Ano 10 | nº 2357 |22 de novembro de 2024
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo: alta na categoria de fêmeas em SP
O mercado abriu oferecendo mais pelas fêmeas. A cotação do boi gordo e a do “boi China” não mudou.
Em boletim divulgado ontem, a Scot Consultoria não apontou valorização nos preços dos machos terminados e abatidos no mercado paulista, mas indicou elevação diária nas cotações da vaca e da novilha gordas, que subiram R$ 3/@ e R$ 2/@, respectivamente, para R$ 320/@ e R$ 337/@. Pelos dados da Scot, as cotações do boi gordo e a do “boi-China” seguem valendo R$ 345/@ e R$ 347/@ em São Paulo. A cotação da vaca subiu R$3,00/@ e a cotação da novilha subiu R$2,00/@. A escala de abate atende, em média, sete dias. Em Belo Horizonte MG, com escalas enxutas, de quatro dias, em média, os preços de todas as categorias subiram. A cotação de todas as categorias subiu R$5,00/@. No Tocantins, na região Sul, a cotação só não subiu para o boi gordo. Para as fêmeas, a alta foi de R$2,00/@. Na região Norte do Tocantins, a cotação do boi gordo subiu R$5,00/@. A cotação da vaca e a da novilha não mudou. A escala de abate atende, em média, quatro dias. No Acre, a cotação permaneceu estável, com a escala de abate, em média, para dez dias.
Scot Consultoria
Média da arroba do boi se aproxima de R$ 350 em Goiás
Em São Paulo também foram evidenciadas algumas negociações acima da referência média, mas na Região Norte, a situação aparenta ter se acomodado
O mercado físico do boi gordo voltou a se deparar com preços mais altos no decorrer desta quinta-feira (21). De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o destaque da semana vai para o estado de Goiás, que já atinge negociações na casa dos R$ 350 por arroba. Em São Paulo também foram evidenciadas algumas negociações acima da referência média. No entanto, na Região Norte, a situação aparenta ter se acomodado, com preços estáveis e até mesmo com um ou outro negócio abaixo da referência média. “As exportações seguem impressionantes na atual temporada. O final do ano de 2024 vem sendo marcado pelo maior volume da história. O que torna o quadro ainda mais interessante é o amplo processo de desvalorização cambial, somado à recuperação dos preços em dólar pagos pela tonelada da carne bovina no mercado internacional”, disse o analista da empresa Fernando Henrique Iglesias. Preços médios da arroba do boi. São Paulo: R$ 349,33. Goiás: R$ 348,75. Minas Gerais: R$ 333,82. Mato Grosso do Sul: R$ 333,86. Mato Grosso: R$ 331,01. O mercado atacadista apresenta preços firmes no decorrer da quinta-feira, e o ambiente de negócios ainda sugere pela elevação dos preços no curto prazo. “A indústria frigorífica tenta repassar a elevação dos preços do boi gordo para a carne no atacado. Evidente que há limitações; a população brasileira não tem condições de absorver muitos reajustes da carne bovina, simplesmente optando por proteínas de menor valor agregado, a exemplo da carne de frango, dos embutidos e do ovo”, assinalou Iglesias. O quarto traseiro foi precificado a R$ 26,00 por quilo. O quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 19,50 por quilo. A ponta de agulha segue no patamar de R$ 19,00 por quilo.
