houve um agravamento da situação do país, essa segunda onda com novas variantes traz preocupações a toda sociedade brasileira em geral, incluindo todos os setores econômicos”, aponta. Com níveis de ociosidade que passam de 50% no Mato Grosso, principal Estado produtor de carne bovina do país, Mustefaga afirma que “em função da gravidade do momento que vive o país” a indústria não descarta o risco de eventuais paralisações para conter o novo coronavírus, mas assegura que não há perspectiva de que tais medidas sejam adotadas por razões sanitárias por enquanto. “A suspensão pode até ocorrer, mas está muito mais relacionado a questões de mercado e dificuldades momentâneas”, diz ele. https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Empresas-e-negocios/noticia/2021/03/descontrole-da-covid-19-preocupa-frigorificos-em-meio-alta-no-preco-das-carnes.html
REVISTA GLOBO RURAL
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo firme
Nas praças paulistas o cenário foi de estabilidade na última quarta-feira (31/3), na comparação feita dia a dia
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o boi gordo ficou cotado em R$314,00/@, preço bruto e a prazo. Os negócios para vaca e novilha gordas ficaram em R$285,00/@ e R$303,00/@, respectivamente, nas mesmas condições. Para bovinos que atendem à exportação os negócios ocorrem até em R$320,00/@, preço bruto e à vista. No Sudoeste de Mato Grosso, a oferta enxuta pressionou o preço da arroba para cima para todas as categorias destinadas ao abate. Houve incremento de R$2,00/@ para o boi gordo e R$1,00/@ para vaca e novilha gordas. Na praça, o boi gordo ficou cotado em R$302,00/@, preço bruto e a prazo. A vaca e a novilha gordas foram negociadas em 289,00/@ e R$291,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo.
SCOT CONSULTORIA
Boi: arroba é negociada entre R$ 319 e R$ 320 em São Paulo, diz Safras & Mercado
A consultoria Safras & Mercado registrou que a cotação da arroba do boi gordo em São Paulo passou de R$ 318 para o intervalo entre R$ 319 e R$ 320, estabelecendo assim um novo recorde para os preços
De acordo com a análise, a expectativa para o mês de abril ainda é de um quadro bastante ajustado para a oferta, com avanço esperado apenas para os meses de maio e junho. Na B3, os contratos futuros do boi gordo tiveram comportamento misto. As pontas mais curtas recuaram ajustando o preço final do vencimento para março, o meio da curva teve uma ligeira alta e a parte mais longa também teve desvalorização. O vencimento para março passou de R$ 316,35 para R$ 314,95, o para abril foi de R$ 315,8 para R$ 315,15 e o para maio, de R$ 307,85 para R$ 309,8 por arroba.
CANAL RURAL
Frigoríficos têm evolução em políticas de bem estar animal
Empresas brasileiras sobem em ranking global de boas práticas
Os frigoríficos brasileiros avançaram no quesito bem-estar animal em 2020, segundo o Business Benchmark on Farm Animal Welfare (BBFAW), ranking que analisa as práticas das cadeias de produção de 150 empresas globais de alimentos. O levantamento, que está em sua nona edição, é produzido com apoio da Proteção Animal Mundial e da Compassion in World Farming. O BBFAW classifica as empresas com notas que vão de 1 – dada às que têm as melhores políticas de bem-estar animal em sua cadeia de produção – a 6 – as de pior desempenho. Cinco frigoríficos brasileiros entraram no comparativo: Marfrig (que recebeu nota 2, a mais alta entre as representantes nacionais), BRF, JBS, Minerva (notas 3) e Aurora (nota 4). Entre os quesitos avaliados pelo ranking estão práticas que vão da aplicação profilática de antibióticos