CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2446 DE 14 DE ABRIL DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2446 | 14 abril de 2025

 

NOTÍCIAS

Alta nas cotações em São Paulo na sexta

A redução da oferta nas praças paulistas refletiu em dificuldade para completar a escala. Com isso, o preço do “boi China” e o da novilha subiu R$2,00/@. Para as demais categorias, a cotação não mudou. A escala de abate estava, em média, para cinco dias úteis.

Na sexta-feira (11/4), o “boi-China” atingiu R$ 330/@, no prazo, no mercado paulista, enquanto a novilha gorda subiu para R$ 307/@, apurou a Scot Consultoria. Pelos cálculos da Scot, a escala de abate entre as indústrias de São Paulo fechou a última semana com uma média de apenas 5 dias úteis. O boi gordo “comum”, segundo a consultoria, está valendo R$ 325/@ nas praças de SP, e a vaca gorda é negociada por R$ 290/@ na mesma região. Na Bahia, no estado, o quadro foi de ofertas enxutas. Na região Sul, não houve alteração nas cotações. Na região Oeste, o preço do boi gordo subiu R$3,00/@. Para as fêmeas não houve alteração. Nas regiões Norte e Triângulo Mineiro, Minas Gerais o comportamento foi o seguinte. Na região de Belo Horizonte, apesar da redução da oferta de boiada, a quantidade seguiu sendo suficiente para atender às escalas. Dessa forma, os preços não mudaram.

A escala de abate esteve, em média, para sete dias. Na região Sul, a cotação da arroba subiu R$2,00 para o boi gordo. Para as fêmeas, o aumento nos preços foi de R$3,00/@. A escala de abate estava atendendo, em média, 10 dias.

Scot Consultoria

Arroba do boi gordo de MT supera cotação paulista

Escalas de abate encurtadas e demanda aquecida têm levado mercado a operar em alta

O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar elevação em seus preços na sexta-feira (11).

Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o destaque da semana é claramente o movimento deflagrado em Mato Grosso, que já se depara com preços mais altos no comparativo com as praças paulistas. “No geral, as escalas de abate permanecem encurtadas, entre cinco e seis dias úteis na média nacional. Outro aspecto a ser mencionado é que a demanda aquecida é outro ponto que mantém os preços em perspectiva de alta, com bons indicadores de consumo no decorrer da primeira quinzena do mês, somado ao forte ritmo de embarques deflagrado no período”, destacou. Média da arroba do boi gordo (a prazo): São Paulo: R$ 329 – R$ 328,42 ontem. Goiás: R$ 320,89 – R$ 320,71 anteriormente. Minas Gerais: R$ 320,88 – estável. Mato Grosso do Sul: R$ 322,39 – R$ 321,93 na quinta. Mato Grosso: R$ 330 – R$ 324,66 na sexta. O mercado atacadista ainda se depara com preços firmes. O ambiente de negócios permite que os preços subam nos próximos dias, ainda considerando o efeito da entrada dos salários na economia. “É importante mencionar que as exportações seguem em alto nível, enxugando a oferta doméstica de carne bovina, favorecendo novos reajustes no curto prazo”, assinalou Iglesias. O quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 20,00 por quilo. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 26,00 por quilo. A ponta de agulha permanece precificada a R$ 18,00 por quilo.

Agência Safras

Preço do boi gordo encerrou a semana com estabilidade em São Paulo

Redução da oferta nas praças paulistas refletiu em dificuldade para completar a escala de abate. O abate de bovinos em março totalizou 2,32 milhões de cabeças, uma leve queda de 0,10% frente a fevereiro