Agência Safras
Ministério sinaliza mudança na gestão da inspeção sanitária e preocupa auditores
O tema será tratado em reunião do ministro Carlos Fávaro com secretários para “bater o martelo. A intenção é promover uma descentralização da gestão dos serviços de inspeção sanitária
Cresceu o temor entre auditores fiscais federais agropecuários de uma mudança na gestão dos serviços de inspeção realizados em frigoríficos, por exemplo. Fontes do Ministério da Agricultura afirmaram que a proposta de “desverticalização” da inspeção avançou. Nesta sexta-feira (22/11), o tema será tratado em reunião do ministro Carlos Fávaro com secretários para “bater o martelo”. Uma fonte disse, porém, que um decreto com as mudanças já está em avaliação na Casa Civil e que a questão já está “sacramentada”. A intenção é promover uma descentralização da gestão dos serviços de inspeção sanitária, passando a autoridade sobre essa atividade para as Superintendências Federais de Agricultura nos Estados e no Distrito Federal (SFA). Na opinião de servidores da Pasta, a medida abre brechas para ingerências políticas na atuação técnica dos auditores. Atualmente, os auditores que atuam na ponta se reportam a 11 chefes regionais dos Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa), ligados ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária. A mudança na estrutura da Pasta fortalece as superintendências federais, que podem ser chefiadas por indicações políticas. A alteração também dá mais poderes ao gabinete do ministro e à Secretaria-Executiva, já que os 27 superintendentes respondem a eles. Servidores da Pasta afirmaram que o modelo atual dá mais transparência para a atuação dos auditores fiscais e que há uma padronização dos procedimentos. Os chefes regionais são mais visados e policiados, o que dificulta o cometimento de qualquer irregularidade. Com a alteração proposta, o sistema de inspeção federal retornaria ao modelo praticado até 2017, quando foram deflagradas as operações Carne Fraca e Trapaça, que revelaram esquemas de corrupção em que agentes públicos liberaram carnes adulteradas no mercado nacional. O receio é que a pressão empresarial e política aumente sobre os servidores na ponta, que ficariam “desprotegidos”. O modelo “abre brechas” para essas ações, disseram fontes. O modelo facilita, por exemplo, a troca de auditores de postos de trabalho a pedido de algum frigorífico à SFA. O órgão também terá informações previamente de quais estabelecimentos serão fiscalizados. Uma fonte do setor pecuário, no entanto, disse que a proposta de “desverticalização” surgiu como forma de pressionar pelo fim da “greve” ou estado de mobilização dos fiscais. A categoria passou boa parte do ano em uma espécie de “operação padrão”, com ritmo de trabalho mais lento, para cobrar melhorias na carreira. A mobilização gerou morosidade de processos e surtiu efeito na base. Frigoríficos começaram a pressionar por mais agilidade, contra a estrutura atual que prescinde se reportar à chefia regional do Sipoa, que envia informações a Brasília e aguarda retorno. “Ficou letárgico”, disse um executivo. “Foi uma maneira de pressionar para que as coisas andassem mais rápido”, contou. Segundo essa fonte, com o boi mais barato no início do ano, empresas frigoríficas pediram para aumentar a velocidade de abate, o que não ocorreu. A mobilização dos auditores e o modelo verticalizado, que requer o passo a passo até Brasília, deixaram as solicitações pendentes. Nesse ínterim, surgiu a proposta de descentralizar a gestão.
Globo Rural
ECONOMIA
Dólar fecha em alta de 0,76% em meio à escalada do conflito Rússia-Ucrânia
O dólar fechou a quinta-feira pós-feriado no Brasil em alta, novamente acima dos 5,80 reais, com as cotações acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior em meio à escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia no leste europeu
O dólar à vista fechou o dia com avanço de 0,76%, cotado a 5,8117 reais. Esta é a maior cotação de fechamento desde 1º de novembro, quando a divisa encerrou a 5,8699 reais. Em novembro a divisa acumula alta de 0,52%. Às 17h23, o dólar para dezembro — o mais líquido atualmente no Brasil — subia 0,61%, aos 5,8175 reais. A moeda norte-americana operou em alta ante o real durante todo o dia, em meio à aversão global ao risco com a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia. Enquanto Kiev acusou Moscou de utilizar um míssil balístico intercontinental para atacar seu território — um artefato com alcance de milhares de quilômetros e capacidade nuclear –, a Rússia disse que uma nova base de defesa dos EUA contra mísseis balísticos no norte da Polônia levará a um aumento no nível geral de perigo nuclear. Com a pressão vinda do exterior, o dólar à vista oscilou entre a cotação mínima de 5,7826 reais (+0,25%) às 9h02, logo após a abertura, e a máxima de 5,8342 reais (+1,15%) às 13h51. Operador ouvido pela Reuters pontuou que o exterior conduziu os negócios, deixando em segundo plano as questões locais, como a expectativa pela divulgação do pacote de medidas fiscais do governo Lula. Também ficou em segundo plano, sem impactos sobre as cotações, a notícia de que a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, além de outras 36 pessoas, entre elas o candidato a vice na chapa bolsonarista na eleição de 2022, o general da reserva Walter Braga Netto.
