CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2442 DE 08 DE ABRIL DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2442|08 abril de 2025

 

NOTÍCIAS

Mercado do boi gordo: preços estáveis

Poucos negócios realizados no começo dessa semana. As cotações permaneceram estáveis para todas as categorias. As escalas de abate estavam, em média, para seis dias.

No Rio de Janeiro, em um cenário de ofertas menores, o preço do boi gordo subiu R$3,00/@ e o das fêmeas permaneceu estável. As escalas estão, em média, para seis dias. O volume da história para este mês – média diária de 11,3 mil toneladas – aumento de 29,6% no desempenho, em relação ao mesmo período de 2024. O preço médio da tonelada ficou em US$4,9 mil, alta de 8,2% na comparação feita ano a ano. No mercado atacadista da carne com osso, na semana, embora as vendas não tenham sido consideradas boas, o baixo volume de carne disponível nos estoques, especialmente de carcaças de fêmeas, colaborou para a elevação das cotações. A cotação da carcaça casada de boi capão subiu 1,9%. Já a do boi inteiro subiu 3,8%. Para a carcaça casada das fêmeas, a carcaça casada da vaca subiu 2,6%, enquanto a da novilha apresentou alta de 8,7%. No mercado de carnes alternativas, o preço do frango médio* subiu 2,9% ou R$0,23/kg. Já para a carcaça de suíno especial**, o preço subiu 4,3% ou R$0,50/kg.

Scot Consultoria

Preço do boi gordo abre a semana com estabilidade em São Paulo

O mercado segue apresentando poucos negócios diante da perspectiva de alta das cotações. Muitos criadores de gado têm segurado a oferta enquanto, de outro lado, a indústria tem controlado suas compras

O preço do boi gordo ficou estável nas principais praças pecuárias de São Paulo nesta segunda-feira (7/4), cotado a R$ 320 a arroba a prazo negociada em Barretos e Araçatuba, segundo levantamento da Scot Consultoria. O mercado segue apresentando poucos negócios diante da perspectiva de alta dos preços. Com isso, muitos criadores de gado têm segurado a oferta enquanto, de outro lado, a indústria tem controlado suas compras. No atacado, a menor oferta favoreceu reajustes de preços na última semana, motivados também pelo recebimento dos salários, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). As exportações, por sua vez, seguem aquecidas, com recorde para o mês de março: 215,4 mil toneladas. De acordo com Pedro Gonçalves, analista de mercado da Scot Consultoria, o atual cenário e demanda interna e externa também tem contribuído para a maior firmeza das cotações do boi gordo em abril, com o mercado futuro acima dos R$ 325 a arroba pelos próximos dois meses. “É um cenário bastante positivo e que deve trazer um corpo bem mais firme para a cotação da arroba neste início de abril”, avalia Gonçalves.

Globo Rural

Arroba do boi gordo continuará valorizada no 1º semestre?

Primeira semana de abril teve valorização de até 3,6% nas cotações. Contudo, alguns fatores podem pressionar os preços nos próximos meses

