Ano 9 | nº 2032 |31 de julho de 2023
NOTÍCIAS
Boi gordo: Pressão sobre preços continua
Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, na sexta-feira (28/7), houve uma pressão sobre os preços, com ofertas abaixo da referência, provocada pelo aumento da oferta de bovinos, considerada atípica para o período
No entanto, no mercado paulista, o boi gordo fechou a semana com estabilidade, em R$ 235/@, enquanto a vaca e a novilha gordas foram negociadas por R$ 207/@ e R$ 225/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses) está valendo R$ 240/@ (preço bruto e a prazo) em São Paulo, portanto, com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”.
SCOT CONSULTORIA
Arroba do boi gordo: preços enfraquecidos
Os preços de referência para a arroba do boi em algumas cidades foram: R$ 235 em São Paulo (Capital); e R$ 236 em Dourados (MS)
O mercado físico do boi gordo registrou preços enfraquecidos nesta sexta-feira (28). O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, explicou que o dia teve um fluxo de negócios inexpressivo, o que é compreensível para uma sexta-feira. Iglesias destacou que a primeira quinzena de agosto será crucial para a formação dos preços no curto prazo. Uma boa demanda poderá ajudar a escoar o estoque de carne bovina. No entanto, ele alertou que não há grande espaço para movimentos muito agressivos de alta. A situação é complexa devido a problemas de demanda tanto no mercado interno quanto no internacional. Os preços de referência para a arroba do boi em algumas cidades foram: R$ 235 em São Paulo (Capital); R$ 236 em Dourados (MS); R$ 211 em Cuiabá (MT); R$ 215 em Goiânia (GO); R$ 230 em Uberaba (MG). No mercado atacadista, os preços estão acomodados, mas há expectativa de uma pequena recuperação ao longo da primeira quinzena do mês, especialmente com a entrada dos salários na economia e o aumento da demanda relacionada ao Dia dos Pais. No entanto, a situação da carne de frango continua difícil. Os preços no atacado são os seguintes: o quarto traseiro permanece cotado a R$ 17,00 por quilo, o quarto dianteiro é vendido a R$ 12,65 por quilo, e a ponta de agulha tem o preço de R$ 12,50.
AGÊNCIA SAFRAS
Abate recorde de vacas ajuda a reduzir inflação no Brasil
Descarte sazonal de matrizes em meio a virada de ciclo pecuário pressiona preço da arroba com impacto nos preços da carne bovina
O abate recorde de vacas no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 17,9% em relação ao mesmo período do ano passado e a maior variação desde 2005, tem contribuído para pressionar as cotações da arroba bovina, hoje abaixo dos R$ 230, valor 30% inferior aos observados no ano passado. Sazonalmente maior no primeiro semestre, quando o fim do período de reprodução e a redução de pastagens, as perspectivas para o segundo semestre são de taxas menores em relação a primeira metade de 2023, mas ainda acima do observado em igual período do ano passado. “O pior já passou pra esse ano, mas de qualquer forma ainda vai ter descarte de matrizes no segundo semestre. Vamos ter um período em que abate de fêmeas vai ser superior quando olharmos para 2022, mas menor quando compararmos com primeiro semestre deste ano”, explica o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, ao destacar o peso do descarte de fêmeas sobre as cotações da arroba bovina. “Lógico que esse aumento da oferta de fêmeas acabou provendo uma aceleração da queda dos preços da arroba do boi gordo. Se tem mais vaca gorda batida, vai ter mais carne no mercado e tudo isso resume muito essa curva de preços do boi gordo num patamar bem mais baixo. Isso vai contribuir bastante para os índices inflacionários, mas para o pecuarista aumenta o desafio”, destaca o analista. De acordo com a analista de mercado da Scot Consultoria, Julia Zenatti, o maior descarte de fêmeas deste ano potencializou os efeitos do embargo chinês no início deste ano. O evento levou o pecuarista a reter a boiada à espera de uma recuperação dos abates após a reabertura da China – o que não se confirmou e gerou uma oferta ainda maior de animais prontos para abate. “Apesar dos dados oficiais no segundo trimestre ainda não terem sido divulgados, todas as consultas que a gente faz com agentes de mercado a gente pode ver que houve um forte incremento na oferta de boiadas entre março e junho”, revela Julia ao destacar que a maior participação de fêmeas nos abates deve se prolongar até agosto. Segundo o índice oficial de inflação do IBGE, o IPCA, as carnes acumulam deflação de 5,9% até junho deste ano e de 6,73% no acumulado em 12 meses. Só no último mês, a queda foi de 2,1%. “O viés para o ano de 2023 é de preços mais baixos quando comparamos com outros anos. A grande questão é que os preços do boi gordo caíram muito agressivamente e, como agora estamos em estação de confinamento, esse produtor vai ter que usar muito bem as ferramentas de gestão para conseguir uma lucratividade satisfatória”, completa Iglesias.
