Ano 11 | nº 2497 | 30 de junho de 2025
NOTÍCIAS
Boi gordo: sem mudança do preço nas praças paulistas
A oferta de bovinos aumentou nos últimos dias e a venda de carnes apresentou sinais de piora, para o mercado interno. Alguns compradores estão fora das compras e vão aguardar os resultados das vendas desse fim de semana para prosseguirem com os negócios.
Pelos dados da Scot, a arroba do boi gordo “comum” continua valendo R$ 313 no mercado paulista, R$ 5/@ a menos o valor de balcão do “boi-China” (R$ 318/@). Na quinta-feira (26/6), a Scot apontou queda de R$ 2/@ no preço do animal abatido em São Paulo, refletindo justamente o aumento da oferta de lotes prontos. O analista Felipe Fabbri, da Scot, lembra que o câmbio atual – que atingiu o menor nível de 2025 – tem colaborado para que as margens, em reais, dos frigoríficos exportadores não avançassem tanto. A oferta de bovinos aumentou nos últimos dias e a venda de carnes apresentou sinais de piora, para o mercado interno. Alguns compradores estão fora das compras e vão aguardar os resultados das vendas desse fim de semana para prosseguirem com os negócios. Mesmo assim, o preço não mudou para todas as categorias. As escalas de abate atendem, em média, a nove dias. No Acre, a cotação não mudou em relação à ontem. As escalas de abate estão, em média, para trinta dias. No Sul de Goiás compradores estavam com escalas de abate confortáveis e alguns estavam fora da compra de machos. A venda de carnes diminuiu, e o volume atual de oferta era suficiente para atender à demanda. Nesse sentido, o preço do “boi China” caiu R$3,00/@ e, para as demais categorias, o preço caiu R$2,00/@. As escalas de abate atendem, em média, a sete dias. No Sul do Tocantins sem alteração na cotação em relação à ontem.
Scot Consultoria
Expectativa de boa disponibilidade de animais terminados
O mercado físico do boi gordo apresentou queda em seus preços no decorrer da sexta-feira (27). Segundo o consultor de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios sugere por novas tentativas de compra em patamares mais baixos, diante do avanço da oferta de animais terminados na última semana.
“A expectativa de boa disponibilidade de animais terminados em regime intensivo durante o mês de julho, com boa incidência de animais de parceria (contratos a termo), leva a crer em manutenção das escalas de abate em uma posição de maior conforto”, acredita. Segundo ele, por outro lado, as exportações em bom nível ainda são o grande elemento de demanda a ser considerado, com resultados expressivos em volume e principalmente em receita. Média da arroba do boi gordo: São Paulo: R$ 317,33 — ontem: R$ 319,83. Goiás: R$ 297,14 — na quinta: R$ 299,82. Minas Gerais: R$ 303,82 — anteriormente: R$ 307,06. Mato Grosso do Sul: R$ 315 — ontem: R$ 316,02. Mato Grosso: R$ 322,70 — quinta-feira: R$ 322,97. O mercado atacadista encerrou a semana apresentando acomodação em seus preços. Conforme Iglesias, a expectativa é de alguma recuperação dos preços da carne bovina no curto prazo, limitadas pelo padrão de consumo vigente em 2025. “O baixo poder de compra da população brasileira remete ao consumo de proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango, embutidos e ovos. Essa dinâmica é especialmente importante para famílias cuja renda familiar flutua entre um e dois salários-mínimos”, pontuou o analista. O quarto traseiro permanece precificado a R$ 23 por quilo, o dianteiro ainda é cotado a R$ 19 por quilo e a ponta de agulha permanece a R$ 18,50 por quilo.
