Ano 10 | nº 2356 |21 de novembro de 2024
NOTÍCIAS
Alta no mercado do boi gordo nas praças paulistas
Com a oferta reduzida, exportação aquecida e a cotação do dólar em alta, o mercado abriu o dia ofertando mais pela arroba do boi gordo e demais categorias
Com a oferta de boiadas gordas reduzida, exportações brasileiras de carne bovina in natura aquecidas e a cotação do dólar em alta, o mercado pecuário abriu a terça-feira (19/11) pagando mais pelo boi gordo no Estado de São Paulo, informou a Scot Consultoria. O boi gordo “comum” e a vaca gorda subiram R$ 2/@ no mercado paulista, atingindo R$ 345/@ e R$ 317/@, respectivamente. O “boi-China” também teve aumento diário de R$ 2/@ e agora vale R$ 347/@, com ágio de R$ 2/@ sobre o animal sem padrão-exportação, apurou a Scot. A novilha gorda foi a categoria com a alta diária mais forte em SP, de R$ 5/@, apregoada em R$ 335/@. A escala de abate entre as indústrias paulistas continua encurtada, fechando uma semana ou cinco dias úteis, segundo os dados apurados pela Scot. No Rio Grande do Sul, com escalas curtas, entre cinco e seis dias, em média, os preços subiram. Na região Oeste, a cotação do boi gordo subiu R$0,15/kg, Para a vaca e a novilha, as altas foram de R$0,05/kg. Na região de Pelotas, a cotação do boi gordo também subiu R$0,15/kg. O preço das fêmeas não mudou. Na região Oeste do Maranhão, a demanda por carne está fraca, mantendo os preços estáveis na comparação diária. Na exportação de carne bovina in natura, até a terceira semana de novembro, o volume de carne bovina in natura exportado foi de 137,3 mil toneladas – média diária de 13,7 mil toneladas – superando o desempenho médio diário do mesmo período do ano passado em 46,1%. O preço médio da tonelada ficou em US$4,8 mil, variação de 5,1% na comparação feita ano a ano, enquanto o faturamento melhorou 53,6%.
Scot Consultoria
Preços do boi gordo continuam em alta, mas dão sinais de estabilidade
Analista da consultoria Safras & Mercado diz que valorização da arroba tem se tornado menos explosiva, especialmente no Norte do país
O mercado físico do boi gordo voltou a negócios acima da referência média em vários estados. Para a consultoria Safras & Mercado, a expectativa é de continuidade do movimento de alta. “No entanto, o que se percebe é que a alta dos preços tem se tornado menos explosiva, em especial na Região Norte do Brasil. Os frigoríficos na maior parte do país ainda convivem com escalas de abate encurtadas, posicionadas entre quatro e seis dias úteis a depender da praça”, avalia o analista da empresa Fernando Henrique Iglesias. Segundo ele, as exportações ainda são expressivas na atual temporada, o que também tem justificado as valorizações da arroba. Preços médios do boi gordo: São Paulo: R$ 347. Goiás: R$ 342,14. Minas Gerais: R$ 333,53. Mato Grosso do Sul: R$ 327,05. Mato Grosso: R$ 330,20. O mercado atacadista apresentou preços firmes no decorrer da terça-feira, e o ambiente de negócios ainda sugere pela elevação dos preços no curto prazo. “Novembro possui uma característica diferente, com a entrada do décimo terceiro salário mantendo o consumo aquecido em todo o mês. O grande limitador para continuidade deste movimento está justamente no poder de compra da população brasileira, que tende a optar por proteínas mais acessíveis que causem menor impacto na renda familiar”, assinalou Iglesias. O quarto traseiro foi precificado a R$ 26,00 por quilo. O quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 19,50 por quilo. A ponta de agulha segue no patamar de R$ 19,00 por quilo.
Agência Safras
MT: escalas de abate caem para menor média em três anos
Exportações de carne bovina crescem 40% no estado
De acordo com a análise semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), as escalas de abate em Mato Grosso registraram uma média de 7,14 dias úteis na parcial de novembro de 2024 (até o dia 14). Este é o menor patamar observado desde julho de 2021, marcando uma queda mensal de 16,36%. No comparativo anual, o recuo foi de 15,44% em relação ao mesmo período de novembro de 2023. Esse encurtamento das escalas reflete a forte demanda pelo boi gordo, tanto no mercado interno quanto no externo. A demanda internacional, em particular, se destacou em outubro de 2024, quando o estado exportou 79,83 mil toneladas equivalente carcaça, um aumento de 19,43% em relação a setembro e um expressivo avanço de 40,37% na comparação com outubro do ano anterior, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O dinamismo da demanda pela carne bovina tem sido o principal fator para a sustentação dos preços em Mato Grosso, consolidando o estado como um dos maiores exportadores do setor no Brasil.
