CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2197 DE 08 DE ABRIL DE 2024

clipping

Ano 10 | nº 2197 |08 de abril de 2024

 

NOTÍCIAS

Sexta-feira com preços estáveis no mercado do boi, em São Paulo

Mesmo com os volumes de negociações aumentando, e uma oferta maior que a semana anterior, os preços de todas as categorias de bovinos destinados ao abate seguiram estáveis na comparação feita dia a dia

A Scot Consultoria apurou estabilidade no mercado paulista envolvendo todas as categorias de bovinos destinados ao abate. Assim, o boi “comum” segue negociado em R$ 227/@, a vaca em R$ 205/@ e a novilha em R$ 220/@ (preços brutos e a prazo), informa a Scot.  A arroba do “boi China” está valendo R$ 235 em SP, com ágio de R$ 8/@ sobre o animal “comum”. Na Bahia, após a semana de feriado, o mercado do boi está movimentado com boa oferta de animais na região, tanto para machos quanto para fêmeas, o volume de negócios está começando a aumentar e a pressão de baixa também, mas as cotações permaneceram estáveis em todas as regiões monitoradas. Na exportação de carne bovina in natura, em março/24, ela superou as exportações de março/23 mesmo com três dias úteis a menos. Com 20 dias úteis em março, foram exportadas 166 mil toneladas (média diária de 8,3 mil toneladas), foi o segundo melhor março da história. A cotação média ficou em US$4,5 mil/t, retração de 5,9%, considerando o mesmo período há um ano. Contudo, mesmo com a retração do preço, o aumento do volume de embarques elevou o faturamento mensal em 25,9%. No mercado de reposição em São Paulo, abril começou com maior procura por bovinos de reposição, melhorando as negociações que estavam compassadas no final de março. Contudo, apesar do fluxo de negociações mais interessante na semana, as cotações de bovinos machos jovens caíram e, para as fêmeas, três das quatros categorias também reportaram quedas nos preços negociados.

Scot Consultoria

Arroba do boi continua estável pelas praças de todo o país

O mercado físico do boi gordo voltou a registrar algumas negociações com preços acima das referências médias na sexta-feira. Os frigoríficos estão encontrando maior dificuldade na composição de suas escalas de abate

As vendas de carne durante o próximo final de semana serão fundamentais para avaliar a continuidade deste movimento no curto prazo, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição entre atacado e varejo. “Por sua vez, os bons índices pluviométricos previstos para abril devem oferecer suporte às pastagens, permitindo a retenção como uma estratégia ainda comum dentro do mercado por parte do pecuarista”, disse o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias. Preços da arroba do boi: São Paulo (Capital): 231. Goiânia (GO): 217. Uberaba (MG): 227. Dourados (MS): 222. Cuiabá: 209. “O mercado atacadista encerrou a semana apresentando preços acomodados. A sinalização de um excesso de oferta de carne de frango no mercado pode impactar negativamente na formação dos preços das proteínas concorrentes, como a carne bovina”, afirmou Iglesias. O quarto traseiro seguiu precificado a R$ 18,00 por quilo. O quarto dianteiro foi novamente precificado a R$ 14,00 por quilo. A ponta de agulha seguiu no patamar de R$ 13,20 por quilo.

Agência Safras

Estatística da pecuária (Campo Grande- MS)

A cotação do boi gordo subiu na região de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, enquanto os preços da vaca e novilha gorda mantiveram-se estáveis ao longo da semana

Na comparação semanal, segundo levantamento da Scot Consultoria, a arroba do boi gordo subiu R$2,50, alta de 1,2%, estando negociada a R$214,50, preço a prazo, descontados os impostos (Senar e Funrural). O diferencial de base é de R$9,00/@ ou 4,2% a menos que a cotação em São Paulo, onde o boi está sendo comercializado a R$223,50/@, preço a prazo, descontados os impostos. Já para a vaca e a novilha, as cotações ficaram estáveis em R$194,00/@ e R$204,00/@, respectivamente, preços a prazo e livre de impostos (Senar e Funrural). A alta na cotação do macho poder ser aliada ao volume de chuvas precipitado em março, criando condições favoráveis às pastagens para maior retenção de boiadas por parte dos pecuaristas. Outro fator determinante para esse cenário de alta/estabilidade nos preços é a habilitação de plantas frigorificas no estado à exportação de carne bovina para o mercado chinês, ocasionando maior demanda e, consequentemente, dando firmeza às cotações.