GLOBO RURAL
Produção de carnes no Brasil pode bater recorde em 2023
País deve produzir quase 30 milhões de toneladas de proteínas animais e exportar outras 9 milhões. Pela primeira vez na história, oferta de carne suína no Brasil deve atingir 5,3 milhões de toneladas
A produção das principais carnes consumidas no Brasil (bovina, frango e suína) pode atingir um volume recorde de 29,6 milhões de toneladas neste ano, e que representa um crescimento de 3,3% em relação ao total produzido em 2022, segundo dados divulgados na sexta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para as exportações, a estatal prevê uma alta de 5,5% neste ano, totalizando 9 milhões de toneladas de carnes. Em relatório, a companhia diz que o aumento na oferta de carnes no Brasil será puxado pelos suínos. Em 2023, a expectativa é que a produção da proteína chegue a 5,3 milhões de toneladas, alta de 2,7% se comparado com o ano passado, e também o maior volume já produzido no país. A maior quantidade de carne suína deve impulsionar as exportações, que devem crescer 10,1%, para 1,2 milhão de toneladas, e que, segundo a Conab, não devem impactar a disponibilidade interna do produto, cuja projeção de incremento é de 0,6%, atingindo 4,12 milhões de toneladas. “As vendas externas [de carne suína] têm crescido, ao mesmo tempo em que há uma redução na dependência do mercado chinês, o que demonstra que o Brasil tem conquistado novos mercados. Se em 2020 mais de 50% da carne suína exportada teve a China como destino, neste ano, considerando o primeiro semestre, esse percentual caiu para 37%”, ressalta, em nota, o gerente de fibras e alimentos básicos da Conab, Gabriel Rabello. Segundo a estatal, Hong Kong, Filipinas, Chile e Cingapura têm aumentado o percentual de participação entre os principais compradores da carne suína brasileira. “As aberturas dos mercados do México e do Canadá para a carne suína brasileira permitem novas oportunidades para os exportadores brasileiros”, reforça. Sobre a produção de carne bovina, a Conab espera um incremento de 4,5% na oferta neste ano, com pouco mais de 9 milhões de toneladas. A companhia lembra que o aumento já era esperado devido ao ciclo pecuário, quando há maior abate de fêmeas e uma consequente elevação na oferta de carne no mercado. As exportações estão projetadas em 2,9 milhões de toneladas, redução de 3,3% se comparado com o volume do ano passado, impactado pelos embarques mais lentos no início de 2023. Já a disponibilidade do produto no mercado doméstico deve subir 8,6%, chegando a 6,23 milhões de toneladas. Para a carne de aves, a estimativa é de uma produção de 15,2 milhões de toneladas, a segunda maior da série histórica. A boa produção e os registros de gripe aviária em países da Europa, Japão e Estados Unidos, por exemplo, aumentam a procura pela carne brasileira, segundo a estatal.
