Ano 10 | nº 2340 |28 de outubro de 2024
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo: subiu a cotação da vaca em São Paulo
Na sexta-feira, o mercado abriu com alta na cotação da vaca, apresentando um acréscimo de R$5,00/@, em decorrência da diminuição de fêmeas no mercado. Os preços do boi gordo destinado ao mercado interno, da novilha e do “boi China” se mantiveram estáveis
Na sexta-feira (25/10), o mercado paulista abriu com alta de R$ 5/@ no preço da vaca gorda, que agora vale R$ 285/@ – um pouco menos que a cotação da novilha gorda abatida na mesma praça e negociada por R$ 305/@, de acordo com os dados da Scot Consultoria. Ainda em SP, o boi gordo destinado ao mercado interno está apregoado em R$ 310/@, segundo apuração da Scot, e o animal com padrão-exportação (“boi China”) está cotado em R$ 315,00/@. As indústrias frigoríficas reportaram algumas dificuldades no escoamento de carne, devido ao final do mês e a movimentação do mercado. As escalas de abate já estão relativamente preenchidas para a próxima semana. Na região Sul de Goiás, o mercado local começou a sexta-feira de forma lenta, com cotações estáveis para as fêmeas destinadas ao abate. O boi gordo teve uma alta de R$2,00/@, impulsionado por ofertas mais enxutas de machos. No Norte de Minas Gerais, alta de R$2,00/@ para todas as categorias destinadas ao abate, refletindo a limitação nas ofertas – exceto, o “boi China”, que permaneceu estável. No Sul do Tocantins, na região foi registrado um acréscimo de R$5,00/@ para o boi destinado a exportação. As demais categorias ficaram estáveis na comparação diária.
Scot Consultoria
Preço do boi gordo termina a semana estável, mas em alto patamar
Cotação da vaca aumentou com redução do número de fêmeas disponíveis para abate. Oferta de animais a pasto é determinante para a formação dos preços
O mercado físico do boi gordo terminou a sexta-feira (25/10) com estabilidade, mas em patamar elevado após altas registradas ao longo da semana. Já a preço da vaca gorda aumentou R$ 5 por arroba em São Paulo, em função da diminuição de fêmeas disponíveis para abate. Segundo a Scot Consultoria, a vaca gorda passou a ser cotada a R$ 285 por arroba, “com possibilidade de novas altas para a próxima semana”. Em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), regiões de referência para o Estado na avaliação da Scot, o boi gordo está apregoado em R$ 310 por arroba e a novilha em R$ 305. Todos os preços brutos e a prazo. “As indústrias frigoríficas reportaram algumas dificuldades no escoamento de carne, devido ao final do mês e a movimentação do mercado. As escalas de abate já estão relativamente preenchidas para a próxima semana”, acrescentou a consultoria em relatório. Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) explicaram em nota que, embora os confinamentos representem parcela importante das escalas de abate no segundo semestre, especialmente no último trimestre, a oferta de animais a pasto é determinante para a formação dos preços. “A escassez de chuvas no segundo trimestre estimulou vendas naquele momento, e as queimadas acima do normal em agosto-setembro reforçaram ainda mais a comercialização de lotes que estivessem prontos para abate”. Além disso, segundo o Cepea, os frigoríficos firmaram contratos referentes a volumes significativos dos rebanhos que se encontram em confinamento, mas esses animais não são suficientes para abastecer o mercado doméstico e o externo. “O resultado tem sido oferta bastante limitada para preencher as escalas e reajustes de preços ainda expressivos – persistentes desde o início de agosto”, completou o instituto.
