CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1968 DE 28 DE ABRIL DE 2023

clipping

Ano 9 | nº 1968 |28 de abril de 2023

NOTÍCIAS

Cotações frouxas para o mercado do boi gordo em São Paulo

Após a queda da cotação da arroba do boi gordo e da cotação da arroba da novilha nos últimos dias, hoje (27/4), a arroba da vaca também caiu. Caiu R$5,00. Aparentemente, o consumo no mercado interno está sem força e os compradores estão sentindo que a oferta de boiadas está maior que a demanda

Após os recuos de R$ 5/@ nos preços do boi gordo e da novilha terminada registrados na quarta-feira (26/4) no mercado paulista, a quinta-feira foi marcada pela queda de R$ 5/@ na

cotação da vaca gorda, agora negociada por R$ 247/@, valor bruto, no prazo. “Aparentemente, o consumo de carne bovina no mercado interno está sem força e os compradores estão sentindo que a oferta de boiadas está maior que a demanda”, relataram os analistas da Scot. O boi gordo “comum” (destinado sobretudo ao consumo interno) se manteve em R$ 267/@ nas praças de São Paulo, enquanto a novilha continuou valendo R$ 262/@ (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot. O “boi-China” está cotado em R$ 270/@ no mercado paulista, “com ofertas de compra abaixo dessa referência”, acrescenta a Scot. Na Região Sul da Bahia, queda de R$5,00/@ de todas as categorias de bovinos para abate. Isso ocorre devido à maior oferta de bovinos e dificuldade no escoamento da carne. Na Região de Cuiabá em Mato Grosso, as cotações do boi e a da vaca permaneceram estáveis na comparação diária. A cotação da novilha caiu R$5,00/@.

SCOT CONSULTORIA

Boi: preços continuam caindo no Brasil

Boi gordo voltou a registrar preços mais baixos nesta quinta-feira (27); preços da carne bovina também estão caindo no mercado atacadista

A sobreoferta é evidente. “Os frigoríficos não encontram dificuldade na composição de suas escalas de abate, da mesma maneira que mesmo com preços mais baixos os pecuaristas seguem negociando”, disse o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. O aumento do desgaste das pastagens ao longo do segundo trimestre é fator preponderante a ser considerado neste momento, reduzindo a capacidade de retenção do pecuarista, aumentando o volume de animais ofertados. Além disso, a demanda também mostra sinais de desaquecimento, considerando a recente queda dos preços no atacado, completou. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 264. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 252. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 247. Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 245. Em Uberaba, a arroba teve preço de R$ 260. Os preços da carne bovina também estão caindo no mercado atacadista. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir por alguma queda no curto prazo, considerando o lento escoamento entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês. Além disso, os frigoríficos apontam para um grande volume de produto estocado neste momento. O quarto traseiro foi precificado a R$ 19,50 por quilo, queda de R$ 0,40. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 14,40 por quilo, queda de R$ 0,40. A ponta de agulha foi precificada a R$ 14,50, queda de R$ 0,40.

AGÊNCIA SAFRAS

China libera importação de carne bovina produzida antes da “vaca louca

Decisão vale para carne produzida antes da confirmação do caso atípico de EEB

A China liberou, na quinta-feira, as importações dos estoques de carne bovina produzidos no Brasil antes do dia 21 de fevereiro deste ano, data da suspensão dos embarques em função da identificação do caso atípico do mal da “vaca louca”, informou o Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa. A decisão da Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) esclarece que “não podem ser exportados os produtos produzidos nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro, bem como aqueles embarcados após o dia 23 de fevereiro”. Segundo Perosa, os estoques de carne bovina nessa situação somam cerca de 180 mil toneladas. A liberação vale para a carne produzida antes da confirmação do caso atípico de EEB e embarcadas após o dia 23 de março, data em que o governo chinês anunciou a retirada do embargo para as exportações. A suspensão durou um mês. “A liberação de estoques é mais uma vitória do governo”, disse Perosa.