Agência Safras
Preço do boi gordo encerrou a semana com estabilidade na maioria das regiões
Alguns compradores estão fora das compras e vão aguardar os resultados das vendas desse fim de semana para prosseguirem com os negócios. A procura de frigoríficos supera a oferta de animais para abate, que tem passado a contar com lotes de confinamento
A semana encerrou com estabilidade na maioria das regiões pecuárias do Brasil. Segundo a Scot Consultoria, a oferta de bovinos aumentou nos últimos dias e a venda de carnes apresentou sinais de piora, para o mercado interno. Alguns compradores estão fora das compras e vão aguardar os resultados das vendas desse fim de semana para prosseguirem com os negócios. Das 32 regiões pecuárias acompanhadas pela Scot, os preços nesta sexta-feira (27/6) não tiveram alterações em 24 locais. Houve quedas em cinco praças: Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), sul de Goiás, norte de Mato Grosso e Redenção (PA). Já no sul e oeste da Bahia e em Santa Catarina, houve alta de preços. Nas praças de Araçatuba e Barretos, referências para o mercado paulista, a cotação ficou inalterada. O preço do boi gordo permaneceu em R$ 313 a arroba para pagamento a prazo. Os valores do “boi China”, da vaca e da novilha também não mudaram. As escalas de abate atendem, em média, a nove dias. Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que os preços do boi, da vaca, novilha e reposição seguem firmes. A procura de frigoríficos supera a oferta de animais para abate, que tem passado a contar com lotes de confinamento – esses animais tendem a alcançar valores maiores que os de pasto. “A liquidez está relativamente baixa. Diante do menor interesse comprador, pecuaristas não forçam vendas. O predomínio é de negócios a preços estáveis”, afirma o Cepea. Segundo o Cepea, neste ano, a taxa de ocupação dos confinamentos está bem maior que em 2024. No comparativo de junho de 2025 com o mesmo mês do ano passado, o aumento é de quase 27%, segundo acompanhamentos da empresa DSM-Tortuga em vários Estados. Em maio, a taxa de ocupação esteve quase 40% superior à de um ano atrás. No mercado atacadista de carne com osso em São Paulo, pesquisas do Cepea indicam que as cotações também vêm se sustentando, mesmo neste período do mês, em que há certa lentidão nas vendas. A consultoria Agrifatto destaca que a limitação de renda do consumidor tem pressionado o varejo, resultando em vendas fracas e ausência quase total de pedidos de reposição. Como reflexo, aumentaram as devoluções e recusas de cargas, enquanto centros de distribuição operam com mercadorias represadas e embarques adiados.
Globo Rural
Tom baixista na cotação da vaca em Belo Horizonte
O aumento da oferta de bovinos, somado a um lento escoamento de carne bovina, tem impactado as cotações.
A oferta de bovinos está maior na região. A perda de sustentação dos pastos devido ao avanço da entressafra de capim tem levado os pecuaristas a ofertarem um número maior de animais para venda, o que, somado a um mercado interno moroso para a compra de carne bovina, tem sustentado as cotações. Com isso, na comparação semanal, para a cotação do boi gordo, não houve alteração nos preços, sendo comercializado em R$295,50@. A cotação da vaca recuou 0,7%, ou R$2,00/@, enquanto a da novilha se manteve estável na comparação semanal. A vaca está sendo negociada a R$271,00/@ e a novilha a R$279,00/@, segundo levantamento da Scot Consultoria. Os preços são a prazo e já descontados os impostos (Senar e Funrural). Em São Paulo, o diferencial de base do boi gordo é de R$13,00/@, ou menos 4,4%, com a arroba negociada em R$308,50, considerando o preço a prazo e livre de impostos. A expectativa para o curto prazo é de estabilidade a baixa nas cotações.
Scot Consultoria
ECONOMIA
Dólar tem queda, apesar de fluxo de saída e fecha semana em R$5,4831
O dólar à vista encerrou a sexta-feira com leve baixa, após dados favoráveis de inflação nos EUA darem suporte à busca por divisas mais arriscadas, como o real, em movimento parcialmente compensado pela saída de moeda norte-americana do Brasil após a derrubada dos aumentos de IOF durante a semana.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,28%, aos R$5,4831. Na semana, a divisa acumulou queda de 0,79% e, no ano, tem recuo de 11,26%. Às 17h32 na B3 o dólar para julho subia 0,11%, aos R$5,4890. O Departamento de Comércio informou que o índice PCE — o indicador preferido de inflação do Federal Reserve — teve alta de 0,1% em maio, ganho igual ao de abril e exatamente o que economistas consultados pela Reuters projetavam. Em 12 meses — taxa que é referência para a meta de inflação do Fed –, o PCE atingiu alta de 2,3%, acelerando em relação ao ganho revisado de 2,2% no mês anterior, mas em linha com a projeção em pesquisa da Reuters. O acumulado de 12 meses também ficou próximo da meta de 2% de inflação perseguida pelo Fed. Em reação aos números, os investidores globais foram em busca de ativos mais arriscados, como ações e moedas de países emergentes, como o real. “Tivemos um volume de saída (de dólares) muito grande hoje, com muita gente aproveitando a derrubada do IOF para sair do país”, comentou durante a tarde João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos. “Muita gente vinha segurando operações à espera do que iria acontecer com o imposto”, acrescentou. Com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmando nesta sexta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se tiver o aval da Advocacia-Geral da União (AGU), deve ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso, investidores aproveitaram o IOF menor na sexta para acelerar remessas ao exterior. Este movimento foi influenciado pelo fato de segunda-feira ser o último dia útil do mês e do trimestre — momento em que o fluxo de recursos tende a ser de fato maior. Em um indicativo de que a liquidez na sexta-feira esteve especialmente forte, até as 17h20 o dólar para julho — atualmente o mais negociado no Brasil — já havia movimentado quase 350 mil contratos na B3, sendo que em sessões normais o número fica mais próximo dos 200 mil. Como a definição da Ptax de fim de mês e de trimestre ocorrerá na segunda-feira, a expectativa é de liquidez forte também na próxima sessão.