Scot Consultoria

ECONOMIA

Dólar fecha acima de 5 reais pela 6ª sessão após dados fortes dos EUA

O dólar à vista fechou a sexta-feira em alta ante o real no Brasil, pela sexta sessão consecutiva acima dos 5 reais, acompanhando o avanço da moeda norte-americana também no exterior, onde investidores repercutiam números fortes sobre o mercado de trabalho norte-americano

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0649 reais na venda, em alta de 0,24%. Na semana, a divisa acumulou alta de 0,98%. Às 17h08, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,09%, a 5,0765 reais na venda. Com a divulgação do payroll, a moeda norte-americana começou sua escalada ante o real, em sintonia com o fortalecimento do dólar ante outras divisas no exterior. O payroll do Departamento do Trabalho indicou que a economia norte-americana abriu 303.000 vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado – bem acima da projeção mediana de 200.000 novas vagas, conforme pesquisa da Reuters. As estimativas dos economistas variavam de 150.000 a 250.000 vagas, o que demonstra o quanto o resultado oficial surpreendeu. Os números elevaram a percepção de que, com o mercado de trabalho aquecido, o Federal Reserve tende a adiar o início do ciclo de corte de juros para junho ou depois disso, o que favoreceu as cotações do dólar ante seus pares. No Brasil, o dólar à vista atingiu o pico de 5,0753 reais (+0,45%) às 15h02, ainda sob os efeitos do payroll. “Embora o forte resultado do payroll seja positivo para a economia americana, ele pode ter implicações negativas para outras economias, como no Brasil. A perspectiva de taxas de juros nos níveis atuais por mais tempo nos Estados Unidos pode levar a uma fuga de capital dos mercados emergentes”, pontuou Diego Costa, head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio. “Isso pode pressionar ainda mais o câmbio e dificultar o controle da inflação no Brasil,”, acrescentou.

Reuters

Ibovespa recua após dados fortes nos EUA

O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, após dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos aumentarem as incertezas sobre os próximos movimentos de política monetária na maior economia do mundo, enquanto Petrobras teve mais uma sessão volátil com os ruídos envolvendo o comando da estatal

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,5%, a 126.795,41 pontos, acumulando na semana queda de 1,02%. O volume financeiro somou 20,8 bilhões de reais. Os Estados Unidos abriram 303.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em março, de acordo com o Departamento do Trabalho, superando estimativas compiladas pela Reuters que variavam de 150.000 a 250.000. A média de ganhos por hora subiu 0,3% em março e a taxa de desemprego caiu a 3,8%. Ao final do dia, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano avançava a 4,3996%, de 4,309% na véspera, uma vez que os números sustentam as dúvidas sobre o efeito na inflação e nos próximos passos do Federal Reserve. O “payroll” ter ficado bem acima do esperado, segundo o analista de investimentos Gabriel Mollo, do Banco Daycoval, impacta os prognósticos de que o banco central dos EUA irá promover três cortes na taxa de juros ainda neste ano, conforme projeções da própria autoridade monetária. “Essa ideia… começa a cair por terra já que os indicadores econômicos norte-americanos continuam bem fortes.” Na visão da diretora do Fed, Michelle Bowman, não é hora de o banco central dos EUA considerar a possibilidade de reduzir sua taxa básica de juros. Embora a inflação tenha arrefecido e seja provável que continue a se aproximar da meta de 2%, “ainda não chegamos ao ponto em que seja apropriado reduzir a taxa de juros e continuo a ver vários riscos de alta para a inflação”, afirmou Bowman em um discurso no Shadow Open Market Committee em Nova York.

Reuters

Poupança tem depósitos de R$1,3 bi em março após 2 meses de saques

A caderneta de poupança registrou depósitos líquidos de 1,339 bilhão de reais em março depois de dois meses de saques, segundo dados divulgados pelo Banco Central na sexta-feira

Em janeiro, a poupança havia registrado retirada de 20,149 bilhões de reais, seguida de saques de 3,824 bilhões de reais em fevereiro. Em março, houve entrada de 341,1 milhões de reais no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto a poupança rural registrou depósitos de 997,9 milhões de reais. O Banco Central embarcou em um ciclo de afrouxamento monetário que tirou a taxa básica de juros Selic do pico de 13,75% para os atuais 10,75%, mas sinalizou novo corte de meio ponto percentual apenas em junho — e não necessariamente no encontro seguinte, de julho. Isso ocorreu em função do aumento da incerteza.