Reuters
Ibovespa cai quase 1% com foco em geopolítica e pacote fiscal
Tensão entre Rússia e Ucrânia e espera por anúncio de cortes pesaram sobre os ativos
Diante do feriado nacional na última quarta-feira, os efeitos do acirramento da tensão geopolítica entre Ucrânia e Rússia foram sentidos no mercado local apenas na sessão de ontem. Em um dia de forte aversão a risco ao redor do mundo, o Ibovespa foi o destaque negativo do pregão e fechou perto da mínima do dia, com queda de 0,99%, a 126.922 pontos. Apenas 13 das 86 ações do Ibovespa apresentaram alta no pregão de ontem. O desempenho do índice só não foi pior devido ao avanço das ações da Petrobras. Os papéis preferenciais da petroleira subiram 0,29%, a R$ 37,91, enquanto os ordinários tiveram alta de 0,17%, a R$ 41,09. O impulso veio da subida nos preços dos contratos de petróleo e da apresentação do Plano Estratégico 2025-2029. No fim da noite, a companhia anunciou o investimento total de US$ 111 bilhões e US$ 98 bilhões na carteira de projetos em implantação, além de US$ 13 bilhões em avaliação. A petroleira também aprovou o pagamento de dividendo extraordinário no montante de R$ 20 bilhões. O montante anunciado pela petroleira deve ser bem recebido pelo mercado na sessão de hoje. Com a piora externa, um desempenho mais positivo do principal índice da bolsa brasileira tornou-se praticamente impossível com investidores locais impacientes à espera da apresentação do pacote de corte de gastos do governo, que pode ser divulgado após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira, segundo declaração feita ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “A impressão é que o pacote fiscal pode vir melhor do que esperávamos meses atrás, com alguma limitação do reajuste do salário-mínimo, para ficar em sintonia com o arcabouço fiscal”, diz o gestor de moedas da BlueLine, Marcel Yagui. Mesmo assim, o executivo não descarta que o real volte a sofrer nos próximos meses. “O problema é que o externo ficou mais adverso, com dólar globalmente mais forte. Infelizmente, isso parece que vai mitigar o potencial do câmbio”, afirma. “A leitura final é que pode ocorrer um alívio nos ativos, ao descomprimir os prêmios de risco, mas vai ser no contexto global, de tarifas nos Estados Unidos, de economia americana mais forte, ou seja, de dólar se sobressaindo”, completou. Para Yagui, ainda que as medidas do governo possam surpreender, os investidores estão mais cautelosos nesse momento e evitando antecipar algum movimento por conta desse cenário global desfavorável.