O mercado físico do boi gordo registrou novos aumentos de preço no Brasil ao longo da semana. De acordo com o analista de Safras & Mercado Allan Maia, o encurtamento das escalas de abate, que tem variado entre cinco e seis dias úteis, contribuiu para o crescimento das cotações da arroba. Outro fator que ajudou esse movimento de valorização é a expectativa de avanço no consumo de carne bovina, considerando a entrada dos salários na economia e o feriado de Páscoa. “As exportações de carne bovina em ótimo nível pelo Brasil também ajudam a reduzir a disponibilidade interna da proteína”, sintetiza Maia. O coordenador da equipe de Inteligência de Mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, enxerga continuidade da valorização da arroba do boi gordo na primeira quinzena de abril. “Porém, na segunda quinzena, é possível que o mercado esteja mais pressionado, mas ainda assim se mantendo próximo aos R$ 300 por arroba.” Segundo ele, isso acontece por conta da chegada do outono que motiva a tradicional desova de fim de safra. “O capim perde o seu vigor e, assim, temos um cenário de maior necessidade do vendedor em ofertar boiadas entre abril e maio, o que colabora com um cenário mais baixista, seja em ano de alta ou de baixa”. Ainda assim, de acordo com o especialista, 2025 será um ano com viés de baixa sem muita força. “A ‘barrigada’ para este final de safra não deve ser muito forte, então não interpretamos um cenário em que o mercado ceda, salvo se as condições que tivermos agora de mercado, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a manutenção de exportação ao mercado chinês, as aberturas de mercado e o mercado doméstico não sofrerem nenhuma alteração”. O cenário exportador de carne bovina esteve aquecido no primeiro trimestre do ano, com recorde de exportação e preço em dólar maior do que em 2024. “Esses fatores contribuem para que a indústria exportadora garanta as suas margens. Quanto à oferta de boiadas, vemos elas chegando de forma constante no mercado, em linha com os números do primeiro trimestre de 2024. Contudo, janeiro e fevereiro deste ano registraram abates superiores na comparação anual, de acordo com o Sistema de Inspeção Federal, ainda que tenham desacelerado nos últimos dias, principalmente em março.” Segundo Fabbri, o ritmo mais lento dos últimos dias tem provocado dificuldades de os compradores encontrarem machos terminados e bem-acabados nas praças de comercialização, levando à firmeza da arroba do boi nesta semana, mesmo com a maior participação de fêmeas na linha dos abates. Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 3 de abril, conforme dados de Safras & Mercado: São Paulo (Capital): R$ 325, avanço de 1,56% frente ao fechamento da última semana, de R$ 320. Goiás (Goiânia): R$ 320, alta de 3,23% perante os R$ 310 da semana passada. Minas Gerais (Uberaba): R$ 305, estável frente ao fechamento anterior. Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 320, acréscimo de 1,59% frente aos R$ 315 do último período. Mato Grosso (Cuiabá): R$ 310, aumento de 1,64% frente à semana passada, de R$ 305. Rondônia (Vilhena): R$ 285, valor 3,64% superior frente aos R$ 275 do último período. O mercado atacadista manteve preços ao longo da semana, embora haja uma tendência de elevação no curto prazo em meio à expectativa de demanda mais firme na primeira metade de abril. O quarto do traseiro do boi foi cotado a R$ 25,50 o quilo, sem alterações ante o fechamento da semana passada. Já o quarto do dianteiro do boi foi vendido por R$ 18,50 o quilo, também sem mudanças.

Agência Safras

Carne bovina: Volume exportado chega em 37,4 mil toneladas na primeira semana de abril/25

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic, os embarques de carne bovina in natura alcançaram 37,4 mil toneladas na primeira semana de abril/25. No ano anterior, o mês de abril exportou 207,7 mil toneladas em 22 dias úteis.

A média diária exportada até a primeira semana de abril/25 ficou em 9,3 mil toneladas e registrou leve queda de 0,9%, quando se compara com a média observada em abril de 2024, que estava em 9,4 mil toneladas. Os preços médios pagos pela carne bovina ficaram em US$ 4.949 por tonelada na primeira semana de abril/25, isso representa um ganho anual de 9,20%, quando se compara com os valores observados em abril de 2024, em que estavam precificados em US$ 4.530 por tonelada. O valor negociado para a carne bovina até a primeira semana de abril ficou em US$ 185.193 milhões, sendo que no ano anterior a receita total foi de US$ 941.148 milhões. A média diária do faturamento ficou em US$ 46,2 milhões e registrou um ganho de 8,20%, frente ao observado no mês de abril do ano passado, que ficou em US$ 42,7 milhões.

SECEX/MDIC

ECONOMIA

Dólar supera R$5,90 após Trump ameaçar China com mais tarifas

Em um dia de estresse generalizado nos mercados globais, o dólar disparou novamente no Brasil e superou os R$5,90, após os Estados Unidos iniciarem a cobrança de tarifas de importação e o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar a China com mais taxas