Globo Rural
Preço do boi gordo sobe 9,46% em outubro e impacta carnes no varejo nacional
O preço do boi gordo subiu 9,46% em outubro, ultrapassando R$ 300 por arroba. Como consequência, o preço das carnes registrou forte alta no varejo nacional
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que fornece uma prévia da inflação oficial no país, as carnes para o consumidor subiram 4,18% entre 14 de setembro e 11 de outubro. O IPCA-15 foi divulgado na manhã da quinta-feira (24/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O contrafilé aumentou 5,42%, e o filé-mignon, 4,59%. As carnes mais populares, como o músculo, tiveram alta de 3,72%. A explicação para o aumento do preço das carnes para os brasileiros começa no campo, no mercado de boi gordo. Com os últimos meses de tempo seco, poucos animais ficaram prontos para o abate. A oferta reduzida foi agravada pelo início do processo de retenção de fêmeas pelos produtores. Com os custos de reposição também em alta, a previsão é de que esse movimento ganhe força a partir de 2025, indicando uma potencial virada de ciclo nos próximos meses. Os frigoríficos enfrentam dificuldades para formar escalas, que estão curtas, em média, para seis dias, e relatam problemas no escoamento da carne, situação esperada para o final do mês”, disse ontem a Scot em relatório. Mas não foram apenas as carnes que subiram no indicador. Os preços dos cereais, leguminosas e oleaginosas aumentaram 0,58%, com destaque para o milho em grão, que subiu 1,58%.
Globo Rural
ESCALAS DE ABATE PELO PAÍS
O Mato Grosso foi o destaque desta semana, pois foi o único Estado acompanhado pela Agrifatto a registrar avanço de 1 dia na escala de abate sobre a sexta-feira anterior (18/10) – todos os Estados a seguir demonstraram estabilidade. Porém, o patamar das programações de MT segue baixo, em 5 dias úteis.
Mato Grosso do Sul – Encerrou a semana com as programações atendendo 5 dias úteis.
Paraná – Fechou a sexta-feira (25/10) com 5 dias úteis de escalas programadas. Minas Gerais – Terminou o período semanal com 5 dias úteis de programação. São Paulo – Com a semana encerrada, as programações de abate são de 7 dias úteis. Rondônia – As escalas ficaram em 6 dias úteis. Tocantins/Goiás – Ambos os Estados finalizaram a sexta-feira com 5 dias úteis de escalas. Pará – Fechou a semana com 4 dias úteis de escalas.
Agrifatto
Consumidor pode não suportar mais altas nos preços dos cortes de carne bovina
Repasse de preços da proteína vermelha no varejo enfrenta resistência, observa analista da Scot Consultoria
Com a oferta de gado restrita e a demanda aquecida, especialmente nas exportações, os preços da carne bovina seguem firmes no atacado, informa o engenheiro agrônomo Miguel Narbot, analista da Scot Consultoria. No entanto, diz ele, o repasse de preços da proteína vermelha no varejo enfrenta a resistência dos consumidores brasileiros, o que pode impactar o volume de vendas nas próximas semanas. “O mercado deve manter sua volatilidade, com o comportamento da oferta e da demanda ditando os rumos até o fim de outubro/24”, destaca Narbot. Segundo o analista, os preços da carne bovina continuam em ascensão no atacado, com destaque para São Paulo, onde negócios à vista para o boi gordo chegaram a R$ 320/@. No mercado de carne com osso, houve queda nos preços, informa Narbot, ainda referindo-se ao mercado paulista. No comparativo semanal, a carcaça do boi casado capão recuou 1,9%, para R$ 20,50/kg, e a carcaça do boi casado inteiro teve uma redução de 1%, para R$ 20/kg. Entre os cortes de fêmeas, a vaca casada manteve estabilidade entre as últimas duas semanas, negociada em R$ 20/kg, enquanto a novilha casada apresentou uma leve queda de 0,5%, para R$20,10/kg. A ponta de agulha (inteira) foi uma das exceções, com uma alta semanal de 0,6%, sendo negociada em R$17,30/kg. Para o mercado de carne desossada, após aumentos sucessivos nas últimas semanas nos primeiros elos da cadeia produtiva, os preços subiram 2,3% em relação à última semana, informou Narbot. Os cortes traseiros tiveram destaque, com a alcatra com maminha registrando alta de 4,5% e o miolo de alcatra subindo 4,2%. A fraldinha, porém, apresentou um aumento mais modesto, de 1,7%. Entre os cortes dianteiros, o aumento entre as suas últimas semanas foi mais moderado, de 1,5%. No varejo, os preços também registraram elevações, mas em menor escala quando comparado ao atacado de carne sem osso, detalha Narbot. Em São Paulo, o aumento médio dos cortes foi de 1,7% entre as duas últimas semanas, com o preço do peito subindo 6,6% e o do coxão duro 7,6%. Em Minas Gerais, o destaque foi o filé mignon com cordão, que registrou alta semanal de 5,8%. No Paraná, o peito liderou, com um aumento de 8,7% sobre a semana anterior, enquanto no Rio de Janeiro, a paleta valorizou 8% em igual período de comparação.
