Ano 10 | nº 2218 |08 de maio de 2024
NOTÍCIAS
Estabilidade no preço do boi na praça paulista
Com a oferta de boiadas em ritmo compassado e demanda moderada, o mercado abriu sem alterações nos preços. As cotações para todas as categorias permaneceram estáveis e as escalas de abate seguem, em média, para 11 dias
No Espírito Santo, com boa oferta de bovinos, a cotação caiu R$5,00/@ para todas as categorias. No Mato Grosso do Sul, alta de R$2,00/@ para a categoria de bovinos machos. As demais categorias seguiram estáveis na comparação feita dia a dia.
Scot Consultoria
Com ampliação das ofertas e avanço das escalas de abate, indústrias passaram a testar patamares de preços mais baixos
O mercado físico do boi gordo começou a apresentar queda nos preços. Com ampliação das ofertas e consequente avanço das escalas de abate, as indústrias passaram a testar patamares mais baixos de preços e tiveram êxito em suas compras
“A situação climática é preponderante para entender este quadro. Com a elevação das temperaturas no Centro-Norte brasileiro, somada a índices pluviométricos tímidos, é evidenciada uma maior dificuldade do pecuarista em segurar os animais no pasto”, diz o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Arroba do boi, cotações: São Paulo, Capital: R$ 230. Goiânia, Goiás: R$ 217. Uberaba (MG): R$ 225. Dourados (MS): R$ 222. Cuiabá: R$ 213. O mercado atacadista apresenta preços acomodados no decorrer da semana. Ainda é aguardada alguma alta das cotações ao longo da primeira quinzena do mês, período pautado por maior apelo ao consumo, considerando que, além da entrada dos salários na economia, há também o adicional de consumo relacionado ao Dia das Mães, que costuma motivar a reposição ao longo da cadeia produtiva. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 17,30 por quilo. Por sua vez, o quarto dianteiro segue no patamar de R$ 13,90 por quilo. A ponta de agulha permanece cotada a R$ 12,80 por quilo.
Agência Safras
Preço do boi gordo fica estável com oferta de animais elevada
Enquanto valor do boi caiu em regiões de São Paulo, preço avançou no norte de Mato Grosso. Algumas regiões já começaram a sentir dificuldades para manter o gado no pasto devido à falta de chuva
A arroba bovina registrou poucas oscilações no mercado físico, enquanto a oferta de gado ainda encontra-se em níveis favoráveis para a indústria e a demanda é considerada moderada. “As cotações para todas as categorias permanecem estáveis e as escalas [programações] de abate seguem, em média, para 11 dias”, disse a Scot Consultoria em boletim nesta terça-feira (7/5). Em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), o boi gordo ficou cotado a R$ 230,29 por arroba, recuo de 0,87% na variação diária, conforme levantamento da Scot. No norte de Mato Grosso, porém, houve leve alta de 0,03%, para R$ 209,65 por arroba. O indicador do boi gordo Cepea/B3 também variou pouco ontem (6/5), com uma ligeira baixa de 0,02% para R$ 233,75 por arroba. Os analistas da Agrifatto comentaram em relatório que algumas regiões já começaram a sentir dificuldades para manter o gado no pasto devido à falta de chuva, enquanto outras ainda conseguem administrar melhor a oferta. A aproximação do período mais seco, com a passagem do outono para o inverno, tende a piorar as condições das pastagens. Na ponta da demanda, a chegada da primeira quinzena do mês gera expectativa de melhora para o escoamento da carne no mercado doméstico. “Atualmente, há uma demanda firme por carne com osso destinada ao consumo doméstico, especialmente de boi castrado e traseiro, cotados a R$ 15,80 por quilo e R$ 17,75 por quilo, respectivamente. A expectativa segue [alta] para o dia das mães e um possível enxugamento da quantidade ofertada nas gôndolas do mercado”, estimou a Agrifatto.
