Ano 3 | nº 584 | 23 de agosto de 2017
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo firme, com a margem das indústrias se estreitando
O movimento de alta para a arroba do boi gordo continua sua trajetória
Os preços subiram em vinte das trinta e duas praças pesquisadas pela Scot Consultoria na última terça-feira (22/8). A baixa oferta, típica do período de entressafra, junto ao menor volume de boiadas produzidas no primeiro giro de confinamento são fatores responsáveis pelo cenário do mercado. Além disso, com o mercado em alta, os pecuaristas que ainda têm boiadas terminadas seguram o gado à espera de preços maiores. Diante dos reajustes nas referências, as margens vêm se estreitando. Apesar de ainda estarem relativamente “confortáveis”, já se aproximam da média histórica. Para os frigoríficos que realizam a operação de desossa, atualmente as margens estão em 25,7%. Esse valor é quatorze pontos percentuais menor do que o observado em meados de julho. No mercado atacadista de carne bovina com osso não houve alteração. A carcaça de bovinos castrados está cotada em R$9,05/kg.
SCOT CONSULTORIA
SP: preço do boi gordo sobe 7% em agosto
Os preços do boi gordo em São Paulo já acumularam uma alta de 7,0% em agosto. Esse aumento nas cotações da arroba ocorre principalmente devido à redução na oferta dos animais. Os abates de bovinos diminuíram, falta matéria-prima e as indústrias têm pulado dias de escalas.
De acordo com a Scot Consultoria, esse cenário tem ajustado o mercado à demanda, que começou a segunda metade do mês em retração, e mantém os preços em alta. Esta foi a terceira semana seguida com valorizações da carne bovina no atacado, embora o ritmo de alta tenha diminuído. Na primeira e segunda semana de agosto as altas foram de 1,4% e 1,6%, respectivamente. Os últimos sete dias vieram com valorização de 0,5%. Já a carne vendida pelos frigoríficos teve valorização de 3,5%, mas ficou praticamente estável no varejo neste período. Ou seja, mesmo diante de um estoque mais enxuto, os repasses foram parciais. Este cenário fez as margens das indústrias diminuírem. A diferença entre a receita da indústria que faz a desossa e o preço pago pela matéria-prima, que era de 40,0% há pouco mais de um mês, agora está em 29,0%. Embora ainda estejam quase dez pontos percentuais acima da média histórica, desde que atingiu o pico, diminuiu os mesmos dez pontos percentuais. As vendas da carne aparentemente não decolaram como a alta nos preços poderia sugerir e este será o fator que irá influenciar as valorizações no mercado do boi gordo no segundo semestre do ano.
CANAL RURAL
Tem preço, mas não tem boi”. Frigoríficos paulistas buscam animais fora do estado e diferencial de preços com SP está menor
Preços da arroba tem potencial de alcançar novos patamares diante de pouca oferta de animais e novas unidades frigoríficas demandando. Mas ritmo das altas fica limitado pela lenta recuperação da economia
“Tem preço, mas não tem boi”. Esta é a atual situação do mercado do boi gordo no estado de São Paulo, como aponta Mariane Crespolini, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Houve uma redução do volume de animais prontos para abate, além de alguns produtores estarem segurando o boi, de olho em melhores preços com o movimento de alta que se apresenta no mercado. A oferta neste período é tradicionalmente menor, como lembra a pesquisadora. Os próximos meses representam apenas 10% do abate anual. Os frigoríficos estão com dificuldades de preencher escalas. Algumas plantas reabriram e a indústria está competindo entre si para conseguir boi. Para alguns, a estratégia é buscar os contratos a termo, garantindo as escalas para setembro e outubro. As exportações estão aquecidas, mas estas representam apenas 20% da venda da carne. Do lado do consumidor do mercado interno, a recuperação da economia é lenta e pode ser que haja uma dificuldade de repassar os preços da alta do boi gordo, o que poderia ser um fator limitante para os preços. Nos contratos a termo, a indústria tem buscado fechar no preço Cepea. Este ainda é um movimento tímido, principalmente para os produtores que possuem larga escala, além de os negócios serem realizados em um prazo um pouco mais curto. Ela aconselha os produtores a se protegerem realizando um contrato de preço mínimo via bolsa. Desta forma, o pecuarista se livra do risco por meio de uma ferramenta de proteção.
