Ano 3 | nº 581 | 18 de agosto de 2017
NOTÍCIAS
BOI/CEPEA: Preço da arroba aumenta em todo o país
Cotações da arroba do boi gordo estão em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea
As cotações da arroba do boi gordo estão em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores do Cepea, as valorizações estão atreladas à participação elevada (90%) de animais engordados a pasto no abate, já que, com a intensificação da seca, praticamente não há mais animais de pasto disponíveis. Além disso, a principal indústria do setor retomou as compras, e outras plantas reabriram nos últimos meses, o que dificultou o preenchimento das escalas de abate por conta do aumento da competição entre as próprias indústrias pela matéria-prima. Nesse cenário, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo (estado de São Paulo) subiu 3,6% entre 9 e 16 de agosto, para R$ 132,15 nessa quarta-feira, 16.
Mercado do boi com fôlego para recuperação nos preços
Mercado do boi em recuperação
Os atuais patamares de preços indicam uma conjuntura bem mais favorável ao pecuarista do que a imaginada após o episódio da delação dos irmãos Batista. O encurtamento na oferta, após um período de venda mais concentrada no fim do período de safra, vem garantindo a recomposição de preços do boi gordo. A redução das escalas de abate em agosto, frente à observada nos últimos meses, é notória. Em São Paulo, existem frigoríficos que trabalham com apenas um dia de compras à frente. Os preços na praça paulista tiveram reajuste positivo neste fechamento, com a arroba do boi gordo cotada em R$133,50, à vista, já descontado o Funrural. Ainda existem indústrias que oferecem valores acima da referência. O movimento de recuperação nas referências deve manter o fôlego em curto prazo.
SCOT CONSULTORIA
Minerva diz que alta do boi não deve prejudicar margens nos próximos trimestres
A recuperação no preço da arroba do boi verificada desde o início de agosto, esperada para o período de entressafra, não deve prejudicar as margens da Minerva Foods nos próximos trimestres, segundo o Presidente da companhia, Fernando Galletti de Queiroz.
“A mensagem é positiva. Junho foi um mês muito bom em termos de margens operacionais e a tendência é continuar para o terceiro e o quarto trimestres, a despeito desse leve aumento na arroba do boi que foi bastante ocasionado também por esse período de entressafra”, disse Galletti de Queiroz em teleconferência de resultados com analistas na terça-feira (15). Os preços da arroba tiveram fortes quedas a partir de maio, após reveladas informações a respeito das delações de executivos da JBS sobre esquema de corrupção envolvendo políticos brasileiros. A redução nos abates por essa empresa colaborou para elevar a oferta de boi no mercado. Desde então, as margens dos frigoríficos começaram a melhorar devido ao aumento da diferença entre o valor do custo do boi e os preços de carne bovina. No caso da Minerva, as margens melhoraram significativamente em junho, para “dois dígitos altos”, cenário que vem perdurando desde então, segundo Galletti de Queiroz. Neste mês de agosto, os preços da arroba estão dando sinais de recuperação. O indicador do boi gordo da Esalq/BM&FBovespa subiu 5,27% no acumulado do mês até 16 de agosto, para R$ 132,15 por arroba. O executivo da Minerva disse que estão também ocorrendo altas nos preços de carne no mercado externo, tanto em dólar quanto em real, o que ajuda a compensar a elevação no preço da arroba. Já no mercado interno, ele avalia que “o pior já passou”. “Passamos a ter um cenário muito mais construtivo no mercado interno daqui pra frente, ainda que com algum delay. A gente confessa que esperava que essa recuperação começasse um pouco antes, mas em função de todas essas turbulências que por sinal acabaram saindo do nosso setor, acabou tendo um delay no início da recuperação do poder de compra no mercado interno”. O ciclo pecuário no Brasil deverá ter um período positivo nos próximos dois anos, com maior oferta de animais, segundo Queiroz. “E acreditamos que o pico desse ciclo vai estar em 2019”. A Minerva Foods, terceira maior processadora de carne bovina do Brasil, teve um prejuízo líquido de R$ 55,6 milhões no segundo trimestre, afetada pelos efeitos da variação cambial. A empresa registrou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) recorde de R$ 277,3 milhões no período, alta de 16,2% na comparação anual.