Depois de diversas altas durante a semana, o preço do boi gordo no Estado de São Paulo encerrou a sexta-feira (11/4) com estabilidade, com a arroba cotada em R$ 325 nas praças de Araçatuba e Barretos. No entanto, a redução da oferta nas praças paulistas refletiu em dificuldade dos frigoríficos para completar a escala de abate, que está, em média, em cinco dias úteis. Com isso, o preço da arroba do “boi China” e da novilha subiram R$ 2, para R$ 330 e R$ 307, respectivamente. A consultoria Agrifatto destaca que o abate de bovinos em março totalizou 2,32 milhões de cabeças, uma leve queda de 0,10% frente a fevereiro. Desse total, 1,06 milhão foram fêmeas, o maior volume já registrado para um único mês, elevando a participação para 45,6% e estabelecendo um novo recorde. Segundo a Agrifatto, esse movimento reforça a leitura de um possível pico de descarte no ano. A maior oferta de vacas no gancho contribui para manter a pressão sobre as cotações da arroba, especialmente em um momento em que o consumo interno ainda segue comedido. O setor pecuário também segue atento aos impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Segundo analistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, de um lado, as tarifas tendem a reforçar a demanda por produtos agropecuários brasileiros. Ainda que países importadores de carne bovina tenham reflexos negativos em suas economias, é possível que a demanda externa por carne bovina do Brasil se mantenha em bom patamar. Por outro lado, ainda conforme o Cepea, as tarifas diretas dos Estados Unidos ao Brasil e a turbulência na economia de outros países devem impactar – direta ou indiretamente – vários setores nacionais. De acordo com o Centro de Estudos, isso tende a acarretar redução dos investimentos, desemprego e diminuição da renda dos brasileiros para o consumo de carne e outros bens. No ano passado, as exportações representaram 28,16% da produção da carne bovina nacional – calculado com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Portanto, pesquisadores do Cepea reforçam que o escoamento de quase três quartos da carne produzida no país depende da renda dos brasileiros.

Globo Rural

ECONOMIA

Dólar recua em sessão positiva para emergentes, mas fecha semana em alta com tensões comerciais

O dólar à vista caiu ante o real na sexta-feira, com os investidores em busca de ativos de maior risco na sessão, mas ainda fechou a semana em alta, em meio à escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que têm elevado os temores de uma recessão econômica global

O dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, a R$5,8698. Na semana, a moeda acumulou alta de 0,54%. Às 17h17, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,19%, a R$5,888 na venda. Os ganhos do real ocorreram na esteira dos avanços de seus pares frente à divisa dos EUA, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno, que se beneficiaram das altas dos preços de commodities no exterior, como o minério de ferro e o petróleo. Investidores também pareciam motivados a buscar ativos de risco diante dos ganhos em Wall Street, que repercutia balanços fortes por parte de grandes bancos e declarações de autoridades do Federal Reserve, que garantiram a prontidão do banco central dos EUA em lidar com qualquer distorção no sistema financeiro. Após as fortes perdas entre emergentes durante a semana, os agentes financeiros ainda aproveitavam para realizar lucros e ajustar suas posições ao fim de uma semana de extrema volatilidade em meio à incerteza comercial no exterior. O movimento da sessão ocorreu apesar de nova escalada na guerra comercial entre EUA e China, que vinha deixando os investidores mais receosos ao risco em países emergentes ao longo da semana. Mais cedo, a China aumentou suas tarifas sobre as importações de produtos dos EUA para 125%, revidando a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de aumentar as tarifas para a segunda maior economia do mundo a 145%. O anúncio de Trump veio em resposta à imposição por Pequim de tarifa de 84% sobre as mercadorias dos EUA, quando a China retaliou uma imposição de tarifa anterior feita pelos EUA. Analistas temem que a disputa comercial com a China possa reacender a inflação nos EUA e provocar uma recessão econômica devido à dependência de muitas empresas norte-americanas em relação às importações vindas da China. Na cena doméstica, o dia foi marcado pela divulgação de dados econômicos. A atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado em fevereiro com impulso do setor agropecuário, mesmo em meio ao ciclo de aperto de juros e às expectativas de desaceleração da economia, de acordo com dados do Banco Central. Já o IBGE informou que o IPCA de março desacelerou em linha com o esperado em relação ao mês anterior, com a inflação atingindo o patamar de 5,48% em 12 meses.

Reuters

Ibovespa avança 1% e assegura sinal positivo em semana volátil por tarifas

O Ibovespa fechou em alta de 1% na sexta-feira, assegurando um desempenho positivo no acumulado da semana, após a Casa Branca afirmar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está otimista quanto a um acordo com a China.

