Ano 11 | nº 2428 |19 de março de 2025
NOTÍCIAS
Preços do mercado do boi gordo estáveis em São Paulo
O mercado iniciou estável em relação a ontem. As escalas de abate atendem, em média, a nove dias.
Pelos dados levantados pela Scot Consultoria, o boi gordo “comum” de São Paulo está cotado em R$ 310/@, a vaca gorda em R$ 280/@, a novilha gorda em R$ 295/@ e o “boi-China” em R$ 313/@ (todos os preços são brutos e com prazo). No Paraná, estabilidade na cotação para todas as categorias. No Rio de Janeiro, após a queda de ontem (17/3) da cotação do boi gordo e da novilha, o mercado abriu com cotações estáveis. As escalas de abate atendem, em média, a sete dias. Na exportação, o volume de carne bovina in natura exportado até a segunda semana de março, foi de 117,4 mil toneladas. A média diária foi de 14,6 mil toneladas, acréscimo de 76,6%, frente ao embarcado por dia em março do ano passado. O preço médio da tonelada teve alta de 7,5% na comparação feita ano a ano. Na Pesquisa trimestral do abate de bovinos, segundo os dados da Pesquisa Trimestral do Abate, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados ontem, em 2024, o abate foi recorde, totalizando 39,2 milhões de cabeças, um aumento de 15,2% em relação a 2023. O abate de fêmeas foi recorde com 16,9 milhões de cabeças, marcando um incremento de 19,0% em comparação feita ano a ano.
Scot Consultoria
Paraná terá banco de antígenos para fabricar vacinas contra febre aftosa
Cooperação tecnológica foi firmada entre o Tecpar e a empresa argentina Biogénesis Bagó. Assinatura do acordo entre a Tecpar e a Biogénesis Bagó em Curitiba (PR).
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a empresa argentina Biogénesis Bagó farão uma cooperação tecnológica para a transferência e internalização de tecnologia voltada à criação de um banco nacional de antígenos e vacinas contra febre aftosa. O acordo foi assinado nesta terça-feira (18/3) em Curitiba (PR). O objetivo do banco é viabilizar um estoque estratégico de insumos para a rápida formulação de uma vacina para enfrentamento de eventuais casos de surto localizado. O investimento para a implantação do projeto deve girar entre R$ 25 milhões a R$ 30 milhões, com recursos oriundos de fontes como Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Fundo Paraná, por meio do Tecpar, segundo o diretor-presidente do instituto, Celso Kloss. “A existência de um banco de vacinas do Brasil é estratégica, principalmente para que se possa garantir agilidade na resposta no caso de um episódio da doença”, ressalta Kloss. O presidente do Tecpar lembra que, atualmente, o Brasil é um país livre de febre aftosa sem vacinação animal e espera receber, ainda no primeiro semestre deste ano, o reconhecimento do status sanitário pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A projeção é que a estrutura possa atender, eventualmente, outros países da América Latina. “O banco regional ainda é um projeto, mas está sendo discutido”, afirma Marcelo Bulman, gerente nacional da Biogénesis Bagó. Bulman reforça que ter um banco de antígenos, além de ser um dos pré-requisitos para a obtenção do certificado internacional, representa um importante passo para garantir a segurança sanitária do país. “A Biogénesis Bagó é responsável pelo banco de antígenos da Argentina desde 2000, dos EUA e Canadá desde 2006, além de países como Taiwan e Coreia do Sul. No Brasil, unimos a nossa experiência global com toda a expertise do Tecpar em saúde animal para que o País esteja seguro para qualquer emergência sanitária”, destaca. O Tecpar é hoje o único fornecedor da vacina antirrábica veterinária ao Ministério da Saúde e está construindo um laboratório de Pesquisa e Produção de Insumos para Diagnósticos Veterinários, para produção de insumos para o diagnóstico da brucelose, tuberculose e leucose bovina.
