Ano 11 | nº 2451 | 23 abril de 2025
NOTÍCIAS
Boi gordo: após feriado prolongado, mercado estável
No primeiro dia útil após o feriado de Páscoa e Tiradentes, tanto compradores, quanto vendedores estiveram “em cima do muro”. O mercado permaneceu estável em todas as categorias. As escalas de abate estavam, em média, para sete dias.
No Mato Grosso, região Norte, a oferta restrita de bovinos causou alta nas cotações na região Norte do estado. O “boi China” teve um acréscimo de R$3,00/@. As escalas de abate atenderam, em média, a nove dias. No Rio de Janeiro, com chuvas em algumas áreas, os pastos estão bons. A oferta subiu, mas não impactou nos preços das categorias. No atacado da carne com osso na semana, o mercado se manteve em equilíbrio, com o volume disponível sendo o suficiente para atender a demanda. Dessa forma, os preços não mudaram, com exceção para a carcaça casada da vaca, que apresentou queda de 0,7% na cotação. No mercado de carnes alternativas, o preço do frango médio* subiu 2,4% ou R$0,20/kg. Já para a carcaça de suíno especial**, o preço subiu 3,2% ou R$0,40/kg.
Scot Consultoria
Boi gordo despenca em Goiás, mas mantém estabilidade em outras praças
Pastagens em boas condições em Mato Grosso por conta da chuva devem manter cotações da arroba em alta no estado, diz analista
O mercado físico do boi gordo abriu a semana mais curta após o final de semana prolongado com inexpressivo fluxo de negócios. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, muitas indústrias seguem ausentes da compra de gado, avaliando as melhores estratégias para aquisição de boiadas no curto prazo. “Em estados como Mato Grosso, o mais provável é que o mercado siga em viés de alta, considerando o bom volume pluviométrico em abril que mantém as pastagens em boas condições. Goiás também é exceção neste momento, com tentativas de compra em patamares mais baixos. Em outros estados o que se evidencia é a predominante acomodação dos preços”, assinalou. Média da arroba do boi gordo: São Paulo: R$ 329,92 – na quinta: R$ 330,25. Goiás: R$ 310,71 – antes do feriado: R$ 326,25. Minas Gerais: R$ 325,88 – anteriormente: R$ 325,29. Mato Grosso do Sul: R$ 319,32 – estável. Mato Grosso: R$ 328,38 – na quinta: R$ 329,26. O mercado atacadista apresenta predominante acomodação dos preços no início da semana, e a expectativa é por uma reposição mais lenta ao longo da cadeia produtiva durante o restante do mês. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 26,00 por quilo, enquanto a ponta de agulha segue cotada a R$ 18,50 por quilo. As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 795,713 milhões em abril (13 dias úteis), com média diária de US$ 61,208 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 159,328 mil toneladas, com média diária de 12,256 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.994,20. Em relação a abril de 2024, houve alta de 43,1% no valor médio diário da exportação, ganho de 29,8% na quantidade média diária exportada e avanço de 10,2% no preço médio.