Reuters
Ibovespa tem leve queda em dia de menor liquidez; Vale limita perdas
As discussões no Senado dos Estados Unidos para a tramitação do pacote de gastos do presidente americano, Donald Trump, dominaram as atenções dos investidores durante a tarde, assim como o anúncio feito por Trump de que os EUA encerraram as negociações com o Canadá
Em uma sessão de menor liquidez, o Ibovespa encerrou em queda de 0,18%, aos 136.866 pontos, chegando aos 136.469 pontos, na mínima do dia, e aos 137.209 pontos, na máxima, com o exterior no foco. O avanço expressivo das ações da Vale ajudou a amortecer as perdas de outras blue chips, caso de e de alguns bancos. Na semana, a principal referência acionária local recuou 0,18%. O índice chegou a esboçar uma reação ligeiramente mais positiva em alguns momentos do pregão, mas voltou a cair durante a tarde, quando as principais bolsas americanas perderam fôlego e passaram a oscilar entre perdas e ganhos até fechar em alta: o Dow Jones subiu 1,00%; e o S&P 500 e o Nasdaq avançaram 0,52%.
Valor Econômico
Desemprego cai para 6,2% no trimestre encerrado em maio, diz IBGE
Segundo o instituto, o resultado é o menor da série histórica para o período; no trimestre encerrado em abril, a taxa foi de 6,6%; massa de rendimentos dos trabalhadores cresceu 1,8% no trimestre
A taxa de desemprego no país caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio, menor resultado da série histórica para o período. No trimestre encerrado em abril, a taxa foi de 6,6%. O resultado ficou abaixo do observado no trimestre imediatamente anterior (concluído em fevereiro, de 6,8%) e abaixo do resultado de igual período de 2024 (7,1%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi inferior à mediana das expectativas de 22 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo VALOR DATA, que apontava para uma taxa de 6,3% no trimestre encerrado em maio. O intervalo das projeções ia de 6,2% a 6,7%. Na média do período de março a maio, o país tinha 6,8 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. O número aponta retração de 8,6% frente ao trimestre encerrado em fevereiro (menos 644 mil pessoas) e queda de 12,3% ante igual período de 2024 (menos 955 mil pessoas). A população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) no trimestre até maio, por sua vez, era de 103,9 milhões de pessoas. Isso representa um avanço de 1,2% em relação ao trimestre encerrado em fevereiro (mais 1,2 milhão de pessoas ocupadas). Frente a igual trimestre de 2024, subiu 2,5% (2,5 milhões de pessoas). A massa de rendimentos dos trabalhadores cresceu 1,8% no trimestre encerrado em maio, ante o imediatamente anterior (concluído em fevereiro), e atingiu novo recorde, de R$ 354,6 bilhões. Isso significa R$ 6,8 bilhões a mais. Na comparação com igual período de 2024, o aumento foi de 5,8% (mais R$ 19,4 bilhões). O mercado de trabalho registrou também aumento na renda média dos trabalhadores, que considera o rendimento médio real habitual de todos os trabalhos. O aumento foi de 0,4% no trimestre encerrado em maio de 2025, ante o trimestre imediatamente anterior (concluído em fevereiro), para R$ 3.457. A diferença é de R$ 15 a mais. O IBGE classificou a variação como estabilidade estatística, por estar dentro da margem de erro da pesquisa. Na comparação com igual trimestre de 2024, houve alta de 3,1% (R$ 103 a mais).