VALOR ECONÔMICO

Conab: Oferta de carnes tende à recuperação no mercado interno, atingindo maior nível na série histórica

De acordo com o quadro de suprimentos, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), somando os três principais tipos de proteína animal consumidos pelos brasileiros, a quantidade do produto no mercado doméstico está projetada em 20,77 milhões de toneladas, um aumento de 5% se comparado com volume estimado em 2022

“Esse cenário contribui para uma tendência queda nos preços, o que já começa a ser percebido no mercado como mostra a pesquisa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor [IPCA] divulgado, em março, pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]”, pondera o Presidente da Companhia, Edegar Pretto. Com a maior produção, a disponibilidade per capita também cresce, atingindo 96 quilos por habitante no ano – segundo maior índice já registrado, sendo inferior apenas a 2013. O incremento no indicador ocorre mesmo com o crescimento da população brasileira. A maior elevação estimada pela Companhia está para a produção e disponibilidade de carne bovina. A projeção é que o país produza cerca de 9 milhões de toneladas em 2023. Este ano tende a ser o pico de abates, em virtude do momento do ciclo pecuário, onde haverá crescimento do descarte de fêmeas e uma consequente elevação na oferta de carne no mercado. Além do incremento na produção, há uma tendência de queda nas exportações do produto em virtude de um início de ano impactado pela suspensão da venda da carne bovina, principalmente ao mercado chinês, por conta de medidas previstas em protocolos sanitários. O cenário de alta na produção aliado a uma queda nas vendas ao mercado externo possibilita um aumento de 12,4% na disponibilidade da carne bovina no cenário doméstico, podendo chegar a 6,26 milhões de toneladas. A maior oferta influencia positivamente na disponibilidade per capita, no qual é esperada uma recuperação na ordem de 11,6%, estimada em 29 quilos por habitante por ano. No caso de aves, também é esperado um aumento na produção de 3,1% saindo de 14,78 milhões de toneladas para 15,24 milhões de toneladas. As exportações também tendem a registrar um crescimento de 4,7%, podendo atingir um novo recorde em 2023 chegando a 4,8 milhões de toneladas embarcadas. Mesmo com a expectativa de um novo recorde nas vendas internacionais e do aumento da população, a disponibilidade per capita do produto tende a registrar uma leve recuperação de 1,7%, estimada em 48 quilos por habitante ao ano. Alta também para a produção de carne suína, podendo ultrapassar 5,3 milhões de toneladas – maior volume para a série histórica. A disponibilidade per capita do produto tende a ficar estável em relação a 2022, em torno de 19 quilos por habitante ao ano. “A previsão é que as vendas ao mercado externo atinjam 1,2 milhão de toneladas, volume 8,3% superior ao comparado com o ano passado.

CONAB

ECONOMIA

Com criação de empregos melhor que o esperado, dólar amplia queda e fecha abaixo de R$ 5

Parte do movimento é resultado de um ganho de força das divisas ligadas a commodities

O dólar à vista terminou a sessão da quinta-feira em queda consistente, em dia em que o real se destacou entre as principais divisas e registrou o melhor desempenho frente ao dólar. O movimento de ontem foi resultado do bom humor interno e externo. Por aqui, houve algum otimismo com o julgamento favorável ao governo do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com impacto bilionário nas contas públicas (ainda que o tema venha a ser tratado no Supremo Tribunal Federal). Mas o dólar intensificou a queda na tarde após os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, que apontaram forte geração de empregos em março, acima das expectativas de analistas. O dólar à vista fechou em queda de 1,52%, a R$ 4,9801, após ter atingido a mínima de R$ 4,9702 e a máxima de R$ 5,0476. Com o fechamento de hoje, o dólar volta a operar no menor patamar desde 18 de abril, a última vez também que a moeda americana ficou abaixo de R$ 5. Já o contrato de dólar futuro para maio cedia 1,41%, a R$ 4,9805 por volta das 17h, um dia antes da formação da Ptax mensal, que serve de referência para diversos contratos na moeda americana. O movimento de queda firme do dólar hoje foi reflexo de uma confluência de fatores. Por aqui, a decisão favorável do STJ, ainda que possa ser revista pelo STF, trouxe um otimismo ao investidor local, como apontou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho para América Latina. “Nas minhas contas aqui, hoje quase metade do ganho da moeda brasileira veio de fatores domésticos. Acho que a decisão do STJ em favor do governo no sentido de ampliar a arrecadação contribuiu”, disse. “O Caged também veio forte, bem acima do esperado, indicando que o crescimento econômico pode surpreender e ser maior do que o esperado neste ano. Isso vem ajudando a exacerbar o ganho do real na sessão de hoje.”