Globo Rural
Estados que lideraram os abates de bovinos, suínos e frango no Brasil em 2024
Desempenho da pecuária brasileira atingiu níveis recordes em 2024. Líder em bovinos no país, Mato Grosso respondeu por pouco mais de um quinto (22%) do aumento de abates em 2024
Os abates de bovinos, suínos e frangos no Brasil atingiram níveis recordes em 2024, informou na terça-feira (18/3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para atingir estes resultados, alguns Estados mostraram desempenhos muito superiores aos demais. Veja abaixo as Unidades da Federação que lideraram os abates no ano passado. Líder no abate de bovinos no país, Mato Grosso respondeu por pouco mais de um quinto (22%) do aumento de 5,1 milhões de cabeças abatidas no Brasil em 2024, de acordo com o IBGE. O Brasil atingiu recorde de 39,27 milhões de cabeças de abates de bovinos em 2024, com crescimento de 15,2% em relação a 2023. Isso significou 5,173 milhões de bovinos a mais. Desse total, 1,14 milhão veio de Mato Grosso. Em 2024, o Estado do Centro-Oeste reforçou sua liderança no abate de bovinos no país, com 18,1% do total. Goiás (10,2%) e São Paulo (10,2%) dividem a segunda posição no ranking. Houve aumento no abate de bovinos em 26 das 27 unidades da federação. Além de Mato Grosso, outros Estados com aumento expressivo foram Minas Gerais (+670,26 mil cabeças), São Paulo (+558,61 mil cabeças), Pará (+551,44 mil cabeças), Goiás (+472,65 mil cabeças) e Mato Grosso do Sul (+456,87 mil cabeças). O único Estado com queda no abate de bovinos foi o Rio Grande do Sul, com 153,5 mil cabeças a menos, após a tragédia das enchentes. O recorde no abate de bovinos em 2024 foi marcado por aumento de 19% no abate de fêmeas na comparação com 2023, o terceiro ano seguido de alta. O cenário também foi de expansão da demanda externa, com exportações recordes de carne bovina in natura (2,55 milhões de toneladas), registradas pela série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No quarto trimestre de 2024, foram abatidas 9,56 milhões de cabeças de bovinos, 4,4% a mais que no quarto trimestre de 2023 e queda de 7,9% em relação ao terceiro trimestre. As exportações impulsionaram a atividade, crescendo cerca de 20,3%, e atingiram recordes no período (700,92 mil toneladas no último trimestre em 2024, acima das 582,57 mil toneladas no mesmo trimestre em 2023).
Globo Rural
ECONOMIA
Dólar cai pela 6ª sessão no Brasil e atinge menor valor desde outubro
O dólar emplacou a sexta sessão consecutiva de queda no Brasil, encerrando a terça-feira no menor valor desde outubro do ano passado, em meio ao fluxo de entrada de recursos no país e à perda de força da moeda norte-americana no exterior à tarde
Em mais uma sessão de forma geral positiva para os ativos brasileiros, o dólar à vista fechou em baixa de 0,19%, aos R$5,6755, menor cotação desde 24 de outubro, quando encerrou em R$5,6635. Nas últimas seis sessões, o dólar acumulou baixa de 3,06%. No ano o dólar acumula queda de 8,15%. Às 17h21 na B3 o dólar para abril — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,31%, aos R$5,6880. Após abrir em alta, acompanhando até então o viés positivo para a moeda norte-americana no exterior, o dólar foi perdendo força gradativamente ante o real, com profissionais citando um movimento de entrada de recursos país. “Tivemos fluxo de exportador e de investidor estrangeiro”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Nos últimos dias temos tido fluxo especulativo vindo para o Brasil, porque o diferencial de juros aqui está alto, o que atrai investidores”, acrescentou, lembrando que na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar nova elevação da taxa básica Selic, hoje em 13,25% ao ano. À tarde a moeda norte-americana também se enfraqueceu no exterior, o que fez o dólar renovar mínimas no Brasil. Após