Agrolink
Sistema de rastreabilidade lançado na Feicorte vai permitir monitoramento individual dos rebanhos bovino e bubalino
O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), abriu oficialmente a programação da Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), no Recinto de Exposições “Jacob Tosello”, em Presidente Prudente (SP)
Durante a cerimônia de abertura, Freitas anunciou o lançamento do Sistema de Identificação Individual e Rastreabilidade de Bovinos e Bubalinos (SIRBOV-SP) e a entrega de 502 títulos de regularização fundiária para pequenos, médios e grandes produtores rurais por meio da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp). “Estamos fazendo tudo na base do diálogo. Observem quantas coisas foram anunciadas aqui, quantas entregas que estão fazendo a diferença. Tenho certeza de que essa feira vai fazer muito sucesso. Vamos mostrar a qualidade da nossa carne, que é um grande exemplo de economia circular, nada se perde. O colágeno da indústria de cosméticos, o couro, o leite, a carne estão saindo dos nossos rebanhos. É um momento histórico”, celebrou o governador. Entre as principais medidas anunciadas, o SIRBOV-SP foi desenvolvido pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e tem como objetivo permitir o monitoramento individual dos animais, proporcionando ao setor pecuário paulista mais competitividade para abertura de novos mercados, uma exigência internacional crescente. O SIRBOV-SP proporciona uma série de benefícios diretos e indiretos tanto para a administração pública como para o setor privado, como o controle sanitário e a segurança do alimento, competitividade e expansão de mercados, sustentabilidade e bem-estar animal, eficiência e gestão da pecuária, além da possibilidade de implementação de futuras políticas públicas e do monitoramento setorial. Outra medida do governo paulista para o setor agropecuário é o projeto de lei do Fundo de Defesa Estadual da Sanidade Animal (Fundesa), encaminhado para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O fundo é obrigatório para o pagamento de ressarcimento ao produtor caso ocorram focos de febre aftosa em decorrência da retirada da vacinação contra a doença, que entrou em vigor em 2024. Neste ano, o Estado de São Paulo atingiu a excelência em sanidade animal com o reconhecimento nacional do status livre de febre aftosa sem vacinação. O valor da contribuição, alinhado com a cadeia produtiva, será por cabeça de gado, sendo muito mais barato do que o custo de uma vacina. O território paulista conta com mais de 10 milhões de cabeças de gado na cadeia produtiva, sendo 3 milhões destinadas ao abate, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), colocando o Estado entre os principais exportadores de carne bovina do mundo.
G1.Globo.com
Inflação do churrasco atinge maior patamar em quase cinco anos em SP
Preço das carnes bovinas subiu 6% em outubro; acém foi campeão, com alta de 9,65%, enquanto picanha teve elevação mais moderada, de 2,78%
A alta no preço das carnes bovinas (6%) elevou a inflação do churrasco no estado de São Paulo, segundo o Índice de Preços dos Supermercados de outubro. As proteínas animais registraram a taxa mais elevada desde dezembro de 2019. A alta das carnes contribuiu para uma aceleração do índice em outubro, que passou de 0,56%, em setembro, para 0,88%. Os cálculos são da Apas (Associação Paulista de Supermercados) em parceria com a Fipe. No acumulado de 12 meses, as carnes bovinas subiram 7,17%, acima do índice geral, que ficou em 5,50%. O acém foi o maior vilão na subcategoria, com elevação de 9,65%, seguido pelo músculo, que subiu 8,37%, pelo braço, com alta de 7,75%, e coxão duro, com 6,68%. Estrela do churrasco, a picanha teve alta de 2,78% no mês passado; a fraldinha, 1,57%; e a alcatra, 5,69%. Segundo Felipe Queiroz, economista-chefe da Apas, essa pressão inflacionária é atribuída, em grande parte, à alta do dólar, que estimulou a exportação do produto pelas empresas brasileiras interessadas em aproveitar o câmbio para aumentar suas receitas. Isso diminuiu a oferta interna. Ao mesmo tempo, o consumo doméstico aumentou, em meio a uma melhora da atividade econômica e da queda no desemprego. Outro elemento apontado por Queiroz é a disparada do custo do boi. Enquanto a carne ficou mais cara, um importante acompanhamento do churrasco registrou queda. As bebidas alcoólicas foram a única categoria da pesquisa a recuar em outubro, com deflação de 0,14%. O Índice de Preços dos Supermercados analisa 225 itens mensalmente em seis categorias.