VALOR ECONÔMICO

Ibovespa fecha em alta puxado por Vale e bancos

O Ibovespa voltou ao campo positivo ontem, liderado por ações da Vale e de bancos

Os ativos locais se aproveitaram da melhora no humor do investidor global, em dia de balanços corporativos fortes e após o PIB do primeiro trimestre dos EUA surpreender para baixo e indicar que o país pode precisar de juros altos por menos tempo para que a inflação volte à meta. Localmente, investidores repercutiram a leitura de março do Caged e o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a respeito da tributação sobre incentivos fiscais do ICMS. No fim do dia, o referencial local subiu 0,60%, aos 102.923 pontos. Na mínima intradiária, o índice à vista tocou os 101.975 pontos, e, na máxima, os 103.177 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 17,55 bilhões no Ibovespa e R$ 22,44 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 1,96%, aos 4.135 pontos, o Dow Jones fechou em alta de 1,57%, aos 33.826 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 2,43%, aos 12.142 pontos.

VALOR ECONÔMICO

Brasil abre 195.171 vagas formais de trabalho em março, aponta Caged

O Brasil abriu 195.171 vagas formais de trabalho em março, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Na agricultura, foram fechados 332 postos de trabalho em termos líquidos.

O resultado do mês passado, que ficou bem acima da expectativa na pesquisa da Reuters de criação líquida de 100 mil empregos, foi fruto de 2,168 milhões de admissões e 1,973 milhão de desligamentos. Em fevereiro, o Brasil havia criado 245.813 vagas formais de trabalho, resultado que se seguiu à alta líquida de 85.189 empregos em janeiro, considerado os dados com ajustes. O saldo de vagas do mês passado foi o maior para meses de março na série histórica ajustada do Novo Caged, iniciada em janeiro de 2020. No acumulado do primeiro trimestre, o saldo de empregos formais no Brasil está positivo em 526.173 vagas, segundo a série ajustada. De janeiro a março de 2022, o saldo era positivo em 619.318 postos de trabalho. Em março, houve saldo positivo de vagas em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, com destaque para serviços, que abriram 122.323 postos. Houve criação de 20.984 empregos formais na indústria, 33.641 no setor de construção e 18.555 no comércio. Na agricultura, por sua vez, foram fechados 332 postos de trabalho em termos líquidos. Os dados mostraram saldo positivo de empregos criados em todas as cinco regiões do país. O Sudeste abriu o maior número de vagas, com leitura de 113.374, seguido por Sul (37.441), Centro-Oeste (22.435), Nordeste (14.115) e Norte (10.077). Com relação ao salário médio real de admissão, houve queda em março para 1.960,72, de 1.990,78 no mês anterior, de acordo com a série sem ajustes sazonais.

REUTERS

Governo central tem déficit primário de R$ 7.085 bi em março

O governo central, composto pelo Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um déficit primário de 7.085 bilhões de reais em março, informou o Tesouro na quinta-feira

O resultado de março deste ano também foi pior que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando o governo central havia registrado déficit de 6.418 bilhões de reais. No acumulado de janeiro a março, o governo central ainda está superavitário em 31,4 bilhões de reais, graças ao forte resultado positivo verificado no primeiro mês do ano. A previsão contida na Lei Orçamentária Anual (LOA) é de um déficit primário de 228,1 bilhões de reais em 2023. O Ministério da Fazenda, no entanto, vem trabalhando com um rombo menor.