CARNETEC
Mercado de reposição se aquece e registra a maior alta semanal do ano
Após longo período de negociações truncadas e de recorrentes tentativas de compra por preços abaixo da referência, que davam um tom baixista ao mercado de reposição, surgem sinais de recuperação
O cenário de preços firmes para o boi gordo e o retorno da atratividade do confinamento movimentaram os negócios. Diante disso, o fechamento desta semana registrou a maior alta semanal do ano. É a primeira desde o início de março. No balanço semanal, na média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados pesquisados pela Scot Consultoria, as cotações registraram alta de 0,5%. Para o curto prazo a tendência é que a procura continue aquecida e as cotações se mantenham firmes. A baliza de preços entre compradores e vendedores deve se manter acirrada no curto prazo. Para quem pretende investir na compra, se atentar ao mercado do boi gordo passa a ser extremamente importante, uma vez que este possui alta correlação com o de reposição.
SCOT CONSULTORIA
Mercado futuro na semana
O mercado físico permanece com o mesmo cenário de pouca oferta disponível, preços firmes e muita briga por matéria-prima
Apesar das recentes quedas do Indicador Esalq à vista, que infelizmente não reflete a condição de mercado atual, o cenário ainda é de preços sustentados e com pressão altista. Já o mercado futuro deu uma trégua nas altas e após o contrato de out/17 fazer sua máxima recente a R$142,25/@ no pregão de 15/8, ele opera hoje ao redor de R$141,00/@ sem conseguir dar sequência à trajetória consolidada nas últimas semanas. Essa interrupção nas altas é até certo ponto esperada e saudável, já que o mercado futuro andou muito rápido na frente do mercado físico e agora precisa que o indicador diminua um pouco esse diferencial para dar um novo fôlego às cotações futuras. Tem nos chamado a atenção uma coincidência numérica do mercado atual com o que aconteceu logo após a “Operação Carne Fraca”, que foi a última vez que as escalas de abate tinham chegado ao redor de 3 dias uteis em nosso levantamento, como acontece agora. Atualmente estamos com um indicador à vista de R$132,15/@ e escalas no levantamento da Radar Investimentos em 3,05 dias uteis. Na última vez que isso aconteceu, a alta acumulada na semana seguinte foi de 4,5% levando os preços dos R$132,39/@ para R$138,41/@, livre de Funrural. Obviamente que a reação do mercado naquele momento não será necessariamente a mesma da atual, porém, essa comparação nos fornece uma ideia do que acontece quando se conjuga margens favoráveis, recuperação nas exportações, diferenciais de base estreitos e pouca oferta disponível. Nas próximas semanas conheceremos o resultado da soma desses fatores na conjuntura atual.
SCOT CONSULTORIA
Carne de frango e bovina vão bem nas exportações
Embarques em duas semanas de agosto indicam bons números para o mês…
Na segunda semana de agosto, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 873 milhões, resultado de exportações de US$ 3,913 bilhões e importações de US$ 3,040 bilhões. Foi uma melhora na comparação com os sete primeiros dias úteis, puxada pelo desempenho nas vendas de produtos básicos e semimanufaturados. No mês, as exportações já somam US$ 6,9 bilhões e as importações, US$ 5,7 bilhões, com saldo positivo de US$ 1,219 bilhão. Em nove dias úteis, a média de saída de carne de frango passou de 17 mil toneladas, o que pode indicar vendas de até 390 mil toneladas no mês. A carne bovina segue no mesmo ritmo, devendo cravar novamente mais de cem mil toneladas exportadas no mês.
BEEFWORLD
Arroba do boi segue trajetória de alta em SP com oferta restrita de animais e exportações fortes
Preços da arroba em SP oscilam entre R$133,00 e R$136,00 livres de impostos e podem ganhar novos patamares no curto prazo
Douglas Coelho, da Radar Investimentos, aponta que o mercado do boi gordo vem mostrando firmeza desde o começo de agosto, com espaço para novas altas. Ele conta que há preços de balcão sendo praticados em São Paulo que vão de R$133/@ a R$137/@, o que indica uma firmeza contínua no mercado físico, somado com o fator de que as escalas estão em declínio, com uma média de 3,5 dias úteis. A oferta de animais é escassa e os pecuaristas estão bem atentos para negociar e conseguir preços melhores. As exportações também deram sinais de que devem terminar o mês com bons níveis novamente, com uma estimativa de 111,2 mil toneladas, um dos maiores valores desde outubro de 2014. As margens historicamente altas das indústrias também fizeram com que os frigoríficos aumentassem a capacidade de abate. Marfrig e Minerva foram alguns dos que abriram novas unidades, justamente em um período de oferta escassa. Neste momento, Coelho visualiza que o mercado é dinâmico e que não é possível traçar uma realidade. Entretanto, ele visualiza que a faixa de preços em São Paulo é confortável para que os frigoríficos realizem seus negócios. Fatores como a entressafra, a geada e a queda de temperatura forte que tiraram boiadas dos pastos, a redução do ICMS em alguns estados e o primeiro giro com pouco incentivo também colaboraram para o período. Para o segundo giro, ele lembra que o mercado futuro é um bom estímulo. Refletindo a realidade do físico, a BM&F atinge patamares próximos de R$140/@.