Folha de SP
ECONOMIA
Dólar sobe ante real após escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia
A escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia no leste da Europa justificou a busca global por ativos mais seguros na terça-feira, como o dólar e os títulos dos Estados Unidos, o que fez a moeda norte-americana fechar a sessão em alta ante o real
O dólar à vista fechou o dia com avanço de 0,34%, cotado a 5,7679 reais. Em novembro, no entanto, a divisa acumula baixa de 0,24%. Às 17h09, o dólar para dezembro — o mais líquido atualmente no Brasil — subia 0,35%, aos 5,7760 reais. No exterior, o ataque da Ucrânia ao território da Rússia com mísseis norte-americanos — o primeiro do atual conflito — elevou as tensões no leste europeu. Já a Rússia emitiu um sinal de alerta aos Estados Unidos ao alterar suas regras para um ataque nuclear, apenas alguns dias depois que o governo do presidente Joe Biden supostamente permitiu que a Ucrânia dispare mísseis norte-americanos no território russo. A doutrina atualizada descreve as ameaças que fariam com que a Rússia, maior potência nuclear do mundo, usasse estas armas. Em reação às notícias os investidores foram em busca de ativos de segurança, como títulos norte-americanos e o dólar, em detrimento das moedas de países emergentes como o real. “Este novo protocolo nuclear da Rússia mexeu com o mercado”, pontuou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “E como é véspera de feriado, muitos agentes também se protegem (na moeda norte-americana), ainda mais porque ainda esperam pela divulgação do pacote fiscal do governo”, acrescentou. O feriado do Dia da Consciência Negra manterá o mercado brasileiro de moedas fechado nesta quarta-feira, enquanto as operações ocorrem normalmente no exterior. Pelo cálculo de alguns agentes, há mais chances de o pacote sair a partir de quinta-feira, pós-feriado, já que o encontro do G20 no Rio de Janeiro terminará nesta terça. No mercado, a leitura é de que se o pacote de contenção de despesas for robusto haverá espaço para retirada de prêmios de risco na curva de juros futuros e na taxa de câmbio. Pela manhã, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a necessidade de um choque fiscal positivo para assegurar a redução dos prêmios de risco dos ativos brasileiros, que estariam elevados em razão das dúvidas do mercado sobre a capacidade do governo em equilibrar as contas públicas.
Reuters
Ibovespa volta a fechar acima dos 128 mil pontos à espera de novidades fiscais
Índice teve apoio de algumas blue chips e do recuo mais forte dos juros futuros
Com o suporte de algumas blue chips e o recuo mais forte dos juros futuros, o Ibovespa conseguiu terminar a sessão no campo positivo, com uma alta de 0,34%, aos 128.197 pontos. O índice oscilou entre os 127.235 pontos e os 128.579 pontos. As ações da tiveram o segundo dia seguido de alta, com um avanço de 0,23%, a R$ 57,68, apoiadas pela subida nos preços do minério de ferro na bolsa de Dalian. Já as ações PN da recuaram 1,05%, a R$ 37,80, enquanto as ON subiram 1,28%, a R$ 41,02. O movimento ocorreu mesmo em um dia de leve avanço nos preços de petróleo. Na véspera do feriado nacional do Dia da Consciência Negra, a sessão foi de liquidez mais baixa no Ibovespa. O volume financeiro foi de R$ 14,8 bilhões no índice e de R$ 19,9 bilhões na B3. A ampliação da queda do rendimento dos Treasuries nos Estados Unidos beneficiou os ativos brasileiros no pregão, enquanto no âmbito local investidores ainda aguardam atualizações sobre o plano de corte de gastos públicos, que não tem data para ser divulgado. No fim da manhã, circularam nas mesas de negociação rumores de que o governo estuda estabelecer a idade mínima de 55 anos para aposentadorias de militares nas medidas do pacote fiscal. Hoje, o militar pode se aposentar com 35 anos de serviço prestado. A possibilidade foi apontada como um gatilho positivo. “O sentimento é de que nem precisamos de muitas coisas boas: notícias suaves e sem novas pioras devem ser suficientes para um respiro bom”, diz o gestor de multimercados da AMW (Asset Management Warren), Eduardo Grübler, que acrescenta que o mercado está “sedento” para poder andar. A informação de que o presidente da China, Xi Jinping, pode anunciar a abertura de mercado para produtos agrícolas do Brasil também ajudou a animar agentes financeiros durante a tarde. Notícias tratam de que miúdos suínos, pescados, sorgo, gergelim e uva fresca poderiam ser alguns dos produtos beneficiados. Segundo o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, a abertura poderia ajudar o Brasil a crescer e a elevar a quantidade de empresas que exportam para a China. Companhias como Minerva, Marfrig e JBS, e estariam entre as empresas que poderiam ser beneficiadas. Cruz diz ainda que a abertura do mercado chinês para produtos agrícolas locais poderia incentivar outros países como Indonésia, Tailândia, Vietnã e Malásia a fazer o mesmo.