marcar a máxima de R$5,7153 (+0,51%) às 9h01, na abertura da sessão, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,6558 (-0,53%) às 13h20. Como em sessões anteriores, o fortalecimento do real ante o dólar esteve em sintonia com a alta do Ibovespa e a queda das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros). A nova queda do dólar ante o real ocorreu a despeito de um fator que, no fim de 2024, foi motivo para forte alta das cotações: a intenção do governo de isentar de Imposto de Renda pessoas que ganham até R$5 mil por mês. Se em dezembro a proposta foi vista como mais um fator de risco para o equilíbrio fiscal, a apresentação oficial do projeto ao Congresso na terça-feira não trouxe pressão para os negócios. O projeto mantém a tabela progressiva do IR com isenção para rendas de até dois salários-mínimos, o que se conjugará a um desconto variável que permitirá que quem ganha até R$5 mil não pague nada de imposto. Também haverá um desconto parcial que será reduzido gradualmente para rendas de R$ 5 mil a R$7 mil. Na outra ponta, para pessoas de alta renda o projeto prevê retenção na fonte de 10% incidente sobre dividendos distribuídos em valor acima de R$50 mil mensais por uma empresa para uma mesma pessoa física. Contribuintes mais ricos pagarão tributo mínimo para rendimentos anuais totais superiores a R$600 mil. De acordo com o governo, o efeito final sobre as contas públicas será neutro, ou seja, a arrecadação da parcela mais rica da população compensará a isenção dada à fatia mais pobre — justamente o ponto que gera desconfiança no mercado.
Reuters
Ibovespa avança e fecha acima de 131 mil pontos com impulso de JBS
JBS ON disparou 17,89%, puxando o setor, após a BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, que detém 20,8% da companhia, decidir se abster de votar sobre a proposta de dupla listagem de ações da empresa nos EUA e no Brasil. Na visão de analistas, a abstenção deixa a JBS mais perto da planejada operação, que pode destravar valor relevante das ações.
O Ibovespa confirmou a quinta alta seguida na terça-feira, renovando máximas em cinco meses, acima dos 131 mil pontos, com JBS disparando quase 18% após novo avanço nos planos de listar suas ações nos Estados Unidos. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 0,49%, a 131.474,73 pontos, após marcar 131.834,32 pontos na máxima e 130.721,97 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$21,26 bilhões. Estrategistas têm relacionado a tendência mais positiva na bolsa paulista a uma rotação global de portfólio, bem como perspectivas de que o pico da Selic pode ser menor do que o esperado ou o Banco Central pode começar a reduzi-la mais cedo. Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deve elevar a taxa básica de juros do país em 1 ponto percentual, conforme sinalizado pela própria instituição, colocando a Selic em 14,25%, maior nível em quase uma década. Para o economista Álvaro Frasson, do BTG Pactual, o Copom tem “a importante tarefa de manter uma comunicação ‘hawkish’ renovando, ou não, explicitamente as próximas decisões da política monetária”. Ele prevê uma alta de 1 ponto na quarta-feira, “sem margem para qualquer outra decisão senão seguir o ‘forward guidance'”, e mais duas de 0,5 ponto até o momento, citando a forte desancoragem das expectativas de inflação. O Federal Reserve também anuncia decisão de política monetária na quarta-feira, com a previsão no mercado apontando manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,50%. Investidores devem direcionar o foco para as projeções econômicas. De acordo com Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos, o mercado brasileiro fechou na expectativa das decisões de juros nos EUA e no Brasil na quarta-feira, embora os movimentos nas respectivas taxas já estejam bem precificados.