Valor Econômico
Dívida pública federal sobe 0,71% em maio, para R$7,670 tri
A dívida pública federal subiu 0,71% em maio ante abril, para R$7,670 trilhões, informou o Tesouro Nacional na sexta-feira.
No período, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou R$7,361 trilhões, enquanto a dívida pública federal externa (DPFe) atingiu R$309,2 bilhões. Conforme o Tesouro, do total da dívida pública federal no final de maio, 21% correspondiam a títulos prefixados, 27% a títulos vinculados a índices de preços, 48% a papeis com taxas flutuantes e 4% a papeis cambiais. Em maio, a alta de 0,71% deveu-se, conforme o Tesouro, “à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 79,90 bilhões, neutralizado, em parte, pelo resgate líquido, no valor de R$ 26,04 bilhões”. O órgão informou ainda que a reserva de liquidez da dívida pública — uma espécie de “colchão” para o pagamento dos compromissos — caiu 4,77% em termos nominais em maio, para R$861,30 bilhões de reais. Na comparação com maio de 2023, a reserva de liquidez caiu 16,54%.
Reuters
GOVERNO
Brasil tem primeira planta habilitada a vender carne ao Vietnã
Unidade da JBS em Mozarlândia já pode começar embarques de carne bovina ao país asiático
O Vietnã habilitou a primeira planta frigorífica brasileira para exportar carne bovina para lá, apurou a reportagem. Neste sábado (28/6), as autoridades vietnamitas confirmaram o aval para a unidade da JBS em Mozarlândia (GO), que já pode começar os embarques para o país asiático. O mercado do Vietnã foi aberto em março deste ano. O país importa cerca de 300 mil toneladas de carne bovina anualmente de outras origens. A expectativa dos exportadores brasileiros é que o Brasil possa, no médio prazo, ocupar de 30% a 50% desse mercado. Se levado em consideração o preço médio por quilo da carne exportada nos últimos meses, representaria algo entre R$ 450 milhões e R$ 590 milhões. A avaliação entre os empresários é que não há excesso de produto em outros países produtores e por isso os frigoríficos nacionais poderão ganhar espaço no comércio com os vietnamitas. Outras 34 plantas aguardam aval do Vietnã. Na próxima semana, durante a visita do primeiro-ministro vietnamita, Phạm Minh Chính, ao Brasil, para a reunião da cúpula dos Brics, há expectativa de anúncio da habilitação de mais 12 frigoríficos. Durante a visita da Chính, deve haver um ato simbólico da primeira exportação de carne bovina do Brasil para o Vietnã. O país asiático era um dos poucos fechados para a proteína brasileira. Outro destino na mira dos brasileiros é o Japão. Uma missão técnica japonesa fez auditoria no sistema de inspeção sanitária de alguns Estados recentemente e deve emitir um relatório até o fim de julho. No Vietnã, a abertura de mercado foi oficializada durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e comitiva, em março deste ano.
Globo Rural
Juros do Plano Safra devem subir até 2,5 pontos percentuais, dizem fontes
Ministério do Desenvolvimento Agrário teria conseguido preservar as taxas das linhas de crédito consideradas prioritárias e especiais. Alta de juros em praticamente todas as linhas de crédito rural
Após mais uma rodada de discussões técnicas e da primeira reunião para decisão política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa quinta-feira (26/6), a equipe do governo que atua na formulação do Plano Safra definiu que haverá alta de juros em praticamente todas as linhas de crédito rural para pequenos, médios e grandes produtores na temporada 2025/26. A elevação será entre 1,5 ponto percentual e 2,5 pontos percentuais, afirmaram duas fontes que participam da construção dos programas de financiamentos agrícolas. Apesar de apostas do mercado financeiro em alta mais contida, o `Pronamp, destinado aos médios produtores, deve ter alta quase generalizada de 2 pontos percentuais, o que fará a modalidade romper a casa dos dois dígitos nos juros e chegar a 10% ao ano. Algumas finalidades específicas devem ter taxas um pouco menores, afirmou um interlocutor do governo. No caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), as linhas vão aumentar no máximo 2 pontos percentuais, disse uma das fontes. Com isso, algumas taxas que hoje são de 4% e 6% passarão para o intervalo de 6% a 8%. Até a quinta-feira, a informação era de que o Ministério do Desenvolvimento