Valor Econômico
Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos
A arrecadação federal total cresceu 9,77% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta quinta-feira (21) a Receita Federal. No mês, a arrecadação foi de R$ 247,92 bilhões, enquanto em outubro do ano passado somou R$ 225,9 bilhões, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
É o maior resultado já registrado para meses de outubro desde o início da série histórica, em 1995, ou seja, em 30 anos.No período acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,217 trilhões, representando um acréscimo de 9,69%, descontado o IPCA. Em relação às Receitas Administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado, no mês de outubro, foi de R$ 225,23 bilhões, representando um acréscimo real de 9,93%. No período acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,1 trilhões, registrando acréscimo real de 9,70%. De acordo com a Receita, o resultado da arrecadação pode ser explicado, principalmente, “pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, pela tributação dos fundos exclusivos e pela atualização de bens e direitos no exterior”. Sem considerar os pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 7,40% na arrecadação do período acumulado e de 8,87% na arrecadação do mês de outubro. Em relação ao PIS/Pasep e a Cofins houve uma arrecadação conjunta de R$ 47,19 bilhões, representando crescimento real de 20,25%. Segundo o órgão, esse desempenho é explicado pela combinação dos aumentos reais de 3,89% no volume de vendas e de 4,02% no volume de serviços de setembro de 2023 a setembro deste ano, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), e pelo acréscimo da arrecadação relativa ao setor de combustíveis, pelo aumento no volume de importações e pelo desempenho positivo das atividades financeiras. No período de janeiro a outubro, o PIS/Pasep e a Cofins apresentaram um crescimento real de 19,39%, totalizando uma arrecadação de R$ 444,7 bilhões. Esse resultado decorre, principalmente, do aumento real de 3,95% no volume de vendas e de 2,5% no volume de serviços entre dezembro de 2023 e setembro deste ano, em relação ao período compreendido entre dezembro de 2022 e setembro de 2023. Também influenciou no resultado, o aumento no volume de importações e de alterações na legislação, com destaque para a retomada da tributação sobre os combustíveis, cuja base se encontrava desonerada no ano anterior, e para a exclusão do ICMS da base de cálculo dos créditos dessas contribuições. Os dados mostram que o Imposto sobre Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados Vinculado à Importação apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 11,12 bilhões, representando crescimento real de 58,12%. O aumento expressivo é resultado dos aumentos reais de 22,21% no valor em dólar sobre o volume das importações, de 11,04% na taxa média de câmbio, de 30,35% na alíquota média efetiva do Imposto sobre Importação e de 8,23% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado. De janeiro a outubro, a arrecadação conjunta dos tributos foi de R$ 87,5 bilhões, representando crescimento real de 28,97%. Esse resultado também decorreu dos aumentos reais de 9,40% no valor em dólar sobre o volume das importações, de 5,41% na taxa média pende do horário.de câmbio, de 20,06% na alíquota média efetiva do Imposto sobre Importação e de 8,84% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado. Já no que diz respeito à Receita Previdenciária, outubro apresentou uma arrecadação de R$ 54.2 bilhões, o que representa um crescimento real de 6,25%. “Esse resultado se deve ao crescimento real de 6,86% da massa salarial, de 9,79% na arrecadação do Simples Nacional Previdenciário e de 10,86% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no comparativo de outubro deste ano em relação ao mesmo mês do ano anterior”, disse a Receita. A arrecadação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) apresentou, no período de janeiro a outubro, um aumento real de 16,85%, em função da atualização de bens e direitos no exterior, que somou R$ 7,7 bilhões. No período, a Receita arrecadou R$ 62,16 bilhões. Em outubro, a Receita informou que a arrecadação do IRPF foi de R$ 4,9 bilhões, crescimento de 6,71%, resultante, principalmente, do aumento real de 6,93% na arrecadação relativa às quotas-declaração e de 17,46% na arrecadação proveniente do carnê-leão. O Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) apresentaram, em outubro, um crescimento de 4,29%, somando uma arrecadação conjunta de R$ 57,349 bilhões. O desempenho pode ser explicado pelos acréscimos reais de 9,15% na arrecadação do balanço trimestral, de 8,8% no lucro presumido e de 22,06% na arrecadação do item Lançamento de ofício, depósitos e acréscimos legais. No período de janeiro a outubro, a arrecadação do IRPJ foi de R$ 284,3 bilhões e da CSLL foi de R$ 151,5 bilhões, o que representa aumentos de 0,49% e de 3,42%, respectivamente.