Agência Safras
Produção de carne bovina em MT deve crescer 7,5% até 2034, projeta Imea
Tal previsão mantém o Mato Grosso com o título de maior produtor da carne bovina do Brasil, aponta o estudo “Outlook 2034”
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), em parceria com Instituto Mato-Grossense do Agronegócio (Iagro), acaba de divulgar o “Outlook 2034”, material que faz projeções do agronegócio em Mato Grosso de 2024 a 2034, envolvendo seis culturas: soja, milho, algodão, boi, suíno e frango. Sobre a pecuária de corte, projeta-se que, entre 2024 e 2034, a produção de carne bovina cresça 7,49%, para 1,9 milhão de toneladas, considerando uma taxa de aumento anual de 0,72% no período. Tal previsão mantém o Estado com o título de maior produtor da carne bovina do Brasil, observa o Imea. “Ao longo dos anos, os avanços tecnológicos, como melhoramento genético, manejo sustentável e inovações nutricionais, têm impulsionado a intensificação da produção na pecuária de corte”, destaca o estudo, acrescentando: “Esse aumento na eficiência produtiva tem transformado a indústria de corte, além de refletir a tendência global da busca por mais eficiência e sustentabilidade”. De acordo com as projeções do Imea para o abate bovino, na próxima década, considerando a influência do ciclo pecuário, a perspectiva é que Mato Grosso alcance 6,41 milhões de cabeças abatidas em 2034. Considerando a oscilação do ciclo pecuário, diz o Imea, o maior volume de gado abatido nos próximos 10 anos deve ocorrer em 2031, quando estão estimadas para abate 6,94 milhões de cabeças. “É importante destacar que o percentual de crescimento na produção é 0,80 ponto percentual maior que o resultado do abate, dado o contexto de que o Estado caminha para aumentar sua produtividade, o que gera a expectativa de um peso médio de carcaça maior para a próxima década”, relata o estudo. No entanto, como mencionado para os abates, a produção está estimada para ultrapassar 2 milhões de toneladas em 2031, ano em que os abates tendem a atingir novo recorde para o Estado, chegando a quase 7,0 milhões de cabeças. Para proporcionar uma visão mais abrangente do desenvolvimento agropecuário em Mato Grosso, considerando as distintas características regionais, as projeções foram realizadas conforme a subdivisão proposta pelo Imea. Essa divisão agrupa os municípios de Mato Grosso em sete macrorregiões: Centro-Sul, Médio-Norte, Nordeste, Norte, Noroeste, Oeste e Sudeste. O percentual de gado abatido por região em relação ao total do Estado não tende a apresentar grande alteração em 2034, com a região Oeste continuando na liderança, com 18,22% de participação, prevê o Imea.
Portal DBO
Auditores fiscais federais agropecuários aprovam mobilização contra privatização da inspeção
Anffa Sindical reitera riscos, como a perda da qualidade da carne brasileira e graves danos à saúde pública, caso a medida seja implementada pelo governo federal
Auditores fiscais federais agropecuários aprovaram o estado de mobilização em oposição à regulamentação do artigo 5º da Lei do Autocontrole (Lei nº 14.515/2022), que prevê a privatização da inspeção ante-mortem e post-mortem de animais destinados ao abate, com a transferência de atividades típicas de Estado para empresas privadas. Além disso, 86% dos participantes da assembleia rejeitaram a minuta da portaria apresentada pelo Grupo de Trabalho Técnico criado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para debater o tema. Agora, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) vai definir os representantes do Comando Nacional de Mobilização (CNM), que irão debater a estratégia do movimento. A conclusão das discussões sobre a regulamentação da legislação aumentou ainda mais a preocupação dos servidores públicos com a proposta apresentada pelo governo. Ela permite que os próprios frigoríficos paguem empresas privadas para fiscalizá-los, abrindo margem para conflitos de interesse que podem comprometer seriamente a qualidade da carne brasileira. O Anffa Sindical é contrário à medida e defende a realização de uma ampla consulta pública sobre o tema, que coloca em risco a saúde de milhões de consumidores de produtos brasileiros de origem animal, exportados para 157 países. Uma prova disso é a decisão de 77% dos profissionais pela mobilização. Durante as discussões sobre a regulamentação da lei, que duraram pouco mais de uma semana, o Anffa enfatizou que a minuta apresentada pelo Mapa é inconstitucional, ao propor que atividades típicas de Estado sejam delegadas a entes privados — o que viola o §1º do artigo 5º da própria Lei nº 14.515/2023, que veda expressamente aos credenciados o exercício de funções que envolvam poder de polícia administrativa. De acordo com a proposta do Mapa, os médicos veterinários terceirizados serão responsáveis por inspecionar as empresas que os contratam e atestar tanto a saúde dos animais a serem abatidos quanto a qualidade da carne e os procedimentos adotados nas linhas de produção. Ocorrências não reportadas, como seleção de animais velhos, doentes ou carnes contaminadas, podem gerar sérias consequências para a saúde pública, impactando toda a sociedade. Outro ponto de crítica refere-se à designação de servidores como “encarregados técnico-administrativos” sem a devida retribuição financeira por funções equivalentes às de chefia, o que contraria dispositivos da Lei nº 8.112/1990, do Decreto-Lei nº 200/1967 e da Portaria nº 461/2017. Além disso, a entidade não descarta recorrer à Justiça para impedir o desmonte da fiscalização federal e reitera o compromisso com a produção de alimentos seguros e confiáveis para a população brasileira e a comunidade internacional.