Valor Econômico
Exportações de janeiro até a 3° semana de novembro totalizam quase US$ 300 bi
A balança comercial registrou, na 3ª semana de novembro de 2024, superávit de US$ 1,8 bilhões e corrente de comércio de US$ 11,2 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 6,5 bilhões e importações de US$ 4,7 bilhões
Já no mês, as exportações somam US$ 15,1 bilhões e as importações, US$ 10,9 bilhões, com saldo positivo de US$ 4,2 bilhões e corrente de comércio de US$ 25,9 bilhões. E no ano, as exportações totalizam quase US$ 300 bilhões e as importações, US$ 232,3 bilhões, com saldo positivo de US$ 67,2 bilhões e corrente de comércio de US$ 532 bilhões. Esses e outros resultados foram divulgados, nesta segunda-feira (18/11), pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC). Nas exportações, comparadas as médias até a 3ª semana de novembro/2024 (US$ 1,5 bi) com o mesmo período de novembro/2023 (US$ 1,3 bi), houve crescimento de 8,2%. Em relação às importações, houve crescimento de 13,9% na comparação entre as médias até a 3ª semana de novembro/2024 (US$ 1.08 bi) com a do mês de novembro/2023 (US$ 954,8 milhões). Assim, até a 3ª semana de novembro/2024, a média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2,6 bi e o saldo, também por média diária, foi de US$ 420,8 milhões. Comparando-se este período com a média de novembro/2023, houve crescimento de 10,5% na corrente de comércio. No acumulado até a 3ª semana do mês de novembro/2024, das exportações, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 137,39 milhões (19,3%) em produtos da Indústria de Transformação; queda de US$ 46,83 milhões (-15,5%) em Agropecuária; e crescimento de US$ 20,65 milhões (5,5%) em Indústria Extrativa. Já nas importações, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 2,19 milhões (12,4%) em Agropecuária; crescimento de US$ 8,77 milhões (15,1%) em Indústria Extrativa; e crescimento de US$ 121,17 milhões (13,9%) em produtos da Indústria de Transformação.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
GOVERNO
Brasil abre mercados na China para uvas, gergelim, sorgo e mais produtos, diz ministério
O Ministério da Agricultura brasileiro confirmou na quarta-feira que o Brasil abriu mercados na China para uvas frescas, gergelim, sorgo e produtos de peixe como farinha e óleo, após assinaturas de acordos durante visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília.