em frangos à prevenção contra mutilações de rotina, como castração, corte dos dentes e da cauda. Segundo o zootecnista e Gerente de Agropecuária Sustentável da Proteção Animal Mundial, José Rodolfo Ciocca, essa foi a primeira vez, desde a primeira edição do ranking, em 2012, que as empresas da América Latina avançaram mais que as americanas, que estão entre as mais bem-avaliadas no levantamento. Presente no ranking desde a primeira edição, a Marfrig passou do patamar 4 no ano passado para o 2 no novo relatório. A empresa disse que está “evitando” o confinamento de seus animais. “Aqui no Brasil existe o semiconfinamento, no qual os animais recebem suplementação durante a fase de engorda”, disse, em nota, o Diretor de Sustentabilidade e Comunicação da Marfrig, Paulo Pianez. A Minerva também subiu dois degraus em relação ao ano passado, quando teve nota 5. Em nota, a empresa informou que implementou a ferramenta “Trajeto do Boi” para garantir a conformidade das instalações – o bem-estar animal em transportes é outro dos quesitos avaliados no BBFAW. A JBS repetiu a classificação 3 que havia obtido no ano passado. A companhia destacou, em nota, que só no ano passado, investiu R$ 162,8 milhões em avanços de bem-estar animal no Brasil e treinou mais de 27 mil pessoas sobre o tema. A BRF também seguiu com a nota de 2020. A Aurora também manteve a nota que havia obtido na edição do ranking publicada no ano passado e, com isso, passou a ser a de pior classificação entre as brasileiras. No BBFAW de 2021, a central cooperativa catarinense foi convidada a esclarecer e evitar algumas práticas, como reduzir ou evitar o uso rotineiro de antibióticos.
VALOR ECONÔMICO
Capacidade de abate de bovinos na indústria apresenta alta em MT
A taxa de utilização da capacidade de abates de bovinos na indústria frigorífica de Mato Grosso apresentou alta em fevereiro deste ano, de acordo com relatório divulgado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) na terça-feira (30.03)
O indicador da utilização real das indústrias ficou em 69,8%, apresentando incremento de quase 4 pontos percentuais no comparativo com janeiro. As regiões que mais colaboraram para esse cenário foram a sudeste, a oeste e a norte. O menor volume de animais abatidos nesse período – cerca de 347 mil cabeças, correspondente a um recuo de 3,83% -, pode ser explicado pela maior distribuição dos abates diários, visto que em fevereiro foi registrado menos dias trabalhados em relação ao mês anterior. “Com a oferta restrita na maioria das regiões do estado, a escala de abate apresentou pequeno recuo; já no mercado futuro, o contrato corrente demonstrou variação positiva de 0,30%, a média da arroba ficou em R$ 312,58/@ e R$ 303,23/@, respectivamente”, informa o Instituto. Nesta semana, a relação de troca boi/bezerro novamente apresentou queda. Na última semana de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as informações de abate e produção referentes ao último trimestre de 2020. Esses dados demonstraram que no consolidado anual o volume de bovinos abatidos em Mato Grosso totalizou 5,05 milhões de cabeças – uma variação de -10,61%, ante a 2019. Já a produção mato-grossense de carne bovina ficou em 1,41 milhão de toneladas – recuo de 7,26% no mesmo comparativo. Outros estados da região Centro-Oeste também apresentaram decréscimos, sendo os casos de Mato Grosso do Sul e Goiás, com quedas de 9,64% e 7,15% nos abates e de 7,40% e 4,20% na produção, respectivamente. No caso de São Paulo, mesmo com uma queda igual à de MT nos abates, o estado teve um recuo menos expressivo na produção, de 3,84%.
