CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 582 DE 21 DE AGOSTO DE 2017

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Ano 3 | nº 582 21 de agosto de 2017

NOTÍCIAS

Frigoríficos buscam saídas para reduzir alavancagem

Nos maiores frigoríficos do país, a ordem é desalavancar. A safra de balanços concluída na última semana mostrou que JBS, BRF, Marfrig e Minerva – todas listadas na B3 – apresentaram índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda nos últimos doze meses) superior a quatro vezes, nível elevado para um negócio de commodities

Para levar o endividamento a patamares mais confortáveis, os frigoríficos terão – com exceção da Minerva – de recorrer a vendas de ativos ou de participações em controladas. Historicamente reconhecida pela disciplina financeira, a BRF é o caso mais emblemático. Desde que foi criada em 2009, a partir da incorporação da Sadia pela Perdigão, a empresa nunca esteve tão alavancada. Em 31 de junho, a dívida líquida da BRF era 4,9 vezes maior que o Ebitda, o que levantou dúvidas sobre a manutenção do grau de investimento conferido à empresa pelas agências Standard & Poor’s (S&P) e Fitch. Em razão do desempenho aquém do esperado no segundo trimestre, a S&P colocou o rating da BRF em observação para possível rebaixamento. O alento, observou uma fonte próxima à companhia, é que a agência sinalizou que reduzirá a nota de crédito em apenas um nível – de “BBB” para “BBB-” -, o que ainda manteria o grau de investimento. Para começar a reverter a trajetória de deterioração do índice de alavancagem, a BRF alienou, na semana passada, grande parte das ações próprias que detinha em tesouraria, obtendo cerca de R$ 500 milhões. Na prática, a companhia se desfez dos papéis a preços mais baixos do que comprou. Na sexta-feira, as ações da BRF fecharam a R$ 40,94, ao que passo que as ações foram compradas acima de R$ 50,00. Para tentar contornar a perda, a BRF fez derivativos dos próprios papéis e ganhará com a valorização deles. Mas essa não é a única medida. A BRF também avalia a venda de ativos “não estratégicos”. Em teleconferência, o presidente Pedro Faria citou a possível venda de ativos florestais e imóveis. Ele não revelou o valor potencial, mesmo porque, argumentou, a venda dos ativos é apenas um “componente adicional” para reforçar o compromisso da companhia de reduzir seu índice de alavancagem a 2,5 vezes até o fim de 2018. Em meio às turbulências após a delação de seus controladores, a JBS deflagrou o plano mais agressivo do setor para reduzir o endividamento. Em julho, a empresa embolsou cerca de R$ 1 bilhão pela venda dos ativos no Mercosul à Minerva. Além disso, a JBS pretende obter R$ 6 bilhões com a venda de ativos. Aos poucos, o plano está evoluindo, e a companhia já acertou a venda de sua participação na Vigor, por R$ 780 milhões, à mexicana Lala. A expectativa é que a venda da Moy Park, que pode render 1 bilhão de libras (o equivalente a R$ 4 bilhões), tenha um desfecho até o fim de setembro, apurou o Valor. A JBS também é beneficiada pelo momento favorável dos negócios nos EUA, que devem reportar margem recorde no terceiro trimestre, contribuindo para a geração de caixa e a redução do endividamento. Também por isso, a empresa espera reduzir a alavancagem para 3,5 vezes já neste ano, e não só em 2018, como foi acordado com os bancos. Afora isso, a JBS também conta com a melhora da Seara, que sofreu com a disparada do milho em 2016, o que teve reflexo sobre o Ebitda e, consequentemente, sobre a alavancagem. Líder em carne de frango, a BRF também deverá se beneficiar da queda dos preços do cereal no país. Na Marfrig, segunda maior empresa de carne bovina no país, a redução da alavancagem deve vir com os recursos do IPO da subsidiária americana Keystone nos EUA. A intenção da Marfrig, que quer atingir uma alavancagem de 2,5 vezes até o fim de 2018, é fazer o IPO ainda neste ano, ressaltou Eduardo Miron, Vice-Presidente de finanças e relações com investidores da empresa. Para o BTG Pactual, o IPO da Keystone é “mandatório” para a redução da alavancagem da Marfrig. Entre os frigoríficos, a Minerva é a única que não está vendendo ativos ou participações. A empresa aposta na força dos ativos para gerar caixa, e nas sinergias que serão obtidas nos frigoríficos comprados da JBS. Ao Valor, o diretor de finanças da Minerva, Edison Ticle, afirmou que as estimativas iniciais de sinergias feitas pela empresa foram “bem conservadoras”. Ele não estipula metas, mas analistas apontam que a Minerva pode atingir uma alavancagem de 3 vezes ao longo do próximo ano.

VALOR ECONÔMICO

Preços cada vez mais firmes no mercado do boi gordo

A oferta está balizando o mercado e as altas se acumulam no mercado do boi gordo

Com a disponibilidade restrita de animais de pasto e a menor quantidade de animais de primeiro giro do confinamento, não está fácil compor as escalas das indústrias. A dificuldade na aquisição de matéria-prima vem encurtando as programações de abate e aumentando a ociosidade dos frigoríficos. Com isso, na busca por garantirem a manutenção dos estoques, os compradores ofertam preços maiores e o cenário fica cada vez mais firme. 