Portal DBO
Oferta restrita e boa demanda proporcionam altas na reposição, informa Scot
Preços no mercado de bovinos não-terminados registra a sexta semana consecutiva de alta para todas as categorias de machos em SP
Na semana passada, na praça de São Paulo, seguindo a tendência das últimas semanas, todas as cotações dos machos para reposição subiram, informou a médica veterinária Mariana Guimarães, analista da Scot Consultoria. Entre todos os machos, a alta semanal ficou em R$ 46,29/cabeça, em média, enquanto para as fêmeas houve avanço, em média, de R$ 75,45/cabeça (com exceção da bezerrada, que apresentaram queda nas cotações sobre a semana anterior). Na comparação semanal, para os machos anelorados, a cotação do boi magro foi a que subiu de forma mais intensa (+2,5%), seguida pelo bezerro de desmama (+2,4%), bezerro de ano (+1,4%) e pelo garrote (leve alta de 0,2%). “Já são seis semanas consecutivas de altas para todas as categorias de machos”, reforça Mariana. Para as fêmeas aneloradas, em igual comparação semanal, a cotação da vaca boiadeira foi a que subiu de forma mais acentuada (+3,4%), seguida pela novilha (+2,6%). Por sua vez, os preços da bezerra de desmama e da bezerra de ano recuaram 0,5% e 1,6%, respectivamente, em relação à semana anterior, detalha a Scot. Na comparação mensal, das 13 praças pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria, todas apresentaram altas de preços para o boi magro, para o garrote, para o bezerro de ano e para o bezerro de desmama, destacou a analista da Scot. Quanto às fêmeas de reposição, na mesma comparação, 13 praças registraram preços mais altos para as categorias mais eradas (vaca boiadeira e novilha) e 12 praças para as categorias mais jovens (bezerra de desmama e de ano). Na comparação mensal, a relação de troca no mercado paulista está mais favorável para os recriadores e invernistas para todas as categorias de bovinos não-terminados, informa Mariana. No período mencionado, o poder de compra melhorou com maior intensidade para o bezerro de desmama (+6,8%), seguido pelo bezerro de ano (+4,8%), garrote (+3,3%) e pelo boi magro (+0,5%). “Atualmente, com a venda de um boi gordo de 19@ no Estado de São Paulo, é possível comprar 2,65 bezerros de desmama, 2,27 bezerros de ano, 1,87 garrote e 1,55 boi magro”, contabilizou a analista da Scot. Na comparação mês a mês, ainda tomando como base a praça paulista, detalha Mariana, as categorias mais eradas foram as que tiveram maiores acréscimos nos preços, puxada principalmente pelo déficit do suporte das pastagens e pelo giro rápido de engorda. Segundo projeção de Mariana, conforme a capacidade de suporte das pastagens melhora com a volta gradativa (em frequência e volume) das chuvas em diversos Estados brasileiros, no curto prazo, “novas valorizações, especialmente para a bezerrada, não são descartadas”.
Portal DBO
China já paga melhor pela carne bovina brasileira
Dianteiro com destino ao país asiático bateu US$ 5.200/t, o que representa um avanço de 8,33% no comparativo semanal, informou a Agrifatto
Depois de semanas seguidas de batalha, os importadores da China, enfim, elevaram os preços pagos à carne bovina brasileira, informa a Agrifatto. “Na semana passada, os exportadores brasileiros conseguiram efetivar negócios do dianteiro bovino nos maiores níveis dos últimos 16 meses”, destaca a consultoria, referindo-se exclusivamente aos negócios com os chineses, disparado os maiores clientes do Brasil neste setor. Dessa forma, o dianteiro com destino ao país asiático bateu US$ 5.200/tonelada, o que representa um avanço de 8,33% no comparativo semanal, disse a Agrifatto. Entre janeiro e setembro de 2024, os embarques brasileiros de carne bovina (todos os tipos, incluindo industrializadas) somaram 2,1 milhões de toneladas, com um faturamento de US$ 9,16 bilhões, de acordo com dados da Secex. Na comparação com os primeiros nove meses de 2023, os embarques aumentaram 28,3%, enquanto o faturamento cresceu 20% considerando o mesmo intervalo de tempo. No período até setembro, a China respondeu por 44,5% das vendas totais de carne bovina do Brasil, elevando as suas compras em 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, o faturamento dos embarques ao mercado chinês teve queda de 0,9% no acumulado deste ano, reflexo justamente das seguidas e consistentes quedas nos preços médios da commodity brasileira.