O dólar à vista fechou em alta de 1,24%, aos R$5,9107, maior valor de fechamento desde 28 de fevereiro, quando encerrou a R$ 5,9165. Apenas no acumulado das duas últimas sessões, a moeda norte-americana avançou 28 centavos de real — um salto que dá a medida do estresse do mercado local com a guerra tarifária deflagrada pelos EUA. Em abril a divisa já acumula elevação de 3,57%. Às 17h06, na B3, o dólar para maio — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,82%, aos R$5,9315. O dólar se manteve em alta durante praticamente toda a sessão em sintonia com a queda firme das ações ao redor do mundo, após o início da cobrança, no sábado, de uma tarifa de 10% sobre todas as importações dos EUA. Assim como na sexta-feira, investidores buscavam a segurança da moeda norte-americana, tendo no horizonte ainda o início da cobrança, na próxima quarta-feira, de uma bateria adicional de tarifas recíprocas que atingirá vários países. Para piorar, nesta segunda-feira Trump disse que pode impor uma taxa adicional de 50% sobre as importações vindas da China também na próxima quarta-feira, se a segunda maior economia do mundo não retirar as tarifas de 34% que impôs sobre produtos dos EUA na semana passada. As tarifas chinesas vieram em resposta às taxas de 34% anunciadas anteriormente por Trump sobre a China. Os mercados globais chegaram a experimentar algum alívio nesta segunda-feira perto das 11h (horário de Brasília), após reportagem da CNBC dos EUA informar que Trump estaria considerando uma pausa de 90 dias nas tarifas cobradas de todos os países, com exceção da China. Em reação, às 11h15 o dólar à vista despencou para a mínima de R$5,8163 (-0,38%). Mas o movimento foi um ruído momentâneo. Em resposta na sequência, a Casa Branca desmentiu a pausa e qualificou a notícia como “falsa”, o que fez o dólar subir com ainda mais força ante o real. Às 13h12, a moeda norte-americana à vista atingiu a máxima de R$5,9333 (+1,63%). “Essa possível escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo provocou um aumento na aversão ao risco nos mercados, o que afetou particularmente as moedas de países emergentes — especialmente o real”, disse Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em comentário distribuído no fim da tarde. A alta do dólar ante o real ajudou a sustentar as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil e esteve em sintonia com a queda firme do Ibovespa. No exterior, o dólar tinha ganhos ante quase todas as demais divisas no fim da tarde. Às 17h16, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,89%, a 103,510.

Reuters

Ibovespa fecha em queda sem alívio em receios sobre tarifas

O Ibovespa fechou em queda na segunda-feira, sem alívio nas preocupações sobre a nova política comercial norte-americana, com as ações da Petrobras respondendo pelo maior peso negativo, também afetadas por receios de corte de preços pela estatal com o tombo do petróleo no exterior

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,31%, a 125.588,09 pontos, no terceiro pregão seguido de queda, tendo marcado 123.876,24 pontos na mínima e 128.410,57 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$30,4 bilhões. “Em função do contexto extremamente desafiador para as bolsas globais, a região de suporte consolidado (do Ibovespa) dos 118.500 é o grande ponto de atenção para a semana”, afirmaram analistas gráficos da Ágora Investimentos, em relatório enviado a clientes na segunda-feira. “Em caso de perda deste nível, o Ibovespa entraria tecnicamente em tendência de baixa de médio e longo prazo com potencial busca pela região dos 100 mil pontos.” O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que desencadeou uma guerra comercial na semana passada ao taxar as importações de uma série de países, disse nesta segunda-feira que adotará uma tarifa adicional de 50% sobre a China se Pequim não retirar suas tarifas retaliatórias sobre os EUA. “Além disso, todas as negociações com a China referentes às reuniões solicitadas por eles conosco serão encerradas! As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”, disse Trump em uma postagem no Truth Social. A Comissão Europeia, por sua vez, disse na segunda-feira que ofereceu um acordo tarifário “zero por zero” para evitar uma guerra comercial com Trump, com os ministros da União Europeia concordando em priorizar as negociações, mas ao mesmo tempo preparando contramedidas. O primeiro pregão da semana foi marcado por forte volatilidade, principalmente no final da manhã, após notícia — negada pela Casa Branca — de que Trump estaria avaliando uma pausa de 90 dias nas tarifas a todos os países exceto a China, o que fez o Ibovespa e o S&P 500 flertarem com o sinal positivo. “Notícia falsa”, disse a Casa Branca, o que fez com que os pregões voltassem ao território negativo. O S&P 500 ainda voltou a flertar com o azul antes de fechar em baixa de 0,23%. Em coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump reforçou que não pensa em fazer uma pausa nas tarifas para permitir negociações com parceiros comerciais, mas disse que deve conversar com a China, o Japão e outros países sobre as tarifas. “O tema das políticas tarifárias de Trump continua sendo o principal fator de risco”, afirmou o especialista em investimentos Bruno Shahini, da Nomad, em nota por e-mail, acrescentando que a sessão desta segunda-feira foi marcada por forte volatilidade nos mercados.