Reuters
IGP-10 desacelera alta para 0,04% em março com recuo em preços de commodities, diz FGV
A alta do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) desacelerou mais do que o esperado em março, a 0,04%, após avançar 0,87% em fevereiro, em resultado puxado pelo forte recuo dos preços de matérias-primas brutas, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira
Analistas consultados pela Reuters esperavam uma alta de 0,53% na base mensal. Em 12 meses, o IGP-10 passou a subir 8,59%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve baixa de 0,26% em março, depois de subir 1,02% no mês anterior. Nos preços ao produtor, a incerteza global intensificada pela guerra comercial dos Estados Unidos levou à queda dos preços do minério de ferro em março, impactando a retração do IPA”, disse André Braz, economista da FGV IBRE. Os itens que mais contribuíram para o resultado do IPA foram minério de ferro (0,42% para -2,12%), bovinos (3,30% para -3,55%) e carne bovina (-3,56% para -4,53%). A queda no IPA veio na esteira do recuo dos preços no grupo de Matéria-prima Brutas, que tiveram deflação de 1,36% em março, após subirem 1,49% no mês anterior. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do índice geral, acelerou, registrando alta de 1,03% no mês, depois de avançar 0,44% em fevereiro. No IPC, houve acréscimo em cinco das oito classes que compõem o índice: Habitação (-0,44% para 2,77%), Alimentação (0,87% para 1,31%), Vestuário (-0,46% para 0,24%), Comunicação (0,08% para 0,40%) e Despesas Diversas (0,53% para 0,84%). A tarifa de eletricidade residencial e o aluguel residencial foram os itens com a variação positiva de maior destaque no IPC, subindo 11,31% e 3,32%, respectivamente, em março, ante as quedas de 4,49% e 1,01% no mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) desacelerou sua alta, subindo 0,43% em março, depois de um avanço de 0,55% em fevereiro. O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Reuters
IPPA/Cepea: IPPA inicia o ano com queda de 1,4%
Em janeiro, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) recuou 1,4% em termos nominais, frente ao mês anterior.
Segundo pesquisas do Cepea, com exceção do IPPA-Cana-Café, que avançou 4%, todos os demais grupos de alimentos apresentaram queda na comparação mensal: IPPA-Grãos (-3,3%), IPPA-Pecuária (-1,5%) e IPPA-Hortifrutícolas (-3,8%). O IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, teve ligeiro crescimento de 0,6%, o que indica que, de dezembro para janeiro, os preços agropecuários caíram frente aos industriais da economia brasileira. No cenário internacional, os valores dos alimentos convertidos em Reais avançaram 1,4%, resultado da combinação de queda do dólar (-1,2%) e alta externa dos alimentos (2,6%). Já na comparação anual (janeiro/24), levantamentos do Cepea mostram forte elevação de 16,8% do IPPA, em razão dos avanços observados em todos os grupos de alimentos: IPPA-Cana-Café (32,3%), IPPA-Pecuária (23,9%), IPPA-Grãos (6,8%) e IPPA-Hortifrutícolas (1,4%). Em igual comparativo, o IPA-OG-DI teve alta de 6,2% e os preços internacionais dos alimentos convertidos em Reais, de 31,3% (combinação de aumento de 7,2% nos valores dos alimentos e de expressivos 22,5% do dólar).