Notícias Agrícolas
Brasil poderá exportar até 20 mil cabeças de gado vivo por ano ao Myanmar
Acordo bilateral envolve venda de bovinos de elite para reprodução e melhoramento do rebanho do país asiático
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebeu comunicado do governo de Myanmar sobre a abertura do seu mercado para bois vivos comprados do Brasil. A expectativa do setor produtivo é exportar até 20 mil cabeças por ano ao país asiático. O acordo bilateral envolve a exportação de gado de elite, principalmente da raça zebuína, que será destinado à reprodução e ao melhoramento do rebanho de Myanmar, a fim de ampliar a produção de carne e leite. A abertura daquele mercado ao gado vivo brasileiro é resultado da conclusão de negociação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Irrigação de Myanmar. Em maio passado, o país do sul da Ásia começou a comprar material genético brasileiro (sêmen e embriões). Atualmente, o Brasil exporta bovinos e búfalos vivos para 21 países, além daqueles que compõem o Mercosul, segundo o coordenador substituto de Trânsito e Quarentena Animal do Mapa, Rodrigo Padovani. A ampliação do acesso a novos mercados importadores de bovinos e material genético é uma das conquistas sanitárias obtidas pelo Brasil na última década.
MAPA
MT registra alta na arroba do boi gordo por três semanas consecutivas
No encalço: Nos últimos dias a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) liberou os dados das exportações brasileiras de jul/17 e tais informações foram animadoras para a bovinocultura de corte de Mato Grosso
No último mês, o Estado obteve receita de US$ 107,16 milhões com a venda de 24,46 mil toneladas de proteína bovina in natura, o maior montante de receita obtido desde nov/15 e o maior volume de carne bovina vendido desde fev/14. Com estes resultados, Mato Grosso se aproximou muito de São Paulo (atual maior exportador) na geração de receita com a venda de proteína bovina total (in natura + industrializada). O montante arrecadado nas terras paulistas foi de US$ 107,59 milhões, ou seja, valor apenas 0,40% maior que o arrecadado por Mato Grosso. Desta forma, o Estado, que já é o maior produtor de proteína bovina do país, dá sinais de que já pode se tornar o maior exportador, bastando apenas um ambiente mais competitivo do ponto de vista logístico.
- Já são três semanas consecutivas nas quais os preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda se elevam. O boi gordo ficou cotado a R$ 118,94/@ e a vaca gorda a R$ 112,62/@.
• Com melhores preços sendo ofertados, a indústria tem conseguido comprar “melhor” e a escala de abate apresentou alta nesta semana, depois de quatro semanas em queda, apontando na média da semana 6,38 dias.
• O diferencial de base MT-SP registrou recuo de 2,57 p.p. nesta semana se comparado ao da última semana, ficando em média a – 13,17%.
• Respondendo às movimentações no mercado físico de São Paulo, o contrato corrente para ago/17 na BM&F/Bovespa registrou variação positiva de 3,23%, estabelecendo-se em R$ 136,07/@. Como apontado no texto acima, as exportações de proteína bovina in natura mato-grossense atingiram no mês de jul/17 a maior receita mensal desde nov/15. Tal número foi atingido graças a dois países do Oriente Médio: o Irã e o Egito. O primeiro gastou 64,02% a mais com a proteína bovina mato-grossense no comparativo mensal, posicionando-se como o principal comprador externo do Estado, enquanto isso, o Egito despendeu um montante 68,35% maior em jul/17 em relação a jun/17. Ao se juntarem com Hong Kong, estes três países são responsáveis por 64,06% dos envios mato-grossenses de carne bovina in natura do mês de jul/17. Cabe ressaltar que esta é a primeira vez na história que três países diferentes gastam mais de US$ 20 milhões com carne mato-grossense. Dito isso, vê-se que, após viver um momento delicado nos últimos meses, a proteína bovina de Mato Grosso volta às prateleiras do mundo.
Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea)
Novos adidos agrícolas devem colaborar para aumento da participação brasileira no mercado externo, diz Mapa
Treinamento foi iniciado nesta segunda-feira e vai até novembro
Contribuir para ampliar a participação brasileira no mercado internacional é a missão dos novos adidos agrícolas que iniciaram treinamento, nesta segunda-feira (21), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Eles atuarão, inicialmente, na Argentina, África do Sul, Arábia Saudita, China, Coréia do Sul, Índia, México, Rússia, Vietnã e Tailândia, países estratégicos do agronegócio brasileiro. A missão será estendida a novos países, até 2019. O treinamento foi organizado juntamente com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) para os integrantes de listas tríplices de servidores. No total, serão 25 adidos cobrindo 41 países até 2019. O secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, que participou do primeiro dia do treinamento, disse que “o grande desafio é mostrar para o mundo como produzimos no Brasil, com eficiência, qualidade, sustentabilidade e responsabilidade social”. Novacki destacou que a escolha de novos adidos agrícolas faz parte da estratégia para que o Brasil em cinco anos aumente a participação de 7% no mercado agrícola mundial para 10%. O Secretário de Relações Internacionais, Odilson Luis, ressaltou a importância da sustentabilidade da produção agrícola brasileira, “que irá agregar mais valor aos nossos produtos”. Participaram do evento o Presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, o presidente da Conab, Francisco Marcelo Rodrigues Bezerra, a secretária-executiva da Camex, Marcela Santos Carvalho e o diretor do departamento econômico do MRE, Pedro Miguel da Costa e Silva. O treinamento dos novos adidos será realizado no Mapa e no Instituto Rio Branco, e deverá ser concluído até 1º de novembro.