SCOT CONSULTORIA

Oferta curta é que fez o preço da carne bovina subir

Os abates de bovinos diminuíram, falta matéria-prima e as indústrias têm pulado dias de abate

Isso ajusta o mercado à demanda, que começou a segunda metade do mês em retração, e mantém os preços em alta. Foi a terceira semana seguida com valorizações da carne bovina no atacado, embora o ritmo de alta tenha diminuído. Na primeira e segundas semanas de agosto as altas foram de 1,4% e 1,6%, respectivamente. Os últimos sete dias vieram com valorização de 0,5%. Está claro que a alta no preço da arroba vem, primeiro, da redução na oferta de matéria-prima. Este mês, até agora, a arroba do boi em São Paulo subiu 7,0%. A carne vendida pelos frigoríficos teve valorização de 3,5% e ficou praticamente estável no varejo neste período. Ou seja, mesmo diante de um estoque mais enxuto, os repasses foram parciais. Este cenário fez as margens das indústrias diminuírem. A diferença entre a receita da indústria que faz a desossa e o preço pago pela matéria-prima, que era de 40,0% há pouco mais de um mês, agora está em 29,0%. Embora ainda esteja quase dez pontos percentuais acima da média histórica, desde que atingiu o pico, diminuiu os mesmos dez pontos percentuais. Ou seja, as vendas aparentemente não decolaram como a alta nos preços poderia sugerir e este será o fator que irá modular as valorizações no mercado do boi gordo no segundo semestre do ano.

SCOT CONSULTORIA

Após seis meses de preços em queda, arroba do boi começa a reagir em MT

Em Cuiabá, a arroba foi cotada a R$ 121, 5% a mais do que os R$ 115 registrados no começo de julho

Os preços da arroba do boi gordo em Mato Grosso estão reagindo, após quase seis meses de desvalorização. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) atribui a reação à entressafra, à reabertura de frigoríficos e à redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de 9% para 4%, que vigora desde 1º de julho. Em Cuiabá, a arroba foi cotada a R$ 121 nesta semana, 5% a mais do que os R$ 115 registrados no começo do mês passado. “A reabertura de plantas é positiva, mas o fator mais importante foi a possibilidade de abate em outras regiões, uma vez que as indústrias de outros Estados estão procurando nosso produto”, afirmou em nota o representante regional Acrimat em Vila Bela da Santíssima Trindade, Cristiano Alvarenga. “Mato Grosso possui o maior rebanho comercial de bovinos. É um dos principais exportadores de carne e a desvalorização do mercado tem impactos diretos na economia de grande parte dos municípios”, disse o Diretor-Executivo da Acrimat, Luciano Vacari. No início de agosto, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) assinou um convênio com o Ministério da Agricultura para aderir ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), que faz parte do Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária (SUASA). Com isso, as indústrias regionais que solicitarem a certificação poderão comercializar seus produtos em todo o território nacional. Para a Acrimat, isso deve aumentar a demanda pela carne mato-grossense e fortalecer as pequenas e médias indústrias.

ACRIMAT

Preços do boi gordo voltam a subir com oferta restrita, diz Agência Safras

O mercado de boi gordo apresentou preços mais altos nesta semana nas regiões produtoras brasileiras

“A restrição de oferta no mercado interno é a grande justificativa para este movimento, além do aumento do frete em consequência do recente aumento dos impostos sobre combustíveis”, aponta o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Segundo ele, os preços devem continuar com viés de alta no curto prazo diante da perspectiva de que a oferta permanecerá limitada nas próximas semanas. Os preços médios da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização estavam assim na terceira semana de agosto.
São Paulo – R$ 134,00 a arroba, contra R$ 128,00 na segunda semana
Goiás – R$ 126,00 a arroba, contra R$ 122,00.
Minas Gerais – R$ 127,00 a arroba, contra R$ 124,00 a arroba.
Mato Grosso do Sul – R$ 123,00 a arroba, contra R$ 118,00.
Mato Grosso – R$ 122,00 a arroba, contra R$ 121,00.
As exportações de carne bovina “in natura” do Brasil renderam US$ 198,5 milhões em agosto (9 dias úteis), com média diária de US$ 22,1 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A quantidade total exportada pelo país chegou a 46,6 mil toneladas, com média diária de 5,2 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.256,40. Na comparação com julho, houve ganho de 2% no valor médio diário da exportação, alta de 2,3% na quantidade média diária exportada e ganho de 0,5% no preço médio. Na comparação com agosto de 2016, houve avanço de 44,7% no valor médio diário, alta de 44,6% na quantidade média diária e valorização de 0,1% no preço médio.