Com isso, o Brasil registra a conquista de 281 mercados agropecuários desde o início de 2023 para dezenas de destinos. Mas o sorgo pode se juntar à soja e ao milho como outros importantes grãos de exportação para o principal parceiro comercial do Brasil. No sorgo, contudo, a participação brasileira é de 0,29% no mercado mundial, enquanto a China importou 1,83 bilhão de dólares deste produto no ano passado, sendo a maior parte dos Estados Unidos, apontou o Ministério da Agricultura, em nota. O acordo envolvendo o cereal acontece algumas semanas antes de Donald Trump tomar posse como presidente dos Estados Unidos. No caso de uma “guerra” tarifária entre China e EUA, o sorgo poderia ser um dos produtos afetados, como aconteceu na disputa comercial de 2018. Já a produção de sorgo no Brasil duplicou desde 2020/21, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para 4,4 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com maior demanda da indústria de ração e de olho no potencial para a produção de etanol. Mas a produção é relativamente pequena perto da soja, por exemplo, com colheita estimada em mais de 160 milhões de toneladas na safra 2024/25. Na lista de atos assinados por conta da visita de Estado da China, não há protocolos sobre miúdos de suínos e bovinos, citados pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no início da semana. Mas ele havia citado a possível abertura do mercado de uvas. “O Brasil já se mostrou um país confiável na posição de maior fornecedor de alimentos e energia renovável e podemos continuar ampliando cada vez mais as parcerias…”, disse Fávaro, em nota. O ministério afirmou que, considerando a demanda chinesa ao longo de 2023 para os produtos com protocolos assinados, além da participação brasileira nesses mercados, o potencial comercial é de cerca de 450 milhões de dólares por ano. “Mas se levarmos em conta outras variantes de mercado e o potencial brasileiro, podemos comercializar muito mais, ultrapassando a cifra de 500 milhões de dólares por ano”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua. Nos produtos com protocolos assinados nesta quarta-feira, a China importa quase 7 bilhões de dólares, “e o Brasil vem se consolidando cada vez mais como um parceiro estratégico, confiável e seguro para a China”, disse Ruas. Também a maior importadora de gergelim do mundo, com participação de 36,2% nas importações globais do produto, a China desembolsou 1,53 bilhão de dólares em 2023 na compra deste produto. Já o Brasil ocupa a sétima colocação nas exportações, representando 5,31% do comércio mundial de gergelim, segundo dados do ministério. Em uvas frescas, o produto brasileiro chega aos consumidores chineses com registro de 2% no comércio mundial desta fruta, disse a nota do ministério. “A China é um grande consumidor de uvas premium e importou mais de 480 milhões de dólares deste produto no ano passado”, afirmou o ministério, citando o potencial. Apesar de sempre gerar expectativa no setor, a China não anunciou a habilitação de novas plantas frigoríficas do Brasil para exportação de carnes para lá, disse essa fonte. Esse movimento deverá ficar para o primeiro trimestre de 2025. Ao longo deste ano, 39 estabelecimentos já foram autorizados a embarcar carnes bovina, suína e de aves para lá. No ano passado, outras quatro unidades haviam recebido o aval de Pequim e quase todas as empresas que estavam com as vendas embargadas receberam autorização para retomar a comercialização. Apenas a BRF de Rio Verde permanece com o acesso à China bloqueado desde 2018. Há cerca de um mês, o Ministério da Agricultura enviou uma nova lista aos chineses com 47 frigoríficos aptos para habilitação. Desses, cerca de 30 são de carne bovina. Após comprovar o cumprimento dos requisitos sanitários ao governo brasileiro, as empresas são avaliadas por Pequim, que dá a palavra final. Uma fonte que acompanha as negociações disse à reportagem que novas habilitações devem ocorrer no primeiro trimestre de 2025, focadas em plantas exportadoras de carnes de aves e suína. As auditorias nessas unidades serão feitas entre janeiro e fevereiro do próximo ano. Como a China tem dado suporte para impulsionar a produção interna de carne bovina atualmente, a autorização de novos frigoríficos que exportam essa proteína deve ficar para o segundo semestre do ano que vem.
Globo Rural/Mapa
MEIO AMBIENTE
Desmatamento cerca frigoríficos na Amazônia
Relatório do Radar Verde aponta que seis empresas que têm unidades na Amazônia Legal enfrentam risco de comprar gado de áreas desmatadas ilegalmente. Segundo estudo, frigoríficos estão expostos ao risco de compra direta ou indireta de bovinos ligados a desmatamento em uma área total de 6,6 milhões de hectares
Frigoríficos habilitados para exportar carne bovina aos Estados Unidos — mercado em que a demanda mais cresceu nos últimos tempos — estão expostos a riscos de desmatamento devido às áreas em que estão localizados na Amazônia Legal e à ausência ou ao baixo nível de controle dos fornecedores indiretos de gado. O novo estudo do Radar Verde, ao qual o Valor teve acesso, identificou que seis empresas, donas de 11 plantas na região, têm esse risco. Dentre as companhias citadas estão JBS e Minerva, além de uma unidade que era da Marfrig em 2023, o período da análise. A Minerva assumiu essa unidade neste ano. Juntas, as 11 unidades têm capacidade de abate de cerca de 10 mil cabeças de gado por dia. Segundo o estudo, elas estão expostas ao risco de compra direta ou indireta de bovinos ligados a desmatamento em uma área total de 6,6 milhões de hectares. Paulo Barreto, pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e coordenador do Radar Verde, diz que, nessas plantas, há possibilidade de compra de gado de áreas embargadas por desmatamento ilegal, recente ou de áreas com risco de desmate futuro. “Não significa necessariamente que as empresas já compram gado diretamente dessas áreas. Essas zonas, pelas características ambientais analisadas, estão expostas ao desmatamento, e as empresas, por operarem nessa região diante desse contexto, estão potencialmente conectadas, de forma direta ou indireta, ao desmatamento em suas cadeias de fornecimento”, afirma Barreto. Segundo ele, uma empresa que não tem controle robusto dos fornecedores indiretos pode comprar animais dessas áreas.