Agrifatto
Ibama autua 23 frigoríficos que compravam gado de áreas embargadas
Foram emitidas R$ 364,5 milhões em multas
Propriedades ocupavam 26 mil hectares de áreas embargadas por desmatamento ilegal. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou na semana passada a segunda fase da Operação Carne Fria, que autuou 23 frigoríficos que compravam gado de áreas com embargo por causa de desmatamento realizado ilegalmente na Amazônia. No total, foram emitidas R$ 364,5 milhões em multas. Durante as investigações foram identificadas 69 propriedades rurais no Pará e no Amazonas que criavam e comercializavam aproximadamente 18 mil cabeças de gado em 26 mil hectares de áreas embargadas por desmatamento ilegal. Já foram realizados 154 autos de infração e apreendidas 8.854 cabeças de gado produzidas nas áreas embargadas. Também foram embargados três frigoríficos por estarem funcionando sem a licença ambiental ou em desacordo com a concedida. A operação ocorreu nos municípios do Pará de Novo Progresso, Santarém, Altamira, São Félix do Xingu, Igarapé-Açú, Portel, Anapú, Pacajá, Novo Repartimento, Ipixuna, Tomé-açú e Bom Jesus do Tocantins, no Pará. No Amazonas, a operação ocorreu nos municípios de Boca do Acre e Lábrea. A segunda fase da Operação Carne Fria contou com apoio da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e integra uma das linhas de ação do Plano de Ação Para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), conduzido pelo Ministério do Meio Ambiente. A primeira fase da Operação Carne Fria ocorreu em 2017, quando o Ibama identificou que 14 frigoríficos estavam comprando gado de áreas com embargo em 20 propriedades rurais, e aplicou R$ 294 milhões em multas.
Globo Rural
Ibama mira JBS e outros frigoríficos com R$ 364 milhões em multas por carne ilegal
Ação tem como alvo comércio de gado criado em área de desmatamento irregular; OUTRO LADO: empresa diz que nenhuma das compras indicadas pelo Ibama foi realizada de áreas embargadas
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) aplicou R$ 364,5 milhões em multas contra 23 frigoríficos por comercializar carne de gado criado em áreas embargadas por desmatamento ilegal. Entre os alvos estão filiais no Pará do grupo JBS, que pertence à J&F —dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O valor inicial da punição contra a empresa, uma das maiores produtoras de carne bovina do mundo, é de R$ 615,5 mil, por casos em Tucumã (PA), cidade na região de São Félix do Xingu (PA). Outras das firmas envolvidas na ação, realizada neste mês de outubro, são a Frigol (multa de R$ 1,8 milhão) de Tucumã (PA), a 163 Beef (quase R$ 1,3 milhão) de Novo Progresso (PA), e a Frizam (R$ 2,8 milhões) em Boca do Acre (AM). Em nota à Folha, enviada após a publicação, a JBS afirma que nenhuma das compras “indicadas pelo Ibama foi realizada de áreas embargadas”. “Em resposta enviada ao Ibama na quarta-feira, dia 23, a companhia apresentou as Guias de Trânsito Animal (GTA) relativas às aquisições do fornecedor citado, demonstrando que as propriedades estavam em plena conformidade com a legislação vigente e com a política de compras de matéria-prima da empresa”, diz ainda a JBS. A empresa destaca que possui há 15 anos uma política de compra responsável e um sistema de monitoramento geoespacial que “garante que a companhia não adquire animais de fazendas envolvidas com desmatamento ilegal, invasão de terras indígenas ou áreas de conservação ambiental, que estejam embargadas pelo Ibama, ou ainda que estejam na Lista Suja do Trabalho Escravo”. A reportagem também procurou Frizam e 163 Beef por email e telefone nesta sexta (25), mas não teve resposta. A Frigol foi contatada por email neste sábado (26), e não respondeu. No total, segundo o órgão ambiental, foram apreendidas 8.854 cabeças de gado. A operação, batizada de Carne