MAPA
EMPRESAS
J&F quer acordo de leniência com governo federal
Quatro meses após ter protagonizado um escândalo que quase derrubou o Presidente da República, a holding J&F quer acertar as contas com o governo federal
Representantes do grupo procuraram recentemente o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) dispostos a negociar um acordo de leniência. As conversas, segundo apurou o Valor, já estão em andamento e prometem inaugurar uma nova etapa das discussões sobre os acordos previstos na Lei Anticorrupção. Diferentemente das outras empresas que tentaram a leniência até hoje, a J&F não fornece produtos ou serviços ao governo, ou seja, não poderia ser enquadrada por fraude à licitação. O grupo dos irmãos Wesley e Joesley Batista irá responder à CGU por supostas vantagens auferidas por meio de empréstimos de instituições financeiras federais, sobretudo o BNDES. A expectativa é que a J&F esclareça se as operações foram direcionadas após pagamento de propina, prejudicando, assim, os demais requerentes de crédito público. Caso seja constatado algum tipo de fraude ao sistema financeira, o acordo de leniência poderia ser tocado pelo Banco Central, como base na Medida Provisória 784/17. Já os crimes de uso de informação privilegiada, do qual a J&F também é suspeita, levaria o acordo para a CVM, autorizada pela mesma MP a negociar leniência. A parte referente à propina, entretanto, segue na CGU. Se as negociações para o acordo não avancem, a empresa pode ser declarada inidônea, ficando impedida de tomar empréstimo com instituições financeiras públicas por até cinco anos. Apesar de estar vendendo ativos e reduzindo sua atuação no mercado brasileiro, a controladora da JBS quer evitar ingressar nessa “lista negra”. O clima beligerante com o Presidente Michel Temer, no entanto, coloca em xeque a disposição do governo em assinar qualquer acordo com a empresa. Quem participa das negociações, contudo, garante que os trâmites do acordo de leniência ficam isolados em uma comissão formada por técnicos e que a chance de interferência do governo é baixa. Pouco tempo após a divulgação da delação premiada, em maio, a J&F fechou um acordo de leniência com o Ministério Público Federal. A holding se comprometeu a pagar R$ 10,3 bilhões de multa, valor que será quitado ao longo de 25 anos. Esse acordo, porém, não se sobrepõe ao da CGU, ou seja, não livra a empresa de ser declarada inidônea. Para fechar acordo com o governo, a empresa provavelmente terá que assumir novos valores de multa. A Lei Anticorrupção estabelece uma escala que vai de 0,1% a 20% do faturamento da empresa infratora registrado no exercício anterior à instauração do processo administrativo. Das 29 empresas com processo administrativo aberto na CGU, 20 têm o valor do faturamento conhecido. Se aplicada multa média de 10%, o governo poderia arrecadar R$ 7,6 bilhões em multas. Mais da metade desse montante está concentrada em três empresas do grupo Odebrecht, que pagariam R$ 3,82 bilhões. A CGU, entretanto, ainda não aplicou nenhuma multa, com exceção da empreiteira UTC, que fechou acordo de leniência no mês passado, o primeiro entre as empresas envolvidas na Lava-Jato. O ex-ministro da CGU Valdir Simão explica que o dinheiro das multas tem como destino preferencial o ente lesado. No caso das empreiteiras da Lava-Jato, seria a Petrobras, mas para a JBS ainda não há uma definição clara. As empresas que já assinaram com o MPF defendem que esse acordo seja considerado pela CGU, sem a necessidade de novos desembolsos. O problema é que o cálculo do MPF não é baseado em nenhuma metodologia que comprove se tratar de um valor justo, o que leva órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) a buscarem seus próprios caminhos para o ressarcimento. Procurada, a J&F informou, por meio de sua assessoria, que não iria comentar as negociações para o acordo de leniência.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Colômbia informa que está livre de casos de febre aftosa
O Instituto Colombiano Agropecuário (ICA) informou que os casos ativos de febre aftosa que ocorreram em regiões da Cundinamarca e em uma zona rural de Cúcuta, a 300 metros da fronteira com a Venezuela, já foram concluídos
Houve o sacrifício sanitário de 3.325 animais em todas as zonas nas quais a doença apareceu, eliminando as fontes de infecção e diminuindo em uma alta porcentagem o risco de transmissão efetiva. O Ministro de Agricultura do país, Aurelio Iragorri Valencia, disse que foram aplicados todos os protocolos da Organização Mundial de Saúde Animal.
Notícias Agrícolas
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