Globo Rural
EMPRESAS
BRF adquire fábrica de alimentos processados na China
A BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, anunciou nesta quarta-feira a aquisição de uma fábrica de processados na província de Henan, na China
“A transação marca um passo significativo para a companhia que passa a contar com uma operação industrial no mercado chinês, onde já comercializa proteína animal”, afirmou a empresa em comunicado. De acordo com a companhia, serão investidos cerca de 460 milhões de reais, sendo 250 milhões de reais na aquisição e o restante em capex para adequações e para expansão de duas linhas de hambúrguer. Construída em 2013, a planta possui duas linhas de processamento de alimentos, com capacidade atual de cerca de 30 mil toneladas por ano, informou a BRF. Os investimentos devem gerar cerca de 850 novos empregos e dobrar a capacidade da fábrica para cerca de 60 mil toneladas por ano. A previsão é que a nova unidade produtiva esteja operando sob a gestão da BRF ainda no primeiro trimestre de 2025. O anúncio foi feito no mesmo dia de visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília.
Reuters
BRF começa a produzir na China. “Nova fase de crescimento”, diz Marcos Molina
Empresa comprou uma planta industrial e já anunciou expansão de linhas de produção de hambúrguer na unidade, em um investimento total de R$ 460 milhões
Depois de encerrar um trimestre com resultados positivos, com direito a anúncio do primeiro pagamento de dividendos aos acionistas desde 2016, a BRF dá mais um passo em sua estratégia de internacionalização. A empresa de alimentos, controlada pela Marfrig, fechou a compra, por R$ 250 milhões, de uma fábrica de processados de carnes na cidade de Zhoukou, na província chinesa de Henan. Com a planta, adquirida da Henan Best Foods Co. Ltd, a BRF passa a ter operação industrial na China, onde já comercializa seus produtos, e busca expandir a atuação na Ásia. Além do valor da compra, a BRF vai investir mais R$ 210 milhões em adequações na unidade e na expansão de duas linhas de hambúrguer. Atualmente, a fábrica tem capacidade de processamento de cerca de 30 mil toneladas por ano. Ao Valor, o presidente do conselho de administração da BRF e da Marfrig, Marcos Molina, disse que o “investimento representa o avanço da BRF em uma nova fase de crescimento após dois anos e meio da redefinição do foco estratégico da empresa”. Desde então, afirmou, “a companhia apresentou uma trajetória de sucessivos avanços, começando pelas melhorias em eficiência operacional e pela revisão da estrutura de capital, com a entrada dos sócios estratégicos Salic (Saudi Agricultural and Livestock Investment Company) e PIF (Public Investment FundPIF, fundo soberano da Arábia Saudita)”. Segundo a BRF, os investimentos na unidade devem gerar cerca de 850 novos empregos e permitirão dobrar a capacidade da fábrica, para cerca de 60 mil toneladas por ano. A previsão é que planta comece a operar sob a gestão da empresa brasileira no primeiro trimestre de 2025. A aquisição faz parte da estratégia da companhia de ampliar sua presença global por meio da diversificação geográfica e de elevar a oferta de produtos de maior valor agregado. Além disso, ainda terá acesso direto ao enorme mercado chinês. “A BRF se torna a primeira empresa brasileira de proteínas a ter uma fábrica na China, com vantagem de contar com a parceria da Marfrig, que agrega a experiência de quase nove anos operando no mercado chinês durante o tempo em que estivemos à frente da Keystone Foods”, disse Molina, citando a empresa vendida pela Marfrig à americana Tyson Foods, em 2018. A matéria-prima utilizada na fábrica em Henan poderá ter origem tanto na China, quanto nas unidades da BRF e da Marfrig, no Brasil, Argentina e Uruguai, que estão habilitadas para fornecer ao mercado chinês. Atualmente, a fábrica chinesa só produz processados de frango, mas o plano é expandir para bovinos e suínos. Também faz parte do projeto transformar a unidade em um hub de exportação, para atender outros países da Ásia. Mas o gigantesco mercado chinês está em primeiro plano. “A localização da unidade viabiliza o acesso direto a uma região com 100 milhões de pessoas e a um mercado consumidor em plena expansão. De imediato, a operação visa o atendimento ao mercado chinês. Dentro do plano de desenvolvimento serão avaliados os mercados próximos e potenciais”, afirmou Molina. Henan, a província onde está localizada a fábrica, na região central da China, é a terceira área mais populosa do país asiático, ressalta a BRF. Por sua localização, é um eixo estratégico de logística, conectando as regiões norte e sul do país.