Reuters

Setor público consolidado do Brasil tem déficit nominal acima do esperado em fevereiro; dívida bruta sobe

O setor público consolidado do Brasil registrou em fevereiro um déficit nominal acima do esperado, com aumento da dívida bruta, informou o Banco Central na sexta-feira

O déficit nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, chegou a 113,858 bilhões de reais no mês, contra expectativa em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de 104,0 bilhões de reais. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou 1,015 trilhões de reais, o equivalente a 9,24% do PIB. No mês, o setor público consolidado registrou um déficit primário de 48,692 bilhões de reais. Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam resultado negativo de 48,048 bilhões de reais. O desempenho mostra que o governo central teve déficit primário de 57,821 bilhões de reais, enquanto Estados e municípios registraram superávit primário de 8,646 bilhões de reais e as estatais tiveram saldo positivo de 483 milhões de reais, mostraram os dados do Banco Central. Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram 65,2 bilhões de reais em fevereiro, chegando no acumulado em 12 meses a 746,9 bilhões de reais. Já a dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou fevereiro em 75,5%, contra 75,1% no mês anterior, enquanto a dívida líquida foi a 60,9%, de 60,1%. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de 75,5% para a dívida bruta e de 60,5% para a líquida.

Reuters

IGP-DI desacelera queda para 0,30% em março com alguma pressão de commodities, mostra FGV

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou 0,30% em março, desacelerando a queda ante -0,41% em fevereiro, informou na quinta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV), destacando a recuperação nos preços de algumas commodities agrícolas.

Com esse resultado, o índice geral passou a acumular baixa de 4,00% em 12 meses

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, arrefeceu a queda para 0,50% no mês passado, ante recuo de 0,76% em fevereiro. “Os fatores determinantes para a diminuição menos acentuada do índice ao produtor incluem a variação nos preços da soja, que passou de uma queda de 10,02% para um aumento de 2,71%, além das alterações nas variações da mandioca, de -0,54% para um acréscimo de 7,02%, e do açúcar VHP, que passou de -1,17% para 7,45%”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, reduziu a alta para 0,10% em março, de 0,55% em fevereiro, principalmente sob a influência da alimentação. “Itens in natura, como a batata inglesa e a cenoura, apresentaram significativas flutuações de preço, indo de 10,02% para -16,51% e de 13,65% para -6,51%, respectivamente”, disse Braz. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, avançou 0,28% em março, ante alta de 0,13% no mês anterior. “No setor da construção civil, um leve aumento nos custos da mão de obra, de 0,05% para 0,42%, contribuiu para a aceleração do índice”, completou Braz. O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

Reuters

Balança comercial tem superávit de US$19 bi no primeiro trimestre

O comércio exterior brasileiro registrou superávit de US$ 19,08 bilhões no primeiro trimestre de 2024, crescimento de 22,2% em relação a igual período do ano passado (US$ 15,61), segundo dados da balança comercial divulgados nesta quinta-feira (4/4) pela Secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC)