GLOBO RURAL
Um olhar sobre as oportunidades para exportação de carne bovina brasileira
Apesar do recuo no valor das exportações de carne bovina no início de 2023, observamos uma crescente demanda internacional que impulsiona a quantidade exportada
A indústria brasileira de carne bovina tem enfrentado um cenário promissor nos últimos anos, com oportunidades crescentes para a exportação. A demanda global por alimentos, juntamente com a queda dos preços domésticos e a alta dos preços globais, tem incentivado a busca pelo mercado externo. O Brasil exporta a carne mais demandada no mundo, a chamada carne ingrediente, que será industrializada no país de destino. Uma oportunidade significativa surge com o aumento da demanda da China, que busca reduzir sua dependência dos Estados Unidos. Além disso, a epidemia da gripe suína africana continua a impulsionar a procura pela nossa carne. Essa doença destruiu mais de 40% da população suína da China, abrindo espaço para outras carnes. Vale ressaltar que em junho o MAPA conseguiu a liberação do estoque de carne bovina produzida antes da suspensão de fevereiro, após a confirmação de um caso atípico de doença da “vaca louca”. São aproximadamente 40 mil toneladas que poderão ser comercializadas para a China. Durante o embargo, o governo brasileiro recebeu uma carta do órgão de alfândega sanitária do governo Chinês que, além de desembarcar e fazer novas habilitações, reconheceu o sistema de defesa brasileiro e ressaltou a transparência e a agilidade das operações. Conforme o Ministro Carlos Fávaro, isso dá segurança aos compradores e abre a possibilidade de discussão sobre a revisão do protocolo de embargo a novos casos de vaca louca. A China é, atualmente, o principal mercado para a carne brasileira e apresenta grande potencial de crescimento, pois seu consumo per capita ainda é baixo, na faixa de 4kg/hab/ano. A China depende de importações que chegam a 30% de seu consumo doméstico, sendo o maior importador mundial dessa proteína. O potencial de crescimento do mercado de carne bovina na China é grande. Outra questão relevante é que após uma espera de 20 anos, o mercado mexicano foi aberto para o Brasil. O México é o terceiro maior importador mundial de proteína animal, atrás apenas da China e do Japão. Essa abertura possibilita acesso ao mercado da América do Norte (EUA, México e Canadá), que contempla algo em torno de 500 milhões de habitantes. A expectativa é que isso gere um aumento significativo nas exportações, de modo a proporcionar um impulso econômico. Embora as exportações de carne bovina tenham aumentado, em comparação com os padrões internacionais há espaço para melhorias na produtividade da pecuária de corte. É inegável o avanço alcançado nos últimos anos devido às pesquisas desenvolvidas em Universidades, iniciativa privada e Embrapa, combinadas com o grande esforço feito pelos pecuaristas brasileiros em adotá-las em suas propriedades, mas ainda existe uma boa margem para melhorias.
EMBRAPA GADO DE CORTE
ECONOMIA
Taxa de desemprego do Brasil cai a 8% no 2º tri, abaixo do esperado
O Brasil encerrou o segundo trimestre com uma taxa de desemprego de 8,0%, abaixo do esperado e a mais fraca para o período em quase dez anos, em meio tanto ao forte recuo no número de empregados como aumento nos ocupados.