Cepea
Confiança do consumidor recua
Pesquisa Ipsos aponta que país ficou abaixo de 50 pontos na escala até 100 de confiança pela primeira vez no atual governo, em 15º lugar entre 29 economias
Mantendo a tendência de queda observada desde o ano passado, o índice de confiança do consumidor brasileiro voltou a cair em fevereiro deste ano e ficou abaixo da linha da neutralidade pela primeira vez desde o início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados são do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pelo Instituto Ipsos. O indicador marcou no mês passado 48,9 pontos, numa escala de 0 a 100. Pontuação abaixo de 50 indica pessimismo. Na comparação com janeiro, a queda foi de 2,2 pontos. Em relação a fevereiro de 2024, a queda foi de 9,1 pontos, segunda maior entre os 29 países pesquisados, atrás apenas da Índia (11,3 pontos). A última vez que o índice ficou abaixo da linha da neutralidade de 50 pontos no país foi em setembro de 2022, um mês antes das eleições presidenciais, quando marcou 49,6 pontos. “Essa queda reflete o impacto da inflação persistente e do aumento dos juros sobre itens essenciais, como a cesta básica, além da volatilidade na bolsa de valores, que influencia a percepção econômica geral”, afirma Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil. O Brasil, que sob a atual administração de Lula chegou a ser o segundo país mais otimista com 60,1 pontos em julho de 2023, terminou fevereiro deste ano na 15ª colocação entre os 29 países pesquisados, uma queda de quatro colocações na comparação com janeiro. No cenário internacional, a Índia caiu duas posições nos últimos 12 meses, mas manteve-se entre os países com maior índice de confiança do consumidor, no terceiro lugar, com 58 pontos. A Índia agora se encontra atrás do México, com 59,7 pontos, e da Indonésia, que lidera o ranking com 64,2 pontos. O México teve alta de 4,4 pontos na comparação de fevereiro com janeiro.
Valor Econômico
EMPRESAS
JBS ganha R$ 13,5 bi de valor de mercado em um dia após acordo para abrir capital nos EUA
J&F, controladora da empresa, chega a acordo com acionista BNDESPar para listar ações em Nova York, com acesso a mais investidores e ter valor parecido com concorrentes
As ações da JBS deram um salto de 17,89% nesta terça-feira, 18, levando o valor de mercado da companhia a R$ 86,1 bilhões, um ganho de quase R$ 13,5 bilhões só nesta sessão. Motivo: a empresa avançou no plano de abrir capital na Bolsa de Nova York. Na véspera, a companhia havia informado que sua controladora, a J&F chegara a um acordo com o maior acionista minoritário, o BNDES Participações (BNDESPar). A área de investimentos em empresas do banco de fomento vai se abster de participar da assembleia-geral que votará a aprovação da dupla listagem. Com esse aval, a BNDESPar terá um “seguro” que lhe garante R$ 500 milhões caso a ação não atinja um patamar pré-determinado. Com a espera por essa valorização, há um entendimento de que o processo de listagem em Nova York deve acelerar. Com isso, a operação poderá ser concluída até o terceiro trimestre de 2025, segundo pessoas a par do planejamento da companhia ouvidas pelo Estadão/Broadcast. A fase final de registro na Securities and Exchange Commission (SEC), a agência governamental dos Estados Unidos que regula o mercado de valores mobiliários, está em andamento, restando poucas questões técnicas pendentes, segundo os envolvidos. A expectativa é de que, após a divulgação dos próximos resultados trimestrais — a JBS divulgará em 25 de março o balanço do quarto trimestre de 2024 e do ano passado —, a empresa responda as últimas pendências e, assim, possa solicitar o registro definitivo. Com isso, a assembleia-geral será convocada para deliberar sobre a dupla listagem, processo considerado estratégico para fortalecer a governança da companhia e ampliar sua base de investidores. Apesar da listagem em Nova York, a empresa manterá sua sede administrativa no Brasil, sem mudanças na estrutura operacional. A inclusão da JBS no mercado de capitais norte-americano pode destravar valor para os acionistas ao facilitar o acesso da empresa a fundos globais. A listagem permitirá que os papéis da companhia sejam incorporados a índices como o Russell e, futuramente, o S&P 500, ampliando a visibilidade da empresa e atraindo investidores institucionais que hoje não podem negociar suas ações por conta da ausência de registro nos EUA.