O resultado é reflexo de exportações de US$ 78,27 bilhões no trimestre, contra Importações de US$ 59,19 bilhões, totalizando US$ 137,47 bilhões de corrente de comércio no período. Sobre o primeiro trimestre de 2023, as exportações cresceram 3,2% e a corrente foi 1,0% maior. Já as importações caíram 1,8% na comparação entre os trimestres. No recorte por setores e produtos exportados, o destaque foi para a indústria extrativista, com crescimento US$ 3,22 bilhões (18,7%) no primeiro trimestre de 2024, em relação a 2023. Nas importações, destaque para a Agropecuária, com crescimento de US$ 0,07 bi (5,6%). Apesar do crescimento trimestral, o mês de março observou recuos em relação a março de 2023. As exportações somaram US$ 28 bilhões agora, contra US$ 32,83 bi no ano passado (queda de 14,8%). Já as importações tiveram queda de 7,1%: US$ 20,5 bi em 2024 contra U$ 22,07 bi em 2023. Assim, a corrente de comércio em março/24 somou US$ 48,5 bi (-11,7%), e o superávit ficou em US$ 7,5 bi (-30%). Segundo o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, a justificativa para esses resultados na exportação foi a base de comparação alta. Março de 2023 foi o recorde histórico de exportação mensal. E a importação também foi alta em março de 23, pois o mês contou com 3 dias úteis a mais em relação a março de 24. A Secex também divulgou nesta quinta a segunda estimativa para a balança comercial em 2024. A nova previsão aponta um crescimento de 1,9% na corrente de comércio, para US$ 592 bilhões. Também houve aumento de expectativa em relação às importações, cuja previsão agora é de US$ 259 bilhões (+7,6%). Já as expectativas para as exportações recuaram 2,1% e estão agora em US$ 333 bi. A redução nas expectativas de exportações, com possível aumento de importações, diminuiu também a previsão de saldo comercial para este ano, que agora está em US$ 74 bilhões. Ainda segundo o diretor, Herlon Brandão, a maior atividade econômica interna favorece o aumento da importação de bens de capital, que representam investimentos; insumos e bens intermediários, para a produção nacional; e bens de consumo, por conta do aumento da renda. Por outro lado, a queda dos preços das mercadorias exportadas acelerou no mês de março de forma a contribuir para a perspectiva de diminuição do valor previsto para as vendas externas. Além disso, a demanda mundial apresenta lento crescimento e há menor disponibilidade interna de bens agrícolas para exportação. Exportações por Setor e Produtos: março/2024: comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores foi o seguinte: queda de US$ 1,87 bi (-20,8%) em Agropecuária; queda de US$ 2,01 bi (-23,9%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 0,95 bi (-6,2%) em produtos da Indústria de Transformação. Janeiro/março 2024: No acumulado do ano atual, o desempenho dos setores foi: crescimento de US$ 3,22 bi (18,7%) em Indústria Extrativa; queda de US$ 0,68 bi (-4,0%) em Agropecuária e queda de US$ 0,07 bi (-0,2%) em produtos da Indústria de Transformação. Importações por Setor e Produtos; março/2024: Comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores foi o seguinte: crescimento de US$ 0,04 bi (10,4%) em Agropecuária; queda de US$ 0,03 bi (-2,1%) em Indústria Extrativa e queda de US$1,56 bi (-7,8%) em produtos da Indústria de Transformação. Janeiro/março 2024: No acumulado do ano atual, o desempenho dos setores foi: crescimento de US$ 0,07 bi (5,6%) em Agropecuária; queda de US$ 0,58 bi (-13,4%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 0,53 bi (-1,0%) em produtos da Indústria de Transformação.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

CARNES

Aumento na produção de carnes garante abastecimento

A produção das três principais carnes do país deve chegar a 30,88 milhões de toneladas neste ano. O volume representa um crescimento de 3,9% se comparado com 2023. Esse incremento reflete em uma elevação na disponibilidade interna, estimada em 21,12 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento no mercado brasileiro