REUTERS

Volume de serviços do Brasil cresce mais que o esperado em fevereiro

O volume de serviços no Brasil cresceu mais do que o esperado em fevereiro, impulsionado principalmente pela atividade de transporte rodoviário de cargas

Em fevereiro, o setor registrou alta de 1,1% do volume na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o setor está 11,5% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 2,0% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro de 2022. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 5,4% no volume, enquanto economistas esperavam alta de 4,8%. “Em fevereiro, houve uma recuperação de parte da perda verificada em janeiro. A configuração do setor de serviços, portanto, não se altera significativamente nos primeiros dois meses de 2023”, analisou o Gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. “Os segmentos mais dinâmicos seguem apresentando bom desempenho, enquanto aqueles mais afetados pela pandemia, principalmente as atividades presenciais, já superaram o longo distanciamento que tinham do período pré-pandemia”, completou. A expectativa do mercado é de moderação da atividade de serviços ao longo de 2023. Se por um lado os fornecedores de serviços podem contar com o efeito positivo do desemprego baixo e das políticas de transferência de renda do governo, por outro pesam sobre o setor os juros altos que encarecem o crédito e o esgotamento do impulso da normalização pós-pandemia. O IBGE destacou no mês a alta de 2,3% no volume do setor de transportes, representando o maior impacto positivo em fevereiro, depois de ter marcado a maior influência negativa em janeiro. “O transporte rodoviário de cargas, que é o principal modal por onde se deslocam as mercadorias nas estradas brasileiras, segue sendo beneficiado pela demanda crescente vinda do agronegócio, do comércio eletrônico e, em menor escala, do setor industrial, notadamente dos bens de capital e dos bens intermediários, que operam acima do nível pré-pandemia”, detalhou Lobo. Enquanto o volume de transporte de passageiros no Brasil registrou expansão de 2,6% em fevereiro, o transporte de cargas, por sua vez, cresceu 2,0%. Em fevereiro também tiveram desempenhos positivos os serviços de informação e comunicação (1,6%) e os outros serviços (0,7%). O índice de atividades turísticas, por sua vez, mostrou recuo de 0,7%, depois de dois meses seguidos de avanços. Com esse resultado, o segmento está 1,9% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 5,2% abaixo do ponto mais alto da série, de fevereiro de 2014.

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IGP-M cai mais que o esperado em abril e tem 1ª deflação em 12 meses desde 2018

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) recuou mais do que o esperado em abril e passou a apresentar queda de 2,17% em 12 meses, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira

É a primeira vez desde fevereiro de 2018 que a taxa em 12 meses fica negativa. No mês, o indicador teve queda de 0,95%, depois de ter registrado variação positiva de 0,05% no mês anterior, e contra recuo de 0,74% esperado em pesquisa da Reuters. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, apresentou deflação de 1,45% em abril, depois de cair 0,12% no mês anterior. “Os preços de importantes commodities para o setor produtivo seguem em queda. Soja (-9,34%), milho (-4,33%) e minério de ferro (-4,41%) abrem espaço para descompressão dos custos de importantes segmentos varejistas favorecendo a chegada desses efeitos nos preços ao consumidor”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta a 0,46% em abril, de 0,66% no mês anterior. Apesar da desaceleração, Braz destacou que os preços ao consumidor seguem pressionados pelos reajustes de preços administrados, como gasolina (2,39%), energia (1,31%) e medicamentos (2,02%). “Além disso, os serviços livres também persistem com inflação em elevado patamar. Entre os itens deste segmento, vale destacar o aluguel residencial com alta de 1,31% em abril”, completou ele. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir no período 0,23%, depois de alta de 0,18% em março.

O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

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Confiança da indústria do Brasil se estabiliza em pico de 6 meses em abril, diz FGV

A confiança da indústria do Brasil teve pouca alteração em abril, estabilizando-se no maior patamar em seis meses após registrar uma forte alta em março, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) teve variação positiva de 0,1 ponto em abril, para 94,5 pontos, máxima desde outubro de 2022 (95,7 pontos). “Após uma forte alta no mês passado, a confiança da indústria estabiliza em abril”, disse Stéfano Pacini, economista da FGV Ibre. Neste mês, uma alta de 2,0 pontos no Índice Situação Atual (ISA), a 93,5 pontos, foi compensada por baixa de 1,8 ponto no Índice de Expectativas (IE), a 95,7 pontos. “As perspectivas são mais favoráveis para a produção, porém voltam a ficar cautelosas no horizonte de seis meses… O nível da demanda ainda está abaixo do normal, e é um sinal de alerta, tendo vista as dificuldades que o Brasil enfrenta para reacelerar a atividade econômica com a manutenção da taxa de juros em patamar elevado”, avaliou Pacini. A taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível que tem sido criticado repetidamente pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por conter a atividade econômica e a oferta de crédito.