Notícias Agrícolas
Pecuarista de SP é mais afetado pela crise do que o de MT
Os números do setor mostram que o pecuarista de São Paulo sofre mais os efeitos da crise do que os de Mato Grosso. O preço da arroba de boi gordo no norte de Mato Grosso é apenas 9% inferior ao praticado em São Paulo, mercado formador do preço nacional
O cenário atual é bem melhor para os pecuaristas mato-grossenses, uma vez que a diferença no mesmo período do ano passado era de 17%. Os dados são do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária). Luciano Vacari, da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), afirma, entretanto, que, diante de tudo o que vem ocorrendo no setor desde março, não se pode dizer que um esteja melhor do que o outro. “Enquanto o pecuarista de Mato Grosso está no hospital, o de São Paulo permanece na UTI”. Mariane Crespoline, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), diz que “há uma estiagem de bois em São Paulo”. A dificuldade de obtenção de boi pronto para abate leva a indústria paulista a buscar o gado em outros Estados, dando sustentação aos preços nessas regiões. Crespoline diz que “é pequeno o volume de gado pronto para abate para as próximas duas semanas”. Diante desse novo cenário no setor, parte dos pecuaristas mudou a forma de comercialização do gado. Antes, vendiam lotes grandes para ganhar no volume. Agora, o produtor separa os animais em lotes menores e tenta ganhar no preço. Animais com qualidade e rastreabilidade chegam a alcançar preços maiores em Goiás do que em São Paulo. Na média, no entanto, os preços de Goiás são menores do que os de São Paulo, segundo ela. Ângelo Ozelane, gestor técnico do Imea, diz que “essa redução de margem tem de tudo um pouco: mudança na alíquota de ICMS, Funrural, delação premiada e pastos de má qualidade”. Para Ozelane, outro fator de mudança nessa paridade foi o fato de a queda de preços do boi ter sido mais acentuada em São Paulo do que em outros Estados. Ele acrescenta, porém, que a diferença de preços está voltando ao normal. No caso de Mato Grosso, ela é de 11%, em média.
Folha de São Paulo
JBS respondeu por 38% do apoio do BNDES ao setor de carnes entre 2005 e 2016
Alvo de investigações da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União, o BNDES apresentou nesta terça-feira seu “Livro verde: nossa história como ela é”, uma compilação de dados e explicações sobre a atuação do banco, com foco no período de 2001 a 2016
A versão preliminar do livro mostra que a JBS abocanhou a maior fatia do apoio financeiro do banco ao setor de carnes. Dos R$ 31,2 bilhões desembolsados pelo BNDES para os frigoríficos entre os anos 2005 e 2016, a empresa ficou com 38% do total, considerando também o Bertin, que se fundiu à JBS. O grupo BRF ficou com 16%, seguido pela Marfrig/Seara, com 14%. A Seara foi comprada pela JBS do Marfrig em 2013. Os R$ 31,2 bilhões consideram duas modalidades de apoio do banco. Via financiamentos foram R$ 18,8 bilhões. Os R$ 12,4 bilhões restantes são de operações de mercados de capitais, por meio da BNDESPar, braço de participações da instituição. Somados, JBS e Bertin receberam R$ 8,1 bilhões da BNDESPar ou 65% do apoio da subsidiária do banco ao setor de carnes naquele período. Como resultado, as receitas da JBS saltaram de R$ 4 bilhões em 2005, início do processo de internacionalização da companhia, para R$ 170 bilhões em 2016. No livro, o BNDES justifica o apoio à JBS com a estratégia do governo passado de incentivar o setor de Proteína Animal, “com objetivo de consolidar o Brasil como o maior exportador mundial de proteína animal e fazer do complexo carnes o principal setor exportador do agronegócio brasileiro”. O banco ressalta ainda que entre 2005 e 2016 foram apoiadas mais de 17 mil unidades produtoras do setor no Brasil e que o resultado líquido das operações com a JBS estava positivo em R$ 3,5 bilhões no fim de 2016. Ele ressaltou que o apoio do banco ao Bertin foi anterior à fusão da empresa com a JBS e que, por isso, “o apoio (aos grupos frigoríficos) foi bem equilibrado”.