Reuters

Poupança no Brasil registra 3º mês seguido de saques em março, diz BC

A caderneta de poupança no Brasil registrou saques líquidos pelo terceiro mês consecutivo em março, totalizando R$11,459 bilhões, informou o Banco Central na segunda-feira.

No acumulado do ano, a poupança registra retirada líquida de R$45,692 bilhões. Em março, houve um saldo negativo de R$9,239 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto a poupança rural teve saques líquidos de R$2,220 bilhões. Ambos tiveram saídas nos três primeiros meses do ano. A rentabilidade atual da caderneta de poupança é dada pela taxa referencial (TR) mais uma remuneração fixa de 0,5% ao mês. Esta fórmula vale enquanto a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano — a taxa básica de juros está atualmente em 14,25% ao ano.

Reuters

Mercado mantém projeções para inflação e PIB em meio a temores de guerra comercial, mostra Focus

Analistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas projeções para a inflação e o crescimento do Brasil neste ano e no próximo, com as expectativas em relação ao patamar da taxa de juros em 2025 e 2026 também inalteradas, após uma semana marcada por aumento dos temores com uma guerra comercial global, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,65% ao fim deste ano, mesma previsão da pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira se manteve em 4,50%. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 1,97% neste ano, mesma projeção da semana anterior. Em 2026, a expectativa ficou inalterada em crescimento de 1,60%. Sobre a política monetária do Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 15,00%, no que foi a 13ª semana consecutiva com essa expectativa, enquanto para 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,50%. No momento, a Selic se encontra em 14,25% ao ano. O resultado vem na esteira de uma semana marcada por aumento dos temores sobre uma recessão global provocada por uma guerra comercial ampla, com os mercados reagindo ao anúncio de novas tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira passada. Trump anunciou a implementação de uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA, com alguns países recebendo tarifas mais altas devido ao seu desequilíbrio comercial com a economia norte-americana. Ao contrário da expectativa de agentes financeiros, as medidas de Trump ainda não provocaram negociações com os parceiros dos EUA, com China e União Europeia seguindo o caminho da retaliação, enquanto o presidente norte-americano não fornece sinais de que pode recuar. Esse cenário impulsionava as preocupações de uma guerra comercial global e uma consequente desaceleração econômica. No Focus desta segunda, houve ainda redução na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 para R$5,90, de R$5,92 na semana passada, e queda da projeção para 2026 a R$5,99, de R$6,00 anteriormente. A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 5,52% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários de Trump.

Reuters

CARNES

Guerra comercial pode elevar preços das carnes no Brasil

Tarifas impostas por EUA e China tendem a causar alta de preços no mercado internacional. Tarifas tendem a elevar a demanda chinesa pelas carnes do Brasil com impacto sobre os preços praticados no mercado interno

O “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra diversos países e a retaliação da China, com taxas de 34% sobre os produtos americanos, vão mexer com o mercado global de carnes. Um dos principais efeitos deve ser o aumento da demanda chinesa pelas carnes do Brasil, o que tende a elevar os preços no mercado doméstico, com impactos na inflação dos alimentos, disseram analistas ao Valor. Assim como o Brasil, os EUA exportam carnes bovina, suína e de frango à China, e a taxa de 34% sobre os produtos americanos tende a tornar os produtos brasileiros mais competitivos. Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, avalia que a carne suína do Brasil é a que tem mais chances de ocupar o lugar dos americanos na China. Mas carnes bovina e de frango também podem ganhar mais espaço no país asiático. “A exportação do Brasil já tendia a ser recorde em 2025 para as três carnes, e essa conjuntura mercadológica torna o quadro ainda mais favorável”, afirmou. Com a guerra comercial entre EUA e China, a Safras estima alta de 7% para as exportações totais de carne suína neste ano, para até 1,5 milhão de toneladas. Para frango e bovinos, a projeção é de avanços de 5,24% e 2,29%, respectivamente. Os embarques devem somar 5,43 milhões de toneladas de frango e 4,28 milhões de toneladas de carne bovina. Esse aumento nas exportações, porém, terá impacto sobre os preços domésticos. “Com esse fluxo de exportação tão contundente, sim, o mais provável é que as carnes sigam pressionando os índices inflacionários no Brasil”, reconheceu. Para a diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel, a guerra comercial pode paralisar o comércio de carnes dos EUA para a China ou reduzir muito os negócios. “Com o Brasil sendo o principal fornecedor de commodities, certamente será positivo para nós”, afirmou, acrescentando que os EUA são o terceiro maior fornecedor de carne suína para os chineses, atrás de Espanha e Brasil. Ela também acredita que uma demanda adicional tende a impulsionar os preços ao consumidor final no mercado brasileiro.