A declaração ocorreu após Pequim aumentar novamente as tarifas para produtos norte-americanos, desta vez para 125%, mas indicar que essa seria a última vez que se equipararia aos EUA, se Trump elevar ainda mais suas taxas para itens chineses. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,05%, a 127.682,4 pontos, tendo marcado 128.385,96 pontos na máxima e 126.078,39 pontos na mínima do dia. Na semana, acumulou uma variação positiva de 0,34%. O volume financeiro nesta sexta-feira somou R$22,5 bilhões. Na visão do gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, agradou a sinalização de autoridades chinesas de que esse será o último aumento de tarifas, assim como a sinalização de Trump na disposição de negociar com a China. Ele também citou declarações da presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, de que o banco central norte-americano terá uma posição mais acomodatícia, caso a volatilidade nos mercados continue. Ao Financial Times, Collins disse que o Fed “tem ferramentas para lidar com as preocupações sobre o funcionamento do mercado ou a liquidez, caso elas surjam”. “Estaríamos absolutamente preparados para fazer isso conforme necessário”, afirmou. Em Wall Street, o S&P 500 trocou de sinal algumas vezes antes de fechar em alta de 1,8%, com agentes financeiros também repercutindo o começo da temporada de balanços, que nesta sessão incluiu os resultados de JPMorgan e Morgan Stanley. No Brasil, a pauta mostrou que o IPCA desacelerou em março, com uma alta de 0,56%, de 1,31% em fevereiro. Em 12 meses, porém, passou de 5,06% para 5,48%, ainda mais distante da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. Na visão da equipe do Bank of America, a desaceleração mensal não significa muita coisa, pois fevereiro foi poluído pelo bônus de Itaipu e pela sazonalidade da volta às aulas, conforme relatório enviado a clientes. Em paralelo, o IBC-Br, calculado pelo BC e considerado um sinalizador do PIB, cresceu 0,4% em fevereiro, em dado dessazonalizado, acima das expectativas no mercado (+0,15%), mas abaixo da alta de 0,9% em janeiro.

Reuters

IBC-Br aponta expansão da atividade acima do esperado em fevereiro

A atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado em fevereiro com impulso do setor agropecuário, mesmo em meio ao ciclo de aperto de juros e às expectativas de desaceleração da economia, de acordo com dados do Banco Central.

O BC informou na sexta-feira que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve em fevereiro alta de 0,4%, em dado dessazonalizado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 0,15%. O resultado, no entanto, mostrou desaceleração em relação à alta de 0,9% registrada em janeiro, em dado não revisado pelo BC. Na comparação com fevereiro do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 4,1%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,8%, segundo números não dessazonalizados. Nesta divulgação, o BC passou a apresentar a abertura setorial do índice, mostrando que em fevereiro o IBC-Br da agropecuária cresceu 5,6% sobre o mês anterior, em dado dessazonalisado. Na mesma base de comparação, o índice da indústria teve queda de 0,8%, enquanto o de serviços avançou 0,2%. Sem contar o desempenho da agropecuária, o IBC-Br teria apresentado retração de 0,2%, segundo o BC. A economia brasileira mostrou perda de força no final de 2024, e analistas avaliam que esse cenário deve seguir este ano. No entanto, um forte crescimento esperado do setor agrícola, com safras recordes, deve dar alguma sustentação neste início de ano. Em fevereiro, a produção industrial do Brasil frustrou as expectativas e recuou 0,1%, mas as vendas no varejo avançaram 0,5%, marcando o maior patamar da série, mostraram dados do IBGE. Já o volume de serviços no Brasil cresceu mais que o esperado no mês, a uma taxa de 0,8%. O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

Reuters

Serviços têm alta em fevereiro

Com crescimento disseminado, setor cresce 0,8% em fevereiro na comparação com janeiro