O dado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgado na sexta-feira ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de uma taxa de 8,2%. No primeiro trimestre, a taxa havia ficado em 8,8%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o resultado ainda mostrou forte baixa diante dos 9,3% vistos no mesmo período do ano anterior. No segundo trimestre, o número de desempregados caiu 8,3% em relação aos três primeiros meses do ano, totalizando 8,647 milhões de pessoas, o que representa ainda recuo de 14,2% em relação ao mesmo período de 2022. Já o total de ocupados aumentou 1,1% de abril a junho, chegando a 98,910 milhões, uma alta de 0,7% sobre o segundo trimestre do ano passado, ainda que o movimento tenha sido marcado pela informalidade. “O segundo trimestre registrou recuo da taxa de desocupação, após crescimento no primeiro trimestre do ano. Esse movimento aponta para recuperação de padrão sazonal desse indicador”, disse a Coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy. “Pelo lado da ocupação, destaca-se a expansão de trabalhadores na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, no trimestre e no ano”, completou ela. Enquanto o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou praticamente estável no período, com uma alta de 0,2% para 36,773 milhões, os que não tinham carteira aumentaram 2,4%, somando 13,109 milhões. A taxa de informalidade chegou a 39,2% no segundo trimestre segundo o IBGE, ante uma taxa de 39,0% no primeiro trimestre e de 40,0% no mesmo período de 2022. “O tipo de vínculo que se destaca como responsável pelo crescimento da ocupação vem de um dos segmentos da informalidade, que é o emprego sem carteira assinada”, explicou Beringuy. O contingente de pessoas desalentadas diminuiu, ficando em 3,672 milhões no segundo trimestre, uma redução de 5,1% ante os três primeiros meses do ano. No período, o rendimento real habitual foi de 2.921 reais, estável frente ao trimestre anterior, mas uma expansão de 6,2% em relação ao segundo trimestre de 2022.
REUTERS
Dólar cai ante real com exterior e movimento dos juros futuros
O dólar à vista fechou a sexta-feira em queda ante o real, acumulando baixa firme na semana, com as cotações reagindo ao cenário externo, onde a moeda norte-americana também cedia, e a ajustes de posições no mercado de Depósitos Interfinanceiros (DIs), com investidores à espera do Copom na próxima semana
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7315 reais na venda, com baixa de 0,58%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou baixa de 1,01%. Na B3, às 17:20 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,30%, a 4,7315 reais. O dólar à vista cedeu ante o real durante toda a sessão. De acordo com Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, após as decisões mais recentes de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central Europeu, os mercados passaram a se focar em um cenário de maior aceleração da economia global e desaceleração da inflação. Na última quarta-feira, Powell afirmou que a equipe do Fed não prevê mais uma recessão nos EUA. Nesta sexta-feira, novos dados de inflação divulgados nos EUA reforçaram a leitura de que a inflação está desacelerando. O Departamento de Comércio informou que a inflação medida pelo índice PCE subiu 0,2% no mês passado, após avanço de 0,1% em maio. Nos 12 meses até junho, o índice avançou 3,0%, taxa mais fraca nessa base de comparação desde março de 2021 e após aumento de 3,8% em maio. No Brasil, a alta das taxas dos contratos futuros de juros na ponta curta, com investidores reduzindo a probabilidade, implícita na curva, de corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic na próxima semana, contribuiu para a queda do dólar ante o real.
REUTERS
Ibovespa fecha quase estável em dia de queda de Vale e avanço em NY
No setor de proteínas, BRF ON BRFS3.SA subiu 7,11%, a 9,19 reais, tendo acelerado à tarde após autoridades brasileiras e japonesas acordarem que a suspensão da exportação de frango e ovos ao país asiático ficará limitada apenas aos municípios onde houver detecção de focos da gripe aviária
O Ibovespa fechou próximo à estabilidade na sexta-feira, após ter oscilado durante a sessão entre leves perdas e ganhos, diante de uma forte queda de Vale e de outras empresas de mineração e siderurgia, enquanto alta de bancos e Petrobras e um cenário externo favorável serviram de contraponto. O Ibovespa fechou com alta de 0,16%, a 120.187,11 pontos. Na mínima, o índice caiu a 119.706,26 pontos e, na máxima, subiu a 120.660,21 pontos. O volume financeiro da sessão somou 19,1 bilhões de reais. Na semana, o índice acumulou variação negativa de 0,03%. O índice teve alta nos primeiros três dias, indo às máximas desde agosto de 2021, mas sofreu forte correção na véspera, pressionado por Petrobras e Vale. Em Nova York, os principais índices acionários tiveram forte alta na sexta-feira, após dado de inflação nos Estados Unidos em linha com o esperado ter reforçado expectativas que o banco central norte-americano não cortará os juros em setembro, na sua próxima reunião. Um avanço generalizado de ações de fabricantes de chips, depois de resultado da Intel, também deu suporte a Wall Street. O S&P 500.SPX subiu 1%. Na próxima semana, o foco do mercado brasileiro deve ser na decisão de política monetária do Banco Central (BC), com investidores ainda divergindo entre as possibilidades de um corte de 0,25 ponto percentual ou de 0,50 ponto na Selic, enquanto o Congresso Nacional volta de recesso, e Bradesco e Petrobras estão entre os destaques da agenda de balanços.
