Ano 9 | nº 2009 |28 de junho de 2023
NOTÍCIAS
Ajustes positivos para o mercado do boi gordo paulista
Os compradores abriram o dia aumentando as ofertas de compra em R$2,00/@ de boi gordo e de vaca gorda, e de R$5,00/@ de “boi China”
Em Santa Catarina, a cotação da vaca caiu R$2,00/@, apesar disso, a oferta está diminuindo, principalmente a de boi gordo. Na exportação de carne bovina in natura, até a quarta semana de junho, foram exportadas 154,6 mil toneladas de carne bovina in natura. A média diária embarcada foi de 9,66 mil toneladas, aumento de 33,14% comparada a junho/22, o faturamento médio diário está em US$49,09 milhões, queda de 0,92%.
SCOT CONSULTORIA
Boi: oferta mais restrita segue fortalecendo preços
Analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias diz que ambiente de negócios ainda sugere pela alta dos preços no curto prazo
O mercado físico do boi gordo registrou preços firmes nesta terça-feira (27). Houve negociações acima da referência média no decorrer do dia. O ambiente de negócios ainda sugere pela alta dos preços no curto prazo, disse o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. A restrição de oferta, que dificulta a indústria na composição das escalas de abate, aumenta a urgência na compra de gado. Ao mesmo tempo, a entrada dos salários na economia durante a próxima virada de mês é fator importante para aumentar a propensão a altas. No entanto, o mercado do boi gordo ainda não conta com potencial para altas explosivas. Para isso se concretizar seria necessária uma variável nova, atrelada à demanda, pontuou Iglesias. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 249,00. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 242,00. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 208,00. Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 228,00 para a arroba do boi gordo. Em Uberaba (MG), a arroba teve preço de R$ 227,00. Os preços da carne bovina ficaram mistos no atacado. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir por maior propensão a reajustes durante a primeira quinzena de julho, período pautado por maior apelo ao consumo, considerando a entrada dos salários na economia. Por sua vez, a complexa situação da carne de frango mantém a referida proteína com a preferência de importante parcela da população brasileira, o que tende a limitar altas mais consistentes. O quarto traseiro foi precificado a R$ 18,15 por quilo, queda de R$ 0,15. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 14,00 por quilo, alta de R$ 0,40. A ponta de agulha foi precificada a R$ 13,65 por quilo, alta de R$ 0,35.
AGÊNCIA SAFRAS
Rabobank: Exportações sinalizam retomada enquanto oferta desacelera
Após dois meses de fortes quedas nos embarques causado pelo caso atípico de EEB, as exportações voltaram a dar sinais de recuperação em maio e nos dados parciais de junho
Em maio, o volume exportado registrou aumento de 43% com relação ao mês anterior e foi o maior desde novembro/22. Dados parciais de junho até a segunda semana mostram novo aumento no comparativo anual de 44% nos embarques diários de carne bovina in natura. Este cenário tem corroborado para encurtar as escalas de abate da indústria e elevando o interesse por novas compras. O mercado chinês se mantém como principal mercado importador e mesmo com a retomada dos embarques, o volume comprado no acumulado desse ano ainda é 14% menor que o mesmo período do ano anterior. Vale lembrar que 47% das exportações é apenas para atender a demanda chinesa. Com isso, as exportações totais brasileiras no acumulado até maio apresentaram queda de 9,5% em volume e 25% em faturamento no comparativo anual. Tendência de demanda sustentada no curto prazo, com os importadores chineses se organizando para o feriado da Golden Week em outubro. Com relação aos preços do boi gordo, o cenário de desvalorização persistente mesmo com o retorno das exportações para China se deve ao movimento generalizado de abate de fêmeas, maior estoque de machos e demanda doméstica ainda considerada fraca para o período. Dados do Imea mostram que em maio, pelo quarto mês seguido, a participação média das fêmeas nos abates superou a dos machos e chegou a 52,6%. A média dos últimos dois anos foi de 39,1% e 37,3%, respectivamente. Para os próximos meses, a tendência sazonal de menor oferta de fêmeas para abate somado a queda na atratividade para o primeiro giro do confinamento (por conta dos preços futuros ainda considerados baixos), podem desacelerar a oferta e favorecer os preços do boi gordo. Porém, o consumo doméstico deve se manter como principal desafio do setor. Entendemos que a tendência de perda de poder de compra deve se manter nesse ano, mesmo com maior oferta e preços menores de carne bovina, o que não deve permitir recuperação do consumo per capita. Em termos de fundamento pode ser um fator de pressão negativa nas cotações do boi gordo. Forte retomada das importações da China corrobora para cenário de escalas de abate mais curtas. E tendência de desaceleração na oferta de fêmeas no 2° semestre somado a desestímulos para entrada de gado no confinamento podem elevar as cotações do boi gordo no mercado local.