Acrimat
Boi tem nova alta e arroba bate recorde em São Paulo
Segundo a Safras, a dificuldade na compra de gado pode piorar após o feriado da Páscoa e impulsionar os preços mais uma vez
O mercado físico de boi gordo segue com preços firmes. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios permanece pautado por uma oferta bastante reduzida de animais terminados. “Os frigoríficos em geral ainda operam com escalas de abate bastante encurtadas, posicionadas entre dois e quatro dias úteis. Com a semana mais curta e a dificuldade de compra de gado, é possível que seja evidenciada ainda mais agressividade na compra no retorno do feriado”, diz. A expectativa de curto prazo ainda remete a um quadro bastante ajustado de oferta durante o mês de abril, com um avanço mais consistente esperado apenas entre os meses de maio e junho. “A recente movimentação cambial teve grande peso na formação de tendência na segunda quinzena do mês, motivando os frigoríficos habilitados a exportar a pagar mais pela arroba do boi gordo”, assinala Iglesias.
O contraponto permanece na situação difícil da demanda doméstica de carne bovina, em meio às dificuldades macroeconômicas evidenciadas no decorrer do ano. Nesse tipo de ambiente, pautado pela descapitalização a tendência é por um consumo maior de proteínas mais acessíveis, e a carne de frango se enquadra perfeitamente nesse requisito. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 319 – R$ 320, ante R$ 318 na terça-feira. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, inalterado. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 305, estável. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 304 – R$ 305 contra R$ 304 a arroba. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 311, inalterada. No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere para maior propensão a reajustes entre os cortes menos nobres, avaliando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição entre atacado e varejo no início de abril. médio ainda recai sobre a carne de frango, produto muito mais acessível”, pontua Iglesias. Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,50 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,30 o quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
ECONOMIA
Real fecha trimestre com 3º pior desempenho global e mercado mostra falta de convicção de melhora
O dólar sofreu na última sessão de março a maior queda percentual em três semanas, puxado por desmonte de posições em meio à correção da moeda no exterior e a ajustes ligados à formação da Ptax de fim de mês, repercutindo ainda falas de líderes do Congresso a respeito do combate à pandemia
O dólar à vista fechou a quarta em queda de 2,23%, a 5,6304 reais na venda. A cotação teve a maior baixa percentual diária desde o último dia 10 (-2,39%). No mês, o dólar subiu 0,50%, depois de chegar a acumular alta de 3,39% até 9 de março, quando a moeda fechou perto de 5,80 reais. Março foi marcado por aumento de dúvidas acerca da situação fiscal do Brasil e por incertezas relacionadas à postura do Banco Central no mercado de câmbio, mesmo depois de o BC elevar a Selic em ritmo mais forte para conter a inflação, num momento em que a alta de preços no mundo empurra as taxas de juros nos países desenvolvidos para cima, pressionando moedas de mercados emergentes. Em 2021, o dólar salta 8,45%, o que deixa o real na terceira pior posição entre 33 pares do dólar. As rolagens de contratos futuros de câmbio na esteira da disputa mensal pela formação da Ptax de fim de mês também puxaram o dólar para baixo. Embora alguns analistas avaliem que o preço do dólar tenha ficado esticado ao se aproximar de 5,80 reais, há pouca convicção de que as pressões sobre a moeda vão diminuir no curto prazo. O Bradesco elevou nesta quarta sua expectativa para o dólar ao fim de 2021, de 5,30 reais para 5,60 reais. Enquanto no exterior especialistas veem a continuação da recuperação do dólar –o que seria um revés adicional ao real–, aqui o UBS BB vê drivers domésticos como mais relevantes. Algumas casas têm um cenário ainda mais pessimista para o real –caso do Société Générale, que prevê dólar de 6,20 reais ao término do segundo trimestre, por “fracos elementos domésticos” e “ambiente externo menos favorável”. A equipe de estratégia do Credit Suisse no exterior acredita que o dólar testará patamares em torno da faixa de 5,87-5,97 reais. “Apenas um claro rompimento desses níveis, porém, sugeriria uma retomada da tendência de alta e confirmaria um grande padrão de continuação de ‘triângulo’ de alta, com a próxima resistência em 6,31 reais e, depois, em 6,50 reais”, disse o banco. A máxima recorde do dólar para fechamento é de 5,9012 reais e foi alcançada em 13 de maio do ano passado.