Questionado sobre o tema, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, disse que os impactos sobre os preços domésticos das carnes de frango e suína seriam limitados, uma vez que é possível elevar a produção. “A gente já previa crescimentos maiores no mercado interno do que na exportação, agora pode ter uma adequação disso. Não vamos tirar do mercado interno para exportar. Podemos fazer outras estratégias como o crescimento de oferta ou peso dos animais”, disse o representante das indústrias de carnes de frango e suína. De acordo com Santin, a guerra tarifária deve levar a rearranjos no comércio internacional de carnes. Com a taxação pela China, os EUA podem buscar outros compradores, assim como os brasileiros podem passar a enviar mais carne ao mercado chinês se for mais atrativo do que outro importador. Esse movimento é esperado com maior intensidade para o segundo semestre, pois os contratos para os próximos meses já estão fechados. Além dos rearranjos, outro efeito das tarifas deve ser a alta de preços das carnes no mercado internacional, segundo Santin. João Figueiredo, analista da Datagro Pecuária, lembra que se os preços domésticos das carnes nos EUA já vinham elevados, “agora serão ainda maiores”. As “tarifas recíprocas” anunciadas pelo governo Trump na quarta-feira passada estabelecem uma sobretaxa mínima para praticamente todos os parceiros comerciais dos EUA. Para o Brasil, ficou em 10%. Para a China, em 34%, e para a União Europeia, em 20%. A China respondeu com uma tarifa de 34% sobre as importações de todos os produtos americanos. De acordo com a Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado chinês, a medida começa a valer na próxima quinta-feira (10/4). Como parte das medidas retaliatórias contra os EUA, a China suspendeu as importações de produtos de frango de duas empresas americanas — Mountaire Farms of Delaware, Inc. e Coastal Processing, LLC. Segundo informe no site da Administração Geral das Alfândegas, a medida visa proteger a saúde dos consumidores após a detecção de um medicamento proibido — a furacilina — em produtos de frango em várias ocasiões. Também foram suspensos produtos à base de frango e farinha de osso das companhias American Proteins Inc., Mountaire Farms, e Darling Ingredients Inc. Além disso, Pequim suspendeu a habilitação da C&D (USA) Inc. para exportar sorgo ao mercado chinês.

Valor Econômico

EMPRESAS

Minerva propõe aumento de capital de R$ 2 bilhões

Acionistas controladores já garantiram que vão participar do aporte. Edison Ticle, diretor financeiro da Minerva Foods

O frigorífico Minerva proporá a seus acionistas um aumento de capital em R$ 2 bilhões, conforme anúncio divulgado ao mercado nesta segunda-feira (7/4). A proposta, que será votada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) convocada para o próximo dia 29 de abril, vem após um prejuízo de R$ 1,56 bilhões no ano passado e em meio a estratégias para reduzir o endividamento da companhia. Segundo o comunicado, a proposta tem como objetivo “permitir maior flexibilidade e agilidade para a administração da companhia avaliar potenciais alternativas futuras de capitalização”. Cada acionista atual terá direito de preferência na aquisição das novas ações equivalente a sua participação atual, a ser exercido dentro do prazo de 30 dias da publicação de aviso da abertura de prazo para subscrição. Os controladores já garantiram que irão participar do aporte. De acordo com a Minerva, a Salic International Investment Company e a VDQ Holdings assumiram o compromisso de subscrever e integralizar ações até atingir sua cota mínima. Se os demais acionistas exercerem seus direitos de preferência, não haverá diluição de participação. A operação, se aprovada, vai resultar na emissão de 386.847.196 novas ações. Para viabilizar essas emissões, os acionistas também votarão se aprovam a mudança no estatuto social da companhia. Atualmente, a Minerva está limitada a aumentar seu capital social a, no máximo, 710 milhões de ações ordinárias. A mudança do estatuto proposta visa ampliar este limite para 1,291 bilhão. Em 2024, o prejuízo de R$ 1,56 bilhão da Minerva foi causado pela variação cambial e um aumento de seu endividamento após a aquisição de ativos da sua concorrente Marfrig. A dívida líquida da empresa fechou no quarto trimestre do ano passado em R$ 15,6 bilhões, alta de 75,9%, e a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado) alcançou 3,7 vezes.