Agrário havia conseguido preservar as taxas de juros das linhas de crédito consideradas prioritárias e especiais, como aquelas destinadas à produção de alimentos da cesta básica, que permanecerá em 3% ao ano, mesmo com a Selic, que baseia o custo de captação dos recursos pelos bancos para empréstimos, a 15%. A linha para agroecologia também deve ficar em 2%, em sinal de valorização da pauta ambiental e sustentável em ano de COP30 no Brasil. A Pasta ainda tenta evitar alta nos juros do programa Mais Alimentos, de 2,5% ao ano, destinado à compra de máquinas de pequeno porte adaptadas à realidade das propriedades da agricultura familiar. O financiamento de jovens, mulheres, bioeconomia, povos e comunidades tradicionais e assentados da reforma agrária também continuará incentivado. Grandes produtores deverão ter taxas de 13,5% para custeio e comercialização, apesar de não haver muita disponibilidade de recursos novos para serem emprestados a esse público a juros controlados. Diante do aperto orçamentário, há pressão para elevar ainda mais essa alíquota, informaram duas fontes, mas o Ministério da Agricultura ainda tenta que o teto seja mantido nesse patamar. Uma reunião nesta sexta-feira (27/6) vai definir os números. “A alta dos juros precisa ser mais próxima de 2 pontos percentuais senão a conta para um Plano Safra maior ou em linha não fecha”, disse outra fonte. Ao Valor, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Campos, disse que o desafio é fazer o Plano caber no orçamento reservado para a equalização de juros. “A questão da taxa de juros está definida, vai ter aumento. Temos, agora, que compatibilizar esse incremento de taxas com os volumes equalizáveis”. O aumento das taxas aos médios e grandes produtores vai permitir ao governo preservar as alíquotas menores para a produção de alimentos da cesta básica via Pronaf. A medida foi considerada um sucesso pelo presidente Lula, já que a divulgação do IPCA de ontem mostrou o primeiro recuo nos preços dos itens de alimentação e bebidas em nove meses. O ajuste nas taxas também vai garantir que haja orçamento necessário para bancar a equalização dos juros entre julho e dezembro. A verba reservada é de cerca de R$ 1,3 bilhão, segundo fonte da equipe econômica. Com a previsão de manutenção da Selic em 15%, como apontou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a indicação é que não haverá sobressaltos no período.
Globo Rural
EMPRESAS
Marfrig inaugura ampliação de seu parque industrial em Promissão (SP)
Investimento na unidade foi de R$ 500 milhões
A Marfrig inaugurou na sexta-feira (27/6) a ampliação do seu parque industrial de Promissão após investimento de R$ 500 milhões na unidade, considerada estratégica pela companhia por sua proximidade com os principais mercados consumidores e portos do país com mais de cem habilitações para exportação, incluindo China. Ao todo, a Marfrig está concluindo o investimento de R$ 1,3 bilhão em suas unidades na América do Sul num processo de reformulação do seu modelo de negócios. A nova estratégia é baseada em aumentar a capacidade de produção de suas fábricas e agregar valor ao seu portfólio, com maior participação de industrializados e itens de marca. Com o investimento, a capacidade de abate de Promissão passou de mil cabeças de gado ao dia para 3,5 mil cabeças ao dia, com uma taxa de ocupação de mais de 90% comparada a cerca de 75% há três anos, quando foi iniciado o projeto. Já o custo por quilo de carne produzida caiu em torno de 30% se comparado ao projeto original do frigorífico, fundado em 2002. O restante dos R$ 1,3 bilhão investidos está sendo destinado às unidades de Tacuarembó, no Uruguai; San Jorge, na Argentina; e Várzea Grande, no Mato Grosso. Além da modernização da linha de produção, essas unidades também tiveram sua capacidade de confinamento de gado ampliadas, dando continuidade a uma estratégia anunciada no início do ano passado. O modelo replica a modo de operação da sua subsidiária nos EUA, a National Beef, que tem 25% dos seus abates oriundos de animais criados e engordados pela própria empresa. No Brasil, a perspectiva é alcançar o mesmo patamar de participação de gado próprio nos abates totais da companhia, que também inaugurou este ano as operações de um confinamento em Lins para dar suporte a esse planejamento.