Reuters
Ibovespa sobe 6% em março, primeira alta mensal em 2021
Na quarta-feira, o Ibovespa caiu 0,18%, a 116.633,72 pontos, com bancos entre as maiores pressões negativas. Com a alta de 6% em março, a perda no ano foi reduzida para 2%. O volume financeiro na sessão somou 32 bilhões de reais
O Ibovespa acumulou em março alta de 6%, o primeiro desempenho mensal positivo do ano, com empresas que tendem a se beneficiar da reabertura da economia, como shopping centers, entre os maiores ganhos, apesar de o país viver o pior momento da pandemia da Covid-19. Entre agentes financeiros cresce a percepção de que o ritmo de vacinação tende a ganhar tração, com novos contratos assinados entre o governo brasileiro e laboratórios, além de um tom um pouco mais pró-vacina de autoridades em Brasília. Na visão da líder de alocação na BlueTrade, Marina Braga, a confiança na vacina não é mais uma preocupação, uma vez que já foi desenvolvida, e já se observa evolução nos países com ritmo de imunização mais acelerado, como Israel e Estados Unidos. “No Brasil, é uma questão de tempo isso acontecer”, afirmou. Braga frisou, contudo, várias frentes ainda bastante complicadas no cenário doméstico, como reformas atrasadas, riscos ligados ao teto de gastos em um ambiente fiscal deteriorado, incertezas políticas, entre outros. Para ela, a elevação da taxa básica de juros pelo Banco Central para 2,75% ao ano, em ritmo mais forte do que o esperado, com a sinalização de que deve manter a magnitude do aperto na próxima reunião em maio, foi mais um componente positivo, mostrando que o BC está atento à inflação. A melhor performance do Ibovespa para um mês de março desde 2016 também encontrou respaldo nos balanços do último trimestre de 2020. A XP Investimentos destacou que a maioria dos resultados de empresas sob sua cobertura superou expectativas, dando continuidade à recuperação iniciado no terceiro trimestre.
Reuters
Brasil tem maior taxa de desemprego para um trimestre até janeiro; número de ocupados aumenta
Nos três meses até janeiro, eram 14,272 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, contra 14,061 no trimestre anterior e 11,913 milhões no mesmo período do ano anterior
O número de pessoas ocupadas no Brasil registrou a maior expansão para um trimestre encerrado em janeiro, mantendo o caráter de informalidade na recuperação do mercado de trabalho sob impactos da pandemia, mas com a taxa de desemprego no maior nível para o período. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou na quarta-feira que a taxa de desemprego ficou em 14,2% nos três meses até janeiro, de 14,3% de agosto a outubro de 2020. O quarto trimestre fechou com desemprego em 13,9%. O país havia encerrado 2020 com taxa média de desocupação de 13,5%, a maior desde 2012, de acordo com os dados da Pnad Contínua. Esse resultado foi consequência das medidas de restrição à pandemia da Covid-19, sendo que o mercado de trabalho costuma ser o último a se recuperar em tempos de crise. Nos três meses até janeiro, eram 14,272 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, contra 14,061 no trimestre anterior e 11,913 milhões no mesmo período do ano anterior. Já o total de pessoas ocupadas apresentou alta de 2,0% no período sobre agosto a outubro, alcançando 86,025 milhões. Mas em relação ao mesmo período do ano anterior, o contingente despencou 8,6%. “Apesar de perder força em relação ao crescimento observado no trimestre encerrado em outubro, a expansão de 2% na população ocupada é a maior para um trimestre encerrado em janeiro. Esse crescimento ainda tem influência do fim de ano, já que novembro e dezembro foram meses de crescimentos importantes”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. Mas a melhora no número de ocupados ainda se deveu à informalidade no mercado de trabalho. Os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada tiveram ganho de apenas 0,1% no trimestre até janeiro sobre agosto a outubro, alcançando 29,792 milhões, enquanto o contingente daqueles que não tinham carteira assinada chegou a 9,809 milhões, um avanço de 3,6%. “A perda de força no crescimento da ocupação vem principalmente da menor expansão na Indústria, no Comércio e na Construção”, disse Beringuy. Entre novembro e janeiro, o rendimento médio real dos trabalhadores foi de 2.521 reais e de 2.597 reais entre agosto e outubro apontou o IBGE.