Agência Brasil
Valor da produção da agropecuária deve crescer 7,6% na safra 2024/25
Governo estima que VBP atinja o montante de R$ 1,31 trilhão nesta temporada. Os bovinos terão VBP de R$ 180,48 bilhões (+18,8%)
O Valor Bruto de Produção (VPB) da agropecuária brasileira deve alcançar o montante de R$ 1,31 trilhão na temporada 2024/25, crescimento de 7,6% em relação ao ciclo anterior. Dos R$ 1,13 trilhão, R$ 874,80 bilhões correspondem às lavouras (67,7% do total) e R$ 435,05 bilhões à pecuária (32,6%). Em relação à safra 2023/2024, as lavouras tiveram aumento de 6,7% no VPB, e a pecuária avançou 9,5%. De acordo com o ministério, da última temporada para o ciclo atual, as lavouras de laranja terão o maior índice de crescimento do VPB, com alta de 23,7%, e cifras de R$ 35,66 bilhões. Na sequência vem a soja, com R$ 339,25 bilhões (+16,5%) e café, com valor de R$ 83,92 bilhões (16,1%). Em comunicado, a Pasta disse que o resultado para as culturas de laranja e café, foi impulsionado por um aumento nos preços. No caso da soja, o aumento na produção proporcionou aumento no VBP. Em relação à pecuária, a cadeia de suínos deve puxar o incremento no resultado, com montante de R$ 62,74 bilhões, alta de 19,5%. Os bovinos terão VBP de R$ 180,48 bilhões (+18,8%), enquanto a pecuária leiteira deve crescer 4,9%, com VBP de R$ 4,9 bilhões. Para todos os setores da pecuária, o ministério apontou a melhora dos preços como fator mais significativo para o resultado.
Globo Rural
GOVERNO
Brasil e China estão perto de acordo em miúdos suínos e pescados, dizem fontes
O Brasil está perto de finalizar protocolos para exportação de miúdos suínos e peixes à China, em processos que abririam mercados com alto potencial, disseram à Reuters duas pessoas a par do assunto.
Os acordos só não foram assinados na visita do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília, nesta semana, porque algumas análises técnicas não foram concluídas a tempo, disse uma das pessoas, na condição de anonimato. “Os dois estão bastante avançados, estamos esperando a conclusão das análises técnicas. Não temos como prever ainda quando será a assinatura, mas não deve demorar”, afirmou. No caso dos miúdos, a eventual abertura seria “disruptiva” para a cadeia de produção de suínos brasileira, disse a fonte. “São produtos que a China valoriza muito e o Brasil não tem hábito de consumir”, acrescentou a pessoa. Ela explicou que o foco inicial são os “miúdos vermelhos”, que incluem coração, fígado, rins, pulmões, miolo, língua e esôfago. Devido ao baixo consumo desses miúdos no Brasil, os preços são pouco remuneradores para a indústria local, mas com valores competitivos na China. O Brasil, quarto exportador global de carne suína, exportou em 2023 cerca de 1,2 milhão de toneladas, mas o volume de miúdos somou pouco mais de 100 mil toneladas, para todos os destinos, segundo dados oficiais. As questões técnicas para a formalização do protocolo incluem o reconhecimento pela China de que outros Estados brasileiros, além de Santa Catarina, são livres de febre aftosa sem vacinação. A entrada de Paraná e Rio Grande do Sul no rol dos Estados reconhecidos poderia aumentar a oferta para exportação de miúdos à China –os dois Estados nacionais estão entre os poucos com reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), mas não pela China. Atualmente, apenas Santa Catarina pode exportar miúdos e carne com osso para a China, segundo a fonte. “Estamos trabalhando para os outros Estados que foram reconhecidos livres pela OMSA, para também poder exportar carne com osso e miúdos.” “Hoje esses outros Estados exportam, no caso de suínos, por exemplo, apenas carne sem osso.” O processo de abertura do mercado de miúdos suínos acontece em momento em que a China abriu uma investigação antidumping sobre a carne suína e miúdos suínos da União Europeia, maior exportador do produto ao país asiático, em resposta às restrições europeias às exportações de veículos elétricos chineses. Se a China decidir levar adiante e colocar uma tarifa (antidumping) na carne da UE, os preços europeus vão ficar “inviáveis”, disse a fonte, lembrando que 80% do que a China compra vem da Europa, um mercado que poderia vir, ao menos em parte, para o Brasil. Em receitas, as importações chinesas totais de carne suína, incluindo vísceras, somaram 6 bilhões de dólares em 2023, sendo que a Espanha respondeu por cerca de 1,5 bilhão de dólares e o Brasil por pouco mais de 1 bilhão de dólares. Holanda e Dinamarca exportaram o equivalente a mais de 500 milhões de dólares cada, segundo dados da alfândega chinesa.