Rabobank
Carne bovina entre itens com maior queda no índice de preços da agropecuária paulista
O Índice de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) medido pelo Instituto de Economia Agropecuária (IEA) caiu 1,31% em maio, sendo que a carne bovina registrou uma das principais quedas entre os itens considerados, informou a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo na segunda-feira (26)
A carne bovina registrou queda de 7,21% em maio, em relação a abril, a terceira maior queda entre os itens considerados no índice que mede a variação dos preços recebidos pelos produtores paulistas. Em relação a maio do ano passado, a queda foi de 16,15%. O IEA disse que a queda no preço da carne bovina é reflexo da redução das exportações para a China devido ao embargo temporário que vigorou entre o fim de fevereiro e de março, que levou a uma expansão da disponibilidade da carne bovina no mercado nacional, contribuindo para reduzir as cotações da arroba do boi gordo. O preço da carne de frango teve a sexta maior queda registrada em maio dentro do IqPR, de -2,28% ante abril. Na comparação com maio do ano passado, o declínio de preço foi de 6,71%. Já o preço da carne suína considerado no índice teve uma elevação de 0,58% na comparação com abril e de 9,07% ante maio do ano passado.
CARNETEC
ECONOMIA
Dólar sobe ante real após BC sinalizar possível corte de juros em agosto
Em um dia marcado pela última ata do Copom, o dólar à vista fechou a terça-feira em alta ante o real, após sinalizações de que o Banco Central poderá começar a cortar juros no Brasil já em agosto, enquanto no exterior o viés predominante para a divisa norte-americana era negativo
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7985 reais na venda, com alta de 0,68%. Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,61%, a 4,7990 reais. Perto das 10h o dólar migrou para o positivo. Por trás do movimento estiveram a divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC e o resultado do IPCA-15 de junho — ambos com indicações de que o início do ciclo de cortes da taxa básica Selic poderá começar em agosto. Após ter mantido a taxa básica Selic em 13,75% ao ano na semana passada, o Copom adotou um tom considerado mais ameno — ou dovish, no jargão do mercado — na ata. Em um dos trechos mais significativos, o colegiado registrou que “a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”. No mercado, a avaliação foi de que o BC abriu a porta para o início do processo de cortes da Selic. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 de junho subiu 0,04%, taxa mais baixa em nove meses, contra alta de 0,51% em maio. Em 12 meses até junho, o avanço acumulado é de 3,40%, resultado mais baixo desde setembro de 2020 (2,65%). Ainda assim, o avanço do dia foi incapaz de fazer a divisa superar os 4,80 reais no mercado à vista, em um sinal de que a visão mais geral sobre o Brasil ainda é positiva. No exterior, no fim da tarde o dólar mantinha-se em baixa ante uma cesta de divisas fortes.
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Ibovespa fecha em queda apesar de BC indicar chance de corte da Selic em agosto
O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, em mais uma sessão de correção na bolsa paulista, mesmo após o Banco Central sinalizar claramente a possibilidade de começar o ciclo de flexibilização monetária em agosto
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,57 %, a 117.565,55 pontos, de acordo com dados preliminares. Na máxima, em uma primeira reação à ata do Copom, chegou a 119.211,58 pontos. O volume financeiro somava 23 bilhões de reais.