Agência Safras

Amazonas pode ser reconhecido internacionalmente livre da aftosa com vacinação em 2018

Mapa mostra que ainda é necessário fortalecer pontos essenciais. Segundo Marques, o estado tem a seu favor baixíssima vulnerabilidade à doença

O Diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, disse que o estado Amazonas poderá ser reconhecido como área livre da febre aftosa com vacinação em maio do ano que vem, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e livre da doença sem vacinação em 2020. O Diretor e técnicos do Mapa visitaram unidades do serviço sanitário amazonense nesta semana (de 15 a 18) em diferentes municípios do estado. Para viabilizar o reconhecimento, o Mapa elencou aspectos que precisam ser priorizados à Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) e a autoridades estaduais, como contratação de profissionais efetivos para a agência; reforma de 11 unidades veterinárias locais (UVLs) e construção de seis Escritórios de Atendimento à Comunidade (EACs). Também deverá ser feita a aquisição ou redistribuição de veículos e canoas com motor para aparelhar as regiões de fronteira, do Médio Solimões e da área metropolitana. O governador interino David Almeida e representantes do setor privado asseguraram que haverá atendimento da solicitação. O Mapa já investiu por meio de convênios mais de R$ 25 milhões em ações de erradicação da aftosa no Amazonas, nos últimos anos. Só em 2017, foram repassados R$ 3 milhões. Segundo Marques, “o estado tem a seu favor baixíssima vulnerabilidade à doença, pois é protegido por barreiras físicas e naturais (floresta densa e rios extensos), além da visível melhoria do sistema de defesa estadual e de estudo soroepidemiológico, que mostra ausência de circulação viral, há muitos anos”. O Diretor explica ainda que a Adaf foi estruturada, em 2016, e já vai executar as medidas de erradicação da doença de acordo com as normas do Programa Nacional de Erradicação à Aftosa (PNEFA), que prevê mudança da vacina e a retirada gradual da imunização dos rebanhos. O Amazonas sai na frente dos demais estados e poderá ser um dos primeiros a retirar a vacinação contra a febre aftosa, a partir de 2020, caso seja aprovado o pleito brasileiro perante a OIE (Organização mundial de saúde Animal). No programa de erradicação da doença, está previsto que a retirada total da vacinação será feita até 2023, começando pelo Norte do país, o chamado Bloco 2, que compreende Amazonas, Amapá, Pará e Rondônia. Veja a íntegra do PNEFA.

MAPA

Maggi: Modernização do Mapa é essencial para fortalecer o agro brasileiro

Em Barra do Garças, ministro diz que contratação de pessoal reforçará sistema de fiscalização

A modernização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é fundamental para impulsionar ainda mais o agronegócio brasileiro, disse nesta sexta-feira (18) o Ministro Blairo Maggi (Agricultura), durante o Encontro Regional da Agricultura em Barra do Garças (MT). Além da revisão e desburocratização de normas, ele ressaltou que o Mapa precisará ampliar o quadro de pessoal para reforçar a fiscalização e controle da sanidade e qualidade dos produtos alimentícios. “Hoje, estamos com processo seletivo público simplificado aberto para contratação temporária, por um ano, renovável por mais 12 meses, de 300 veterinários”, assinalou. “E ainda vamos abrir concurso público para contratar mais 300 auditores fiscais federais agropecuários”.  Segundo ele, a reestruturação total do sistema de fiscalização do Mapa exigirá, ao todo, a contratação de cerca de outros 2 mil profissionais. “Necessitamos de segurança para não perder o mercado mundial”. Esses esforços, destacou Maggi, fazem parte da estratégia de elevar de 7% para 10% a participação brasileira no mercado global de alimentos. “Sabemos produzir, mas para vender mundo afora e ser respeito é preciso entender que há muitas coisas que não estão sob nossos olhares. A relação entre o produtor e o consumidor parece simples, mas não é. Entre eles, há milhares de regras e acordos internacionais, que exigem a atuação do Ministério da Agricultura e de outras áreas do governo federal”. Por isso, acrescentou Maggi, o Mapa tem que se modernizar para contribuir com a expansão do agronegócio brasileiro no comércio mundial. Como exemplo da necessidade de fortalecer o sistema de fiscalização, o ministro citou a relação com os Estados Unidos. “Levamos 17 anos para abrir aquele mercado à nossa carne bovina in natura e o perdemos em sete meses em decorrência da Operação Carne Fraca”. Maggi lembrou também que a operação da Polícia Federal trouxe sérias consequências. “Foi um momento tenso, mas importante para o Brasil mostrar ao mundo que é capaz de dar respostas rápidas em situações adversas”.  De acordo com ele, já está tudo resolvido em relação à Carne Fraca no exterior, embora alguns países importadores ainda tenham certa desconfiança, o que é normal no mercado mundial”. Em sua participação no encontro, o Secretário-Executivo do Mapa, Eumar Novacki, enfatizou que a pasta implantou o programa de compliance (Programa de Conformidade do Agronegócio Brasileiro) e está se reunindo com o setor privado para incentivá-lo a adotar medida semelhante. Na avaliação de Novacki, é importante para o Brasil mostrar ao mundo que tem regras rígidas e respeita e cobra das empresas que sigam tais normas.

MAPA

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