As exportações também devem crescer em torno de 6,5%, projetadas em 9,85 milhões de toneladas. É o que mostra o quadro de suprimento de carnes pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “A maior quantidade de carnes disponíveis no mercado interno é um bom indicativo para os consumidores. Mas além desse aumento na produção, os preços dos insumos para alimentação animal estão menores para o criador. Essa combinação de fatores tende a sustentar os preços das carnes em patamares mais baixos para os brasileiros e as brasileiras”, destacou o presidente da Companhia, Edegar Pretto. Para a carne bovina, o panorama esperado é de aumento na produção, retomando a marca de 10 milhões de toneladas, volume atingido nos anos de 2006 e 2007. “O bom volume produzido ainda é reflexo do ciclo pecuário iniciado no ano passado, com uma alta nos abates motivado por descarte de fêmeas”, lembra o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello. A disponibilidade interna do produto deverá chegar a 6,6 milhões de toneladas, se mantendo próximo à estabilidade, com um leve aumento de 0,2%, enquanto as exportações devem ficar em torno de 3,5 milhões de toneladas. “Se olharmos para o mercado externo, mesmo com a China recuperando seu plantel de suínos, tende a haver uma demanda maior pelo produto brasileiro devido ao embargo chinês à carne bovina entre fevereiro e abril do ano passado. Ainda assim, essa elevação na demanda internacional não tende a afetar a oferta da carne no mercado interno, em razão da maior oferta aliada a preços de insumos mais baixos”, explica o gerente da Companhia. Também é esperada uma maior exportação da carne suína em 2024. Se no ano passado os embarques chegaram a 1,21 milhão de toneladas, para este ano é esperado um volume exportado de 1,29 milhão de toneladas, 6,6% superior. “Essa elevação se dá, principalmente, pela conquista de novos mercados. Nos dois primeiros meses deste ano os embarques estão 13% maiores em relação ao mesmo período de 2023. O bom desempenho é conquistado mesmo com a queda de 32% nos envios para a China, maior mercado consumidor da carne suína brasileira”, pondera o gerente da Companhia. O bom resultado é reflexo de um crescimento na produção da carne suína no país na ordem de 3,7%, estimada em 5,55 milhões de toneladas. A alta nas exportações não impacta na disponibilidade interna que está estimada em 4,22 milhões de toneladas, elevação de 2,8% em relação a 2023. Para a avicultura de corte também é esperado um aumento de 1,5% na produção neste ano em comparação com 2023, sendo estimada em aproximadamente 15,4 milhões de toneladas. O maior volume produzido possibilita uma elevação na disponibilidade do produto no mercado interno de 4,3%, podendo chegar a 10,3 milhões de toneladas, a terceira maior da série histórica. “A maior produção e, consequentemente, oferta das demais proteínas impacta no mercado interno, pressionando os preços da carne de frango para baixo no país, fazendo com que haja uma tendência de elevação da demanda, o que influencia na maior disponibilidade do produto”, destaca Rabello. Mesmo assim, as exportações também devem ter uma ligeira alta de 0,9%, se mantendo um pouco acima de 5 milhões de toneladas.

CONAB

FRANGOS & SUÍNOS

Cotações estáveis no mercado da suinocultura na sexta-feira

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 127,00, assim como a carcaça especial, com valor de R$ 9,90/kg

Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (4), houve leve alta de 0,32% no Paraná, chegando a R$ 6,24/kg, e de 0,46% em São Paulo, custando R$ 6,59/kg. Os valores ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 6,37/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,13/kg), e Santa Catarina (R$ 6,04/kg).

Cepea/Esalq

Mesmo com margens em alta, crise da suinocultura brasileira persiste

Queda dos preços de milho e farelo de soja melhora o resultado financeiro dos criadores, que continuam a sentir o impacto da diminuição das vendas à China. Com a melhora das margens, criadores têm priorizado o pagamento de dívidas que acumularam nos últimos três anos