Globo Rural
Minerva vê cenário global favorável para carne bovina da América do Sul
A Minerva Foods tem perspectivas positivas para a carne bovina da América do Sul no mercado global em um cenário de crescente demanda pela proteína, segundo executivos da empresa em teleconferência com analistas no início de novembro.
O presidente da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, disse que o cenário de oferta e demanda global para a carne bovina da América do Sul nunca foi tão favorável quanto atualmente, citando o crescimento no número de habilitações para exportação. Com a aquisição das novas plantas da Marfrig na América do Sul concluída em outubro, ele disse que a Minerva ampliará sua capacidade competitiva e de negociação no mercado global de carne bovina. “Nós temos plena consciência e muita tranquilidade nos passos e nas estruturas comerciais que foram colocadas para que a gente possa surfar neste momento da internacionalização da carne bovina”, disse Galletti. A Minerva assumiu as operações de 13 unidades industriais e um centro de distribuição adquiridos da Marfrig no Brasil, Chile e Argentina após a conclusão da tr5anssação no final de outubro. Com a aquisição, a Minerva passa a contar com 46 plantas industriais em sete países e capacidade de abates de 41.789 bovinos e 25.716 ovinos por dia. A Minerva segue agora com o processo de integração das novas plantas ao modelo de gestão e padrões de eficiência da empresa. Cerca de 60% da receita da Minerva no terceiro trimestre veio do mercado externo. A empresa teve receita líquida recorde trimestral de R$ 8,5 bilhões no período, alta de 20% em relação ao mesmo período de 2023.
Carnetec
Papéis da BRF avançam
Analistas projetam que o ciclo de aves deve permanecer forte por mais tempo, diante de um cenário menos favorável para outros, como os de carne suína e bovina, o que beneficia a companhia
As ações da BRF registraram a maior alta do Ibovespa na terça-feira. A valorização era de 3,31%, R$ 24,31, por volta das 17h30. O avanço aconteceu após a divulgação de relatórios sobre o mercado de proteínas do Bank of America (BofA), do BBA e da XP. No mesmo horário, na ponta contrária, a JBS, favorita das análises nas três casas, registrava queda de 0,14%, a R$ 34,85, devido ao potencial desinvestimento do BNDES na companhia. Analistas do Itaú BBA e da XP projetam que o ciclo de aves deve permanecer forte por mais tempo, diante de um cenário menos favorável para outros, como os de carne suína e bovina, o que beneficia a BRF. “O mercado de carne suína enfrenta ventos contrários devido às disputas tarifárias globais em curso, enquanto o ciclo do gado deverá restringir a oferta de carne bovina no Brasil e nos EUA, os dois maiores exportadores”, diz o relatório da XP. No curto prazo, a aposta da XP nas ações da BRF se dá por conta da projeção de resultado para o quarto trimestre, que deve ter uma sazonalidade positiva, e pelo “beta” maior da companhia no setor de aves. Na visão da casa, a queda no acumulado da semana pode ser uma oportunidade de compra “interessante”. A corretora tem recomendação de compra, com preço alvo de R$ 30,30. O Itaú BBA e o BofA mantiveram uma posição neutra em relação às ações da BRF. Os analistas do Itaú BBA reconhecem que a forte geração de fluxo de caixa está levando a empresa a devolver capital aos acionistas e que o cenário positivo de aves não deve mudar tão cedo, mas veem riscos no impacto que uma guerra comercial entre EUA e China pode causar no preço dos grãos. Os analistas do BofA mantêm posição neutra em BRF porque acreditam que esta dinâmica dos lucros já está precificada e que o ciclo de aves deve perder força no segundo semestre do próximo ano. O banco projeta que o múltiplo EV/Ebitda da companhia fique em 6,5 vezes em 2025 e a XP calcula que chegará a 5,4 vezes. Já as ações da JBS são as preferidas dentro do setor para os especialistas do BofA e da XP. Para os analistas da corretora, a diversificação entre geografias e os tipos de proteína dão estabilidade e forte geração de caixa para a empresa no longo prazo, embora as instituições financeiras reconheçam que a empresa está sofrendo desafios no curto prazo relacionados ao potencial desinvestimento pelo BNDES. “Acreditamos que as ações devem ser reavaliadas assim que o mercado ganhar mais clareza sobre os ganhos de 2025”, diz o relatório da XP.
