Ano 3 | nº 580 | 17 de agosto de 2017
NOTÍCIAS
Pouca oferta de matéria-prima mantém preço da carne firme e valoriza arroba do boi gordo
Mercado em alta em todo o país
É a oferta curta que dita o ritmo. São os animais de cocho que garantem a maior parte da escala das indústrias. Animais de pasto não aparecem em grande quantidade. A dificuldade de compra de matéria-prima, que se arrasta há pelo menos duas semanas, já faz algumas indústrias pularem dias de abate ou então trabalhar com ociosidade crescente. Mesmo com o consumo de carne em retração, natural para este período do mês, há um alinhamento com a disponibilidade do produto e os preços no atacado permanecem firmes, com tendência de alta, reduzindo a pressão sobre a margem das indústrias, mesmo pagando mais pela matéria-prima. Isso é importante para manter as valorizações, no mesmo ritmo, desde o começo do mês. É comum e recorrente, em todo o país, negociações com boi gordo e vaca gorda acontecerem acima das referências. Por outro lado, quem oferta preços menores, quase sempre, não efetiva os negócios. No curto prazo, a oferta curta é praticamente certa. Resta ficar de olho na situação de venda de carne, que será o fator a modular a alta de preços.
SCOT CONSULTORIA
Publicada IN sobre inovações tecnológicas na fabricação de produtos de origem animal
Setor privado desenvolverá os processos e Dipoa emitirá Termo de Não Objeção
Para acompanhar a evolução dos processos de produção dos produtos de origem animal (incluindo ovos, leite e mel), o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), editou a Instrução Normativa nº 30. A IN, que trata de inovações tecnológicas, publicada nesta terça-feira (15), no Diário Oficial da União, define critérios para análise de proposta, avaliação, validação e implementação de inovações empregadas em qualquer etapa de fabricação de produtos de origem animal. Os processos deverão obter um termo de Não Objeção do ministério, caso haja adequação às regras de segurança alimentar. São consideradas inovações: a mudança de maquinários das empresas, novos procedimentos de fabricação, inclusão de substâncias novas (aditivos, conservantes e outros), métodos de mitigação de microorganismos nocivos à saúde (patógenos) não utilizados atualmente ou que transformem significativamente o produto final. Ao adotar novos métodos, as empresas devem submeter ao Mapa, o pedido de aceitação dos processos. Para conceder ou não o certificado, o ministério irá fiscalizar adequação aos requisitos de inocuidade, identidade e qualidade dos alimentos, podendo acompanhar o seu desenvolvimento e suspendê-lo, caso não atenda aos requisitos previstos. Segundo o Diretor do Dipoa, José Luis Vargas, “a indústria processadora de alimentos de origem animal passou por grande evolução tecnológica ao longo das últimas décadas. O salto evolutivo aliado à grande demanda por alimentos e à mudança dos hábitos alimentares, aumentaram a busca por maior produtividade, diversificação de produtos e competitividade nos mercados nacional e internacional”. Para o Diretor o grande benefício da normatização é dar celeridade aos processos e complementar o novo Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). Em 2016, a Divisão de Avaliação de Inovações Tecnológicas (DITEC) foi criada, no ministério, para avaliar os requerimentos de utilização de inovações tecnológicas quanto à sua adequação aos requisitos de inocuidade, identidade e qualidade dos produtos de origem animal. “Da mesma forma que ocorre em outros países com grande produção de produtos de origem animal, o departamento busca, também, valorizar e estimular parcerias entre as indústrias de alimentos e as instituições de pesquisas e as universidades, para o desenvolvimento de tecnologias de produção inovadoras, seguras, e que ajudem a aumentar a oferta de alimentos e a competitividade das empresas brasileiras”, explica o Diretor.
MAPA
Aumento do número de bovinos vivos exportados pelo Brasil em julho
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em julho deste ano o Brasil exportou 46,4 mil cabeças de bovinos vivos, com faturamento total de US$28,5 milhões.
Em relação a junho o volume aumentou 84,8%. Já em relação ao mesmo período do ano passado, o volume foi 156,2% maior. Do total, 31,0 mil animais foram enviados para a Turquia, principal comprador de gado em pé do Brasil. Além da Turquia, em julho os animais foram enviados para o Líbano, Iraque e Egito. De janeiro a julho de 2017 foram exportados 174,19 mil animais, 18,2% a mais que no mesmo período de 2016.
SCOT CONSULTORIA
Chineses inspecionam serviço veterinário
Missões de rotina foram intensificadas após a Operação Carne Fraca
Até o próximo dia 21 de agosto, quatro inspetores do serviço sanitário chinês realizam auditorias técnicas no país. Os estados que fazem parte do roteiro das auditorias e as plantas frigoríficas a serem inspecionadas serão definidos em reunião inicial com representantes do Brasil, marcada para esta terça-feira (15), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Estão previstas inspeções em plantas industriais, além de fiscalizações no Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Pedro Leopoldo, MG, e na unidade do Sistema de Vigilância Agropecuária (Vigiagro) do Porto de Santos, SP. A missão tem como objetivo verificação de conformidade (atendimento às normas do acordo sanitário firmado com aquele país) do serviço veterinário oficial brasileiro. As missões de rotina foram intensificadas em função da Operação Carne Fraca. Segundo dados do Sistema Agroestat do Mapa, de janeiro a junho deste ano, foram embarcados US$ 834,8 milhões de carnes para o mercado chinês. No mesmo período de 2016, as exportações somaram US$ 890,3 milhões. A carne bovina foi a única que teve aumento na receita cambial na comparação semestral, passando de US$ 362,7 milhões para US$ 400,2 milhões.