A queda dos preços do milho e do farelo de soja, dois dos principais insumos da suinocultura, fez com que os criadores voltassem a ter margens positivas na atividade. No entanto, esse quadro ainda não é suficiente para o setor se recuperar dos efeitos da crise dos três últimos anos, período em que a China reduziu suas compras de carne suína brasileira. A peste suína africana dizimou os rebanhos suínos da China entre 2018 e 2019, o que levou o país a intensificar as importações da proteína. Mas, passada a crise sanitária, a produção chinesa voltou a crescer — e a recuperação ocorreu com mais rapidez do que se previa. Com isso, os chineses diminuíram as importações de 2021 em diante, o que afetou diretamente os suinocultores brasileiros que investiram para ampliar a oferta, mas que depois não conseguiram repassar as despesas e escoar toda a produção. “A relação de troca para compra de insumos melhorou. O momento é de pegar essa margem que a gente tem hoje apertada, mas positiva, e colocar a casa em ordem para ela não cair no chão. É assim que vejo como produtor”, disse Luiz Roberto Miotto, proprietário da Granja Biriba’s, que cria matrizes de suíno no oeste do Paraná. Sem dar detalhes sobre o tamanho do passivo que a granja acumulou durante a crise do segmento, Miotto acredita que precisará de pelo menos mais dois anos para conseguir equilibrar as contas e ter um fluxo de caixa saudável, com espaço que permita a ele ampliar as operações. “Hoje, nosso objetivo não é investir para aumentar a produção. A gente trabalha com matrizes reprodutoras, e estamos investindo apenas em genética, para ganho de eficiência”, afirmou. O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador, disse que o custo com alimentação animal também caiu no Estado, mas salientou que os investimentos em produção só vão ocorrer em projetos que já estavam previstos, e não como resultado da melhoria das margens. “Vai ter um aumento pequeno da oferta, tudo dentro da normalidade. De 2022 para 2023, o crescimento dos abates não chegou a 2%”, disse ele. Segundo Folador, no Rio Grande do Sul, 75% dos suinocultores trabalham em regime de integração com indústria, sistema em que a empresa banca despesas como o valor do animal e a alimentação, deixando para o produtor apenas a responsabilidade pela criação. Os 25% restantes são suinocultores independentes. Nos dois grupos, a percepção é de que o foco neste início de ano tem sido o pagamento de débitos. “O produtor que está fora do sistema integrado está estabilizando as contas, fazendo caixa. E nas próprias empresas, integradoras, como carregam todo o custo de produção, também há um sentimento de recompor caixa, de buscar estabilidade”, pontuou Folador. Losivânio Luiz de Lorenzi, que preside a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), ressalta que a perda no poder de compra do consumidor brasileiro tem limitado o aumento do consumo de carne suína. “Nós não precisamos aumentar muito a produção porque não vamos ter para quem vender, e as exportações também não vão crescer muito”, disse. “Por isso, nós da associação recomendamos aos criadores cautela nos investimentos em matrizes”. Lorenzi acredita que os preços dos suínos precisariam ter uma reação mais significativa para que o segmento conseguisse, de fato, abandonar a crise. E o que tem acontecido com as cotações do animal é justamente o oposto, segundo ele: o valor médio do suíno de 115 a 120 quilos, que era de R$ 7,60 por quilo em 2021, é hoje de R$ 6,40. Esse intervalo de tempo coincide com o período em que as exportações da proteína para o mercado chinês diminuíram. Os embarques de carne suína brasileira à China somaram 533,7 mil toneladas em 2021, caíram para 460,2 mil no ano seguinte e, em 2023, foram de 388,6 mil toneladas, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Isso significa que, em dois anos, a queda foi de 27%. Neste ano, até março, o preço médio do suíno vivo acumulou queda de 2,52%, para R$ 6,20 por quilo, conforme dados da consultoria Agrifatto. Já as cotações de milho e farelo de soja recuaram ainda mais — nesse período, os preços dos dois insumos caíram 10,2% e 15%, respectivamente. “A relação de troca para os produtores do Sul do país atingiu 9,22 quilos por saca de milho. O patamar histórico é de 11,3 quilos por saca”, disse Yago Ferreira, analista da Agrifatto. No caso do farelo de soja, a relação de troca está em 340 quilos por tonelada, proporção inferior à média histórica, de 362 quilos por tonelada. “Ou seja, atualmente, o suinocultor está com boas relações de troca no Sul”, acrescentou o especialista. “E a tendência é que esse padrão de margens se mantenha”. Os três Estados da região dominam a produção de suínos no país.

Globo Rural

Sexta-feira teve alta para o frango no atacado em São Paulo

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável, valendo R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,45%, valendo R$ 6,65/kg

Na cotação do animal vivo, Paraná não mudou, valendo R$ 4,56/kg, da mesma maneira que em Santa Catarina, com valor de R$ 4,43/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (4), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com valores estáveis, custando, respectivamente, R$ 7,17/kg e R$ 7,39/kg.

Cepea/Esalq

Frango/Cepea: Carne amplia competividade frente à suína em 6%, mas perde para a de boi

A carne de frango ganhou competitividade frente à suína em março, mas perdeu para a de boi. Isso porque, segundo pesquisadores do Cepea, a proteína avícola se desvalorizou mais que a suína e menos que a bovina, em valores absolutos, em relação ao mês anterior

Na média de março, a carcaça suína foi negociada a 2,58 Real/kg acima da de frango, ante a diferença de 2,42 Real/kg registrada em fevereiro, evidenciando o aumento de 6,4% na competitividade da proteína avícola. Já no comparativo com a carne bovina, o frango perdeu a competividade em 0,9% no período, com a diferença de preços passando de 9,50 Reais/kg para 9,42 Reais/kg. Segundo pesquisadores do Cepea, para a proteína avícola, a pressão veio da fraca demanda na ponta final na maior parte do mês, que levou atacadistas a reajustarem negativamente as cotações, no intuito de evitar aumentos de estoques.

