Ano 11 | nº 2452 | 24 abril de 2025
NOTÍCIAS
Baixa na cotação dos bovinos em São Paulo
A piora no escoamento de carne bovina e o comportamento mais cauteloso por parte dos compradores resultou em um recuo nos preços dos bovinos em todas as categorias nas praças paulistas. Com isso, a cotação do boi gordo, “boi China”, vaca e novilha caiu R$2,00/@. As escalas de abate estiveram, em média, para sete dias.
Em SP, as cotações do boi gordo “comum”, do “boi-China”, da vaca gorda e a da novilha gorda caíram R$ 2/@ na quarta-feira (23), informou a Scot Consultoria. A piora no escoamento doméstico de carne bovina e o comportamento mais cauteloso dos compradores resultaram em recuo nos preços do boi gordo nas praças paulistas, informa a consultoria. As cotações do boi gordo “comum”, do “boi-China”, da vaca gorda e a da novilha gorda caíram R$ 2/@ nesta quarta-feira (23/4), para R$ 328/@, R$ 333/@, R$ 288/@ e R$ 308/@, respectivamente, (todos os preços são brutos e com prazo). Na Bahia, na região Sul, o escoamento de carne bovina esteve lento, mas não chegou a impactar os preços do gado. As escalas de abate têm sido atendidas pela oferta de bovinos na região. Com isso, a cotação se manteve estável para todas as categorias. Na região Oeste, cotação estável para todas as categorias. As escalas de abate estavam, em média, para dez dias, em ambas as regiões. No Mato Grosso do Sul, no estado, o mercado esteve equilibrado, com a oferta de bovinos ainda atendendo às demandas dos compradores. Na região de Dourados, não houve alteração nas cotações. As escalas de abate estiveram, em média, para cinco dias. Na região de Campo Grande, as ofertas estiveram razoáveis e ainda atenderam às escalas de abate. As escalas de abate estiveram, em média, para cinco dias. Na região de Três Lagoas, o cenário também foi de estabilidade, não havendo alteração nas cotações. As escalas de abate estiveram, em média, para quatro dias.
Scot Consultoria
Arroba do boi gordo entre preços firmes e baixos
A depender do estado, indústria pratica remunerações acima ou abaixo da referência média
O mercado físico do boi gordo apresenta movimentos distintos, a depender do estado. De acordo com o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, em São Paulo e em Goiás, as indústrias passaram a testar patamares mais baixos de preço, com o argumento de que o escoamento da carne será mais lento no restante do mês. Já em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul o mercado é mais firme, com negócios acima da referência média. “No geral, as escalas de abate ainda estão posicionadas entre cinco e sete dias úteis na média nacional”, afirmou. Média de preço da arroba de boi: São Paulo: R$ 327,25 – R$ 329,92 ontem. Goiás: R$ 310,36 – R$ 310,71 na terça. Minas Gerais: R$ 326,76 -R$ 325,88 anteriormente. Mato Grosso do Sul: R$ 323,75 – R$ 319,32 ontem. Mato Grosso: R$ 328,72 – R$ 328,38 na terça. O mercado atacadista apresenta alguma volatilidade em seus preços para a carne bovina. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pelo recuo dos preços, considerando um perfil mais discreto de demanda no restante do mês. “A população tende a priorizar o consumo de proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango, embutidos e ovos.” O quarto dianteiro foi precificado a R$ 20,50 o quilo, alta de R$ 0,50, enquanto o traseiro foi cotado a R$ 25 por quilo, queda de R$ 1. Já a ponta de agulha ainda é indicada a R$ 18,50 o quilo.
Agência Safras
Confinamento/Cepea: Rentabilidade sinaliza forte recuperação nos próximos meses
Levantamentos do Cepea mostram que os abates realizados em março tiveram a menor rentabilidade dos últimos sete meses – com índice de 1,3% ao mês –, mas as projeções indicam uma trajetória de recuperação nos resultados financeiros
Cálculos do Centro de Pesquisas apontam para a rentabilidade indo a 2,5% a.m. nos abates previstos para julho, o que sinaliza maior atratividade da atividade. Segundo pesquisadores do Cepea, essa retomada ocorre mesmo em um cenário de custos operacionais altos, especialmente relacionados à alimentação dos animais. O aumento nos preços dos alimentos tem elevado as despesas do sistema. Ainda assim, conforme o Centro de Pesquisas, a valorização da arroba vem contribuindo para sustentar a recuperação das margens, aumentando a viabilidade econômica do confinamento.