Fria 2, mirou empresas no Amazonas e no Pará e resultou em 154 autos de infração. “Quem compra animais oriundos de áreas embargadas contribui para a destruição da floresta amazônica e a continuidade do dano ambiental nas áreas desmatadas ilegalmente”, disse o instituto, em nota. Segundo investigadores, as operações contra frigoríficos significam uma segunda fase nas ações de combate aos crimes ambientais, como desmatamento ilegal e invasões de áreas protegidas. Isso porque, nos últimos anos, as operações focavam sobretudo fazendeiros que criavam gado em locais irregulares. Foram dezenas de operações contra proprietários rurais que ocupavam ilegalmente, para sua produção, terras indígenas ou unidades de conservação. Agora, dizem sob reserva investigadores dos órgãos federais, a ideia é atacar a cadeia produtiva de carne, ou seja, aqueles que compram o gado criado ilegalmente por esses fazendeiros. Nesta operação específica, o Ibama descobriu 69 propriedades rurais que comercializaram cerca de 18 mil cabeças de gado criadas em um total de 26 mil hectares que tinham sido embargados por desmatamento ilegal. Essas propriedades também foram autuadas por descumprimento do embargo aplicado, por impedirem a regeneração da vegetação nativa e por venderem produtos de origem em área barrada. Depois de identificar os fazendeiros, os investigadores se debruçaram sobre os frigoríficos que compraram e venderam carnes dessas fazendas. As informações obtidas na operação, diz o Ibama, serão encaminhadas ao Ministério Público Federal, que pode oferecer denúncia contra as empresas e seus responsáveis. A operação aconteceu nas cidades de Boca do Acre e Lábrea, no Amazonas, e Novo Progresso, Santarém, Altamira, São Félix do Xingu, Igarapé-Açú, Portel, Anapú, Pacajá, Novo Repartimento, Ipixuna, Tomé-Açu e Bom Jesus do Tocantins, no Pará.
Folha de SP
ECONOMIA
Dólar fecha semana pouco acima dos R$5,70 com foco na eleição dos EUA
O dólar fechou a sexta-feira em alta no Brasil, pouco acima dos 5,70 reais, com as cotações refletindo a cautela dos investidores quanto à política fiscal do governo Lula e os receios em torno da eventual vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA
O dólar à vista fechou em alta de 0,76%, cotado a 5,7066 reais. Com o movimento do dia, a moeda encerrou a semana com elevação acumulada de 0,11%. Foi a quarta semana consecutiva de alta do dólar ante o real, em um movimento sincronizado aos avanços semanais consecutivos da divisa dos EUA no exterior. Às 17h11, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,71%, a 5,7120 reais na venda. Em um dia de agenda relativamente esvaziada no Brasil e nos EUA, os agentes se apegaram ao cenário mais amplo para operar. Se na véspera declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, trouxeram alívio para a curva de juros brasileira e para o dólar, nesta sexta-feira os receios com as contas públicas voltaram a sustentar os prêmios e as cotações. Nos últimos dias autoridades do governo reiteraram a intenção de anunciar, após as eleições municipais do próximo fim de semana, medidas de contenção de gastos. À espera de ações concretas para redução de despesas, o mercado tem demonstrado cautela, protegendo-se no dólar e exigindo mais prêmios na renda fixa. O exterior também tem influenciado diretamente as cotações, em meio à expectativa de que o republicano Donald Trump possa vencer a democrata Kamala Harris na eleição presidencial dos EUA em 5 de novembro. A eventual de vitória de Trump é interpretada como potencialmente inflacionária para a economia dos EUA, o que tem dado força aos rendimentos dos Treasuries e, em paralelo, ao dólar e às taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil. Na sexta-feira, o “fator-Trump” voltou a sustentar o dólar no exterior, assim como alguns dados da economia norte-americana.