REUTERS
Agência de classificação de risco DBRS Morningstar eleva nota do Brasil a BB
A agência de classificação de risco DBRS Morningstar elevou nesta sexta-feira a nota de crédito de longo prazo do Brasil para BB, contra BB(low) anteriormente, tornando-se a segunda instituição de rating a melhorar a avaliação do país na semana
Em relatório, a DBRS disse que essa melhora “reflete principalmente a diminuição dos riscos negativos para as perspectivas fiscais”, citando medidas do governo para aumentar as receitas e o avanço do arcabouço fiscal no Congresso. A agência, que acredita que o novo marco para as contas públicas será aprovado em agosto, disse que, mesmo que as metas de resultado primário almejadas no arcabouço não sejam atendidas de início, “o novo quadro sinaliza que os resultados fiscais continuarão a melhorar durante o governo Lula”. No relatório, a DBRS avaliou uma série de reformas aprovadas ou avançadas ao longo deste e do último governos como positivas para a nota de crédito do Brasil, e acrescentou que “a credibilidade de perseguir as metas de inflação do Banco Central foi fortalecida com base em mudanças institucionais e um histórico sólido”. Mas, “apesar desses desenvolvimentos positivos, o Brasil continua a enfrentar desafios de crédito significativos”, alertou a agência. “Em particular, a alta dívida pública, um grande déficit fiscal e as perspectivas de crescimento modestas deixam a economia vulnerável a choques.” A DBRS é a quarta maior agência de rating do mundo, atrás apenas de três instituições conhecidas no mercado financeiro como as “Big Three” (três grandes, em português): Standard & Poor’s (S&P), Moody’s Analytics e Fitch Ratings. Na quarta-feira, a Fitch já havia elevado a nota de crédito soberano do Brasil a “BB”, contra “BB-” antes, com perspectiva estável, pouco mais de um mês depois que a S&P mudou sua perspectiva para o Brasil de “estável” para “positiva”, deixando a nota intalterada em BB-. Ambas citaram desdobramentos fiscais positivos no país ao justificar as alterações.
REUTERS
Dívida pública bruta do Brasil permanece em 73,6% do PIB em junho
A dívida bruta do Brasil ficou estável em junho, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário acima do esperado, de acordo com dados divulgados na sexta-feira pelo Banco Central
A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou junho em 73,6%, repetindo a mesma taxa do mês anterior, e pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 74,0%. Contribuíram para a estabilidade, segundo o BC, os juros nominais apropriados (aumento de 0,6 ponto percentual), o efeito da valorização cambial no mês (redução de 0,2 p.p.), os resgates líquidos de dívida (redução de 0,1 p.p.) e o efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.). Já a dívida líquida foi a 59,1% em junho, de 57,8% no mês anterior, contra expectativas de analistas de uma taxa de 58,5%. Em junho, o setor público consolidado registrou um déficit primário de 48,899 bilhões de reais, pior que a expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de 42,75 bilhões de reais. No mesmo mês de 2022, houve superávit de 14,395 bilhões de reais. O desempenho mostra que o governo central teve saldo negativo de 46,480 bilhões de reais, enquanto Estados e municípios registraram déficit primário de 927 milhões de reais e as estatais tiveram déficit de 1,492 bilhão de reais, mostraram os dados do Banco Central.