Cepea
Escalas de abate dos frigoríficos brasileiros avançam, diz Agrifatto
Na média nacional, as programações fecharam a última semana em 8 dias úteis, segundo levantamento da consultoria
Depois de um período de estabilidade, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros avançaram na última semana de abril (14 a 18), segundo apuração da Agrifatto. “Após duas semanas com escalas de abate sem alteração, na última semana as programações registraram avanço na maioria das praças pecuárias assistidas”, ressalta a consultoria. Na média nacional, as escalas de abate fecharam a semana em 8 dias úteis, acrescenta a Agrifatto. Entre as regiões brasileiras, a praça paulista alongou em 3 dias úteis a sua escala, no comparativo semanal, finalizando a semana em 10 dias úteis, informa a consultoria. Minas Gerais foi a praça que mais variou, alongando sua escala para 9 dias úteis, um avanço de 5 dias sobre a semana anterior. As praças do Mato Grosso do Sul e de Rondônia também encerraram a semana com 9 dias de escala, com aumento de 3 e 2 dias, respectivamente, no comparativo semanal. Goiás, diz a Agrifatto, elevou a programação de abate em 1 dia, encerrando a semana com 8 dias de escala. Pará, Mato Grosso e Paraná tiveram aumento de 2 dias úteis nas escalas de abate, no comparativo semanal, finalizando a última semana em 7 dias úteis. A praça de Tocantins foi a única em que não houve variação, registrando 7 dias úteis na escala de abate, informa a Agrifatto.
Portal DBO
ECONOMIA
Dólar reduz perdas, mas ainda fecha em baixa ante o real após alívio com Trump
Comentários mais amenos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao comando do Federal Reserve dispararam a busca por ativos de maior risco ao redor do mundo, fazendo o dólar fechar em baixa ante o real na quarta-feira.
Ainda que o movimento tenha desacelerado durante a tarde, o dólar à vista fechou em leve baixa de 0,17%, aos R$5,7177 — menor cotação desde 4 de abril, quando encerrou em R$5,6651. Em abril, no entanto, a divisa ainda acumula elevação de 0,19%. Às 17h04 na B3 o dólar para maio — atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,05%, aos R$5,7245. Na noite de terça-feira Trump afirmou que não tem planos de demitir o chair do Fed, Jerome Powell, mas disse querer taxas de juros mais baixas nos EUA. “Não tenho intenção de demiti-lo”, disse Trump a repórteres no Salão Oval. “Gostaria que ele fosse um pouco mais ativo em termos de sua ideia de reduzir as taxas de juros”, acrescentou. A fala trouxe alívio aos mercados nesta quarta-feira, que haviam reagido de forma negativa a comentários anteriores de Trump, ameaçando demitir Powell. O otimismo cresceu quando uma fonte disse à Reuters que a Casa Branca analisa a possibilidade de reduzir as tarifas sobre as importações chinesas enquanto aguarda as negociações com Pequim. “Vimos uma menor aversão ao risco, com as falas de Trump um pouco mais positivas. Este mercado um pouco menos avesso ao risco também beneficia o câmbio”, comentou durante a tarde Nicolas Gomes, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. O Índice dos Gerentes de Compras (PMI) composto, que acompanha os setores industrial e de serviços, caiu para 51,2 neste mês, nível mais baixo desde dezembro de 2023 e após leitura de 53,5 em março. Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor privado. O PMI preliminar de manufatura subiu para 50,7, de 50,2 em março, enquanto o PMI preliminar de serviços recuou para 51,4, de 54,4 no mês passado. Ainda assim, a moeda norte-americana voltou para o território negativo e encerrou o dia em leve baixa ante o real, em um dia de modo geral positivo para os ativos brasileiros, com avanço firme do Ibovespa e queda das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).