Cepea

Exportações de carne de frango alcançam 418,1 mil toneladas em março

Volume mensal é o melhor registrado em 2024; queda comparativa resulta de comportamento atípico em março de 2023

Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 418,1 mil toneladas em março. O volume é o maior registrado no ano de 2024, embora seja 18,8% menor que o total embarcado no mesmo período de 2023, com 514,6 mil toneladas (maior volume mensal já embarcado na história do setor). A receita total obtida com as exportações de março chegou a US$ 751,3 milhões, desempenho 23,4% menor que o saldo comparativo do mesmo período do ano passado, com US$ 980,5 milhões. No comparativo trimestral, as exportações realizadas entre janeiro e março deste ano alcançaram 1,220 milhão de toneladas, volume 7,2% inferior ao saldo acumulado nos três primeiros meses de 2023, com 1,314 milhão de toneladas. No mesmo período, a receita acumulada alcançou U$ 2,141 bilhões, número 16,77% menor que o total registrado no primeiro trimestre de 2023, com US$ 2,573 bilhões. “Houve um comportamento atípico no mês de março do ano passado, único momento em que a barreira de 500 mil toneladas foi rompida no histórico das exportações de carne de frango. Isto cria uma ideia equivocada em relação ao mês de março deste ano que, na verdade, seguiu dentro do fluxo esperado pelo setor, mantendo-se na média acima de 400 mil toneladas mensais”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin. No ranking dos principais destinos do mês de março, os Emirados Árabes Unidos lideram com 40,7 mil toneladas, volume 16,2% superior ao registrado no mesmo período de 2023. Em seguida estão China, com 38,9 mil toneladas (-48,9%) e Arábia Saudita, com 35 mil toneladas (+3,9%). Entre os principais estados exportadores, o Paraná segue na liderança com 172,3 mil toneladas embarcadas no mês de março, volume 19,6% menor que o total registrado no terceiro mês de 2023. Em seguida estão Santa Catarina, com 94,5 mil toneladas (-9,6%) e Rio Grande do Sul, com 56,8 mil toneladas (-23,4%). “Temos acompanhado os países do Oriente Médio ganharem ainda mais destaque nos últimos meses, com compras substanciais de carne de frango, em um contexto de incertezas na região. De maneira geral, o mercado mundial apresenta neste momento equilíbrio entre oferta e demanda, o que deverá favorecer os exportadores brasileiros nos próximos meses, especialmente em um contexto de recrudescimento da influenza aviária em alguns países concorrentes” destacou o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.

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INTERNACIONAL

Preços mundiais dos alimentos se recuperam de mínima de três anos, diz agência da ONU

Os preços mundiais dos alimentos se recuperaram em março de uma mínima de três anos, impulsionados por aumentos nos óleos vegetais, carnes e laticínios, de acordo com o último índice de preços da agência de alimentos das Nações Unidas