Globo Rural
Minerva entra com recurso no Cade contra fusão de BRF e Marfrig e pede reavaliação do processo
Empresa argumenta que a aprovação da operação desconsidera impactos relevantes à concorrência. A BRF e a Marfrig planejam criar a MBRF Global Foods, grupo com mais de R$ 152 bilhões em receita anual
A Minerva Foods entrou com recurso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a fusão entre BRF e Marfrig, solicitando a reavaliação do processo. Em parecer enviado ao órgão antitruste, a Minerva argumenta que a aprovação da operação, realizada em rito sumário, desconsidera impactos relevantes à concorrência, sobretudo no mercado de alimentos processados. A empresa aponta que a combinação entre Marfrig e BRF pode gerar concentração excessiva em determinados segmentos, como hambúrgueres, almôndegas e quibes, além de ampliar significativamente o poder de compra e o portfólio das companhias unificadas. A Minerva também destaca o papel da Salic — braço de investimentos da Arábia Saudita — como fator de preocupação. A entidade já detém 24,5% do capital da própria Minerva e, com a incorporação, passará a ter participação também na Marfrig, o que, segundo a empresa, pode levar a um alinhamento indevido de interesses entre concorrentes. A Minerva teme, ainda, que conselheiros indicados pela Salic nas duas companhias favoreçam a troca de informações estratégicas, prejudicando a rivalidade no setor. Além disso, a companhia acusa a Marfrig de ter minimizado os efeitos da incorporação na notificação ao Cade, ao afirmar que já detinha o controle unitário da BRF. A Minerva rebate essa alegação, afirmando que antes da operação a Marfrig não tinha poderes para exercer sozinha o controle da BRF, situação que muda substancialmente com a incorporação total. Outro ponto sensível, segundo a Minerva, é o mercado de carne processada no canal foodservice — fornecimento para restaurantes, lanchonetes e redes de fast food. A empresa afirma que o Cade “estranhamente” ignorou esse segmento na análise, apesar de haver precedentes em que ele foi considerado relevante. “O mesmo Cade que impôs remédios estruturais à Minerva em 2014, quando comprou ativos da BRF, hoje ignora os riscos quando BRF e Marfrig se fundem”, diz um trecho do recurso. No último dia 12, a Minerva já havia sido aceita como terceira interessada no processo do Cade que debate a fusão, a empresa tinha 15 dias para se manifestar. A BRF e a Marfrig planejam criar a MBRF Global Foods, grupo com mais de R$ 152 bilhões em receita anual. Procurada, a BRF disse que não comentará a reportagem.
Globo Rural
INTERNACIONAL
O golpe milionário da ‘vaca virtual’ que está abalando o Uruguai, um dos maiores produtores de gado do mundo
Milhares de investidores apostaram suas economias no que acreditavam ser uma operação de engorda de gado, mas a realidade era bem diferente. Um empresário importante comete suicídio, centenas de milhões de dólares desaparecem, e milhares de supostas vacas nunca existiram — este é um dos maiores golpes que o Uruguai já teve.
“Vamos engordar suas economias. Invista no negócio mais seguro da história”, proclamava a Conexión Ganadera, empresa pioneira em fundos de investimento pecuário no país sul-americano, onde há dez vacas para cada três pessoas. Mas o que prometia ser um negócio tranquilo acabou se revelando um esquema Ponzi, um esquema de pirâmide que está sendo investigado por suposta lavagem de dinheiro em grande escala. O escândalo aconteceu no país com mais cabeças de gado per capita do mundo, e expôs as deficiências de um sistema de identificação de animais que o Uruguai se gabava de ser único no planeta. Como a situação chegou a esse ponto? A Conexión Ganadera nasceu em 1999. A empresa captava fundos de investidores —sobretudo locais e argentinos— com a promessa de servir de elo com os produtores rurais. O investidor entrava com o dinheiro, a Conexión Ganadera comprava o equivalente em vacas, e as emprestava temporariamente a um produtor para engordá-las. Em troca, o investidor —que não precisava ter nenhum conhecimento agropecuário— recebia uma porcentagem fixa de rendimento. No início, eles ofereciam mais de 20% ao ano em dólares. Mais recentemente, as taxas variavam de 7% a 11% ao ano em moeda americana, dependendo do valor do investimento e do prazo. Após um certo tempo, o animal crescia o suficiente para ser vendido —por um preço muito superior ao que havia sido pago—, de modo que o produtor agropecuário obtinha uma margem substancial para pagar o aluguel da terra, insumos, custos de mão de obra e outras despesas, e manter seu lucro. Ou pelo menos