Reuters
Ibovespa fecha em alta com bom humor externo e JBS em destaque
O Ibovespa fechou em alta na quarta-feira, superando os 133 mil pontos no melhor momento, beneficiado pelo apetite a risco no exterior, em meio a esperanças de alívio na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e recuo do presidente Donald Trump quanto às ameaças de demitir o titular do Federal Reserve.
Na cena corporativa, o destaque ficou para JBS, que disparou, renovando máximas históricas, após obter aprovação do regulador norte-americano para dupla listagem de suas ações e convocar assembleia para votar o plano, que analistas avaliam ser capaz de destravar valor significativo para o papel. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 1,53%, a 132.459,19 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 133.318,04 pontos na máxima e 130.467,91 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somava R$21,9 bilhões antes dos ajustes finais.
Reuters
Brasil tem fluxo cambial positivo de US$2,483 bi em abril até dia 17, diz BC
O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$2,483 bilhões em abril até o dia 17, em movimento puxado pela via comercial, informou nesta quarta-feira o Banco Central
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$2,881 bilhões em abril até o dia 17. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de abril até o dia 17 foi positivo em US$5,364 bilhões. Na semana passada, o fluxo cambial total foi negativo em US$186 milhões. A semana teve apenas quatro dias úteis, de 14 a 17 de abril, porque no dia 18 os mercados estiveram fechados por conta do feriado da Sexta-Feira Santa. No acumulado do ano até 17 de abril, o Brasil registra fluxo cambial total negativo de US$13,449 bilhões.
Reuters
Apesar de tarifaço de Trump, FGV Ibre eleva projeção para PIB brasileiro
Projeção para 2025 é elevada de 1,7% para 1,9% e fim do ciclo da Selic pode ser antecipado
Em meio aos primeiros passos da guerra tarifária desencadeada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a atividade econômica no Brasil recobra força de forma mais intensa que o esperado, puxado pela demanda interna. O movimento foi suficiente para desencadear uma melhora para as projeções neste ano, ainda que quadro global não permita otimismo. Na edição de abril do Boletim Macro, organizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a estimativa para o crescimento do PIB em 2025 passou de 1,7% para 1,9%, puxada especialmente pela expectativa de desempenho mais forte do consumo das famílias (de 1,2% para 1,8%). As exportações também tiveram revisão altista, de 3,2% para 4,2%, alta maior que a observada pelas importações (3% para 3,6%). Do lado da oferta, a projeção para o setor de serviços passou de 1,1% para 1,5%, mas a para a agropecuária caiu de 6,7% para 5,7%, na esteira de uma visão mais negativa do setor de carnes. A perspectiva para a indústria, por sua vez, se manteve estável (2,3%). O tradicional grau de incerteza sobre as estimativas é intensificado diante do choque tarifário promovido por Trump, nota a coordenadora do boletim, Silvia Matos. “Quanto mais tempo demorar para chegar a um possível equilíbrio – nos patamares atuais, é impossível manter um comércio entre EUA e China -, maior será o efeito sobre a atividade econômica americana. São os próprios EUA quem mais devem sofrer com o tarifaço no primeiro momento. É algo que deverá ser levado em consideração pelo Federal Reserve [BC dos EUA] em suas decisões de juros, assim como o enfraquecimento do dólar, um comportamento que contraria o usualmente observado em episódios anteriores de incerteza elevada.” Em um momento como o atual, o Brasil deveria dar “graças aos céus” pela baixa abertura da economia, ironiza a economista. “Mas, mesmo levando isso em consideração, acredito que só o agronegócio deve ver algum benefício do tarifaço, os demais setores não terão nenhuma vantagem”, afirma. “É também esperado também que a China cresça menos. Isso poderia dar algum alívio à inflação, sobretudo dos preços de bens, em que a importação é significativa.” A projeção para o PIB do primeiro trimestre permaneceu em 1,5%, mas sofreu alterações na composição, com mais consumo das famílias (0,9% para 1,6%), do governo (-0,1% para 0,7%), do lado da demanda, e dos serviços (0,11% para 0,4%) pelo lado da oferta, algo contrabalanceado pela perda de força da indústria (de 0,4% para 0,1%). Um setor que manteve perspectiva de expansão robusta é o investimento: 3,7% no primeiro trimestre e 3,8% em 2025. Silvia ressalta que o desempenho é fortemente afetado pela importação de uma única plataforma de petróleo, cujo efeito sobre as estatísticas deve ficar concentrado no primeiro trimestre. Descontando o efeito deste item, a alta do investimento cai para 0,3% no trimestre. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,6 ponto porcentual em março e tocou o menor nível desde novembro de 2023. O movimento segue fortemente concentrado no subíndice das expectativas futuras, nota o responsável pelas sondagens no Ibre, Rodolpho Tobler. Já o indicador de condições presentes interrompeu a tendência de queda no último mês, na esteira do reaquecimento da atividade no período. Na seção sobre política monetária, José Júlio Senna chama também atenção para o fato de que desaceleração da economia global pode ajudar a dinâmica da inflação doméstica via queda dos preços de commodities. O Ibre vê o IPCA fechando o ano em 5,9%, mas entende que o atual cenário eleva a probabilidade de um fim antecipado do ciclo de altas da Selic.