REUTERS
IPCA-15 sobe 0,04% em junho, diz IBGE
O IPCA-15 ficou praticamente estável em junho graças à queda dos preços de combustíveis e a taxa em 12 meses foi ao menor nível em quase três anos, o que deve intensificar os argumentos para o início de um ciclo de corte de juros depois de o Banco Central ter indicado essa possibilidade para agosto
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou variação positiva de 0,04%, taxa mais baixa em nove meses, contra alta de 0,51% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira. Assim, considerado prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA, o índice acumulou em 12 meses até junho alta de 3,40%, de 4,07% em maio, resultado mais baixo desde setembro de 2020 (2,65%). A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. Em junho, o que puxou o IPCA-15 para baixo foi a queda de 3,75% do preço dos combustíveis, ajudando o grupo de Transportes a registrar deflação de 0,55%. O maior impacto negativo individual foi exercido pelo recuo de 3,40% no preço da gasolina, mas os demais combustíveis também sofreram recuo nos preços: óleo diesel (-8,29%), etanol (-4,89%) e gás veicular (-2,16%). Além dos Transportes, outros dois grupos registraram queda de preços — Alimentação e bebidas (-0,51%) e Artigos de residência (-0,01%). A alimentação no domicílio registrou queda de 0,81% em junho, enquanto na alimentação fora de casa houve desaceleração na alta dos preços para 0,29%. Na outra ponta, a maior variação no IPCA-15 de junho foi a alta de 0,96% do grupo Habitação, enquanto os custos de Vestuário aumentaram 0,79% Despesas pessoais subiram 0,52%. Analistas também alertam para a resiliência da inflação de serviços, acompanhada de perto pelo Banco Central, e a pressão nos núcleos.
REUTERS
Taxas futuras caem após Copom reforçar apostas de corte da Selic em agosto
As taxas dos contratos futuros de juros de curto prazo fecharam em baixa na terça-feira, após a divulgação da ata do Copom e do IPCA-15 de junho, com investidores reforçando as apostas de que o Banco Central começará a cortar a Selic em agosto, e não em setembro
No início do dia, o foco esteve concentrado na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que na semana passada manteve a taxa básica Selic em 13,75% ao ano. O documento foi considerado mais ameno – ou dovish, no jargão do mercado – que o comunicado da última semana. “Consideramos que a ata do Copom apresentou um tom mais dovish do que o comunicado, sinalizando fortemente a possibilidade de iniciar o ciclo de flexibilização monetária em agosto, com um corte de 25 bps, em linha com o nosso call”, comentou o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, em relatório enviado a clientes. A leitura de que a ata foi dovish trouxe um viés de baixa para as taxas futuras, reforçado pelo resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 de junho subiu 0,04%, taxa mais baixa em nove meses, contra alta de 0,51% em maio. Em 12 meses até junho, o avanço acumulado é de 3,40%, resultado mais baixo desde setembro de 2020 (2,65%). “O IPCA-15 veio bem próximo das expectativas, confirmando a deflação de alimentos e transportes, levando a uma desaceleração pronunciada na margem”, avaliou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho. “O mercado já vinha incorporando este IPCA-15, que sugere uma deflação no IPCA do fechamento do mês”, completou. O recuo das taxas dos DIs (Depósitos Financeiros), no entanto, foi amenizado pelo exterior. Isso porque uma bateria de dados positivos sobre a economia norte-americana elevou a expectativa de que os juros nos EUA atingirão patamares mais elevados para segurar a inflação.