Valor Econômico
CARNES
Carrefour deixará de vender carne do Mercosul.
Setor de carnes e governo brasileiro rechaçam declaração de CEO francês do Carrefour
O presidente do Carrefour na França, Alexandre Bompard, disse na quarta-feira (20) que a rede francesa não venderá carnes provenientes do Mercosul, em apoio aos agricultores da União Europeia que se opõem a um acordo de livre comércio entre o bloco europeu e o Mercosul. “Em solidariedade ao mundo agrícola, o Carrefour se compromete a não vender carne do Mercosul. Este é o significado da minha mensagem aos presidentes dos sindicatos agrícolas”, disse Bompard em publicação nas redes sociais, referindo-se a uma carta enviada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França (FNSEA). Na carta, Bompard disse que ouviu “o desespero e a raiva dos agricultores diante do projeto de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul e do risco de inundação no mercado francês de uma produção de carne que não respeita suas exigências e normas”. Ele não detalha quais as lojas que deixarão de vender as carnes do Mercosul. O Carrefour Brasil disse em nota enviada à imprensa que “nada muda nas operações no país”. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) brasileiro disse em nota que rechaça as declarações de Bompard e “reitera a qualidade e compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, em consonância com as diretrizes internacionais”. O ministério disse que o sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carnes bovina e de aves do mundo, “mantendo relações comerciais com aproximadamente 160 países, atendendo aos padrões mais rigorosos, inclusive para a União Europeia”. O Mapa disse ainda que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor, tendo apresentado ao bloco europeu propostas de modelos eletrônicos que contemplam as etapas iniciais da nova lei antidesmatamento da UE, que entra em vigor a partir do final de 2025. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse que a declaração do presidente do Carrefour na França é “infeliz e infundada”, com “argumentos equivocados”. “A argumentação é claramente utilizada para fins protecionistas, ressonando uma visão errônea de produtores locais contra o necessário equilíbrio de oferta de produtos de seu próprio mercado – o que se faz por meio da complementaridade, com produtos de alta qualidade e que atendam a todos os critérios determinados pelas autoridades sanitárias dos países importadores, como é o caso da proteína brasileira”, disse a entidade. A ABPA disse que o protecionismo é também uma atitude de desrespeito aos princípios de sustentabilidade e que, “ao impulsionar o bloqueio injustificado a produtos provenientes de regiões com melhor capacidade de produção com respeito às questões ambientais, o Senhor Bompard coloca os consumidores de suas lojas em uma lógica de consumo com mais emissões e sob maior pressão inflacionária e menor acesso às classes menos favorecidas”.
Carnetec
FRANGOS & SUÍNOS
Preços dos suínos subiram na véspera de feriado com demanda firme e estoques reduzidos
Segundo o levantamento da Scot Consultoria, o preço da carcaça suína especial apresentou alta de 1,32% está precificado em R$ 15,40/kg. Já os preços médios da arroba do suíno CIF registraram ganho de 0,53% e estão sendo negociados em R$ 191,00/@.
De acordo com a Scot Consultoria, o período do ano colabora para uma saída mais intensa de mercadorias no mercado interno. A exportação também segue com bom desempenho. Junto a isso, a disponibilidade interna apresenta baixa. Fatores que contribuem para o movimento de alta nos preços. Ainda segundo a Scot Consultoria, os preços devem permanecer firmes. De acordo com o levantamento realizado pelo Cepea na última segunda-feira (18), o Indicador do Suíno Vivo em Minas Gerais registrou estabilidade e segue em R$ 10,26/kg. No Paraná, o preço do animal registrou ganho de 0,31% e está precificado em R$ 9,69/kg. Já na região do Rio Grande do Sul, o animal apresentou recuo de 3,29% e está precificado em R$ 9,11/kg. Em São Paulo, o valor ficou próximo de R$ 10,04/kg e apresentou avanço de 0,40%. Em Santa Catarina, o valor do suíno teve alta de 0,74% e está cotado em R$ 9,59/kg.
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