Reuters
Ministério mantém otimismo com acordo Mercosul-UE após embargo do Carrefour
Negociadores brasileiros avaliam que a posição da empresa demonstra o “desespero francês” com o avanço do acordo entre os blocos. Decisão adotada pela rede francesa tem pouco peso político, dizem fontes
Governo e setor produtivo de carne brasileiro mantêm o otimismo com a possibilidade de assinatura do acordo Mercosul e União Europeia mesmo após a decisão da rede francesa de supermercados Carrefour de boicotar a importação de proteína animal do bloco sul-americano. Leia também O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, disse que o acordo nunca esteve tão perto de ser finalizado. Ele disse que a posição da França é importante, mas praticamente isolada. “A maior parte dos países da União Europeia é favorável que o acordo seja finalizado logo”, disse à reportagem nesta quinta-feira (21/11). Rua rechaçou a decisão do Carrefour de não comprar mais carne dos países do Mercosul para comercialização na sua rede na França. Ele disse que a medida não tem fundamentação técnica, pois vai contra a própria autoridade sanitária europeia, que avaliza a qualidade e sanidade da produção brasileira há mais de 40 anos. “A posição não condiz com as discussões técnicas”, destacou. “Vamos continuar com o diálogo para aparar as arestas, não somos de briga”, completou Rua. Uma fonte do governo disse que a posição do Carrefour “não muda em nada” os debates sobre a finalização do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia e classificou a medida como uma “ação isolada”. “Não tem força para travar o acordo. A França será voto vencido”, apostou. O Brasil exportou 444,6 mil toneladas de carne para a União Europeia em 2023, com negócios de US$ 1,6 bilhão, de acordo com o Agrostat do Ministério da Agricultura. A França importou apenas 794,5 toneladas (US$ 3 milhões). Neste ano, até outubro, foram embarcadas 380 toneladas, com negócios de US$ 1,4 milhão aos franceses. A quantidade de carnes enviada aos franceses é considerada “residual”, disse uma fonte que acompanha as tratativas internacionais. Ela lembrou que nem toda exportação vai para o Carrefour, o que diminui ainda mais o peso da decisão adotada pela rede francesa. “É uma ação quase desesperada de protecionismo irracional”, completou. A pressão tem aumentado. Nesta quinta-feira (21/11), a mídia europeia repercutiu um comunicado de outra rede de supermercados, o grupo Les Mousquetaires, dono da Intermarché e Netto, aderindo ao boicote à carne do Mercosul. Por outro lado, na última segunda-feira (18/11), o EuroCommerce, que faz lobby para supermercados europeus, afirmou em um comunicado ser parte de 78 federações profissionais que assinam um apelo para “acelerar a conclusão das negociações do acordo de livre-comércio UE-Mercosul”, argumentando que este poderia “contribuir para mitigar os desafios impostos pela instabilidade geopolítica e pelas perturbações na cadeia de suprimentos”. A posição vai contra a decisão do Carrefour e da Intermarché, por exemplo.