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PIB-Agro/Cepea: alta modesta no 1º tri
O PIB do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), apresentou ligeiro avanço de 0,19% no primeiro trimestre de 2023
Segundo pesquisadores do Cepea, esse resultado modesto refletiu os comportamentos opostos em termos de preços e de volumes. Nesse sentido, por um lado, o crescimento do PIB foi sustentado pela safra recorde no campo – que, por sua vez, influencia também em uma maior movimentação de agrosserviços no País. Por outro, o desempenho do PIB foi prejudicado por preços desfavoráveis ao setor, já que houve reduções frente aos registrados no primeiro trimestre de 2022 para vários dos principais produtos agropecuários e agroindustriais que compõem o setor. Considerando-se também o comportamento do PIB brasileiro no período, o Cepea/CNA estima que a participação do setor na economia fique próxima de 24,5% em 2023, pouco abaixo dos 25% registrados em 2022. O ramo agrícola apresentou avanço de 0,66%, com a sustentação vinda dos desempenhos observados para o segmento primário, para a agroindústria e agrosserviços – o setor de insumos recuou, pressionado pela desvalorização dos fertilizantes e defensivos. No caso do segmento primário, apesar das quedas nos preços de muitos produtos (algodão, café, tomate, milho, soja, trigo, cana, cacau, banana e batata), o crescimento foi sustentado pela expectativa de uma safra recorde de grãos no campo, somada às maiores produções esperadas de café e cana. O PIB também foi favorecido pelo arrefecimento dos preços dos fertilizantes e defensivos frente a 2022. Na indústria, o PIB cresceu devido a uma redução de custos com insumos, tendo em vista que a produção industrial registrou queda modesta e os preços dos produtos também caíram (com destaques negativos para o etanol, os produtos de madeira e o café industrializado). Quanto aos agrosserviços, o crescimento do PIB decorreu sobretudo do desempenho agrícola dentro da porteira. Essa expansão se traduz em demanda por serviços de transporte, armazenagem, comércio e outros serviços (como financeiros, contábeis, jurídicos, de comunicação, entre outros). Diferentemente do agrícola, o ramo pecuário caiu (-1,09%), influenciado pelas baixas observadas em todos os quatros segmentos. No caso dos insumos, o desempenho negativo foi impactado sobretudo pelos menores preços das rações e dos medicamentos veterinários. Para o segmento primário pecuário, a retração decorreu do menor valor bruto da produção esperado para o ano, mesmo em um cenário de certo alívio dos custos com insumos. A queda do valor da produção refletiu os menores preços de bovinos e aves de corte, uma vez que se projeta expansão de produção para todas as atividades pecuárias acompanhadas – exceto o leite. Na agroindústria pecuária, apesar da maior produção estimada de carnes para o ano, o PIB também foi pressionado pelo comportamento desfavorável dos preços da carne bovina e dos couros bovinos. Quanto aos agrosserviços pecuários, a baixa esteve em linha com as reduções observadas a montante. O fraco desempenho dos segmentos pecuários, com valores brutos da produção pressionados por preços desfavoráveis, também deve ter se refletido numa demanda mais enfraquecida por serviços.
Cepea
GOVERNO
Lançamento do Plano Safra 2023/24
Recursos para financiar a agricultura e a pecuária empresarial serão de R$ 364,22 bilhões
Custo com a equalização do Plano Safra 2023/24 será de R$ 5,1 bilhões, diz subsecretário Gilson Bittencourt, do Ministério da Fazenda. Agricultura familiar terá R$ 8,5 bilhões. “Equalização do Plano Safra 2023/24 depende da aprovação de PLN no Congresso Nacional”, diz.