Globo Rural
Novo recorde no abate de bovinos em abril em Mato Grosso
A quantidade de fêmeas levadas ao gancho no mês passado também atingiu volume histórico, informa a Agrifatto
O abate de bovinos em Mato Grosso atingiu 619,68 mil cabeças em abril/24, 7,84% acima do registrado em março/24 (574,60 mil) e 37,84% superior ao observado em abril/23 (449,56 mil), informa a Agrifatto, com base nos dados divulgados pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT). Trata-se de um novo recorde mensal, superando o anterior atingido em janeiro/24, ressalta a Agrifatto. No entanto, diz a consultoria, como abril/24 registrou 22 dias úteis, 2 dias a mais que março/24, era de se esperar uma expansão no volume total de bovinos abatidos no mês passado. Porém, continuam os analistas, quando se analisa a média diária de bovinos abatidos no Estado, nota-se que houve, em abril/24, a segunda queda mensal consecutiva, com uma média diária de 28,16 mil cabeças, 1,96% abaixo do registrado em março/24. “Quando se compara a evolução anual da média diária de abate no estado mato-grossense, tem-se um crescimento de 13%, o menor avanço anual desde janeiro/23”, relata a Agrifatto. Portanto, observam os analistas, já é válido questionar se a oferta de bovinos ao abate já estaria atingindo seu valor máximo no Mato Grosso e agora caminha de maneira cada vez mais clara para uma estabilidade? “Vale ficar atento aos dados dos próximos meses, pois, se eles demonstrarem uma estabilidade, provavelmente teremos passado pelo pico de oferta do ciclo pecuário mato-grossense”, recomenda a Agrifatto. A quantidade de fêmeas abatidas em abril/24 também foi recorde, com 343,83 mil fêmeas abatidas, resultando na maior participação de fêmeas sobre o abate total para um mês de abril da história, de 55,5%. “A liquidação de fêmeas continuará ocorrendo, porém, a redução na velocidade de expansão anual dá sinais de que o topo da oferta já pode ter sido atingido”, reforça a Agrifatto. No acumulado de janeiro a abril, o Mato Grosso abateu 2,39 milhões de cabeças, 32,62% acima do registrado no mesmo período de 2023 – rompeu o recorde de 2013 em mais de 23%, informa a consultoria. As fêmeas atingiram uma participação de 54,21% no acumulado de 2024, o maior nível da história para o primeiro quadrimestre do ano, acrescenta.
Portal DBO
Boi gordo dos EUA é o mais caro entre os exportadores e Brasil tem o preço mais competitivo
Valor em dólar do boi gordo brasileiro é o mais baixo entre os principais atores do mercado mundial, aponta Imea, citando as cotações da arroba nas praças de SP e MT
Em abril/24, o preço da arroba do boi gordo brasileiro foi o menor dentre os principais países produtores, reflexo ainda da alta disponibilidade de animais, informa o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em Mato Grosso, o animal terminado ficou cotado em US$ 40,35/@ no mês passado, enquanto a arroba de São Paulo atingiu, em média, US$ 44,96/@, o que significou redução de 1,52% e 3,83%, respectivamente, em relação aos valores de março/24, de acordo com o Imea. Por sua vez, o boi gordo norte-americano ficou cotado US$ 108,80/@ em abril/24. Com isso, calcula o Imea, o preço paulista foi 58,68% menor que nos EUA no último mês, enquanto MT foi 62,92% inferior no mesmo comparativo. Os EUA têm passado pelo momento inverso do Brasil, uma vez que o país registrou o menor número de bovinos na história. O USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) estimou um rebanho total de 87,80 milhões de cabeças para o território norte-americano. “A alta nos preços da carne bovina norte-americana aumenta a atratividade da proteína brasileira perante os principais importadores do produto”, analisa o Imea.