O volume de serviços prestados surpreendeu positivamente em fevereiro, embora não mude a perspectiva dos economistas de desaceleração gradual, principalmente no segundo semestre. Com crescimento disseminado, os serviços foram puxados por atividades mais resilientes a fatores conjunturais e mais ligados a um dinamismo do próprio setor, como os que envolvem inovação e tecnologia. Atividades ligadas a serviços prestados às famílias, porém, já refletem o peso da inflação e da menor confiança, mostrando perda de força em relação ao ano passado. O volume de serviços prestados subiu 0,8% em fevereiro ante janeiro, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados na quinta-feira (10) pelo IBGE. A alta ocorre após revisão do desempenho do setor em janeiro, ante dezembro. O recuo de 0,2% foi ampliado para uma queda de 0,6%. Na comparação com fevereiro de 2024, o indicador subiu 4,2%. A alta em fevereiro, na comparação mensal, ficou acima da mediana das estimativas de 24 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que era de estabilidade. O resultado veio também no teto das projeções: o intervalo das estimativas ia de recuo de 0,5% a alta de 0,8%. Com o desempenho de fevereiro, os serviços estão em patamar 16,2% superior ao do pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 1% abaixo do pico da série histórica, em outubro de 2024. O índice de difusão, que mostra a participação de produtos com crescimento, avançou de 46,4% para 63,3%. Com alta de 1,8%, o setor de serviços de informação e comunicação foi destaque em fevereiro. Este foi o quarto mês seguido de alta, com ganho acumulado de 4%. Trata-se de um setor que tem apresentado demanda independentemente dos fatores conjunturais, diz Rodrigo Lobo, gerente do IBGE e responsável pela PMS. “A própria dinâmica de serviços, que envolve inovação e tecnologia, tem ditado o crescimento do setor, independentemente de movimentos observados na economia, como alta de juros e aumento de alguns itens de inflação.” A atividade de serviços de informação e comunicação, diz Stéfano Pacini, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), encontra-se em seu máximo histórico e vem renovando esse pico. “Até quando isso vai acontecer, não se sabe, mas é um setor que cresceu muito durante a pandemia e continua se expandindo. É um setor que emprega bastante e trouxe mudanças permanentes nos serviços do país.” Na variação mensal houve crescimento em quatro das cinco atividades acompanhadas pela PMS. Além de informação e comunicação, também houve alta em serviços profissionais, administrativos e complementares, que avançaram 1,1% e recuperaram, em parte, a queda de 3,8% acumulada nos três meses anteriores. Outros serviços tiveram expansão de 2,2%, segundo mês seguido de alta. Os serviços prestados às famílias também avançaram 0,5%, após uma queda de 3,3% observada em janeiro. O desempenho desse segmento específico pode estar ligado a fatores da conjuntura macroeconômica. De maio a dezembro de 2024, os serviços prestados às famílias acumularam alta de 6,2%. Em 2025, houve queda de 3,3% em janeiro e alta de 0,5% em fevereiro, com perda acumulada de 2,6%. O setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o único dos cinco grupos da PMS que recuou em fevereiro, ante janeiro, com queda de 0,1%, após retração mais intensa em janeiro, de 1,8%.

Valor Econômico

FRANGOS & SUÍNOS

Frango/Cepea: Cai poder de compra do avicultor frente ao milho

Apesar da alta de preços do frango vivo em março, o poder de compra do avicultor paulista caiu frente ao milho, conforme apontam levantamentos do Cepea

Isso porque, segundo o Centro de Pesquisas, o cereal se valorizou em maior intensidade no período. Já em relação ao farelo de soja, a situação melhorou ao produtor avícola. No mercado do frango vivo de corte, dados do Cepea mostram que as cotações reagiram em março, influenciadas pelo aquecimento das demandas interna e externa. No estado de São Paulo, a média do animal foi de R$ 5,51/kg, elevação de 2,7% sobre a do mês anterior.