Mapa
EMPRESAS
Marfrig quer finalizar IPO da Keystone ainda em 2017
A Marfrig Global Foods, segunda maior companhia de carne bovina do Brasil, pretende concluir a oferta pública inicial (IPO) de sua subsidiária baseada nos Estados Unidos, Keystone, ainda neste ano, informou o CEO global da companhia, Martin Secco, em teleconferência com analistas
“Demos início ao processo de abertura de capital no mercado norte-americano e as equipes permanecem trabalhando nos documentos necessários para que possamos concluir este processo ainda em 2017, dependendo certamente das condições do mercado”, disse Secco na quarta-feira (16). A Marfrig informou em maio que faria o IPO da Keystone nos EUA e que usaria os recursos obtidos no processo para financiar o crescimento da companhia e para “usos gerais corporativos”. A Keystone foi um dos principais destaques do resultado da Marfrig do segundo trimestre. Essa unidade atingiu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado recorde de US$ 69 milhões no período, alta de 3% em relação ao segundo trimestre de 2016. A Keystone também teve crescimento de 4% na receita líquida, para US$ 697 milhões, impulsionada por maior volume de vendas. Com sede nos EUA, a Keystone tem operações na América do Norte e na Ásia-Pacífico, atuando na produção de alimentos processados de proteína animal.
CARNETEC
S&P coloca ratings da BRF em revisão para possível rebaixamento
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) informou hoje que colocou o rating global da BRF em observação para possível rebaixamento
A S&P atribui rating “BBB” à BRF. A decisão da S&P sobre o rating da BRF deve ser tomada dentro de 30 dias. De acordo com a S&P, o possível rebaixamento da nota de crédito em um nível BRF se deve ao resultado fraco no segundo trimestre. No período, a BRF teve prejuízo de R$ 167,3 milhões. No comunicado em que revisa as perspectivas para as notas de crédito das empresas brasileiras, a BRF foi a única companhia a ter o rating colocado em observação para possível rebaixamento pela S&P.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Produção de carne mostra sinais de recuperação na Austrália
A combinação da deterioração das condições sazonais, da recuperação dos números do rebanho e dos abates sazonais de fêmeas resultou nos abates de bovinos e na produção de carne bovina da Austrália registrando o primeiro crescimento com relação ao ano anterior em dois anos
Um total de 658.985 bovinos adultos foram processados em junho, um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este aumento, juntamente com carcaças mais pesadas, resultou em um crescimento de 11% na produção de carne bovina, que totalizou 195.344 toneladas por mês no mês. O aumento do número de bovinos enviados a processadores reflete as condições de seca e as baixas perspectivas de chuvas para grande parte do país. Um número maior de machos processados impulsionou o aumento geral em junho – aumento de 13%, para 338.914 cabeças. O maior número de machos abatidos em relação aos níveis do ano anterior foi aparente nos últimos meses. No entanto, ao se avaliar as mudanças mensais em curto prazo, a proporção de adultos machos abatidos realmente diminuiu. O abate fêmeas aumentou em 1% em relação ao ano anterior, para 320.071 cabeças – representando 49% dos abates de bovinos adultos na Austrália durante junho. Esta proporção permanece bem abaixo dos níveis do ano anterior e da média dos últimos cinco anos e está de acordo com o maior abate de fêmeas. O peso médio nacional da carcaça de animais adultos aumentou em 4% com relação ao ano anterior em junho, para 296,43 kg/cabeça. Isso refletiu o maior número e proporção de gado confinado, devido à menor oferta de pastagem. Dados de março mostram que havia mais de um milhão de cabeças de animais confinados e as primeiras indicações são que este número cresceu ao longo do trimestre de junho. Os animais confinados também têm sido mantidos mais tempo em engorda, aumentando, assim, os pesos das carcaças. Em termos do ano financeiro de 2016-17, o abate e a produção foram prejudicados pela baixa disponibilidade de gado durante o período. A nível nacional, o abate de gado adulto totalizou pouco mais de 6,9 milhões de cabeças para os 12 meses até junho, 15% a menos que no mesmo período do ano anterior. O declínio foi predominantemente atribuído a 19% menos fêmeas adultas processadas do que no ano anterior – sinalizando a intenção de reter fêmeas e de reconstrução do rebanho. Enquanto isso, os abates de machos caíram em 11% com relação ao ano anterior. A produção foi compensada um pouco por um aumento de 4% (10,1kg) no peso médio da carcaça do gado adulto, para 293,21 kg/cabeça. No entanto, a produção de carne bovina em 2016-17 diminuiu em 12%, para 2,05 milhões de toneladas – o menor volume de ano fiscal desde 2008-09. Para o restante de 2017, espera-se que o abate e a produção permaneçam acima dos níveis do ano anterior, devido à deterioração das condições sazonais e às perspectivas de poucas chuvas, particularmente no sul da Austrália. Além disso, espera-se que as restrições da oferta diminuam um pouco, uma vez que a retenção de fêmeas resulta em reconstrução de um rebanho e uma maior proporção de gado é enviada do confinamento.
Meat and Livestock Australia (MLA)
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