Valor Econômico
GOVERNO
Mapa destaca trabalho para ampliação de mercados e oportunidades para o Brasil no cenário internacional
Na terça-feira (22), foi realizado um encontro com jornalistas do setor para discutir as estratégias de promoção comercial de produtos agropecuários
A reunião foi conduzida pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, que detalhou as ações que têm sido realizadas para ampliar o acesso dos produtos agropecuários brasileiros aos mercados globais. Na ocasião, Rua destacou que, na gestão do ministro Carlos Fávaro, ocorreram, até o momento, mais de 100 ampliações de mercados para produtos agropecuários brasileiros, além de 349 novas aberturas de mercado. “As ampliações de mercado têm um impacto muito importante e são eventualmente tão relevantes como as aberturas que temos feito”, afirmou o secretário. Desde o início do mandato do Ministro Carlos Fávaro no MAPA, ocorreram novas habilitações de frigoríficos para a China, além de pré-listings para mercados como Filipinas, Chile, Cuba e Singapura, entre outras ampliações. Rua destacou que, com os pré-listings, já começaram a ser observados resultados práticos no comércio internacional de alguns produtos. Um exemplo claro disso é que as Filipinas se tornaram o principal mercado de exportação da carne de porco brasileira. Além disso, importantes reduções tarifárias acontecerem, como é o caso do suco de laranja para a Coreia do Sul. Durante o evento, o secretário Luís Rua apresentou o Pool de Tradings, uma iniciativa estratégica para diversificar os produtos e ampliar as oportunidades de exportação do agronegócio brasileiro. O objetivo é promover um ambiente colaborativo entre o governo, produtores e as tradings, facilitando o acesso a novos mercados internacionais. Por meio de reuniões e encontros, o Mapa se coloca como facilitador no processo, ajudando a estruturar canais de comercialização e conexões que impulsionam a presença do Brasil no mercado global. Já a plataforma ConectAgro, lançada recentemente, visa fortalecer o fluxo de informações entre produtores brasileiros e mercados internacionais, proporcionando dados atualizados sobre perfis tarifários, intercâmbio comercial, feiras e eventos. Além disso, apresentou a ferramenta AgroInsight, que gera 76 relatórios mensais com análises detalhadas sobre oportunidades de produtos de origem animal e vegetal, visa contribuir nas decisões estratégicas dos exportadores e alertar para possíveis novos mercados. A partir da análise de 40 adidos agrícolas do Mapa, espalhados pelo mundo, esses relatórios fornecem dados cruciais que já estão disponíveis ao público e, em breve, estarão reunidos em um banco de dados acessível, oferecendo insights profundos sobre as tendências do comércio e as oportunidades emergentes para produtos específicos. O secretário Luís Rua também apresentou o Passaporte Agro e as Caravanas do Agroexportador, duas iniciativas para promover a exportação de produtos brasileiros. O Passaporte Agro oferece aos produtores informações como requisitos sanitários e fitossanitários, perfil tarifário, procedimentos de registro e contatos de importadores, tudo para facilitar o acesso aos mercados internacionais. Já as Caravanas do Agro têm sido essenciais para expandir a cultura exportadora no Brasil. Este ano, já foram realizadas sete caravanas, e outras 21 estão programadas. Essas ações incluem desde orientações sobre questões sanitárias até estratégias financeiras, com o objetivo de interiorizar o conhecimento sobre as oportunidades de exportação. Ao longo da atual gestão, o Mapa realizou mais de 90 missões internacionais, com participação em feiras, eventos e encontros estratégicos que fortalecem a inserção do Brasil no comércio global. Essas missões têm sido uma ferramenta fundamental para ampliar as oportunidades para os produtos brasileiros e consolidar a presença do país nos mercados internacionais.