Reuters
Ibovespa tem queda discreta com DIs ofuscando Vale
O Ibovespa fechou com declínio discreto na sexta-feira, conforme a alta nas taxas dos DI ofuscou a repercussão positiva a resultados corporativos acima do esperado, entre eles os números de Vale, Usiminas e Suzano
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,13%, a 129.893,32 pontos. O volume financeiro somou 19,8 bilhões de reais. Com tal desempenho, o Ibovespa acumulou na semana uma variação negativa de 0,46%. Investidores estão na expectativa de projetos de controle de gastos pelo governo prometidos pela equipe econômica para após o segundo turno das eleições municipais, que acontece neste domingo (27). Até o momento, o governo vinha adotando uma série de medidas arrecadatórias. As taxas dos DI chegaram a mostrar um alívio na véspera, quando o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central apresentaram visões favoráveis à adoção de medidas que reforcem uma trajetória sustentável das contas do governo. Mas a trégua teve vida curta, com o mercado preferindo ficar com um pé atrás. No fim da tarde a taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 marcava 12,685%, ante 12,602% na véspera. Entre os prazos mais longos, o DI para janeiro de 2030 estava em 12,75%, ante 12,704%. No exterior, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos chegaram a recuar pela manhã, mas no final do dia o yield do Treasury de 10 anos subia a 4,2379%, o que afetou ainda mais os DIs. No pano de fundo, está uma certa cautela para a eleição presidencial norte-americana, no próximo dia 5. As bolsas em Nova York tiveram um fechamento misto, com agentes financeiros também na expectativa de divulgações relevantes na próxima semana, incluindo números do mercado de trabalho dos EUA em outubro e balanços de empresas como Alphabet, Apple e Microsoft. De acordo com o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, há muita coisa no radar dos investidores do mercado brasileiro, desde eleição nos EUA e o conflito no Oriente Médio a um aguardado do pacote fiscal prometido pela equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Reuters
Confiança do consumidor brasileiro volta a recuar em outubro após 4 altas, mostra FGV
A confiança dos consumidores brasileiros voltou a recuar em outubro após quatro altas consecutivas, devido à forte piora nas expectativas para os próximos meses e apesar da recuperação na percepção sobre a situação atual, mostraram dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados na sexta-feira
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teve queda de 0,7 ponto em outubro, chegando a 93,0 pontos, após avanço de 0,5 ponto em setembro. “Após quatro meses em alta, a confiança do consumidor recua em outubro, em um movimento de acomodação das expectativas para os próximos meses. No mês, apenas o indicador que mede a percepção corrente sobre a economia registrou alta”, disse Anna Carolina Gouveia, economista da FGV IBRE. Em outubro, o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,5 pontos, para 99,7 pontos, também interrompendo uma sequência de quatro avanços consecutivos. O Índice de Situação Atual (ISA), no entanto, voltou a subir, com alta de 2,0 pontos no mês, a 83,7 pontos, atingindo o maior patamar desde dezembro de 2014 (86,8 pontos). O recuo no ICC se deu principalmente pela queda do componente sobre as perspectivas para as finanças futuras das famílias, que caiu 2,8 pontos, para 103,8 pontos, menor nível desde junho deste ano (100,4 pontos). Por outro lado, o componente sobre a percepção das finanças pessoais das famílias avançou 3,4 pontos em outubro, a 73,3 pontos. “O resultado foi similar entre as faixas de renda, com a piora das expectativas sendo o motor da piora da confiança, com exceção aos consumidores que recebem entre 2.100,01 reais e 4.800,00 reais, que apresentaram resultados favoráveis no mês”, afirmou Gouveia.
