CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1801 DE 19 DE AGOSTO DE 2022

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Ano 8 | nº 1801 | 19 de agosto de 2022

 

NOTÍCIAS

BOI: Escalas de abate alongadas pressionam as cotações em São Paulo

Com escalas de abate já fechadas para o mês e o consumo no mercado doméstico sendo insuficiente, os frigoríficos paulistas abriram as compras pressionando as cotações

Na comparação feita com o dia anterior (17/8), houve queda de R$5,00/@ para o boi gordo, R$4,00/@ de vaca gorda e R$2,00/@ de novilha gorda. Em Belo Horizonte – MG, com o mesmo cenário de escalas confortáveis, houve queda de R$3,00/@ para o boi gordo e R$1,00/@ para as fêmeas na comparação diária.  Houve também queda na cotação das fêmeas em Três Lagoas – MS. O menor ímpeto nas compras locais resultou em queda nos preços das fêmeas. O preço da vaca gorda caiu R$2,00/@ e o da novilha gorda caiu R$3,00/@. Para o boi gordo, os preços permaneceram estáveis. Ao longo desta semana, em São Paulo, a cotação do boi, seja destinado ao mercado interno ou para exportação, caiu R$ 5/@, informa o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. Segundo ele, três fatores explicam o movimento de queda da arroba em pleno primeiro de entressafra de boiada terminada a pasto, a saber: 1) O alongamento de escalas com uma maior participação de contratos a termo no primeiro giro de confinamento; 2) O anúncio de férias em unidades compradoras que atendem ao mercado interno na última semana, sob alegação de dificuldade no escoamento dos estoques de carne; 3) Um aumento na oferta de fêmeas no primeiro semestre (dados apurados pelo IBGE). Segundo o analista Felipe Fabbri, da Scot, no curto prazo, a expectativa é de pressão baixista, porém, diz ele, “enxergar mais adiante um cenário menos pressionado no mercado do boi não é utopia, uma vez que há a expectativa de menor oferta no segundo giro, ante o desempenho observado em 2021”.

SCOT CONSULTORIA

Mercado de boi gordo segue com preços mais baixos

Enquanto as escalas de abate não diminuírem parece pouco provável que haja espaço para alta consistente dos preços, diz analista

O mercado físico de boi gordo seguiu operando com preços mais baixos para a arroba na quinta-feira (18). De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a posição ainda confortável das escalas de abate permite que os frigoríficos sigam exercendo pressão sobre os pecuaristas. “A entrada de animais negociados na modalidade à termo é outro aspecto que favorece a evolução das escalas de abate, tornando-as ainda mais confortáveis, principalmente entre os frigoríficos de maior porte. Enquanto as escalas de abate não diminuírem e acontecer o enxugamento dos estoques de carne parece pouco provável que haja espaço para alta consistente dos preços”, diz Iglesias. É necessária também atenção ao término do período de férias coletivas concedidas por muitos frigoríficos, um fator que acarretará mudanças regionais na formação dos preços. Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 297. Já em Dourados (MS), os preços se mantêm em R$279. Em Cuiabá (MT) a arroba de boi gordo caiu, continuou caindo e finalizaram o dia em R$ 271. Em Uberaba (MG), preços continuam fixados em R$ 280. Em Goiânia (GO), os preços do boi ficaram estabilizados em R$ 275 a arroba. O mercado atacadista de boi gordo continua se enfraquecendo. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir por alguma queda das cotações no curto prazo, em linha com a reposição mais lenta entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo. O quarto dianteiro do boi continuou cotado em R$ 16,70.  Já a ponta de agulha teve preços de R$ 16,80. O quarto traseiro do boi teve grande queda, e ficou fixado em R$ 21,20 por quilo.

AGÊNCIA SAFRAS

Boi/Cepea: Preços da arroba estão enfraquecidos

Os preços do boi gordo para abate estão enfraquecidos neste mês, operando em torno de R$ 300 e chegando a fechar pontualmente abaixo desse patamar

Segundo pesquisadores do Cepea, apesar do bom ritmo das exportações de carne, o fraco desempenho das vendas da proteína no mercado doméstico vem limitando altas nos valores do animal para abate. Além disso, agentes de frigoríficos diminuíram a quantidade de animais abatidos nos últimos dias, resultando em alongamento das escalas e em certa pressão sobre os preços.