Anffa Sindical
ECONOMIA
Dólar cai a R$ 5,72 em dia de maior apetite a risco
Real tem segundo melhor desempenho frente ao dólar, entre as 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor, atrás apenas do peso argentino
O dólar à vista exibiu forte desvalorização frente ao real na terça-feira, em uma sessão marcada por maior busca por ativos de risco. Moedas de mercados emergentes (em especial da América Latina) e ligadas a commodities apreciaram nesta sessão. Operadores entenderam que o movimento mais forte do real pode ter sido resultado de um acúmulo das dinâmicas de ontem com a de hoje, dado que na segunda-feira já houve um enfraquecimento global do dólar, mas o mercado local não absorveu tal movimento porque estava fechado por conta do feriado de Tiradentes. No fim das negociações, o real tinha o segundo melhor desempenho frente ao dólar, entre as 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor, atrás apenas do peso argentino. Encerradas as negociações, o dólar à vista fechou negociado em queda de 1,32%, cotado a R$ 5,7278, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,7188 e batido na máxima de R$ 5,8015. Já o euro comercial exibia desvalorização de 0,90%, a R$ 6,5413. Perto do fechamento, o dólar também recuava 0,95% contra o peso chileno, 0,46% ante o peso mexicano e 0,50% contra o rand sul-africano.
Valor Econômico
Ibovespa retoma os 130 mil pontos com apoio da Vale e alta em Wall Street
Supostas declarações do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, de que espera uma redução nas tensões comerciais entre EUA e China impulsionaram o apetite ao risco nesta terça-feira
Em um dia de baixa liquidez e de maior apetite por risco nos mercados globais, o Ibovespa obteve suporte para avançar, impulsionado pela alta das ações da e de outras blue chips de bancos. O índice encerrou com um avanço de 0,63%, aos 130.464 pontos, depois de oscilar entre os 128.726 pontos e os 130.877 pontos. O movimento local acompanhou a subida dos índices americanos, que passaram por um dia de ajuste, depois do tombo da véspera. O Nasdaq fechou em alta de 2,71%; o Dow Jones teve ganhos de 2,66%; e o S&P 500 avançou 2,51%. Supostas declarações do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, de que espera uma redução nas tensões entre os EUA e a China, classificando a guerra comercial travada entre ambos como “insustentável”, potencializaram os ganhos em Wall Street e por aqui. A fala teria ocorrido em evento do J.P. Morgan. O dia também de foi de alta para as ações da Vale, que encerraram com ganhos de 1,78%, em linha com a subida do minério de ferro em Dalian, que avançou 0,21%, devido às expectativas de que novos estímulos à economia chinesa sejam anunciados ainda em abril. Já as ações da fecharam mistas: as ON recuaram 0,54%, enquanto as PN avançaram 0,23%. Segundo operadores, o movimento pode indicar que houve saída de estrangeiros. A resiliência mostrada pelo Ibovespa ao longo do mês de abril tem chamado a atenção de especialistas. No acumulado do mês, o índice apresenta ganho de 0,16%. O movimento ocorre mesmo em meio a uma saída de investidores estrangeiros da bolsa. No ano até a última quarta-feira (16), a categoria voltou a apresentar saldo negativo de recursos no segmento secundário da (ações já listadas), no valor de R$ 243 milhões. No mês, os saques chegam a R$ 10,88 bilhões. Ambos os dados são da B3. O movimento pode ter sido potencializado pela maior aversão a risco nos mercados, em meio a ataques e críticas feitos pelo presidente americano, Donald