REUTERS
IGP-M desacelera queda em julho com menor deflação ao produtor, diz FGV
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou sua queda a 0,72% em julho, após recuo de 1,93% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira, citando uma deflação menos intensa ao produtor
O resultado ficou praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, de recuo de 0,71%, e levou a taxa em 12 meses a uma queda de 7,72%, renovando um recorde de deflação da série histórica. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 1,05% em julho, ante queda de 2,73% no mês anterior. “O IPA continua registrando deflação em seus principais grupos, movimento que permanece influenciando o resultado do IGP. No entanto, a intensidade destes movimentos está arrefecendo, pois importantes matérias-primas brutas começaram a registrar variações positivas ou menos negativas, como o minério de ferro (de -2,21% para 2,96%), os suínos (de -7,03% para 3,46%) e o milho (de -14,85% para -4,95%)”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, passou a subir 0,11% neste mês, contra queda de 0,25% em junho. A maior contribuição para esse resultado partiu do grupo Transportes, que subiu 0,70%, abandonando queda anterior de 1,68%. Dentro desse segmento, o item gasolina avançou 3,65%, ante baixa de 3,00% no relatório anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu 0,06% em julho, forte desaceleração contra a alta de 0,85% do mês passado. A inflação no Brasil tem mostrado sinais de arrefecimento, de acordo com dados recentes, o que elevou a perspectiva de que o Banco Central começará em agosto a cortar a taxa de juros Selic, atualmente em 13,75%.
REUTERS
EMPRESAS
BRF avança em classificação ESG do índice global MSCI
A BRF progrediu em sua classificação no índice MSCI ESG (Morgan Stanley Capital International), evoluindo de BB para BBB, informou a companhia na sexta-feira (28). O ranking avalia a gestão de empresas para riscos e oportunidades ESG financeiramente relevantes
O resultado reforça o empenho da empresa com sua agenda de sustentabilidade e com a transparência junto aos seus stakeholders, disse a BRF em nota. “Essa evolução é reflexo de um trabalho consistente em diversas frentes de atuação, com destaque para a redução, em 2022, de 4,3% no consumo de água por tonelada produzida em comparação ao ano-base (2020), e a redução de 15% de acidentes com afastamento na indústria em relação a 2021”, disse a empresa. Ainda no ano passado, 95% dos fornecedores da companhia tiveram instalações certificadas pelo programa de segurança alimentar Global Food Safety Initiative. Além disso, a eficiência da Política de Denúncias ao Canal de Transparência da BRF e os avanços do monitoramento socioambiental dos seus fornecedores de grãos provenientes da Amazônia e Cerrado também contribuíram positivamente na avaliação do indicador. Atualmente, a empresa conta com 100% de rastreabilidade dos fornecedores diretos e 75% dos indiretos desses biomas. “O MSCI é um relevante balizador de tomada de decisão dos investidores, e o avanço da nossa classificação no ranking é resultado do trabalho efetivo da companhia para estar cada vez mais alinhada aos desafios da agenda ESG”, disse Raquel Ogando, diretora de Reputação e Sustentabilidade da BRF, na nota. Desde 2014, os índices ESG do MSCI somam mais de US$ 180 bilhões em ativos e mais de 1.700 clientes em todo o mundo, incluindo os principais fundos de pensão, gestores de ativos, consultores, conselheiros, bancos e seguradoras.