Reuters
MEIO AMBIENTE
Maioria das empresas de carnes com metas ‘verdes’ não divulga sua estratégia
Falta de informação do setor é maior do que em outras cadeias agrícolas. No caso do Brasil, a falta de compromissos com o fim do desmatamento pela cadeia da carne é ainda maior
A maioria das empresas globais da cadeia pecuária que estabeleceram compromissos ambientais não está divulgando detalhes da implementação de sua estratégia para atingir suas metas, segundo conclusão da organização não-governamental Global Canopy, apresentada na COP 16 da Biodiversidade, que ocorre em Cali, na Colômbia. Segundo levantamento preliminar da organização, 88% das empresas de carne bovina não divulgaram quanto de seu volume de produção é livre de desmatamento ou conversão de vegetação nativa. No caso das empresas de couro, essa parcela é de 91%. Em relatório, a Global Canpoy defende que “relatar volumes de uma commodity de forma transparente é um indicador crítico de implementação adequada”. A falta de divulgação da implementação de sua estratégia é maior na pecuária do que em outras cadeias de commodities agrícolas ligadas a desmatamento. Segundo o levantamento preliminar, 63% das companhias globais das commodities “críticas” não estão publicando “evidências adequadas” da implementação de seus compromissos. A ONG acompanha as 500 maiores companhias do mundo dos setores de carne, couro, soja, óleo de palma, madeira, papel e celulose. Mas, só o fato de uma empresa ter divulgado compromissos de redução ou eliminação do desmatamento em sua cadeia já a coloca em um grupo minoritário. Considerando as empresas produtivas e as que financiam o setor, 23% sequer chegou a apresentar compromissos sobre desmatamento nos últimos dez anos – quando a Global Canopy começou a fazer o monitoramento. E, novamente, o setor de carnes destaca-se pela falta de atenção com o tema. Segundo a ONG, 65% das empresas globais com maior influência no desmatamento ligado à carne bovina e 70% das ligadas ao couro ainda não publicaram compromissos de desmatamento. No caso do Brasil, a falta de compromissos com o fim do desmatamento pela cadeia da carne é ainda maior. Oito em cada dez (83%) dessas empresas ainda não publicaram compromissos para as commodities da pecuária, sendo 81% entre as empresas de carne bovina e 87% em couro. A falta de compromissos é ainda maior no caso de direitos humanos. Apenas três das 175 empresas analisadas no setor têm algum compromisso publicamente disponível para todos dos quatro critérios avaliados sobre direitos humanos nas cadeias de suprimentos de commodities, segundo a ONG.
Valor Econômico
Indústria de carne prepara projeto para atender lei antidesmatamento da UE
Pela proposta, bovino que já está em fazenda habilitada a exportar ao bloco seria considerado em conformidade com a regra. Exportadores brasileiros querem garantir a conformidade dos animais que já estão em fazendas habilitadas a exportar à UE
Ainda sem uma resposta concreta para atender às novas exigências ambientais da União Europeia (UE) para comercialização de carne bovina, a indústria brasileira deve apresentar ao bloco um projeto-piloto de rastreabilidade e monitoramento da cadeia. O objetivo é garantir a conformidade dos animais que já estão em fazendas habilitadas a exportar à UE. Hoje, o Brasil já segue um protocolo de rastreabilidade específico para exportar carne à UE. O Sisbov determina a identificação individual e o monitoramento do bovino pelo menos 90 dias antes de seu abate e que seja mantido na propriedade habilitada à exportação nos 40 dias que precedem o envio ao frigorífico. Já a legislação antidesmatamento da UE (a EUDR) — cuja aplicação, prevista inicialmente para 30 de dezembro, pode ser adiada — exige rastreabilidade desde o nascimento do animal. A proposta é de que, a partir das Guias de Trânsito Animal (GTA), os animais com até 13 meses que foram adquiridos para engorda por propriedades habilitadas sejam considerados aptos para ter a carne exportada. Isso porque, em geral, bovinos até essa idade passam por apenas uma fazenda antes de irem para engorda. Hoje o Brasil tem 1.200 propriedades habilitadas a vender gado para fornecimento de carne para a UE, com um estoque total de 6 milhões de animais cadastrados na base de dados com Sisbov mas sem informação sobre a faixa etária deles. A ideia está em fase inicial de discussão com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e com as certificadoras europeias para ser testada como piloto em 2025, contando com o possível adiamento da aplicação da nova lei. Proposto pela Comissão Europeia, o braço executivo da UE, o adiamento é dado como certo pelo setor. Em Paris, no Salon International de l’Agroalimentaire (Sial), uma fonte graduada disse ao Valor que o fato de a própria comissão ter proposto o adiamento sinaliza que ele deve ser aprovado pelo Parlamento Europeu. Conforme dados da Serasa Experian apresentados no evento da Imaflora em Cuiabá, cerca de 5% das propriedades hoje habilitadas a exportar à UE estariam inaptas a atender à nova lei. A avaliação foi feita considerando o aspecto territorial, ou seja, se houve ou não desmatamento após dezembro 2020. A rastreabilidade não foi considerada.