PLN em tramitação no Congresso Nacional fará suplementação de R$ 1,5 bilhão no orçamento para iniciar equalização do Plano Safra 2023/24. “Expectativa do governo é iniciar a equalização até o fim da primeira semana de julho”, diz subsecretário. Segundo ele, spread médio dos bancos vai cair no Plano Safra 2023/24. “Distribuição dos limites equalizáveis entre bancos deverá ser anunciada até o fim da próxima semana”, afirma. Distribuição dos limites equalizáveis será limitada em até 30% dos valores totais por instituição financeira. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na terça-feira que seu governo não é “um clube de amigos” e que se engana quem pensa que “o governo vai fazer mais ou fazer menos porque tem problemas ou não com o agronegócio”. A fala ocorreu durante o lançamento do Plano Safra no Palácio do Planalto. Em seu discurso, Lula elogiou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que tem tentado promover uma aproximação entre ele e o agronegócio, amplamente alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. E disse que o governo “não age ideologicamente” ao elaborar o Plano Safra, que ele prometeu que será melhorado a cada ano. “O Fávaro tem sido uma dessas coisas que aconteceu num governo que não é um clube de amigos. Nós [governo] não somos um clube de amigos. Nós somos um governo com gente de partidos, ideologias e histórias diferentes, que têm uma única coisa que unifica todos nós: é provar a nós mesmos e ao povo brasileiro que este país pode ser do tamanho que a gente quer que ele seja ou ele pode ser pequeno, se a gente deixar de fazer”, disse Lula. “Se enganam aqueles que pensam que o governo pensa ideologicamente quando vai tratar de um Plano Safra. Se enganam aqueles que pensam que o governo vai fazer mais ou fazer menos porque tem problemas ou não com o agronegócio brasileiro. A cabeça de um governo responsável não age assim, não tem a pequenez de ficar insuflando o ódio entre as pessoas. Este país só vai dar certo se todo mundo ganhar.” Lula comentou a recente liberação de um carregamento 70 mil toneladas de carne brasileira pela China, afirmando ter sido alertado do problema pela ex-presidente Dilma Rousseff. Hoje presidente do banco dos Brics, ela também sofre forte rechaço do setor agrícola. O Presidente lembrou que telefonou para o líder chinês Xi-Jinping para liberar o carregamento, afirmando que “um governo não tem que atacar o governo de outro país”. “Isso é diplomacia”, disse Lula. “A mim, não importa o que pensa um governante de outro país. Eu não estou estabelecendo uma relação pessoal, mas uma relação de Estado.” O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou na terça-feira (27/6) que o principal ativo do Plano Safra 2023/24 será a sustentabilidade. “O cerne é a sustentabilidade. É aí que vamos crescer, ganhar mais mercado e criar oportunidades”, disse durante a cerimônia de lançamento do plano, em Brasília. Neste ano, R$ 12 bilhões serão direcionados para o custeio com juros até 1 ponto porcentual menor para produtores que tiverem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e adotarem técnicas sustentáveis de produção. Fávaro destacou que queria um “prêmio” maior, de até 3 pontos porcentuais, mas que será possível começar com o desconto de 1 p.p. Uma das questões para a limitação da redução nos juros é a necessidade de mecanismos de verificação e comprovação das técnicas sustentáveis. “Tudo requer parametrização para os órgãos de controle, para que não tenha irregularidade”, disse Fávaro. O Ministro destacou que, como todo o Plano Safra é baseado no Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC+), a linha de crédito que tinha esse nome foi batizada agora de RenovAgro. Segundo ele, o programa começará a incentivar a conversão das pastagens degradadas em lavouras produtivas, com a possibilidade de financiamento do calcário para o tratamento do solo. Fávaro ainda destacou a redução de juros para o RenovAgro. A taxa será de 7% para médios produtores. Os grandes pagarão 8,5%. O ministro da Agricultura também destacou a redução nos juros do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). Para unidades até 6 mil toneladas, a taxa será de 7%. O volume de recursos do programa aumentou 70%, para R$ 6,6 bilhões. “É um plano para construção de armazenagem. Não podemos comemorar safra recorde e não construir armazém”, disse Fávaro. Fávaro destacou também os juros mais baixos para os médios produtores para a compra de máquinas, por meio do Moderfrota. A taxa será de 10,5%. Grandes produtores pagarão 12,5% ao ano.