Reuters
Dívida bruta chega À marca recorde de 90% do PIB em fevereiro
A dívida pública bruta do setor público brasileiro atingiu o patamar recorde de 90% do PIB em fevereiro, impulsionada mais uma vez pelo crescimento da colocação de títulos em mercado pelo Tesouro para cobrir o déficit das contas públicas e também pelo aumento do valor, em reais, do estoque da dívida externa como resultado da desvalorização cambial
O nível da dívida bruta, indicador fiscal acompanhado mais de perto por analistas, é o maior da série do Banco Central, iniciada em 2006, mostraram dados divulgados na quarta-feira pela autoridade monetária, e se compara a uma dívida de 89,4% em janeiro. No mês passado, o setor público voltou a registrar déficit na sua conta primária –que não inclui receitas e despesas com juros–, após um superávit recorde em janeiro, mês em que tradicionalmente o saldo é positivo. O déficit primário foi de 11,700 bilhões de reais, bem abaixo do rombo registrado em fevereiro do ano passado (20,901 bilhões de reais). Dados do Ministério da Economia mostraram que as receitas da União cresceram em fevereiro acima das despesas, alavancadas pela recuperação da economia e por arrecadações extraordinárias. A perspectiva para as contas, no entanto, segue envolta em incertezas, diante do aumento de medidas de fechamento da economia em meio ao agravamento da pandemia no país, da crescente demanda por despesas para o enfrentamento da crise e do imbróglio em torno do Orçamento de 2021, que ainda não foi sancionado pelo Presidente Jair Bolsonaro. No acumulado em 12 meses, o rombo primário equivale a 9,23% do PIB, recuo em relação ao indicador de janeiro, que estava em 9,39% do PIB. Já as despesas com juros seguiram em alta em fevereiro, totalizando 29,197 bilhões de reais, aumento de 700 milhões de reais sobre fevereiro do ano passado, sob o impacto da aceleração da inflação –que corrige parcela da dívida em títulos– e do crescimento do próprio estoque da dívida. A dívida mobiliária (em títulos) em mercado do governo geral aumentou em 116 bilhões de reais em fevereiro sobre janeiro, para 4,494 trilhões de reais, contribuindo para o aumento da dívida bruta total. Já o estoque da dívida externa teve alta de quase 30 bilhões de reais com a desvalorização cambial, a 858,4 bilhões de reais.
Reuters
Prévia da carga tributária caiu para 31,64% do PIB em 2020
Isenções e contração econômica da pandemia provocaram queda
A prévia da carga tributária (peso dos impostos e demais tributos sobre a economia) caiu para 31,64% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, divulgou o Tesouro Nacional. Em 2019, o mesmo indicador tinha atingido 32,51%, diferença de 0,87 ponto percentual. Segundo o Tesouro, dois fatores pesaram para a diminuição da carga tributária. O primeiro foi a contração da atividade econômica decorrente da pandemia de covid-19. Com a queda na produção e no consumo, menos pessoas pagam impostos. Isso pode ser explicado pelo recuo de 0,55 ponto percentual do PIB na arrecadação de tributos sobre bens e serviços. O segundo fator foi a isenção de vários tributos durante a pandemia. Somente a redução a zero do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o crédito, que vigorou de abril a dezembro do ano passado, respondeu por uma redução de 0,26 ponto percentual do PIB. Outros tributos com destaque na redução da carga tributária foram o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), com impacto negativo de 0,34 ponto percentual, e o Imposto sobre Serviços (ISS), administrado pelos municípios, com recuo de 0,06 ponto percentual. Os dois tributos são ligados ao consumo e refletem a queda nas vendas. O Tesouro também apresentou uma estimativa do impacto da Proposta de Emenda à Constituição Emergencial (PEC Emergencial) sobre a evolução da dívida pública. Segundo o órgão, a Dívida Bruta do Governo Geral, indicador do Banco Central que reúne a dívida da União, de estados e de municípios, deverá cair de 88,8% em 2020 para 88,1% neste ano e chegar a 2030 em 83,3% no cenário base e em 72,5% no cenário otimista. O cenário base, informou o Tesouro, contempla a não renovação de incentivos fiscais que perdem a validade em 2030 e o cenário otimista, a redução pela metade desses benefícios.