Cepea

Galinheiros comunitários de terras indígenas geram polêmica no Paraná

Projeto financiado por Itaipu para criação de subsistência está causando temor do setor produtivo por possíveis riscos sanitários à avicultura do Estado. Projeto prevê a instalação de 64 galinheiro em comunidades indígenas no Oeste e no litoral do Paraná

Um projeto que prevê a implantação de galinheiros comunitários em comunidades indígenas está causando controvérsia no Paraná. Enquanto defensores da ação ressaltam sua importância para a segurança alimentar dos povos indígenas, entidades ligadas ao agronegócio mostram preocupação com riscos sanitários para a avicultura paranaense. A instalação dos galinheiros comunitários integra o projeto “Opaná: Chão Indígena”, desenvolvido pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD) em parceria com a Itaipu Binacional, por meio do programa Itaipu Mais que Energia. De acordo com a FLD, serão até 64 galinheiro, com 100 aves cada, totalizando 6,4 mil animais. A implantação está prevista para as regiões Oeste e Litoral do Estado e deve beneficiar 32 comunidades indígenas, onde já há criação de galinhas. Segundo informações da FLD, a construção de galinheiros já está em andamento nas comunidades Guarani do Oeste do Paraná. As obras começaram no início de março e seguirão pelos próximos meses, “fortalecendo a segurança alimentar indígena, que é o objetivo principal da ação”, diz a entidade. Fazem parte da iniciativa 31 comunidades indígenas beneficiadas pelo acordo que prevê a comp0ra pela Itaipu de 3 mil hectares de terras rurais em cinco municípios paranaenses do Oeste do Estado. Em entrevista à Globo Rural, Paulo Porto, gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da Itaipu, ressalta que são mais de 5 mil pessoas nas comunidades das Terras Indígenas Tekoha Guasu Guavira e Tekoha Guasu Okoy Jakutinga. Ele explica que o projeto Opaná busca fortalecer a segurança alimentar por meio da implementação dos Sistemas Indígenas de Produção Agroecológica (SIPAs), que incluem outras opções à escolha das comunidades, como a criação de suínos, tanques de piscicultura, roçados e quintais produtivos – sendo todas as atividades agrícolas para subsistência. O projeto que prevê a instalação dos galinheiros comunitários tem preocupado o setor produtivo. Por solicitação inicial do Sistema Faep, foi realizada uma reunião para definir o controle sanitário nessas unidades, na última segunda-feira (7/4), em Cascavel (PR). Participaram representantes do projeto Opaná, da Adapar, Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Ministério da Agricultura e cooperativas agrícolas, entre outros. À Globo Rural, o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette, ressaltou que são preocupantes os fatos do projeto ser desenvolvido na região Oeste do Estado – polo da avicultura paranaense – e das áreas das comunidades indígenas serem espaços com acesso controlado de não indígenas, o que poderia dificultar a fiscalização. “A nossa preocupação sempre foi em relação à questão sanitária. Não podemos colocar em risco uma atividade na qual o Paraná é líder e que movimenta mais de R$ 40 bilhões por ano. Qualquer contaminação decorrente desses galinheiros comunitários poderia trazer impacto com prejuízos incalculáveis”, advertiu Meneguette. O gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da Itaipu, afirma que o projeto cumpre as regras fitossanitárias e deve contribuir para o controle sanitário avícola no Estado, uma vez que prevê o encarceramento de aves que atualmente estão soltas nas áreas apontadas. “Haverá um monitoramento constante e a garantia de todo o protocolo sanitário para eventual compra de aves”, ressalta Porto. A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) informou que está acompanhando “Estamos cadastrando os animais e fazendo o monitoramento das áreas, em alinhamento com os coordenadores do projeto, a fim de garantir a biosseguridade com relação à prevenção da gripe aviária e outras doenças”, afirma Rafael Gonçalves Dias, chefe do departamento de Saúde Animal da Adapar. Dias ressalta que os galinheiros comunitários serão voltados a criações de subsistência, ou seja, as aves, a carne e os ovos não serão comercializados, serão produzidos para consumo próprio. Dessa maneira, o protocolo adotado pela Adapar segue o padrão para as propriedades que fazem esse tipo de criação, com cadastramento e monitoramento periódico. O órgão vê como ponto positivo a implantação dos equipamentos na região litorânea do Estado – área em que a Adapar está intensificando o monitoramento da gripe aviária -, uma vez que manterá um número maior de animais fechados nas instalações. A região tem sido monitorada por drones, tendo em vista a maior circulação de aves silvestres, o que aumenta o risco de uma possível transmissão da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1). Nessa área, não deve ser autorizada a entrada de novas aves.

Globo Rural

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