Trump, ao chefe do Fed, Jerome Powell, e à independência banco central americano. Questionar a autoridade de quem conduz a política monetária é um comportamento normalmente visto em mercados emergentes, aponta o gestor multimercados da AMW (Asset Management Warren), Eduardo Grübler. “O que estamos vendo é a redução de risco em todas as dimensões possíveis. Isso justifica a saída de capital daqui, já que o Brasil não é isolado do resto do mundo”, acrescenta Grübler. Entre as maiores altas da sessão ficaram as ações da MRV, que subiram 8,26%, ampliando os ganhos pelo terceiro pregão seguido. Já entre as maiores baixas ficaram os papéis da Embraer, que caíram 3,45%. O volume financeiro do índice na sessão foi de R$ 13,5 bilhões, abaixo da média diária registrada desde o começo do ano, que é de R$ 16,6 bilhões. Já na B3, o giro financeiro bateu R$ 18,0 bilhões.
Valor Econômico
Mercado reduz projeção de inflação neste ano e vê PIB mais alto em 2025 e 2026, mostra Focus
Analistas consultados pelo Banco Central reduziram sua projeção para a inflação neste ano, mantendo a expectativa para o nível dos preços em 2026, enquanto elevaram as previsões para o crescimento da economia brasileira nos dois períodos, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na terça-feira.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,57% ao fim deste ano, abaixo da previsão de avanço de 5,65% na pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira se manteve em 4,50%. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,00% neste ano, ligeiramente acima da projeção de expansão de 1,98% na semana anterior. Em 2026, a expectativa de crescimento subiu para 1,70%, de 1,61% anteriormente. Sobre a política monetária do Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 15,00%, no que foi a 15ª semana consecutiva com essa expectativa, enquanto para 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,50%. No momento, a Selic se encontra em 14,25% ao ano. O resultado vem na esteira de mais uma semana marcada por temores sobre uma recessão global provocada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, com os mercados reagindo ao anúncio de tarifas pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Trump anunciou a implementação de uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA em 2 de abril, com alguns países recebendo tarifas mais altas devido ao seu desequilíbrio comercial com a economia norte-americana. Uma semana depois, Trump interrompeu as taxas “recíprocas” para a maioria dos países, mantendo em vigor a tarifa universal de 10%, mas as tensões com a China, por outro lado, continuaram a escalar. Após trocas de retaliações Trump impôs taxa de 145% sobre os produtos chineses, enquanto Pequim respondeu com uma tarifa de 125%. No Focus desta segunda houve ainda manutenção na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 em R$5,90 e queda da projeção para 2026 a R$5,96, de R$5,97 na semana anterior. A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 6,02% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários de Trump.
Reuters
FMI reduz projeções de crescimento do Brasil em 2025 e 2026 a 2%
O Fundo Monetário Internacional reduziu as projeções de crescimento do Brasil para 2,0% em 2025 e em 2026, de acordo com novas estimativas divulgadas na terça-feira. Em seu relatório Perspectiva Econômica Global, o FMI cortou a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,2 ponto percentual para ambos os anos em comparação com estimativas divulgadas em janeiro.