IMEA
ECONOMIA
Dólar tem leve queda ante real na contramão do exterior
Na leitura de operadores, a dinâmica de hoje pode ter sido resultado da combinação da melhora nos dados dos EUA, de uma volatilidade mais fraca e de um temor reduzido em relação à fiscal no Brasil
O dólar comercial exibiu leve depreciação na sessão de hoje, descolando-se da maioria das moedas acompanhadas pelo Valor. Na leitura de operadores, a dinâmica de hoje pode ter sido resultado da combinação da melhora no cenário externo, de uma volatilidade mais fraca e de um temor reduzido em relação à questão fiscal no Brasil. Ontem, além do real, o peso colombiano apresentou performance de destaque no ranking de 33 moedas mais líquidas. Terminadas as negociações, o dólar comercial fechou em queda de 0,12%, a R$ 5,0672, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,0488 e encostado na máxima de R$ 5,0837. Já o euro comercial exibiu depreciação de 0,23%, a R$ 5,4503. Perto das 17h20, o dólar futuro para junho recuava 0,15%, a R$ 5,0780. No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, operava em alta de 0,30%, aos 105,369 pontos. A sessão de ontem tinha tudo para levar o dólar para níveis mais elevados no mercado doméstico. Além de a moeda americana estar mais forte no exterior, os comentários de Neel Kashkari, o presidente do Fed de Mineápolis, mostraram-se mais conservadores sobre cortes de juros nos EUA. “Duvido que ocorra mais de três cortes neste ano, se houver cortes”, disse, em evento. “Tenho que ver vários resultados de inflação desacelerando para cortar juros.” O operador de câmbio de uma instituição financeira lembra que, o que poderia estar beneficiando o real é toda a atual conjuntura: a sazonalidade que implica em entrada de dólares mais consistente via conta comercial; alguns sinais de perda de força da economia americana; o tom ‘hawk’ do Banco Central nas últimas semanas; um diferencial de juros ainda elevado; e uma volatilidade mais baixa neste começo de mês. Nesses primeiros sete dias de maio, o real apresentou o melhor desempenho frente ao dólar, tanto em relação aos pares emergentes quanto em relação a divisas de mercados desenvolvidos. No período, o dólar recuou 2,42% frente ao real (contra o peso mexicano a queda foi de 1,50%; de 2,18% ante o peso chileno; e de 0,54% contra o peso colombiano). O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, concorda que essa melhora seja resultado de uma combinação de fatores. “Não é só em maio, mas nos últimos 15 dias tivemos um recuo no risco-país; tivemos revalorização do preço do minério de ferro lá fora; tivemos uma queda dos rendimentos dos Treasuries americanos; tivemos um governo brasileiro tentando recuperar terreno no avanço das pautas econômicas no Congresso. Temos fatores internos e externos levando a essa apreciação. Não foi um movimento exclusivo do real, outras moedas também valorizaram [frente ao dólar]. A moeda brasileira valorizou mais, entre outros motivos, porque sofreu mais que as outras há um tempo.”
Valor Econômico
Ibovespa sobe com’blue chips’ antes de decisão do Copom
Suzano ON foi destaque negativo com proposta de compra dos negócios da International Paper (IP) no radar
O Ibovespa voltou ao campo positivo ontem, novamente liderado por ganhos de ações de grande capitalização do índice, como Itaú PN (+2,07%), após divulgar balanço trimestral. Já Suzano ON (-12,27%) foi destaque negativo com proposta de compra dos negócios da International Paper (IP) no radar. Ainda assim, agentes afirmam que o mercado local seguiu, em algum nível, em compasso de espera pela decisão de amanhã do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). No fim do dia, o índice subiu 0,58%, aos 129.210 pontos. Nas mínimas intradiárias, tocou os 128.463 pontos, e, nas máximas, os 129.745 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 18,91 bilhões no Ibovespa e R$ 23,23 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,13%, aos 5.187 pontos, Dow Jones fechou em leve alta de 0,08%, aos 38.884 pontos e Nasdaq recuou 0,10%, aos 16.332 pontos.