Globo Rural

FRANGOS & SUÍNOS

Segunda-feira (7) termina com elevações nas cotações no mercado de suínos

Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo subiu 1,31%, com preço médio de R$ 155,00, enquanto a carcaça especial aumentou 1,69%, fechando em R$ 12,00/kg, em média.

Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (4), o preço ficou estável somente no Paraná (R$ 7,67/kg). Houve aumento de 1,64% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,07/kg, elevação de 0,26% no Rio Grande do Sul, custando R$ 7,82/kg, incremento de 0,13% em Santa Catarina, atingindo R$ 7,60/kg, e de 1,75% em São Paulo, fechando em R$ 8,16/kg.

Cepea/Esalq

Primeira semana de abril registra exportações de carne suína superiores aos números de abril de 2024

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, as exportações de carne suína in natura até a primeira semana de abril (quatro dias úteis), mostrou valores superiores aos registrados para o mesmo mês no ano passado.

A receita obtida, US$ 42,9 milhões representa 19,27% a do total arrecadado em todo o mês de abril de 2024, que foi de US$ 222,5 milhões. No volume embarcado, as 17.808 toneladas representam 18,40% do total registrado em abril do ano passado, com 96.743 toneladas. O faturamento por média diária até este início de abril foi de US$ 10.7 milhões, quantia 6% a mais do que a de abril de 2024. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 21,20% observando os US$ 13.6 milhões, vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 4.452 toneladas, leve alta de 1,2% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado ao resultado da semana anterior, recuo de 17,63%, comparado às 5.405 toneladas da semana passada. No preço pago por tonelada, US$ 2.409, ele é 4,7% superior ao praticado em abril passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa retração de 4,33% em relação aos US$ 2.518 anteriores.

SECEX/MDIC

Frango: altas pontuais em meio a cotações estáveis nesta segunda-feira (7)

O mercado do frango teve altas pontuais na segunda-feira (7), em meio à maioria das cotações estáveis.

De acordo com agentes do setor avícola consultados pelo Cepea, há expectativa de aumento no volume de vendas nos próximos dias. O cenário tende a ser mais favorável em comparação com as últimas duas semanas, que foram impactadas pela menor liquidez. Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo aumentou 1,56%, custando, em média, R$ 6,50/kg, enquanto a ave no atacado subiu 0,37%, custando, em média, R$ 8,03/kg. Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável em Santa Catarina, custando R$ 4,69/kg, assim como no Paraná, valendo R$ 4,98/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à sexta-feira (4), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com preços estáveis, custando, respectivamente, R$ 8,61/kg e R$ 8,66/kg.

Cepea/Esalq

Preço da tonelada de carne de frango exportada cai na primeira semana de abril

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, as exportações de carne de aves in natura até a primeira semana de abril (quatro dias úteis), registraram leve queda no preço pago por tonelada.

A receita obtida, US$ 156 milhões, representa 19,10% do total arrecadado em todo o mês de abril de 2024, que foi de US$ 816,7 milhões. No volume embarcado, as 87.245 toneladas representam 19,28% do volume registrado em abril de 2024, com 452.486 toneladas. O faturamento por média diária até este momento do mês foi de US$ 39 milhões, quantia 5,1% a mais do que o registrado em abril de 2024. No comparativo com a semana anterior, houve recuo de 5,82% quando comparado aos US$ 41,4 milhões vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 21.811 toneladas, elevação de 6% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado ao resultado da semana anterior, diminuição de 5,58% em relação às 23.100 toneladas da semana anterior. No preço pago por tonelada, US$ 1.788, ele é 0,9% inferior ao praticado em abril do ano passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa queda de 0,25% no comparativo ao valor de US$ 1.792 visto na semana passada.

SECEX/MDIC

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