O Estado de São Paulo
CARNES
Abates de bovinos, suínos e de frango têm recordes em 2024, diz IBGE
Apesar de recuos no último trimestre do ano passado, os segmentos elevaram os números da pecuária no Brasil. Rebanho bovino chegou a 39,27 milhões de cabeças em 2024
O ano de 2024 foi de recordes para a pecuária brasileira, mostram os resultados completos das estatísticas da produção pecuária, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números para o abate de bovinos, de suínos e de frangos foram os maiores já registrados na série histórica do IBGE para esses indicadores. Houve recorde também para a produção de galinhas, enquanto o volume de aquisição de leite atingiu o segundo maior nível já alcançado. O abate de bovinos no Brasil cresceu 15,2% em 2024, totalizando 39,27 milhões de cabeças, um aumento de 5,17 milhões em relação a 2023. Esse é o maior volume registrado na série histórica da pesquisa, superando o recorde anterior de 2013, quando foram abatidas 34,41 milhões de cabeças. Os dados são das Estatísticas da Produção Pecuária de 2024, divulgadas na terça-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior oferta de bovinos foi impulsionada pelo aumento expressivo no abate de fêmeas, que alcançou um recorde de 16,9 milhões de cabeças – um crescimento de 19% em relação a 2023. O abate de bovinos cresceu em 26 Estados, com maiores números em Mato Grosso (1,14 milhão de cabeças), Minas Gerais (670,26 mil), São Paulo (558,61 mil). Os abates de suínos e frangos também atingiram patamares recordes. O volume de suínos abatidos foi de 57,86 milhões de cabeças, um crescimento de 1,2% em comparação com 2023. Já o abate de frangos chegou a 6,46 bilhões de cabeças, alta de 2,7% na mesma base de comparação. O avanço da atividade pecuária veio acompanhado de recordes nas exportações de carne bovina in natura, que somaram 2,55 milhões de toneladas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Além disso, o preço médio da arroba se manteve estável entre 2023 e 2024, de acordo com dados do Cepea/Esalq. As exportações de carne suína e de frango in natura também atingiram máximas históricas tanto em volume embarcado quanto em faturamento em dólares, conforme os registros da Secex. “O fortalecimento da economia interna, a melhora das condições de emprego e renda e a redução da taxa de desemprego em 2024 impulsionaram a demanda doméstica, contribuindo para o crescimento do setor. Além disso, a demanda internacional por carne aumentou significativamente. O Brasil segue como um dos principais produtores e exportadores globais, graças ao seu rígido padrão sanitário”, afirmou Ângela Lordão, gerente da pesquisa.
Globo Rural
Após recordes, abates de frango e suíno devem crescer e de bovinos cair em 2025
Ano deve consolidar a inversão de ciclo pecuário, afirmam analistas. Em 2024, o abate de bovinos no Brasil cresceu 15,2%, totalizando 39,27 milhões de cabeças
Um ritmo de abate de fêmeas menos intenso que o do ano passado, dando sinais da virada no ciclo pecuário para baixa oferta, deve fazer com que os abates de bovinos caiam em 2025. Já para frango e suínos, analistas ouvidos pelo Valor projetam novos recordes nos abates, puxados pela demanda cada vez mais firme, principalmente no mercado internacional. Em 2024, o abate de bovinos no Brasil cresceu 15,2%, totalizando 39,27 milhões de cabeças, um aumento de 5,17 milhões em relação a 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (18/3). Esse é o maior volume registrado na série histórica da pesquisa, superando o recorde anterior de 2013, quando foram abatidas 34,41 milhões de cabeças. “Para 2025, projetamos um total de 38,79 milhões de cabeças abatidas, um volume menor do que em 2024, já que o ritmo de descarte de fêmeas deve ser menos intenso ao longo do ano”, estima a diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel, citando possível recuo de 1,22% nos abates. Em uma visão mais conservadora, Fernando Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, acredita