Valor Econômico
EMPRESAS
BRF lucrou R$ 594 milhões e teve melhor primeiro trimestre da história
Melhora nas margens e diversificação de exportações foram determinantes para o resultado. Unidade da BRF em Lucas do Rio Verde (MT). Empresa teve melhor primeiro trimestre da história
A BRF registrou lucro líquido de R$ 594 milhões no primeiro trimestre deste ano. Apoiada por margens melhores e pela diversificação nas exportações, em meio a novas habilitações conquistadas pela empresa, este foi o melhor primeiro trimestre da história companhia de alimentos. No mesmo período em 2023, a companhia teve prejuízo de R$ 1,024 bilhão. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu R$ 2,1 bilhões no intervalo de janeiro a março. Um ano antes, o valor foi de R$ 607 milhões. A margem ajustada ficou em 15,8%, crescimento de 11,2 pontos percentuais. A receita líquida da companhia alcançou R$ 13,38 bilhões no trimestre, avanço de 1,5% no comparativo anual, apesar da queda de 1,9% no volume de vendas, que foi de 1,15 milhão de toneladas. “A gente observou recuperação de preços em praticamente todos os destinos para vendas, Ásia, mercado africano, Américas, mercados halal, tanto na Turquia quanto nos mercados do Golfo. A gente já imaginava isso, chegamos a antecipar que a proteína reagiria, isso começou no final do ano passado e persiste nesse início de 2024”, disse o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da BRF, Fabio Mariano. O CEO da empresa, Miguel Gularte, acrescentou que a BRF utiliza um importante sistema de precificação que permite se antecipar a estes movimentos. “Outro aspecto importante é que nós agregamos, no ano passado, 66 novos destinos e nesse ano, no primeiro trimestre, temos 24 novos destinos”, afirmou o CEO sobre as habilitações obtidas pela companhia. Mariano comentou que, à medida que as habilitações foram acontecendo, a empresa passou a gerir melhor os envios, buscando os mercados mais rentáveis para o momento, o que compensou os negócios. “De forma geral, receita cresce”. Leonardo Dall’Orto, vice-presidente de Mercado Internacional e Planejamento da BRF, ressaltou o retorno das vendas da companhia para o Reino Unido, com oito plantas de aves habilitadas. Outro destaque foi a retomada de exportações de carne suína para o México e a conquista da aprovação dos Estados Unidos. “China tem sido um destino bem relevante para aves ainda. Nos suínos tivemos preços mais reprimidos [para o mercado chinês], então tivemos alternativas melhores”, disse Dall’Orto. Com isso, a operação internacional da empresa apresentou margem Ebitda de 16,9% no trimestre também motivada pelo bom desempenho na Turquia e nos países do Golfo, potencializado pelo efeito sazonal das celebrações do Ramadã. O Ebitda ajustado saiu de R$ 106 milhões negativos no primeiro trimestre do ano passado, para R$ 1,096 bilhão neste ano. No Brasil, neste primeiro trimestre, o resultado também foi positivo e a margem Ebitda ficou em de 15,1%. “O desempenho se manteve forte mesmo após a campanha dos comemorativos [de fim de ano]”, afirmou Mariano. O Ebitda ajustado da operação saltou 81,4%, para R$ 931 milhões na esteira da queda de custos. O executivo financeiro disse que a companhia teve uma redução significativa nas despesas, principalmente por conta do programa de eficiência operacional, mas também pela queda nos preços das commodities como milho e farelo de soja. “Se comparar o custo do produto vendido por quilo, nosso custo do produto consolidado retrocedeu 10%”, disse ele.
Na visão de Manoel Martins, vice-presidente Comercial Brasil da BRF, a área de processados foi responsável pelo grande desempenho da empresa no trimestre, no mercado doméstico. Além deste contexto, o andamento do programa de disciplina financeira contribuiu para a geração de R$ 844 milhões em caixa livre. A alavancagem – relação entre a dívida líquida e Ebitda – ficou em 1,45 vez, a menor dos últimos oito anos. Somente o programa de eficiência BRF+ 2.0 apresentou captura de R$ 438 milhões no período.