Agência Brasil
Setor agropecuário teve em fevereiro o maior saldo na geração de empregos para o mês desde 2011
Segundo a CNA, foram, ao todo, 23.055 novos postos formais de trabalho
O setor agropecuário teve saldo positivo de 23.055 postos de trabalho formais gerados em fevereiro, o melhor resultado para o mês desde 2011 de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No acumulado no ano, a agropecuária abriu 56.041 novos postos de trabalho, número que representou 8,5% dos mais de 401 mil empregos gerados no país ao todo em janeiro e fevereiro. O número é quase 200% maior que o registrado no mesmo período de 2020, quando o setor teve saldo positivo de pouco mais de 19 mil vagas. As atividades agropecuárias que mais contribuíram para o resultado de fevereiro foram o cultivo de soja, com 6.108 postos, e a criação de bovinos, com 4.342. Completam a lista as atividades de apoio à agricultura e à pecuária (+1.873), cultivo de cana-de-açúcar (+1.822) e produção florestal (+1.768). Apenas o Nordeste não registrou saldo positivo na geração de novos empregos na agropecuária em fevereiro. As regiões Sudeste e Centro-Oeste foram as que mais há 19 horas Agronegócios criaram vagas no mês, com 17.241 e 4.574, respectivamente.
VALOR ECONÔMICO
EMPRESAS
BRF vai doar mais R$ 50 milhões para ajudar a combater covid-19 e seus efeitos
Iniciativa contempla ações em 15 Estados e em outros países nos quais a empresa tem instalações
A BRF anunciou que vai doar mais R$ 50 milhões em alimentos, equipamentos e insumos hospitalares para auxiliar o combate à pandemia da covid-19. A iniciativa contempla ações em 15 Estados brasileiros e em países onde a BRF tem unidades produtivas, centros de distribuição e escritórios. Em comunicado, a empresa afirma que o objetivo é prosseguir nos esforços para a contenção da disseminação do novo coronavírus, contribuir com o atendimento à população durante a fase emergencial e atuar no combate aos efeitos da pandemia. Os alimentos serão entregues a hospitais, organizações sociais e iniciativas de apoio a populações vulneráveis. Insumos hospitalares e equipamentos médicos, como ventiladores, usinas de oxigênio e leitos de UTI, serão destinados a secretarias municipais, estaduais e entidades de saúde. “Seguimos buscando fazer a nossa parte, contribuindo para o combate à pandemia e seus efeitos por meio de parcerias, pois acreditamos que a solidariedade e a cooperação são fundamentais neste cenário”, afirma Lorival Luz, CEO da BRF, no comunicado. “Há mais de um ano, estamos enfrentando um grande desafio, sem dúvida, uma situação sem precedentes e de alto impacto para todos nós. Por isso, a BRF segue atuando em toda a sua cadeia, tomando providências diariamente para garantir segurança, saúde e a sustentabilidade de todos aqueles envolvidos em seu contexto operacional e nas comunidades onde atuamos”, acrescenta o executivo. Em 2020, a companhia direcionou R$ 50 milhões em doações no Brasil e em países como Emirados Árabes, Kuwait, China, Turquia, Cingapura, Catar, Arábia Saudita e Omã.