As estimativas do FMI estão mais pessimistas do que as do governo, depois que o Ministério da Fazenda projetou em março que o Brasil crescerá 2,3% neste ano e 2,5% em 2026. Já o Banco Central passou a ver que o PIB crescerá 1,9% este ano. O IBGE divulgará os dados do PIB do primeiro trimestre deste ano em 30 de maio. Em 2024, a economia brasileira expandiu 3,4 segundo os dados do instituto. Analistas avaliam que uma produção agrícola forte dará sustentação à economia neste início de ano, mas que ela passará a mostrar desaceleração gradual em meio a uma inflação ainda elevada e uma política monetária restritiva que afeta o crédito. Em relação à inflação, o FMI calcula que o aumento dos preços no Brasil ficará em uma taxa média anual de 5,3% este ano e de 4,3% no próximo. A meta oficial de inflação é de 3% em 12 meses com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O FMI citou em seu relatório as medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as contramedidas de diversos países como um “importante choque negativo ao crescimento”. O Brasil recebeu a tarifa padrão norte-americana de 10%. O Fundo explicou que, “dada a complexidade e fluidez do atual momento, esse relatório apresenta uma ‘projeção de referência’ com base em informações disponíveis até 4 de abril de 2025 (incluindo as tarifas de 2 de abril e respostas iniciais)”. O resultado previsto para a economia do Brasil este ano fica em linha com a projeção do FMI para a América Latina e Caribe, após redução de 0,5 ponto percentual na conta para a região em relação a janeiro. Para 2026, o Fundo reduziu a estimativa de crescimento em 0,3 ponto, a 2,4%. As perspectivas para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, também foram reduzidas, em 0,5 ponto percentual para 2025 e em 0,4% para 2026. As contas agora são respectivamente de expansão de 3,7% e 3,9% para o grupo. Isso se deveu a cortes significativos para os países mais afetados pelas recentes medidas comerciais, como a China, cuja projeção agora é de expansão de 4,0% neste e no próximo ano, com cortes de 0,6 e 0,5 ponto percentual, respectivamente.
Reuters
GOVERNO
Chile reconhece Paraná como livre de febre aftosa sem vacinação para carne suína
Anúncio feito pelo Mapa abre portas para expansão comercial, enquanto Brasil avança em negociações com China, Vietnã e Japão
O Chile reconheceu o estado do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação para carne suína. A confirmação foi dada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Luis Rua, durante coletiva de imprensa realizada na terça-feira, 22. “Ontem mesmo, o ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, já verbalizou, e isso deve acontecer pessoalmente. Entre hoje e amanhã, deve ser feito esse anúncio, juntamente com o nosso anúncio da abertura do mercado de mel para o Brasil”, destacou Rua. De acordo com o Mapa, além do Paraná, o Chile já reconhece também o Rio Grande do Sul e Santa Catarina como estados livres de febre aftosa sem vacinação para carne suína. Também na terça-feira, 22, representantes da Alfândega Chinesa (General Administration of Customs China – GACC) realizaram uma visita de rotina ao Brasil para discutir a expansão dos negócios bilaterais. O secretário destacou que, embora não haja confirmação de novas habilitações de plantas frigoríficas, a possibilidade sempre existe. No início de abril, o governo chinês rejeitou as carnes bovinas de 28 frigoríficos brasileiros indicados pelo Mapa. Na semana passada, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, esclareceu que não se trata de uma rejeição, mas de uma “avaliação”. Aos jornalistas, Luis Rua explicou que o processo de solicitar o aval do governo chinês é um procedimento comum e corriqueiro, podendo ser feito tanto por lote quanto por planta. “Mas o Brasil mantém as habilitações [que já tinha]”, afirmou. Ele ressaltou que a reunião agendada para hoje tem como objetivo discutir o encaminhamento dessas situações. Segundo o secretário, se não houver conformidades em relação às normas chinesas, as empresas citadas deverão resolver os problemas individualmente, seguindo o processo habitual, com a devida orientação e aprovação final. Em relação ao Vietnã, após a abertura e mercado para a carne bovina brasileira em março, Luis Rua informou que os dois governos estão agora na fase de ajustes técnicos. Durante a visita do governo brasileiro ao Japão, também em março, foi confirmada a vinda de especialistas japoneses em saúde animal para avaliar o sistema do Brasil, um passo crucial para a abertura do mercado japonês à carne bovina e para a expansão do acesso da carne suína, atualmente restrito ao estado do Paraná. O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa destacou que a expectativa é que a visita ocorra nos próximos dois meses, aguardando apenas a confirmação das datas.