Valor Econômico
China vai exigir rastreio total da cadeia do boi
Segundo a ONG chinesa Global Enviromental Institute, os primeiros embarques de carne 100% rastreada já devem ocorrer em 2025. Exigência de rastreabilidade já está presente nos protocolos comerciais assinado entre os dois países, mas nunca foi efetivamente cobrada pelos importadores chineses
Principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, a China sinalizou em sua última visita técnica ao Brasil, em dezembro do ano passado, que também demandará a rastreabilidade de ponta a ponta da cadeia, isto é, desde o nascimento do animal, nos próximos anos. A exigência já está presente nos protocolos comerciais assinado entre os dois países, mas nunca foi efetivamente cobrada pelos importadores chineses. Essas mudanças devem ocorrer ao longo dos próximos dois anos, com o estabelecimento de protocolos próprios de rastreabilidade. Segundo estudo da Academia Chinesa de Ciências Sociais e da Fundação Getúlio Vargas realizado com o apoio da ONG americana The Nature Conservancy, os consumidores chineses pagariam até 22,5% a mais do que pagam hoje pela carne do Brasil se ela viesse com alguma garantia de que é de criações de gado em áreas de desmatamento zero.
De acordo com o gerente de projetos da ONG chinesa Global Enviromental Institute, Peng Ren, os dois países iniciarão as discussões para criar soluções de rastreabilidade a partir do próximo mês, com a perspectiva de iniciar os primeiros embarques de carne 100% rastreada já a partir do ano que vem. “Estamos no começo dessa negociação”, afirmou o executivo. Após as auditorias realizadas em dezembro de 2023, a China anunciou a habilitação para exportação de 38 novas plantas frigoríficas no Brasil, sendo 24 delas de carne bovina. Segundo o Ministério da Agricultura, foi o maior número de habilitações concedidas de uma só vez na história das relações comerciais entre os dois países.
Globo Rural
FRANGOS & SUÍNOS
Sexta-feira com cotações estáveis no mercado de suínos
Segundo a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo teve alta de 0,58%, com preço médio de R$ 173,00, enquanto a carcaça especial ficou estável, fechando em R$ 13,50/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (24), os preços ficaram estáveis no Rio Grande do Sul (R$ 8,46/kg), e em São Paulo (R$ 9,08/kg). Houve alta de 0,22% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,98/kg, avanço de 0,11% no Paraná, com valor de R$ 8,89/kg, e de 0,47% em Santa Catarina, fechando em R$ 8,62/kg.
Cepea/Esalq
Preço do frango no atacado paulista caiu 0,30%
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado caiu 0,70,30%, fechando, em média, R$ 6,68/kg
Na cotação caso do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,51/kg, da mesma forma que em Santa Catarina, valendo a R$ 4,43/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (24), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, valendo, ambos, R$ 7,55/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Competitividade cresce frente à bovina, mas cai para suína
Levantamento do Cepea mostra que os preços médios da carne de frango estão avançando neste mês frente ao anterior, enquanto os valores da bovina seguem em forte valorização e os da suína, firmes
Com isso, pesquisadores do Cepea indicam que a competitividade da carne de frango tem crescido frente à de boi, mas diminuído em relação à proteína suinícola. Nesta parcial de outubro (até o dia 23), a carcaça casada bovina está 13,13 Reais/kg mais cara que o frango inteiro resfriado, aumento de 20,3% frente à diferença registrada em setembro. Vale lembrar que a ampliação na diferença entre os preços desses produtos favorece a competitividade da carne avícola. Ainda segundo dados do Cepea, o quilo do frango inteiro resfriado é negociado a 5,80 Reais/kg abaixo do valor da carcaça especial suína, reduzindo em 3,6% a diferença que era verificada em setembro – neste caso, a competitividade da carne avícola diminui frente à suína à medida que o preço da proteína de frango se aproxima do da suinícola.
Cepea
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