VALOR ECONÔMICO
Perdigão encerra 2020 com liderança em categorias como industrializados e congelados
Mesmo em um cenário desafiador, a Perdigão registrou resultados positivos em 2020 garantindo a liderança em industrializados de carne, o que incluiu frios e embutidos, que atingiram 23,2% de share valor e 24,3% em volume, informou a empresa no mês passado. Os dados levantados pela Nielsen confirmam a estratégia assertiva da marca
Por ter se adaptado rapidamente ao novo cenário, mantendo-se próxima aos consumidores e trazendo soluções para o seu dia a dia, a Perdigão recebeu também o reconhecimento do público, sendo eleita pelo Latam Thermometer 2020, da Kantar, como a marca que mais ganhou novos consumidores no ano passado, demonstrando crescimento mesmo durante a pandemia e alcançando ao todo mais de 5 milhões de novos clientes. Confirmando sua importância em categorias de relevância no mercado de alimentos, a Perdigão alcançou esses resultados por ter alocado esforços em diversas frentes, entre as quais, o fato de a BRF, companhia detentora da marca, ter mantido o abastecimento diante de um cenário atípico, bem como ter apresentado novos produtos e antecipado tendências de consumo de diferentes gerações, perfis e hábitos. “Mesmo com todas as dificuldades de um ano atípico, Perdigão demonstrou sua excelência operacional e os fortes laços de confiança que mantém com os clientes. Os números apresentados são fruto de um trabalho consistente de aumento da produtividade, inovação e disciplina financeira”, ressaltou Marcelo Suárez, diretor de marketing das marcas BRF, na mesma nota. Esses pontos são reforçados na Visão 2030 da BRF, que em dezembro se comprometeu a triplicar de tamanho, superando os R$ 100 bilhões em receita anual e, assim, consolidar-se como empresa global de alimentos de alto valor agregado.
CARNETEC
FRANGOS & SUÍNOS
Vacinação será crucial para sustentar demanda doméstica por carne de frango
A vacinação contra covid-19 será crucial para sustentar a demanda doméstica por carne de frango no curto prazo, disseram analistas do Rabobank em relatório divulgado nesta semana
“Nos próximos meses, a demanda doméstica deve se recuperar sazonalmente e pode ser impulsionada pelo novo pacote de auxílio emergencial”, disse o Rabobank. “No curto prazo, uma maior velocidade na vacinação deverá ser um ponto crucial para sustentar a recuperação da demanda doméstica, já que apenas 4% da população foi vacinada até agora.” O consumo brasileiro de carne de frango teve forte queda nos primeiros meses deste ano, desafiando o setor produtivo, devido ao fim do auxílio emergencial em janeiro e a uma nova onda de contaminações pela covid-19, registrando número superior ao verificado na primeira onda da doença no ano passado. “Parte da redução na lucratividade foi mitigada pelas exportações e pela desvalorização da moeda, mas algumas regiões tiveram de reduzir o ritmo de produção para adaptar-se à demanda atual”, disse o Rabobank. Além na redução da demanda doméstica, frigoríficos brasileiros também tiveram queda nas compras pela China no início do ano. Segundo o Rabobank, as importações totais chinesas de carne de frango desaceleraram no início do ano devido às inspeções mais rígidas nos portos e preocupações em relação a produtos importados em meio à pandemia. A participação de mercado do Brasil no atendimento à demanda por carne de frango da China caiu de mais de 67% em 2019 para abaixo de 46% atualmente, segundo o banco. O Rabobank espera que importações chinesas continuem desaceleradas nos próximos meses diante do aumento nas inspeções nos portos.
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