Estadão Agro
EMPRESAS
Órgão regulador dos EUA aprova listagem de ações da JBS no país
Papéis da companhia poderão ser negociados concomitantemente na B3 e na bolsa de Nova York
A Securities and Exchange Commission (SEC), a CVM americana, aprovou a listagem das ações da JBS nos Estados Unidos, informou na terça-feira (22/4) a gigante de carnes da família Batista. Com isso, o conselho de administração da companhia reuniu-se ontem e convocou uma assembleia geral extraordinária para 23 de maio para que os acionistas minoritários votem sobre a dupla listagem. Para a efetivação da dupla listagem, será criado um veículo de investimentos, a JBS Participações, que hoje é detido pelos irmãos Batista e que terá como subsidiária uma empresa registrada em Luxemburgo, a LuxCo. A LuxCo receberá duas classes de ações (class A e class B) de uma empresa criada na Holanda, a JBS N.V., que por sua vez se tornará a nova controladora da JBS e será a empresa que terá as ações listadas na bolsa americana. Na engenharia da listagem das ações em Nova York, todos os acionistas minoritários da JBS S.A. receberão uma ação preferencial da JBS Participações para cada duas ações que eles detêm hoje da JBS S.A. Assim que receberem os novos papéis, as ações ordinárias da JBS S.A. serão resgatadas por um Brazilian Depositary Receipts (BDR), lastreado em uma ação class A da JBS N.V. Após a implementação da dupla listagem, a JBS N.V terá ações class A negociadas na bolsa de Nova York que terão direito a um voto por ação; ações class B que terão direito a dez votos por ação; e ações conversíveis, que serão emitidas só para permitir a conversão das ações class B em class A. Em fato relevante divulgado na noite de segunda-feira, o conselho ressalta que os Batista poderão aumentar seu poder de voto por meio da LuxCo “a depender do número de Class A Shares convertidas em Class B Shares pelos acionistas minoritários”. A aprovação da SEC e dos acionistas permitirão que as ações da JBS sejam negociadas concomitantemente na B3 e na bolsa de Nova York (NYSE). Na assembleia de acionistas, a holding dos Batista, a J&F, que detém 48,3% das ações da JBS, e a BNDESPar, braço de participações do BNDES com 20,8% do capital social da empresa de carnes, vão se abster de votar. Com isso, a decisão sobre a dupla listagem ficará a cargo de acionistas que detêm pouco mais de 30% das ações. A BNDESPar vinha sendo contra a internacionalização das ações da companhia. Ainda assim, a subsidiária do banco de fomento firmou um acordo no mês passado com a J&F no qual o veículo de investimentos dos irmãos Batista se comprometeu a pagar uma proteção financeira de até R$ 500 milhões à BNDESPar caso as ações da empresa de carnes não alcancem um patamar mínimo de valorização com a listagem nos EUA, “a ser verificada no segundo semestre de 2026”, segundo o banco. O acordo com o banco de fomento foi crucial para o avanço da ambição dos irmãos Batista, os controladores da empresa. “Acreditamos que essa operação vai aumentar nossa visibilidade no cenário internacional, atrair novos investidores e fortalecer ainda mais nossa posição como líder global de alimentos”, disse Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS, em comunicado. Segundo fato relevante divulgado ao mercado na noite desta terça-feira, a JBS espera que a dupla listagem reduza seu custo de capital, permita a captação de recursos via emissão de ações, reduzindo a necessidade de levantamento de dívidas, e fortaleça sua governança corporativa. Desde 2016, a JBS tenta listar suas ações na bolsa de Nova York. No passado, a listagem foi adiada por vários motivos, como veto do BNDES, litígios e a pandemia.