CARNETEC
GOVERNO
Fundo árabe Salic vai entrar em programa para recuperação de pastagens no Brasil
Expectativa é converter até 40 milhões de hectares e dobrar a área brasileira de produção de alimentos sem desmatamento. Outras empresas do setor privado da Arábia Saudita também devem ingressar na iniciativa de recuperação de pastagens
A Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário (Salic, na sigla em inglês), um fundo soberano da Arábia Saudita, confirmou no domingo (30/7) o interesse em participar de um projeto desenvolvido pelo Ministério da Agricultura brasileiro, que prevê a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens no país sul-americano. O anúncio foi feito pela pasta, após encontro do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, com o CEO em exercício da Salic, Mohammed bin Mansour Al-Mousa, em Riad, na Arábia Saudita, no primeiro dia de uma missão do governo federal ao país árabe. Fávaro também se reuniu com o ministro árabe de Meio Ambiente, Água e Agricultura, Abdulrahman Abdulmohsen A. AlFadley. Durante o encontro, os ministros ressaltaram os aspectos de complementaridade entre Brasil e Arábia Saudita para a formação de um grupo de trabalho visando a estruturação e implementação de parceria conjunta no setor agropecuário e de insumos agrícolas. Segundo o comunicado da pasta brasileira, o ministro saudita informou que irá atuar no sentido de pavimentar o caminho para que, além do Salic, outras empresas do setor privado do país ingressem na iniciativa de recuperação de pastagens. A expectativa do governo brasileiro é que o programa praticamente dobre a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento, contribuindo para a segurança alimentar do planeta e o controle das mudanças climáticas, com a redução da emissão de carbono. Além de integrar o grupo de trabalho governamental acordado com o ministério árabe para estruturação da parceria no programa de recuperação de pastagens, o Salic irá criar e coordenar um segundo grupo para dar continuidade às tratativas no âmbito privado, identificando empresas sauditas interessadas na proposta. “Outras parcerias podem ser firmadas no comércio de grãos e insumos agrícolas, inseridas na recuperação de pastagens de baixa produtividade”, acrescentou o ministério brasileiro.
GLOBO RURAL
FRANGOS & SUÍNOS
Preços estáveis no mercado de suínos
De acordo com análise do Cepea/Esalq, os preços do suíno vivo estão em queda no mercado doméstico. Segundo levantamento do órgão, esse movimento é resultado da oferta elevada e das fracas vendas da carne
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 116,00/R$ 120,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 8,90/kg/R$ 9,30/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (27), houve recuo de 0,66% no Paraná, chegando a R$ 6,02/kg, e tímida alta de 0,15% em São Paulo, valendo R$ 6,56/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais (R$ 6,46/kg), Rio Grande do Sul (R$ 5,92/kg), e em Santa Catarina (R$ 5,76/kg).
Cepea/Esalq
Brasil tem 74 focos de gripe aviária, nenhum em ave comercial
O Brasil tinha 74 focos de influenza aviária de alta patogenicidade confirmados até a noite de domingo (30) após três novos casos em aves silvestres divulgados no fim de semana em Guaratuba (PR), Joinville (SC) e Penha (SC), segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)
O país continua livre de casos em aves comerciais, do setor produtivo. Entre os casos confirmados, 72 são em aves silvestres e dois em aves domésticas. Seis investigações com coletas de amostras estavam em andamento. O Mapa já realizou 1.617 investigações no país, das quais 370 com coleta de amostras. O estado com o maior número de focos é o Espírito Santo (28 em aves silvestres e 01 em ave de subsistência), seguido de Rio de Janeiro (15 em aves silvestres), São Paulo (10), Paraná (08), Santa Catarina (06 em aves silvestres e 01 em ave de subsistência), Bahia (04) e Rio Grande do Sul (01). Ao menos nove estados brasileiros já decretaram emergência sanitária para evitar a doença ou intensificar o combate: Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Tocantins, Sergipe, Rio Grande do Sul, Paraná e Piauí, segundo levantamento da CarneTec.
CARNETEC
Alta das cotações para o frango em SP
Preços mistos marcam o final da sexta-feira (28) para o mercado do frango. Segundo análise do Cepea/Esalq, os preços da carne de frango registraram recuos neste mês. Ao longo de julho, a grande quantidade dessa proteína disponível no mercado interno e a baixa demanda têm pressionado os valores
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja teve aumento de 2,22%, chegando a R$ 4,60/kg, enquanto o frango no atacado teve alta de 1,50%, valendo R$ 5,40/kg. Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou estável em R$ 4,19/kg, e no Paraná, houve queda de 1,13%, valendo R$ 4,36/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (27), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado subiram 0,34%, valendo, ambos, R$ 5,89/kg.