MAPA
EMPRESAS
Com demanda, Minerva levanta R$ 2,25 bi em CRAs
Volume foi cerca de 13% acima da meta inicial da companhia
A Minerva acaba de levantar R$ 2,25 bilhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), numa operação que inicialmente buscava R$ 2 bilhões. Em cinco séries, as três pré-fixadas ficaram em 15,7% a 15,9%, mas a companhia fez swap para CDI – deixando o prêmio em 0,4, 0,5 e 0,85 sobre o Tesouro, segundo fonte com conhecimento da operação. A companhia vem buscando reduzir e alongar seu endividamento. Em abril, anunciou um aumento de capital privado.
Valor Econômico
Conselho da JBS convoca assembleia sobre dupla listagem para 23 de maio
A JBS informou na terça-feira que seu conselho de administração aprovou convocação para 23 de maio de assembleia extraordinária de acionistas sobre o plano de dupla listagem de ações, segundo fato relevante ao mercado.
A companhia, maior produtora de carnes do mundo, pretende listar ações na bolsa de Nova York, algo que deve dar à empresa uma base mais ampla de investidores e de capital. Atualmente, a listagem primária da JBS está no Brasil. “Acreditamos que essa operação vai aumentar nossa visibilidade no cenário internacional, atrair novos investidores e fortalecer ainda mais nossa posição como líder global de alimentos”, disse o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, em nota. Com a dupla listagem, as ações da JBS passariam a ser negociadas tanto nos EUA quanto no Brasil. O anúncio foi feito após o pedido da dupla listagem ter sido aprovado pela SEC, o regulador de mercados dos EUA. A operação também depende da aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Caso a proposta seja aprovada pela assembleia, a companhia estima o início da oferta das ações no mercado norte-americano a partir de junho. Na assembleia do dia 23, a JBS afirmou que a pauta envolverá os assuntos que incluem a contratação da KPMG para elaboração do laudo de avaliação do valor das ações da JBS SA e aprovação do laudo que calculou em R$44,78 bilhões o valor de patrimônio líquido contábil da JBS SA. Segundo comunicado da JBS, os acionistas minoritários terão total poder de decisão sobre a dupla listagem. A J&F, holding da família Batista, e a BNDESPar, os dois principais acionistas em volume de papeis, vão se abster de votar, o que deixará a decisão a cargo de detentores de pouco mais de 30% do free float da companhia.
Reuters
INTERNACIONAL
Hungria confirma quinto surto de febre aftosa em fazenda leiteira
A Hungria confirmou seu quinto surto de febre aftosa em bovinos — desta vez em uma fazenda que também abrigava porcos. O laboratório da Autoridade Nacional de Segurança da Cadeia Alimentar confirmou a presença do vírus após uma vaca leiteira, de um rebanho de 600 animais, apresentar sintomas durante a ordenha matinal em 17 de abril. A fazenda está localizada em Rábapordány, próxima às fronteiras com a Eslováquia e a Áustria.