O índice da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha os produtos alimentícios mais comercializados globalmente, atingiu uma média de 118,3 pontos em março, acima dos 117,0 pontos revisados no mês anterior, informou a agência na sexta-feira. A leitura de fevereiro foi a mais baixa para o índice desde fevereiro de 2021 e marcou o sétimo declínio mensal consecutivo. Os preços internacionais dos alimentos caíram drasticamente de um pico recorde em março de 2022, no início da invasão em grande escala da Rússia à Ucrânia. A última leitura mensal da FAO ficou 7,7% abaixo do nível do ano anterior, disse à agência. Em março, o índice de preços de óleos vegetais liderou os ganhos, saltando 8% em relação ao mês anterior, com todos os principais óleos registrando aumentos. O índice de laticínios subiu 2,9%, registrando o sexto aumento mensal consecutivo, impulsionado pelos preços do queijo e da manteiga, enquanto o índice de carnes da FAO subiu 1,7%, refletindo os preços mais elevados de aves, suínos e bovinos. Esses ganhos superaram as quedas dos cereais, de 2,6% em relação a fevereiro, e do açúcar, de 5,4%. O trigo liderou o declínio dos cereais em meio à forte concorrência de exportação e às compras canceladas pela China, compensando um ligeiro aumento nos preços do milho, em parte devido a dificuldades logísticas na Ucrânia, disse a FAO. Os preços mais fracos do açúcar refletiram principalmente uma revisão para cima da produção esperada na Índia e um melhor ritmo de colheita na Tailândia, disse a FAO. Em dados separados de oferta e demanda de cereais, a FAO elevou sua previsão para a produção mundial de cereais em 2023/24 para 2,841 bilhões de toneladas, de 2,840 milhões projetados no mês passado, um aumento de 1,1% em relação à temporada anterior. Para as próximas safras, a agência reduziu sua previsão para a produção global de trigo em 2024 para 796 milhões de toneladas, de 797 milhões no mês passado, devido à redução das expectativas para as safras da União Europeia e do Reino Unido, após a semeadura prejudicada pelas chuvas e condições de seca em algumas áreas. Para o milho, foi prevista uma queda na produção mundial, mas o volume permaneceria acima da média dos últimos cinco anos, disse a FAO, sem fornecer uma previsão precisa.

FAO/ONU

Gripe aviária: casos nos EUA avançam para rebanhos de mais dois Estados

Doença é diagnosticada pelo USDA em animais de Ohio e Idaho nesta semana. Estados norte-americanos com gripe aviária confirmada na pecuária doméstica. Os casos de gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) em rebanhos leiteiros seguem se espalhando pelos Estados Unidos.

Depois de registros no Texas, Kansas, Michigan e Novo México, o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (APHIS) do Departamento de Agricultura (USDA) confirmou a presença do vírus H5N1 em animais de Ohio e Idaho. Atualmente, são 15 ocorrências no território americano. De acordo com o órgão, as autoridades veterinárias e de saúde pública investigam a doença que causa diminuição da produção de leite, baixo apetite e outros sinais clínicos nas vacas. Acredita-se que o vírus tenha sido introduzido no país por gansos de linhagem euro-asiática, aves consideradas selvagens e que foram encontradas mortas em propriedades rurais do Texas no mês de março. Apesar dos casos nos seis Estados, o USDA destacou que não há preocupação sobre eventuais riscos em relação ao leite para o consumidor ou no fornecimento comercial, porque o produto é pasteurizado antes de entrar no mercado. O processo obrigatório elimina vírus e bactérias após o aumento da temperatura e garante a segurança da bebida. Além dos casos em rebanhos leiteiros, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos confirmou o diagnóstico positivo em um trabalhador de uma propriedade de laticínios no Texas. Ele apresentou apenas um sintoma, vermelhidão nos olhos, a popular conjuntivite, após contato com as vacas contaminadas, e está se recuperando com o uso de medicamentos. O trabalhador é a segunda pessoa com teste positivo para o vírus H5N1 no território americano. O primeiro caso aconteceu em 2022, no Estado do Colorado. A doença também atingiu aves de uma granja do Texas, a Cal-Maine Foods, conhecida por ser a maior produtora e distribuidora de ovos frescos dos Estados Unidos. Em razão da contaminação, a empresa teve que abater quase 2 milhões de animais – 1,6 milhão de poedeiras e 337 mil frangos – e paralisar as atividades temporariamente. Em nota, a Cal-Maine Foods tranquilizou os consumidores afirmando que a gripe aviária não pode ser transmitida por meio da alimentação. “Não se conhece qualquer risco relacionado associado aos ovos que se encontram atualmente no mercado e nenhum foi recolhido”, disse. A transmissão em granjas de postura, aquelas em que a atividade visa a produção de ovos e reprodução, acontece pelo ar e pela ingestão de secreções de aves contaminadas de forma rápida, explicou Luizinho Caron, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Suínos e Aves), à Globo Rural. Por isso, a orientação sanitária é o abate de todos os animais presentes no espaço. “Até mesmo aquelas galinhas que, aparentemente, não estão doentes, já se contaminaram e vão ficar com o vírus por algum tempo no corpo. Quanto mais tempo deixar as galinhas ali, maior é o risco de o vírus chegar a outros locais”, afirma.

Globo Rural

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