Valor Econômico
FriGol teve prejuízo de R$ 5,1 milhões no 1º trimestre
Apesar do desempenho negativo, resultado melhorou 67% em relação ao mesmo período do ano passado. Companhia investiu R$ 15 milhões em suas unidades produtivas para ampliar em 25% capacidade de abate
A FriGol, quarta maior companhia frigorífica de carne bovina do país, registrou prejuízo líquido de R$ 5,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, conforme balanço financeiro divulgado ontem (7/5). O resultado, no entanto, representa uma melhora de 67% comparado ao prejuízo de R$ 15,2 milhões obtido pela empresa no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 22,1 milhões no intervalo de janeiro a março, versus um Ebitda negativo de R$ 2,6 milhões um ano antes. A receita líquida da empresa, por sua vez, alcançou R$ 821,6 milhões no trimestre, aumento de 17,8%. O CEO da companhia, Eduardo Miron, disse ao Valor que, apesar do resultado líquido ainda negativo, este foi o segundo melhor primeiro trimestre da história. “O primeiro trimestre normalmente é mais fraco no setor. No decorrer do ano com certeza passaremos a ter lucros, a FriGol nunca encerrou um resultado anual com prejuízo”, explicou o executivo. A retomada, em relação ao primeiro trimestre do ano passado, ocorreu porque entre fevereiro e março de 2023 houve um período em que o Brasil deixou de vender carne bovina para a China por quase um mês, devido ao auto embargo aplicado mediante um caso atípico da doença encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como “mal da vaca louca”. Segundo Miron, a companhia conseguiu recompor neste ano o nível embarques para o mercado chinês e ainda elevou mais seu patamar de vendas ao país asiático, com uma estratégia de se aproximar dos clientes da China, com cada vez menos intermediação de traders. “A FriGol tem feito investimentos importantes para entender esse mercado grande e complexo. Deixamos um time da área comercial por 60 dias na China, para tentar ver como poderíamos fazer algo diferente dos outros [concorrentes]”, disse o CEO. O resultado foi um crescimento de 66% nas exportações da empresa no primeiro trimestre, puxado pelo mercado chinês, onde os embarques saltaram 82%. Duas plantas da empresa – em Lençóis Paulista (SP) e Água Azul do Norte (PA) – são habilitadas para a China, e Miron acredita que até o final do ano a unidade de São Félix do Xingu (PA) também seja aprovada, visto que está na lista de espera e sem nenhuma pendência. Para Israel, segundo principal destino de vendas externas da companhia, os fluxos estão estáveis, porém, existe um trabalho de aproximação com os compradores semelhante ao que tem sido feito com a China. “A FriGol não quer disputar no grande volume, já existem player que focam em grandes volumes, nós queremos disputar no relacionamento com os clientes”, acrescentou. Além do movimento com os chineses, o aumento nas exportações se deve também a uma demanda que tem surgido em demais clientes. “Outros locais começam a ficar interessantes. Nosso principal foco é o sudeste asiático, Indonésia, Singapura, Filipinas. Outro mercado que tem crescido na demanda é o Irã, estamos também buscando Oriente Médio”, exemplificou. A chegada destes compradores tem a ver, também, com a precificação da tonelada embarcada. “Os preços praticados pela China deixaram de ser preços totalmente diferentes de outros mercados. Continuando a ser atrativos, com volume, que é uma coisa importante, mas não existe a ilusão de que os preços de 2022 e começo de 2023 retornem”. De tudo que foi produzido pela FriGol no primeiro trimestre, 50% foram para exportação e 50% ficaram no mercado doméstico. “A demanda do mercado interno está bem melhor”, comentou o CEO, citando que isso se deve às condições da economia do país melhoraram, os níveis de emprego e aos preços da carne, que passaram por ajustes e se tornaram mais atrativos ao consumidor. A questão do preço tem relação direta com o valor da arroba bovina, que segue em patamar considerado baixo neste ano, devido ao ciclo de oferta de gado ainda amplo. Neste momento em que as margens estão mais atrativas para a indústria, a empresa ampliou abates. Houve um investimento de R$ 15 milhões aplicado em todas as plantas da empresa, no ano passado, para aumento da capacidade produtiva. “Saímos do abate de 2,2 mil cabeças por dia antes do investimento, para 2,8 mil cabeças por dia, avanço em torno de 25%”, disse. Somente no primeiro trimestre de 2024, foram abatidas 171 mil cabeças de gado, alta de 44% comparado ao mesmo período do ano passado.