era isso que diziam. “A vaca sempre teve a nobreza de produzir o suficiente para que o investidor não perdesse com esse sistema”, afirmou Pablo Carrasco, um dos proprietários da empresa, em uma apresentação para clientes em 2023. “É uma situação em que todos saem ganhando, e 24 anos é tempo suficiente para ter certeza disso.” Até então, a empresa sempre havia efetuado seus pagamentos. Mas não demorou muito para que o desfalque fosse exposto, e se descobrisse que não havia a quantidade de gado que eles supostamente deveriam ter. Eles chegaram a comprar os gados? Se compraram, onde foram parar? A Justiça uruguaia está investigando. No início de 2025, a Conexión Ganadera anunciou que não seria capaz de arcar com o pagamento de seus 4.300 clientes com investimentos da ordem de US$ 400 milhões (mais de R$ 2 bilhões), pois tinha apenas US$ 150 milhões (R$ 820 milhões) em ativos. Um contador contratado pela empresa para estudar sua situação financeira disse publicamente que “sem ter começado como um esquema Ponzi, terminou como um esquema Ponzi”. Ou seja, na visão dele, a empresa começou como um negócio legítimo que depois sustentou suas perdas captando novos fundos para pagar os investidores mais antigos. “A única maneira de manter isso era fazer com que mais gente desse dinheiro para pagar os juros, para que o esquema não entrasse em colapso”, explica o advogado Leonardo Costa, um dos litigantes, à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC. Isso aconteceu poucos meses depois que duas outras empresas do mesmo setor anunciaram a interrupção dos pagamentos, e deixaram milhares de pequenos investidores sem seu dinheiro, totalizando cerca de US$ 100 milhões (mais de R$ 546 milhões). Após o colapso destas empresas, um dos proprietários da Conexión Ganadera, Gustavo Basso, decidiu acelerar a 211 quilômetros por hora enquanto dirigia seu Tesla em uma rodovia uruguaia, e colidiu com máquinas rodoviárias no acostamento. Ele morreu na hora. Os computadores e as câmeras do carro foram analisados, e um promotor determinou que foi um “ato voluntário”. Quando seu sócio, Pablo Carrasco, teve que explicar aos investidores por que não havia devolvido o dinheiro deles, ele disse que não sabia o que estava acontecendo na empresa, que só cuidava da parte de pecuária, e que o homem por trás do esquema era Basso. O país sul-americano se orgulha há anos de ter implementado um método que permite rastrear o paradeiro de cada uma de suas vacas, desde o nascimento até o prato onde é servida na forma de bife. Uma das orelhas da vaca é marcada com uma tag analógica, e a outra com uma tag digital, ambas codificadas para identificar de qual vaca se trata. Para os investidores desses fundos pecuários, esse código era a certeza de que uma vaca estava registrada em seu nome no Ministério da Pecuária. No entanto, a investigação judicial constatou que, em muitos casos, essas vacas não existiam. “Era gado virtual, não existia”, diz Felipe Caorsi, consultor financeiro uruguaio que investigou esses fundos. Talvez nunca tenham sido comprados, talvez tenham existido, mas já tenham sido abatidos, ou talvez tenham acabado em um dos muitos carregamentos de gado vivo que Basso enviou para a Turquia, disseram à BBC News Mundo fontes ligadas ao caso. A investigação judicial encontrou dispositivos de identificação —que deveriam estar nas orelhas do gado – armazenados em caixas.
BBC News Brasil/Folha de SP
FRANGOS & SUÍNOS
Frango/Cepea: Preços da carne e do vivo reagem
O movimento de queda nos preços da carne de frango e do animal vivo, que vinha sendo observado desde a última semana de maio – em decorrência das restrições às exportações impostas pelos parceiros comerciais do Brasil devido à gripe aviária –, foi interrompido nesta semana, apontam levantamentos do Cepea.
Pesquisadores explicam que, desde o dia 18 de junho, quando o Brasil voltou a ser certificado como livre da doença após ter cumprido todos os protocolos internacionais, o setor nacional está mais otimista, e o Cepea já verifica leves reações nos valores da carne e do frango vivo em algumas praças e estabilidade em outras. Ainda conforme o Centro de Pesquisas, apesar do tradicional enfraquecimento das vendas típico em fim de mês, reflexo do menor poder de compra da população, o avanço nos preços foi sustentado pela maior competitividade da carne de frango frente às concorrentes (suína e bovina) e pela retomada das exportações para 16 países que haviam suspendido temporariamente as compras da proteína brasileira.
Cepea
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA
041 3289 7122
041 996978868