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EMPRESAS

Marfrig avança no rastreio de sua cadeia, mas ainda há desafios

Empresa mapeou até agora 72% dos fornecedores indiretos na Amazônia e 71% no Cerrado

Mil dias depois do lançamento de seu plano para se tornar totalmente livre de desmatamento até 2030, a Marfrig Global Foods já pode dizer que conhece muito mais de sua cadeia de fornecimento do que antes, mas ainda se depara com desafios na regularização dos produtores. Até o momento, a companhia já tem mapeados todos os seus fornecedores diretos de gado no país e já identificou 72% dos pecuaristas na Amazônia que vendem gado para seus fornecedores diretos de animais – os fornecedores indiretos –, enquanto no Cerrado a identificação dos indiretos está em 71%. Estes números estão acima do que a companhia esperava para este momento, diz Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da Marfrig. No momento, a companhia está debruçada sobre os fornecedores indiretos das áreas mapeadas como de “médio risco” de desmatamento. No início, a companhia dividiu sua região de atuação em cinco categorias: “muito alto risco”, “alto risco”, médio risco”, “baixo risco” e “muito baixo risco”. As áreas classificadas nas duas primeiras categorias foram rastreadas em 2021 e 2022, respectivamente, e o plano é que até 2025 todas as áreas sejam rastreadas. Para o gerreferenciamento, a companhia utiliza hoje o sistema da Brain Ag, da Serasa Experian, que cruza dados dos sistemas Prodes (anual) e Deter (mensal) — ambos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) —, os alertas semanais do MapBiomas, e o Visipec, um sistema criado pela Universidade de Wisconsin-Madison que também cruza informações de bancos de dados públicos. Este mecanismo já permitiu que sejam identificados 38 mil pecuaristas na cadeia de fornecimento da Marfrig. Para Pianez, os resultados mostram que a metodologia é escalável e pode ser inclusive adotada por todo o setor de carnes. “Esse caminho pode ser escalado para ser uma solução inicial para o Brasil poder ter um sistema de identificação de origem”, defende. O principal passo para extrapolar o sistema para a cadeia é destravar o acesso às bases de dados das Guias de Transferência Animal (GTAs), que possam ser vinculadas aos Cadastros Ambientais Rurais (CAR). Com a varredura feita na cadeia até agora, a companhia também está ampliando a avaliação daqueles pecuaristas que podem voltar a serem fornecedores e aqueles que devem continuar excluídos dessa rede. No momento, a companhia mantém mais de 2,5 mil pecuaristas em sua lista de exclusão de fornecimento, mas já reincluiu 3 mil propriedades de criação de gado em sua cadeia entre 2021 e 2022 que lhe forneciam animais direta ou indiretamente após a regularização de sua situação. Boa parte dos casos de regularização são casos simples de documentação. Apenas no ano passado, dos 532 fornecedores regularizados para fornecimento à Marfrig, 368 foram casos que demandavam apoio técnico documental. Em menor proporção, também há casos de assistência jurídica (132). O gargalo, porém, está nos casos de pecuaristas que precisam de recomposição de vegetação. De todas as fazendas reinseridas na cadeia da Marfrig no ano passado, apenas três estão relacionados a restauração florestal – justamente o ponto mais crítico na cadeia de carnes e mais necessário para a reversão dos danos provocados pelo desmatamento. Os pecuaristas que permanecem excluídos geralmente estão relacionados a sobreposição com terras indígenas, unidades de conservação ou territórios quilombolas. Já os produtores com embargos ambientais são suspensos, mas não excluídos. Isso ocorre porque a empresa ainda analisa o motivo do embargo. “Muitos embargos não são ambientais, são por outras questões. Ou pode ter embargo ambiental porque foi feito apontamento de que não havia destinação adequada dos dejetos animais”, exemplifica Pianez. Há, ainda, casos de embargos porque o produtor não cercou a Área de Preservação Permanente (APP), não impedindo o gado de pastar na área. “À medida que fazemos identificações, damos suporte técnico e de recursos para ele se regularizar.” Os ajustes, porém, seja para uma simples construção de cerca, seja para uma restauração florestal, custam dinheiro. E é aí que está o gargalo, afirma Pianez. “Os bancos precisam repensar seus instrumentos financeiros e redesenhar mecanismos de crédito que existem hoje para suprir a necessidade de produtores”, sustenta. Para ele, os bancos precisam ir além dos empréstimos “verde” concedidos à indústria. “O produtor na ponta é que precisa de dinheiro.” Outro desafio é a falta de compromissos de frigoríficos de menor porte. “Tem mais de dois mil SIFs [registros no Serviço de Inspeção Federal], são mais de mil empresas”, lembra. Para ele, enquanto não houver pressão sobre estes agentes, os pecuaristas que hoje estão nas listas de exclusão de fornecimento dos grandes frigoríficos continuarão a vender para os pequenos, perpetuando o problema do desmatamento no segmento de carnes.