Globo Rural
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos/Cepea: Carne suína ganha competitividade frente à bovina
Pesquisas do Cepea mostram que os preços do suíno vivo e da carne seguem em alta no mercado brasileiro e renovando – em algumas regiões – as máximas nominais das respectivas séries históricas
Mesmo com as valorizações, a competitividade da proteína suína frente à concorrente bovina nesta parcial de novembro é a maior desde junho de 2023, uma vez que o mercado de boi tem registrado forte e consistente aumentos nas cotações. Já no comparativo com a carne de frango, concorrente mais em conta, a suína apresenta redução na competitividade neste mês. Especificamente no mercado interno suinícola, pesquisadores do Cepea indicam que as aquecidas demandas interna e externa pela carne e a dificuldade em se encontrar novos lotes de animais para abate seguem impulsionando os preços do setor como um todo.
Cepea
Preços dos suínos independentes mantêm estabilidade na semana
Após reajustes recentes, associações destacam estabilidade nos preços e projetam aumentos com a chegada do 13º salário e maior demanda sazonal
Na quinta-feira (21), a comercialização dos suínos no mercado independente apresentou estabilidade nos principais estados produtores. Com os feriados de novembro e a entrada da segunda quinzena do mês, tiraram o ímpeto das altas no mercado de suínos. Em São Paulo, os preços dos suínos apresentaram estabilidade frente à semana anterior e segue precificado em R$ 10,30/kg por vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). Ainda de acordo com a APCS, a expectativa para os próximos dias é de reajuste nas cotações dos suínos em que as indústrias já estão se preparando para atender a demanda de final de ano. “A expectativa é de novo realinhamento nos preços com a entrada dos pagamentos do 13º salário e aumento no consumo”, informou. No mercado mineiro, o valor do animal apresentou estabilidade nesta semana e está sendo negociado próximo de R$ 10,30/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal nesta semana registrou valorização de 0,41% frente a anterior, em que passou de R$ 9,78/kg e está precificado em R$ 9,82/kg vivo.
APCS/Agrolink
Preços do frango congelado e resfriado registram alta superior a 6% na primeira quinzena de novembro
Especialistas apontam a tendência é de estabilidade nas cotações até o final deste mês
As cotações do frango permaneceram estáveis na quinta-feira (21) em função da segunda quinzena do mês. No entanto, as cotações apresentaram avanços significativos na primeira quinzena de novembro com a demanda interna aquecida. A referência para o frango congelado registrou ganho de 6,55% frente ao observado no início de novembro, em que o valor passou de R$ 7,48 por quilo, no dia 01 de novembro para R$ 7,97 por quilo, até o dia 19 de novembro, conforme reportado pelo Cepea. Para o frango congelado, os preços tiveram valorização de 6,04% se comparado ao dia 01 de novembro em que estava próximo a R$ 7,61 por quilo, e agora está precificado R$ 8,07 por quilo, conforme o Cepea divulgou no dia 19 de novembro. O Cepea destacou que a tendência é de uma estabilidade nas cotações até o final deste mês e os colaboradores do Cepea relataram que alguns agentes estão buscando escoar a produção em meio à baixa liquidez. A Scot Consultoria reportou que a valorização foi de 9,4% na primeira quinzena de novembro, com o frango médio no atacado paulista sendo negociado, em média, em R$7,60 por quilo. O período do mês e as antecipações devido aos feriados, colaboraram para o quadro. De acordo com as informações da Scot Consultoria, a ave terminada nas granjas paulistas segue com estabilidade e cotada em R$5,50 por quilo. Já para o atacado, a referência do frango também seguiu estável e precificada ao redor de R$ 7,60 por quilo. A referência para o animal vivo no Paraná seguiu com estabilidade no comparativo diário, em que está cotado em R$ 4,62/kg.A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgou que o frango vivo seguiu com estabilidade e sendo negociado em R$ 4,49/kg.
Cepea
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA
041 3289 7122
041 996978868