Valor Econômico
FriGol deve buscar mercado de capitais para emissão ainda no primeiro semestre
Plano é para mais uma emissão de CRA ou de títulos verdes. Em 2022, por meio de duas operações de CRA, a FriGol captou cerca de R$ 210,6 milhões
O frigorífico de carne bovina FriGol está em discussões para fazer mais uma emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) ou de títulos verdes ainda neste primeiro semestre. Em 2022, por meio de duas operações de CRA, a empresa captou cerca de R$ 210,6 milhões. Agora, a expectativa do CEO da FriGol, Eduardo Miron, é que a companhia possa captar um valor semelhante na próxima emissão. “Deve ser nesse montante de R$ 200 milhões, para suportar o negócio e fazer um perfil de dívida mais alongado”, afirmou o executivo ao Valor. No ano passado, a empresa esperava dar continuidade às emissões, mas esbarrou em um ambiente menos atrativo no mercado causado pela crise das lojas Americanas. Para 2024, a percepção é de que o cenário está mais favorável. “Um dos objetivos desse ano é dar sequência ao processo, estamos em conversas para talvez fazer uma emissão em breve de um CRA. E estamos trabalhando com empresas para emissão de títulos verdes, não quer dizer que a gente consiga fazer os dois, mas estamos com discussões”, disse o CEO. Atualmente, a dívida total da empresa está em torno de R$ 550 milhões, sendo pouco mais de R$ 200 milhões já de longo prazo, vindos das emissões anteriores.
Valor Econômico
CVM aceita acordo de R$ 20 milhões em caso da incorporação da Bertin pela JBS
Acusados no processo, os irmãos Batista pagarão R$ 15,5 milhões, quase 80% do total
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aceitou proposta de acordo de R$ 20 milhões para encerrar processo que avaliava se houve fraude na incorporação da Bertin pela JBS. Acusados no processo, os irmãos Batista pagarão R$ 15,5 milhões, quase 80% do total. Uma proposta de termo de compromisso foi apresentada em 2023 e rejeitada pelo regulador. Na nova tentativa, o colegiado da autarquia considerou em sua análise que os valores apresentados são superiores aos acordos fechados para o tipo ilícito envolvido. O caso ocorreu em 2009. Antes da incorporação pela JBS, os acionistas da Bertin eram a Bracol Holding (73,1%) e o BNDES Participações (26,9%). Meses depois, em meio aos procedimentos da incorporação, foi criada a Blessed Holdings, constituída no estado de Delaware, nos Estados Unidos. Havia suspeita de que a Blessed Holdings pertencesse à família Batista, o que foi confirmado com as declarações de Joesley Batista no acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. Na CVM, o entendimento da acusação foi de que não houve transparência sobre os verdadeiros donos da Blessed Holdings. O inquérito conduzido pela Superintendência de Processos Sancionadores (SPS) entendeu que os “valores simbólicos” pagos à Bracol Holding, pela Blessed Holdings, evidenciariam que o preço atribuído à Bertin foi muito superior ao valor real da companhia. Apontou, ainda, que a Blessed Holdings teria sido um instrumento utilizado pelos irmãos Batista para a realização de operações, em tese, fraudulentas entre eles e a Bracol Holding, sob o comando dos sócios administradores Natalino e Silmar Bertin. Em março do ano passado, a CVM rejeitou uma proposta que não incluía todos os acusados no caso. Os proponentes foram os irmãos Batista e Gilberto de Souza Biojone Filho, que representava a Blessed Holdings. Em setembro de 2023, foi apresentada uma proposta conjunta que incluía Natalino Bertin e Silmar Roberto Bertin. Os Batista sugeriram pagar R$ 7,75 milhões cada um, enquanto Biojone e os irmãos Bertin apresentaram proposta de pagamento de R$ 1,5 milhão, cada. A maioria dos membros do Comitê do Termo de Compromisso da CVM sugeriu a rejeição do acordo. No colegiado, a decisão para aceitar a proposta foi unânime. O entendimento dos diretores foi de que os fatos se referem a 2009 e são anteriores à lei 13.506, que aumentou o poder de fogo da CVM. Além disso, considerou, por exemplo, que a contrapartida neste caso representa valor substancialmente acima do histórico da CVM em termos de compromisso para imputações desta natureza. Com o acordo, o processo é extinto e não há assunção de culpa.