O Globo
Amazonas se torna zona livre de febre aftosa com reconhecimento nacional
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) concedeu ao Amazonas o status de área livre de febre aftosa com vacinação
O anunciou foi feito na quarta-feira, 16, na sede do Governo pelo Diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques. O reconhecimento abre mercado para exportação do gado e produtos de origem animal do Amazonas para outros estados brasileiros. Com o reconhecimento de área livre de febre aftosa com vacinação no território nacional o Amazonas segue agora para conquistar um novo pleito, agora com reconhecimento internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “Não temos dúvida de que nós já erradicamos a febre aftosa neste Estado. Agora precisamos melhorar alguns pontos para que possamos encaminhar o pleito a Organização Mundial de Saúde Animal e sermos reconhecido livre de febre aftosa com vacinação do ponto de vista internacional”, destacou Guilherme.
Amazonas Notícias
RS: Inspeção veterinária será terceirizada em 2018
Lei enfrenta duras críticas por parte dos fiscais estaduais agropecuários, que vão tentar reverter a decisão na justiça
Na terça-feira, dia 15, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou a mudança na inspeção veterinária em frigoríficos, que a partir de janeiro de 2018 vai permitir a terceirização dessa mão de obra. O novo modelo proposto pelo governo estadual agrada ao setor produtivo, mas desagrada os fiscais agropecuários. Com o novo modelo, as indústrias saem ganhando. É que hoje, muitas querem e não podem aumentar o turno de abate porque o estado não tem veterinários suficientes para acompanhar. Para o Presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, todos saem ganhando já que, atualmente, o estado não tem dado conta da demanda. “Há de forma concreta, atividades que estão sendo reprimidas, não estão sendo alcançadas, viabilizando a expansão das atividades de alguns estabelecimentos e mesmo empreendimentos novos também não estão sendo atingidos”, afirma. Outra vantagem é que o governo estadual ganha um fôlego nas contas: espera aumentar a arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em R$ 19 milhões. O Diretor Geral da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, Antonio Aguiar, explica que as empresas terão um inspetor veterinário habilitado através de uma empresa credenciada prestadora de serviço que realizará as funções básicas da inspeção – ante mortem, pós mortem e todo o acompanhamento da linha de abate – e o fiscal estadual agropecuário realizará a função de fiscalização. “Ele terá uma função esporádica dentro do frigorífico, não será permanente, ele irá de acordo com a necessidade, poderá ser diária, de dois em dois dias, uma vez por semana”, explica Aguiar. Mas o sistema será misto. Ou seja, nem todas as empresas vão ter este novo profissional. A Secretaria de Agricultura vai analisar e definir conforme necessidade. As empresas terão que se adequar a necessidade da secretaria em função do profissional disponível. Para elaborar o projeto, a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul foi conhecer o funcionamento desse modelo em outros estados. É o caso de Santa Catarina, Espírito Santo e Paraná. Neste último, todos os frigoríficos seguem esse tipo de fiscalização. “Conferimos várias empresas lá de vários tipos de abate, aves, bovinos, de suínos, conversamos com veterinários habilitados, com as empresas credenciadas, conversamos com donos de frigoríficos e serviço oficial. Que é, que tem funcionado muito bem lá, com muita harmonia entre todas as partes”, afirma Antonio Aguiar. Mas do outro lado, a lei tem recebido duras críticas por parte dos fiscais, que querem reverter a decisão. Segundo Ângela Antunes, presidente da Associação dos Fiscais Estaduais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afragro), os profissionais vão entrar com uma ação judicial. “É um projeto inconstitucional, porque ele terceiriza uma atividade fim da agricultura que é a inspeção, então nós vamos com essa denúncia junto ao Ministério Público Estadual”, diz. Já para Rogério Kerber, Presidente da Fundesa, não deve haver comprometimento da sanidade dos produtos e diz que o estado segue uma tendência mundial. “Os únicos dois países que mantém a condição, ou mantinham a condição de que essa atividade era prerrogativa de servidor público, é o Brasil e o Uruguai. Todos os demais países e países desenvolvidos inclusive, e aí podemos citar a Alemanha, a França, as atividades industriais são de responsabilidade da indústria”, finaliza.
CANAL RURAL
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