Cepea/Esalq
Gripe aviária: Japão concorda com solicitação brasileira para regionalização de protocolo por município
Ministro Carlos Fávaro realizou tratativa com autoridades japonesas que definirão os requisitos para retomada das exportações
Em missão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no Japão, o Ministro Carlos Fávaro se reuniu com os ministros da Agricultura, Florestas e Pesca, Tetsuro Nomura, e da Saúde, Trabalho e Bem Estar, Katsunobu Katō, nesta sexta-feira (28), em Tóquio, para tratar especialmente sobre o protocolo de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) para as exportações de produto para o país. O Brasil segue sendo um dos únicos do mundo a manter o status de livre da IAAP em granjas comerciais conforme o protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). No entanto, após a detecção de focos em aves de subsistência nos estados do Espírito Santo e Santa Catarina, o Japão decidiu suspender temporariamente as importações dos produtos oriundos destes estados, conforme prevê o protocolo japonês. “Nesta missão fizemos as tratativas diplomáticas e técnico-sanitárias e estabelecemos, então, um ajuste no protocolo para que essa restrição passe a ser em âmbito municipal”, destacou o Ministro Carlos Fávaro. No caso de Santa Catarina, que é o segundo maior exportador de frango do país, o foco em ave de subsistência foi detectado no município de Maracajá, próximo ao litoral e, de acordo com o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart, já foi encerrado. No entanto, ele explica que, segundo o protocolo japonês, é necessário aguardar um prazo de 28 dias para enviar o relatório para a análise da autoridade sanitária japonesa a fim de que se possa retomar a exportação. “O que esperamos é que com essa sinalização do governo japonês em concordar com fazer a zonificação e, possamos fazer isso antes desses 28 dias, aí a restrição passaria a ser aplicada somente a Maracajá, liberando as demais localidades de Santa Catarina”, detalhou Goulart. O secretário ainda ressalta que todas as informações técnicas, por parte do Brasil, já foram encaminhadas para análise do governo japonês.
MAPA
Coreia do Sul aceitou regionalização da gripe aviária no Brasil, afirma Fávaro
Ministro da Agricultura disse ainda que o país asiático fará auditoria em plantas de suínos e bovinos sobre área livre de aftosa sem vacinação
Após a passagem da comitiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) pela Coreia do Sul, o ministro Carlos Fávaro anunciou, por meio de suas redes sociais, que o país asiático deve aceitar a medida de regionalização em relação à gripe aviária no Brasil. Além disso, uma equipe do governo coreano deverá fazer uma visita e auditorias em plantas de abate de suínos e bovinos em novembro. “O reconhecimento do governo da Coreia para a regionalização da gripe aviária, caso aconteça em criatórios comerciais, é um grande avanço, e permite tranquilidade para continuarmos fornecendo à Coreia do Sul com muita fluidez”. Sobre a auditoria, a vinda de uma comitiva da Coreia do Sul pode permitir a abertura de mercado de carne bovina, que ainda não é exportada pelo Brasil ao país asiático, e ampliar o de carne suína, já que, por enquanto, apenas Santa Catarina comercializa a proteína para os coreanos. “Outro assunto importante que buscávamos há anos era uma auditoria da Coreia do Sul na nossa produção de suínos e bovinos livre de febre aftosa sem vacinação. Com isso vai poder abrir o mercado do Rio Grande do Sul, Paraná, Rondônia, Acre e outros estados brasileiros. Esse evento acontecerá em novembro, já confirmado pelo governo da Coreia do Sul”, afirmou.
MAPA
Frango/Cepea: Carne de frango ganha competitividade frente às concorrentes
Os preços da carne de frango estão recuando neste mês, de acordo com dados do Cepea. Ao longo de julho, a grande quantidade dessa proteína disponível no mercado interno e a baixa demanda têm pressionado os valores
Nesse cenário e junto às variações nas cotações das proteínas concorrentes (leve baixa para a carne bovina e forte alta para a suína), a proteína avícola vem ganhando competitividade na parcial deste mês frente ao anterior.
Cepea
ABRAFRIGO
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY EDITORA ECOCIDADE LTDA
041 3289 7122
041 996978868