Valor Econômico
GOVERNO
Auditores federais agropecuários aprovam indicativo de greve
Segundo o Anffa, o indicativo sinaliza que a categoria pode entrar em greve se as demandas da carreira não forem atendidas pelo governo federal
Os auditores fiscais federais agropecuários aprovaram na terça-feira, (7), um indicativo de greve, válido a partir de amanhã, informou o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Agropecuários (Anffa Sindical), em nota. A ação foi aprovada por 84% dos auditores fiscais federais agropecuários em assembleia na noite da terça-feira. Segundo o Anffa, o indicativo sinaliza que a categoria pode entrar em greve se as demandas da carreira não forem atendidas pelo governo federal. O Anffa informou que os auditores farão uma nova tentativa de negociação com o Executivo. Nos próximos dias, os auditores agropecuários entregarão uma contraproposta de reestruturação de carreira ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. De acordo com o Anffa, a partir de amanhã os auditores agropecuários vão reforçar operações coordenadas no País com foco na vistoria de frigoríficos e de madeiras utilizadas para transporte das mercadorias em portos, tanto para importação quanto para exportação. “As ações são previstas em normas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e têm o objetivo de garantir a segurança alimentar nas indústrias e a preservação da agropecuária nacional. Os auditores têm deixado de cumprir horas extras não remuneradas, mas continuam respeitando os prazos previstos em normas vigentes para a liberação de certificados e mercadorias”, esclareceu o sindicato. A mobilização da categoria no Rio Grande do Sul foi suspensa em virtude da calamidade pública do Estado. Conforme o sindicato, os auditores atuam em força-tarefa para garantir o abastecimento de alimentos na região.
Estadão Conteúdo
FRANGOS & SUÍNOS
Valor do quilo da carcaça suína subiu 4,12% na terça-feira (7) em São Paulo
Altas generalizadas foram registradas na terça-feira (7) para o mercado de suínos
De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo teve aumento de 1,63%%, chegando ao preço médio de R$ 125,00, enquanto a carcaça especial subiu 4,12%, fechando em R$ 10,10/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (6), houve alta de 2,73% em Minas Gerais, chegando em R$ 6,78/kg, avanço de 1,01% no Paraná, alcançando R$ 5,99/kg, incremento de 1,74% no Rio Grande do Sul, com preço de R$ 5,85/kg, aumento de 1,75% em Santa Catarina, valendo R$ 5,82/kg, e de 1,23% em São Paulo, fechando em R$ 6,57/kg.
Cepea/Esalq
Terça-feira de altas leves para o frango
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 4,80/kg, enquanto a ave no atacado subiu 0,31%, fechando em R$ 6,47/kg, em média
Na cotação do animal vivo, o valor não mudou em Santa Catarina, com preço de R$ 4,40/kg, assim como no Paraná, com preço de R$ 4,44/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (6), a ave congelada teve aumento de 0,42%, alcançando R$ 7,14/kg, enquanto o frango resfriado subiu 0,28%, fechando em R$ 7,27/kg.
Cepea/Esalq
Prorrogado por mais 180 dias estado de emergência zoossanitária por gripe aviária
Até este momento, não há registro de circulação do vírus na criação comercial brasileira
Foi publicada na terça-feira (7) a Portaria número 680, que prorroga por mais 180 dias a vigência do estado de emergência zoossanitária, em todo território nacional, em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária H5N1de alta patogenicidade (IAAP) em aves silvestres no Brasil. “O Brasil é um dos quatro países do mundo que não tem gripe aviária no plantel comercial. O sistema de defesa agropecuária brasileiro é muito eficiente. Vamos manter o status de emergência para evitar uma possível crise que possa vir a acontecer”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. A prorrogação acontece de forma preventiva com objetivo de manter as condições do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em adotar medidas de erradicação do foco de forma rápida e a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais – nas três instâncias: federal, estadual e municipal – e não governamentais. A emergência zoossanitária foi decretada, pela primeira vez, em 22 de maio de 2023 e prorrogada, uma vez, em 7 de novembro do mesmo ano, como uma medida do Mapa para evitar que a doença, também conhecida como gripe aviária, chegue na produção de aves de subsistência e comercial, bem como para preservar a fauna e a saúde humana. Até este momento, não há registro de circulação do vírus na criação comercial, o que mantem o Brasil com status de país livre de influenza aviária perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), exportando seus produtos para consumo de forma segura. O primeiro caso de gripe aviária no Brasil foi registrado no dia 15 de maio de 2023, em aves silvestres. Perto de completar um ano da detecção, já foram identificados 164 focos, sendo apenas três em aves de subsistência nos estados do Espírito Santo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
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