Valor Econômico
TCP anuncia aumento nos embarques de carne de frango e bovina
Resultados se devem à ampliação de capacidade do terminal. O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) anunciou um nove recorde na movimentação de cargas refrigeradas no primeiro trimestre deste ano
O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) anunciou na terça-feira (22/4) um nove recorde na movimentação de cargas refrigeradas no primeiro trimestre deste ano. Foram 35,8 mil unidades, 17% a mais do que no mesmo período em 2024. Os destaques do período foram os carregamentos de carnes de frango e bovina, que também registraram marcas históricas. Os embarques de frango pelo TCP somaram 610 mil toneladas, informou a empresa que administra o terminal. O volume corresponde a 43,97% do que o setor exportou no internado de janeiro e março deste ano. No total, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) contabilizou remessas de 1,387 milhão de toneladas, com uma receita de US$ 2,587 bilhão. O Paraná lidera o ranking de origens do produto, seguido por Santa Catarina. Os principais destinos da carne de frango brasileira nos primeiros três meses do ano foram China e Arábia Saudita. Já as exportações de carne bovina pelo TCP somaram 217 mil toneladas no primeiro trimestre, o equivalente a 32,1% de tudo o que os frigoríficos mandaram para o exterior no período. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os embarques totais somaram 676 mil toneladas, com um faturamento de US$ 3,22 bilhões. O resultado foi obtido, apesar do Paraná não estar entre os principais pontos de origem da carne bovina do Brasil. São Paulo, Mato Grosso e Goiás lideram o ranking. China e Estados Unidos foram os principais compradores do produto no intervalo de janeiro a março deste ano. Em nota, a direção do TCP associa os resultados à ampliação de capacidade. Em junho de 2024, a empresa concluiu obras de expansão de seu pátio para contêineres refrigerados, usados para a exportação de carnes congeladas e resfriadas, entre outros produtos. O local passou de 3,624 mil para 5,268 mil tomadas. “A conclusão das obras de expansão, aliada a fatores como uma taxa de ocupação de pátio normalizada, e um sistema eficiente para agendamento de entrega e retirada de cargas, o Terminal encerra o primeiro trimestre de 2025 convertendo novos clientes e ampliando sua participação de mercado no segmento de carnes e congelados”, comenta Giovanni Guidolim, gerente comercial, de logística e de atendimento da TCP, em nota.
Globo Rural
FRANGOS & SUÍNOS
Cenário para avicultura de corte e suinocultura devem seguir favoráveis, apesar de custos mais altos com milho
Em análise divulgada pelo Itaú BBA, o equilíbrio entre os abates e a demanda por carne de frango e carne suína, além das exportações, trazem uma perspectiva favorável para os setores da avicultura de corte e suinocultura, mesmo em um cenário de preços do milho mais elevados.