VALOR ECONÔMICO
Plano Safra 2023/24 terá taxas menores para produção sustentável
A redução será de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio para os produtores rurais que possuírem o CAR analisado
O Plano Safra 2023/2024 incentivará os sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. Os produtores rurais que já estão com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e também aqueles produtores rurais que adotam práticas agropecuárias consideradas mais sustentáveis pagarão taxas de juros menores. A redução será de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio para os produtores rurais que possuírem o CAR analisado, em uma das seguintes condições: 1) em Programa de Regularização Ambiental (PRA), 2) sem passivo ambiental ou 3) passível de emissão de cota de reserva ambiental. Também terão direito à redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio para os produtores que adotarem práticas de produção agropecuária consideradas mais sustentáveis, como: produção orgânica ou agroecológica, bioinsumos, tratamento de dejetos na suinocultura, pó de rocha e calcário, energia renovável na avicultura, rebanho bovino rastreado e certificação de sustentabilidade. A definição do rol dessas práticas, bem como a regulamentação de como elas serão comprovadas pelos produtores rurais junto às instituições financeiras, ocorrerá posteriormente ao lançamento do Plano Safra 2023/24. Segundo o Ministério da Agricultura, essas reduções na taxa de juros de custeio poderão ocorrer de forma independente ou cumulativa. “Ou seja, caso o produtor preencha os dois requisitos, ele poderá ter uma redução de até 1 ponto percentual na sua taxa de juros de custeio.” Além disso, o Programa para Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro) incorpora os financiamentos de investimentos identificados com o objetivo de incentivo à Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária.
VALOR ECONÔMICO
Presidente da FPA ‘parabeniza’ esforço do governo no Plano Safra 23/24
Importante ressaltar a preocupação em relação ao volume de equalização de juros
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion, parabenizou o ‘esforço’ do governo federal, especialmente do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na elaboração do Plano Safra 2023/2024. “Gostaria de destacar e parabenizar o esforço do governo, em especial do ministro Fávaro, em buscar entendimentos entre as diferentes pastas para atender a uma grande demanda de negócios no Plano Safra. O montante disponibilizado é significativo e merece nosso reconhecimento”, disse. Segundo Lupion, no entanto, é importante ressaltar a preocupação em relação ao volume de equalização de juros, uma vez que essa equalização é essencial para viabilizar de fato essa grande quantidade de negócios. “Se a equalização for insuficiente, os recursos se esgotarão rapidamente e perderemos uma parte significativa do potencial de negócios que poderia ser alcançado. Precisaremos aguardar o lançamento do MDA amanhã para obter uma compreensão mais precisa desse montante disponível”, afirmou. A FPA solicitou um volume da ordem de R$ 25 bilhões para garantir as operações necessárias. Lupion também fez questão de parabenizar a iniciativa de premiar com taxas menores os produtores mais sustentáveis. “Os produtores brasileiros cumprem a legislação ambiental mais eficiente e restritiva do mundo. Todos nós adotamos boas práticas em nossas propriedades, tanto em relação às áreas de preservação, quanto ao plantio direto e à proteção de nascentes. Vale ressaltar a importância do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e sua inscrição, que são fundamentais e indispensáveis. Portanto, devemos aplaudir e reconhecer amplamente que os produtores rurais brasileiros serão beneficiados, sem dúvida alguma”. O presidente da FPA, diz que a banca sempre busca evitar o viés ideológico nas discussões. “Quando a ideologia entra em cena, as conversas se complicam e os desentendimentos surgem. É evidente que ao abordarmos os assuntos de forma técnica, conseguimos avançar. Hoje mesmo, durante o pronunciamento no Palácio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu o esforço da nossa bancada da FPA nas negociações para garantir um Plano Safra adequado. Estamos envolvidos nas negociações, as pontes foram estabelecidas”, disse. “É importante enfatizar que nossa frente não é política, mas sim técnica, focada especificamente em um setor que depende da atuação do governo. Portanto, buscamos nos despir ao máximo de questões partidárias, políticas e ideológicas para atender efetivamente às demandas técnicas do nosso setor”, completou.