que os abates de bovinos podem cair 5% neste ano. “Basicamente, é um ano que deve consolidar a inversão de ciclo pecuário e a exportação de carne bovina também está muito agressiva”, afirmou o especialista. Ainda assim, Iglesias disse que o volume de gado que será enviado para o gancho tem potencial para ser o segundo maior da história, perdendo apenas para o recorde de 2024. Já os abates de bovinos e frangos, que também atingiram patamares recordes no ano passado, devem ter novas máximas históricas neste ano. De acordo com o IBGE, o volume de bovinos abatidos foi de 57,86 milhões de cabeças, um crescimento de 1,2% em comparação com 2023. O abate de frangos, por sua vez, chegou a 6,46 bilhões de cabeças, alta de 2,7% na mesma base de comparação. “No caso de aves e bovinos, o grande impulsionador do crescimento nos abates foi a demanda externa aquecida, com a abertura de novos mercados e o aumento das importações por países estratégicos”, disse Pimentel. No setor avícola, esse avanço nos abates ainda reflete o aumento dos casos de gripe aviária (H5N1) em alguns países, que levou à interrupção de suas exportações, além da necessidade de garantir o abastecimento tanto do mercado interno quanto dos destinos atendidos. Com isso, uma demanda adicional foi direcionada ao Brasil. No setor de bovinos, a diretora da Agrifatto destaca o caso de Filipinas, que enfrenta um grave surto de peste suína africana e ampliou em 104% suas compras de carne suína in natura do Brasil no acumulado de 2024, em comparação a 2023. “Além disso, a demanda interna seguiu firme, com consumidores priorizando proteínas mais acessíveis diante do cenário econômico”, completou. Para 2025, a expectativa da consultoria é de um novo crescimento nos abates dessas proteínas de frango e bovinos. Para bovinos, a expectativa da Agrifatto é de 59,29 milhões de cabeças abatidas, um aumento de 2,6% em relação ao consolidado de 2024. Nas aves, a projeção é de 6,53 bilhões de cabeças, um incremento de 1,30% frente ao ano anterior. “O principal fator que deve continuar impulsionando esses abates é o mercado externo, com exportações de bovinos projetadas para crescer 8,2% e de aves 4,5% em 2025”, comentou a especialista. Iglesias, da Safras & Mercado, concorda que o Brasil está muito bem-posicionado nas exportações e deve bater novos recordes de embarques em 2025. Há também uma demanda interna que deve se direcionar para a carne de frango e suíno, em detrimento da carne bovina, que tende a ficar mais cara com a queda na produção. “Mas em aves e suínos, nós vamos ver um crescimento de produção do Brasil nessa temporada. O posicionamento do Brasil no mercado global vai permitindo, sim, que o país amplie seu abate, sua produção de carne”, enfatiza o analista. Ele ressalta ainda que os frigoríficos têm feito investimentos nos últimos tempos para dar suporte a esta produção e demanda adicionais.
Globo Rural
FRANGOS & SUÍNOS
Quedas nos preços dos suínos se aprofundam na terça-feira (18), com baixa de 4,15% para o vivo em SC
O mercado de suínos teve quedas mais profundas nas cotações na terça-feira (18). De acordo com levantamentos do Cepea, após atingirem as máximas nominais para um mês de fevereiro, os preços do suíno vivo e da carne têm acumulado queda nesta primeira quinzena de março.
Pesquisadores da entidade explicam que a pressão vem do fato de compradores terem reduzido a aquisição de novos lotes de animais, devido à baixa liquidez nas vendas da carne. Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo cedeu 2,44%, com preço médio de R$ 160,00, enquanto a carcaça especial ficou baixou 0,80%, fechando em R$ 12,40/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (17), houve queda de R$ 1,63% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,45/kg, baixa de 0,48% no Paraná, custando R$ 8,25/kg, recuo de 0,72% no Rio Grande do Sul, valendo R$ 8,25/kg, desvalorização de 4,15% em Santa Catarina, atingindo R$ 7,86/kg, e de 1,27% em São Paulo, fechando em R$ 8,57/kg.