VALOR ECONÔMICO

GOVERNO

Brasil seguirá seu próprio código ambiental e não legislação da UE, diz ministro

O governo brasileiro não pode interferir em uma lei histórica da União Europeia que proíbe importações de commodities agrícolas ligadas a desmatamentos feitos após 2020, mas seguirá suas próprias leis ambientais, disse o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na quinta-feira

A lei aprovada pelo Parlamento Europeu em 19 de abril proíbe a importação de café, carne bovina, soja, óleo de palma, cacau, borracha, madeira, carvão e produtos derivados, incluindo couro, chocolate e móveis, se estiverem ligados à destruição florestal. O aumento do desmatamento na Amazônia brasileira levantou preocupações na Europa nos últimos anos e gerou resistências ao comércio com o país sul-americano nos parlamentos europeus. O setor de agronegócio do Brasil considera que o país, um grande produtor e fornecedor global de soja, café e carne bovina, já regula o desmatamento sob seu código florestal que permite que algumas áreas sejam desmatadas, dependendo da região. “Nós não podemos interferir nas tomadas de decisões deles, basta o Brasil cumprir a sua legislação e reagir de acordo com sua legislação”, afirmou o Ministro mais cedo a jornalistas. O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que participou de um encontro com Fávaro pela manhã, disse que a lei europeia equivalia a uma barreira comercial não tarifária, chamando-a de “protecionismo exagerado”. Ele disse que o mundo precisa agir para preservar o meio ambiente, mas a UE está ignorando as leis de outras nações e punindo os produtores que cumprem suas próprias legislações. “Isso não vai preservar nada no Brasil, é uma medida puramente comercial”, disse Rodrigues à Reuters. “Se a preservação do meio ambiente é tão importante, crie um mecanismo para financiá-la em vez de punir quem não fez nada ilegal.” A lei, que ainda precisa ser formalmente endossada pelos Estados europeus, exigirá que as empresas que vendem produtos para a UE apresentem uma declaração de diligência e informações “verificáveis” provando que seus produtos não foram cultivados em terras desmatadas após 2020. Do contrário, há risco de multas pesadas. A UE é a maior compradora de farelo de soja do Brasil, tradicionalmente respondendo por cerca de 60% das exportações totais de derivado de soja. Mas também é importante importadora do grão bruto da oleaginosa e de milho, além de responder por metade do café brasileiro exportado. O bloco europeu também demanda bons volumes de carnes –especialmente de cortes nobres e mais caros–, e outros produtos agrícolas nacionais. Falando sobre o Plano Safra 2023/24, o Ministro reafirmou que o programa deverá ter maior foco em sustentabilidade ambiental, defendendo também a ampliação de recursos destinados aos produtores agrícolas. Ele disse ainda que recebeu bem as propostas ao Plano Safra entregues pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, durante um café da manhã com os dirigentes da entidade, incluindo o presidente da CNA, João Martins. “Foi muito bem-vindo este trabalho (da CNA), posso adiantar que a linha mestra do Plano Safra todo… todo ele será ABC+ (de agricultura de baixo carbono). Mas isso não significa levar aos produtores alguma obrigação além do que eles já fazem para ter acesso ao Plano Safra”, ressaltou o ministro. O projeto da CNA inclui avaliação de que o volume de financiamentos do Plano Safra precisa subir 18,5% na comparação com o orçamento do ciclo passado, para 403,88 bilhões de reais. Fávaro disse ainda que vai buscar mais recursos aos produtores e equalização de taxas de juros mais competitivas. “Queremos ampliar o Plano Safra, o custo de produção subiu nos últimos anos… há necessidade de aumento de recursos, e é isso que estamos discutindo.” Segundo Fávaro, o próximo Plano Safra, que será lançado “ainda no primeiro semestre”, vai premiar produtores com boas práticas sociais e ambientais, o que segundo ele engloba a “imensa maioria” dos agricultores. Já aqueles que cometem ilegalidades ambientais não terão acesso a recursos.