CANAL RURAL
FRANGOS & SUÍNOS
Preço do suíno vivo tem boa reação
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve aumento de 0,86%/1,69%, chegando a R$ 117,00/R$ 120,00, enquanto a carcaça especial ficou estável, custando R$ 8,70/kg/R$ 9,00/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (26), houve alta de 0,7¨% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,38/kg, avanço de 2,87% no Paraná, alcançando R$ 5,73/kg, incremento de 2,52% no Rio Grande do Sul, avançando para R$ 5,70/kg, valorização de 2,36% em Santa Catarina, atingindo R$ 5,63/kg, e de 1,63% em São Paulo, fechando em R$ 6,24/kg.
Cepea/Esalq
Frango: cotações estáveis na terça-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,50/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 1,32%, valendo R$ 5,23/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço não mudou, valendo R$ 4,37/kg, assim como no Paraná, com preço de R$ 4,53/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (26), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, valendo, respectivamente, R$ 5,94/kg e R$ 6,07/kg.
Cepea/Esalq
Mapa confirma primeiro foco de influenza aviária em ave de subsistência no Espírito Santo
A ocorrência do foco confirmado de IAAP em aves de subsistência não traz restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros. O consumo e a exportação de produtos avícolas permanecem seguros
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou na terça-feira (27) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP – H1N5) em uma criação de subsistência onde havia pato, ganso, marreco e galinha. A detecção ocorreu no município da Serra, no estado do Espírito Santo. Esse é o primeiro foco detectado em aves domésticas em criação de subsistência desde a entrada do vírus no Brasil, no dia 15 de maio. As medidas sanitárias estão sendo aplicadas para contenção e erradicação do foco de IAAP, bem como estão sendo intensificadas as ações de vigilância em populações de aves domésticas na região relacionada ao foco. A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas poderão ser adotadas pelo Mapa e pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF) para evitar a disseminação do vírus e proteger a avicultura nacional.
Atualmente, o Brasil conta com 50 focos de IAAP detectados em aves silvestres, nos estados do Espírito Santo, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
MAPA
Brasil chega a 50 casos de gripe aviária em aves silvestres, com primeiro caso confirmado em Santa Catarina
A atualização das 13h (horário de Brasília) da plataforma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) confirmou o primeiro caso de gripe aviária em Santa Catarina, em um Trinta-réis-real no Município de São Francisco do Sul. Ao todo, o país soma 50 ocorrências da influenza aviária de alta patogenicidade, todos em aves silvestres
Todas as confirmações de gripe aviária até o momento no país foram em aves silvestres, e segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil segue reconhecido como livre da enfermidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), já que a produção comercial segue sem qualquer registro. No total, 50 casos confirmados de influenza aviária altamente patogênica até a tarde de 27 de junho. Espírito Santo: 27. Rio de Janeiro: 13. Rio Grande do Sul: 01. São Paulo: 03. Bahia: 03. Paraná: 02. Santa Catarina: 01
MAPA
INTERNACIONAL
EUA gastarão US$ 502 milhões em respostas futuras à gripe aviária
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos gastará 502 milhões de dólares para garantir uma resposta rápida a quaisquer futuros casos de gripe aviária, à medida que o pior surto do vírus na história do país se estabiliza, disse à agência na última sexta-feira (23)
A gripe aviária matou 58,7 milhões de frangos, perus e outras aves em 47 estados desde janeiro de 2022, um número recorde nos EUA, de acordo com dados de 7 de junho dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. O novo financiamento permitirá que o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal do USDA (APHIS) se prepare para a possibilidade de futuros surtos, pois o vírus continua a se espalhar em outros países, disse o USDA. A agência já gastou US$ 793 milhões em sua resposta ao surto, incluindo o descarte de aves mortas, a implementação de quarentenas e a realização de vigilância. O USDA também está testando vacinas contra a gripe aviária, informou a Reuters em abril.
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