Cepea/Esalq
ABATE DE SUÍNOS
Segundo Estado com maior participação no abate de suínos no país, o Paraná respondeu por 41,1% do aumento registrado no Brasil em 2024, mostram os resultados divulgados pelo IBGE
O abate de suínos no Brasil cresceu 1,2% em 2024, na comparação com o ano anterior, para 57,86 milhões de cabeças, e atingiu novo recorde. A diferença foi de 684,24 mil cabeças. Desse total, o Paraná respondeu por 281,36 mil toneladas, ou 41,1% do total. Das 25 unidades da federação que participam da pesquisa, 14 registraram expansão no abate de suínos em 2024. Além do Paraná, outros aumentos expressivos foram em Rio Grande do Sul (+189,56 mil cabeças), Minas Gerais (+149,62 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+64,29 mil cabeças), São Paulo (+50,87 mil cabeças) e Goiás (+5,51 mil cabeças). Por outro lado, ocorreram quedas mais intensas em Mato Grosso (-24,35 mil cabeças) e em Santa Catarina (-14,18 mil cabeças). Apesar do recuo, Santa Catarina se manteve na liderança do abate de suínos em 2024, com 29,1% do abate nacional, seguido por Paraná (21,5%) e Rio Grande do Sul (17,1%). Nos resultados mensais, o maior destaque foi o mês de abril, que registrou alta de 666,86 mil cabeças de suínos. Outros aumentos foram nos meses de janeiro, fevereiro, julho, setembro e outubro. O ano de 2024 foi de recorde também nas exportações de carne suína in natura. No quarto trimestre de 2024, o abate de suínos somou 14,28 milhões de cabeças, aumento de 0,9% ante igual período de 2023 e queda de 4,6% frente ao terceiro trimestre de 2024. Este foi o melhor resultado para um quarto trimestre da série histórica da pesquisa, iniciada em 1997.
Globo Rural
Mercado do frango com cotações predominantemente estáveis na terça-feira (18)
Segundo análise do Cepea, os preços da carne de frango encerram esta primeira quinzena de março em alta na maioria das regiões acompanhadas.
A análise do Cepea aponta que a tradicional aumento da demanda no início do mês, impulsionado pelo maior poder de compra de parte da população devido ao recebimento dos salários, elevou os valores da proteína. Ainda conforme agentes do setor consultados pelo Cepea, as vendas vêm apresentando gradativa melhora após o recesso de Carnaval. De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,60/kg, enquanto a ave no atacado caiu 0,63%, custando, em média, R$ 7,93/kg. No caso do animal vivo, o valor não mudou no Paraná, custando R$ 4,76/kg, assim como em Santa Catarina, com preço de R$ 4,64/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (17), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, custando, respectivamente, R$ 8,47/kg e R$ 8,55/kg.
Cepea/Esalq
ABATE DE FRANGOS
No Brasil, o aumento no abate de frangos foi de 2,7% em 2024
Paraná, Santa Catarina e São Paulo responderam por 84,2% do aumento no abate de frangos no país em 2024, que atingiu recorde de 6,46 bilhões de aves, conforme o IBGE. No Brasil, o aumento no abate de frangos foi de 2,7% em 2024, na comparação com o ano anterior, ou 172,73 milhões de aves. Desse total, 145,41 milhões de aves – ou 84,2% – vieram de Paraná (+53,28 milhões), Santa Catarina (+51,92 milhões) e São Paulo (+40,21 milhões). Com o desempenho de 2024, Paraná se manteve na liderança nacional no abate de frangos, com 34,2% de participação nacional, seguido por Santa Catarina (13,8%) e Rio Grande do Sul (11,4%). Além de Paraná, Santa Catarina e São Paulo, outros aumentos expressivos foram em Mato Grosso (+20,13 milhões), Minas Gerais (+13,84 milhões), Goiás (+12,60 milhões), Mato Grosso do Sul (+7,17 milhões), Pernambuco (+6,11 milhões) e Bahia (+2,33 milhões).
O Rio Grande do Sul, no entanto, registrou queda de 49,91 milhões de aves, número afetado pelas enchentes no Estado.
Globo Rural
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