REUTERS

FRANGOS & SUÍNOS

Suínos: mercado com pequenas alterações

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 120,00/R$ 125,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 9,40/R$ 9,80 o quilo

Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (26), houve recuo de 0,32% no Rio Grande do Sul, chegando a R$ 6,32/kg, e ligeiro aumento de 0,16% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,11/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 6,46/kg), Paraná (R$ 6,02/kg), e São Paulo (R$ 6,57/kg). Os preços no mercado independente de suínos ficaram, na maioria, estáveis nesta quinta-feira (27), com algumas praças sem acordo entre suinocultores e frigoríficos. Lideranças apontam uma necessidade de manutenção ou aumento nos preços, em queda de braço com os frigoríficos exercendo pressão de baixa.

Cepea/Esalq

Suinocultura independente: cotações estáveis na maioria das praças

No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 20/04/2023 a 26/04/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 0,78%, fechando a semana em R$ 6,19/kg vivo. “Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 6,35/kg vivo”, informa o Lapesui

Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal ficou estável em R$ 6,42/kg vivo nesta semana em Santa Catarina. Em São Paulo, após cinco semanas consecutivas com o preço estabelecido em R$ 7,22/kg vivo, na quinta-feira (27) não houve comercialização, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). A entidade aponta que não houve acordo entre suinocultores e frigoríficos, mas que é possível que negócios sejam realizados nas próximas horas. No mercado mineiro, ficou estável em R$ 6,50/kg, sem acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).

AGROLINK

Mercado do frango quase estável

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,80/kg, enquanto o frango no atacado aumentou 0,78%, custando R$ 6,45/kg

Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina o valor ficou inalterado em R$ 4,90/kg, assim como no Paraná, cotado a R$ 4,84/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (27), tanto a ave congelada quanto a resfriada ficaram estáveis, valendo, respectivamente, R$ 6,59/kg e R$ 6,54/kg.

Cepea/Esalq

BRF fecha primeira exportação de carne de frango para Polinésia Francesa

Serão embarcadas 27 mil toneladas por Itajaí (SC), no próximo mês

A BRF fechou seu primeiro pedido para a Polinésia Francesa. Serão embarcadas 27 toneladas de carne de frango com a marca Sadia, em maio, a partir do porto catarinense de Itajaí. A venda foi realizada após as autoridades do país ratificarem o Certificado Sanitário para a importação de carne de aves do Brasil. “Temos expectativas de aumentar o negócio,” diz em nota Leonardo Dall’Orto, Vice-Presidente de Planejamento e Mercado Internacional da BRF. Segundo o executivo, a companhia já prospectava clientes da Polinésia Francesa há meses. Já no primeiro embarque, os cortes in natura terão as embalagens em francês, conforme as exigências do país. O destino da carga é a capital Papeete e a viagem levará cerca de 30 dias.

VALOR ECONÔMICO

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