Após a notícia do mais recente surto, o Nébih (órgão responsável pela segurança alimentar) fez um apelo para que os criadores de animais tomem medidas para proteger seus rebanhos. “Só podemos nos proteger contra o vírus se os pecuaristas seguirem as regras e precauções com extrema responsabilidade e não tratarem a proteção de seus próprios animais com leviandade. Onde um animal infectado é encontrado, todo o rebanho deve ser eliminado. O não cumprimento das regras de contato também coloca outras propriedades em risco.” Com base na investigação epidemiológica até o momento, as autoridades afirmam que o vírus detectado na quinta fazenda não pode ser rastreado até os surtos anteriores. Amostras foram coletadas na fazenda leiteira em 11 e 23 de março, e na granja de suínos associada em 4, 9 e 10 de abril — todas com resultado negativo. Desde 7 de março, a Hungria já relatou quatro outros casos de febre aftosa, afetando mais de 7.000 bovinos. O chefe de gabinete do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, Gergely Gulyás, declarou que não descarta a possibilidade de um “ataque biológico” como forma de entrada do vírus no país, que estava livre de FMD havia mais de 50 anos. A vizinha Eslováquia também está enfrentando surtos de febre aftosa desde março, afetando mais de 6.000 bovinos. Antes deste ano, a Eslováquia estava livre da doença havia 52 anos.
Beef Magazine
FRANGOS & SUÍNOS
Frango brasileiro segue firme nos países árabes
Preço médio do produto avança nos três maiores mercados da região
As exportações de carne de frango para os países árabes entraram em 2025 no mesmo ritmo de crescimento do ano anterior, de acordo com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, que acompanha o comércio do Brasil com o bloco. No primeiro trimestre do ano, as vendas do produto subiram 9,95%, para US$ 936,29 milhões, com Arábia Saudita liderando as compras (total de US$ 256,94 milhões), seguida por Emirados Árabes Unidos (US$ 224,50 milhões) e Iraque (US$ 98,76 milhões). Nesses mercados, aliás, a tonelada do frango foi negociada a preços maiores. Na Arábia Saudita, avançou 19,47%, para US$ 2.474,62; nos Emirados Árabes Unidos, 3,44%, para US$ 2.041,84; no Iraque, 2,55%, para US$ 2.189,32 a tonelada, influenciando as vendas totais para cima em relação aos três primeiros meses do ano passado. Os volumes mantiveram-se relativamente estáveis, com quedas em alguns mercados compensadas por avanços em outros. No conjunto, os 22 países árabes do Oriente Médio e do norte africano compraram 3,30% mais frango do Brasil, ou 453,59 mil toneladas. Nos três mercados mais rentáveis, apenas a Arábia Saudita registrou variação positiva, de 1,28%, para 103,83 mil toneladas. Nos Emirados Árabes Unidos, o volume recuou 7,54%, para 109,95 mil toneladas, e, no Iraque, a queda foi de 2,81%, para 45,11 mil toneladas. Já as vendas de derivados bovinos, que alcançaram recorde histórico ano passado, tiveram recuo de 12,02%, para US$ 391,78 milhões. A Argélia, o mercado que mais comprou carne bovina do Brasil na região em 2024, segue com demanda firme. As compras do país no primeiro trimestre subiram 105,79%, para US$ 113,93 milhões. Em seguida vêm Arábia Saudita (US$ 64,58 milhões) e Egito (US$ 54,08 milhões). No todo da pauta de exportações, ¾ da qual compreendendo alimentos e bebidas, as vendas aos árabes registraram recuo de 12,29%, para US$ 4,98 bilhões, queda que pode ter relação com o Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, iniciado mais cedo este ano, em 28 de fevereiro, o que possivelmente reduziu o ritmo dos embarques. “É comum observar antes do Ramadã um movimento de importadores e consumidores de formar estoques. Isso porque, durante o mês sagrado, o costume da maioria das famílias é jejuar durante o dia, comer à noite e sair de casa só para o estritamente necessário”, explica Mohamad Mourad, secretário-geral da Câmara Árabe. O executivo pontua que essa dinâmica é visível, inclusive, nas estatísticas de exportações, com as vendas para os países árabes alcançando o pico cerca de cinco meses antes do Ramadã, recuando durante o mês sagrado e retornando à normalidade logo depois dele. “Por isso acreditamos que os embarques se recuperem nos próximos meses. Teremos, então, condições de avaliar a demanda nos mercados árabes com mais precisão”, pontua.
Câmara de Comércio Árabe-Brasileira
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