Do ponto de vista dos custos de produção, o milho, ingrediente vital e comum na ração para as duas criações, tem como decisivos os meses de abril e maio (segunda safra). Até o momento, de acordo com a análise do banco, a previsão é de chuvas nas regiões produtoras, afastando o risco de alta exacerbada no preço das rações. Entretanto, um efeito de maior alívio para a nutrição dos animais deve vir no segundo semestre, com a entrada deste milho no mercado. A oferta de suínos para abate está equilibrada com a demanda, assim como o abate de frangos, sem expansão desproporcional. O grande canal de escoamento das proteínas, as exportações, devem ser olhadas com atenção, já que há uma Guerra Comercial em curso, iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que mira no principal parceiro comercial do Brasil quando se fala em compra de carnes: a China. “Com históricos laços comerciais com os EUA, o México é o segundo maior importador mundial de carne de frango, atrás somente do Japão e se aproximando da primeira colocação. Em 2024, os mexicanos importaram aproximadamente 900 mil toneladas dos EUA e 200 mil toneladas do Brasil. Na hipótese do encarecimento do produto dos EUA, o Brasil poderia capturar parte da demanda mexicana. Outros destinos das exportações americanas pouco acessados pelo Brasil são Cuba, Canadá, Guatemala e Vietnã”, apontou o banco. Na esteira das exportações, a carne suína brasileira é considerada a mais competitiva, conforme explicam os analistas do Itaú BBA, e prevê aumentos de 2,2% na produção, chegando a 4,6 milhões de toneladas e 4,5% nas exportações, alcançando 1,6 milhões de toneladas. Isso renovaria os recordes atingidos pelo Brasil em 2024, e caso estas previsões se concretizem, o país será o único entre os cinco maiores players exportadores a ter crescimento em 2025. Entre os importadores de carne suína, a União Europeia deve ter menor produção este ano, devido aos altos custos de produção e impactos da Peste Suína Africana (PSA). Na China, o consumo não tem previsão de crescimento, mas ainda assim há previsão de importação de 1,3 milhões de toneladas de forma geral, recuo pelo quinto ano consecutivo nas compras chinesas. “Com este cenário, o Brasil deve ampliar sua participação na exportação mundial de 15% para 16% em 2025, sendo que, em 2020, era de 9%. Vale dizer que, a depender da magnitude das tarifas sobre as exportações americanas de carne suína ao México, Japão e Coreia do Sul, grandes importadores e ainda pouco acessados pelo Brasil, o cenário para os embarques brasileiros pode ficar ainda mais interessante”.
Itaú BBA
Receita das exportações de carne suína em 13 dias úteis chega a 83,94% do total de abril/24
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, as exportações de carne suína in natura até a terceira semana de abril (13 dias úteis), teve um faturamento que já atingiu 83,94% do total registrado em abril de 2024.
A receita obtida até este momento do mês, US$ 186,8 milhões, representa 83,94% do total arrecadado em todo o mês de abril de 2024, que foi de US$ 222,5 milhões. No volume embarcado, as 75.027 toneladas representam 77,55% do total registrado em abril do ano passado, quantidade de 96.743 toneladas. O faturamento por média diária até a terceira semana de abril foi de US$ 14,3 milhões, quantia 42,1% maior do que a de abril de 2024. No comparativo com a semana anterior, houve aumento de 14,22% observando os US$ 12,5 milhões, vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 5.771 toneladas, houve elevação de 31,2% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado ao resultado da semana anterior, incremento de 11,42%, comparado às 5.179 toneladas da semana passada. No preço pago por tonelada, US$ 2.490, ele é 8,2% superior ao praticado em abril passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa avanço de 2,50% em relação aos US$ 2.429 anteriores.
SECEX/MDIC
Preço por tonelada da carne de frango exportada na terceira semana de abril segue estável
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, as exportações de carne de aves in natura até a terceira semana de abril (13 dias úteis), continua ‘patinando’ no preço pago por tonelada
A receita obtida com as exportações de carne de frango até a terceira semana de abril, US$ 515,8 milhões, representa 63,15% do total arrecadado em todo o mês de abril de 2024, que foi de US$ 816,7 milhões. No volume embarcado, as 283.375 toneladas representam 62,62% do volume registrado em abril de 2024, quantidade de 452.486 toneladas. O faturamento por média diária até a segunda semana do mês foi de US$ 39.6 milhões quantia 6,9% maior do que a registrada em abril de 2024. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 1,39% quando comparado aos US$ 40.2 milhões vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 21.798 toneladas, houve alta de 6,0% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado ao resultado no quesito da semana anterior, baixa de 2,56% em relação às 22.372 toneladas da semana anterior. No preço pago por tonelada, US$ 1.820, ele é 0,8% superior ao praticado em abril do ano passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa tímida alta de 1,20% no comparativo ao valor de US$ 1.798 visto na semana passada.
SECEX/MDIC
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