Cepea            

Intenção de confinamento aumenta 22% em Mato Grosso

A segunda pesquisa das intenções de confinamento foi feita pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária

O segundo levantamento das intenções de confinamento de 2022, realizado no mês de julho, projeta um total de 647.267 cabeças de bovinos confinados em Mato Grosso, demonstrando um incremento de 22,15% no comparativo com o levantamento anterior, feito no mês de abril/22. A segunda pesquisa das intenções de confinamento foi feita pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e divulgada nesta semana, informa a assessoria de comunicação da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). O levantamento contou com a participação de cerca de 180 pecuaristas e foi observada uma tomada de decisão mais bem definida por parte dos entrevistados. Um total de 67% dos pecuaristas informou que irão confinar, contra 30% que afirmaram que não pretendem realizar a engorda intensiva. Apenas 3% disseram ainda não terem definido se irão realizar o confinamento ou não. Dentre as principais preocupações dos confinadores destacaram-se a atenção quanto à precificação da arroba do boi gordo e aos preços dos insumos, que permaneceram em alta. “Neste momento, os preços futuros têm gerado pouca valorização, e isso está limitando o confinador a adquirir mais lotes de bovinos. Sendo assim, é importante que o produtor se atente à precificação da arroba para cobrir seus custos no momento de negociar”, diz o Imea. Os confinadores também demonstraram estar mais cautelosos diante das movimentações de mercado que ocorreram no final de 2021, com o embargo da China para as compras de carne bovina. Isso influenciou para o aumento no percentual dos produtores (21%) que realizaram algum mecanismo de proteção para a volatilidade no preço da arroba do boi gordo. Já em relação às escalas dos animais para o abate, o levantamento aponta que grande parte das entregas tende a se concentrar nos meses de setembro e outubro (40%), como sazonalmente ocorre. Já aproximadamente 22% do volume confinado está previsto para ser entregue nos meses de novembro e dezembro. Ao analisar as intenções de confinamento por macrorregiões, o levantamento aponta que houve um incremento significativo na região Sudeste, com acréscimo de 167,54% no volume de animais confinados, devido ao aumento na amostra local. Deverão ser confinados 120.739 animais. Já a região com menor variação foi a Médio-Norte de Mato Grosso, com 17,44% de acréscimo. Porém, a região segue com o segundo maior rebanho confinado no estado, com 133.300 cabeças.

Ascom Acrimat

Carne não vai baixar, diz sindicato dos frigos do RS

“Enquanto a China tiver essa voracidade de comer carne bovina, o preço da carne aqui não vai baixar. Infelizmente, é uma notícia ruim para todo mundo, mas a carne barata acabou. Temos que aproveitar quando há alguma promoção de algum frigorífico para comprar, porque, no geral, a carne não vai baixar de preço. E se anuncia para 2023 que a China vai importar quase a mesma quantidade deste ano.”

A explicação é do Diretor-Executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do RS (Sicadergs), Zilmar Moussalle. Em entrevista na terça-feira (16), o executivo detalhou o “fator China”. Os chineses, em função da peste suína, deixaram de comer esse tipo de proteína. Em contrapartida, aumentaram a presença da carne bovina em seus pratos. Segundo o diretor do Sicadergs, enquanto a inflação, a estiagem e a entressafra são momentâneas e sazonais, a pressão da China sobre os preços veio para ficar. “Com a população que tem a China, qualquer 100 gramas por habitante, a elevação do consumo é grandiosa. Eles vêm aqui no Brasil, onde tem a carne mais barata do mundo pelo nosso rebanho comercial – 230 milhões – e pelo nosso custo de produção. Então os chineses estão comprando carne demais e estão pagando muito caro, e isso nivela.” Conforme o executivo da indústria, há três frigoríficos gaúchos autorizados a exportar para a China. E como a demanda do país asiático é alta, essas plantas industriais têm comprado grande volume de animais para abate, de 2 mil a 2,5 mil por dia. “Isso forma preço”, destaca Moussalle. “Os produtores acham que esse é o preço normal”, diz ele. Dessa forma, os frigoríficos também são obrigados a pagar mais para entregar ao mercado interno, e o custo é repassado para os supermercados e às redes varejistas. O Rio Grande do Sul, que já tinha a carne mais cara do Brasil, sente bastante. O estado tem cerca de 11 milhões de cabeças de gado, contando as vacas leiteiras. Somente rebanho de corte são 9 milhões de cabeças. O rebanho tem diminuído por causa da alta rentabilidade do plantio de soja e trigo, o que diminui a quantidade de pasto para a criação de gado. “As notícias não são boas, cada vez nós temos menos gado e mais caro”, lamenta Moussalle. Esse cenário reflete na queda de consumo de carne no Brasil. O gaúcho, que consumia em média 45 kg de carne bovina por ano, reduziu entre 20 e 25%. Hoje o consumo médio está entre 30 e 35 kg mensais.

Grupo Independente

ECONOMIA

Dólar fecha quase estável, a R$5,1715

A cotação no mercado à vista registrou variação positiva de 0,06%, a 5,1715 reais. Um fluxo mais robusto no mercado à vista em dia de volume menor em contratos de dólar futuro da B3 zerou quase toda a alta do dólar de mais cedo

A clearing de câmbio da B3 registrava ao fim da tarde quase 2 bilhões de dólares em liquidação de operações de câmbio para dois dias (D+2), giro comparável ao visto no fim de junho. Já no mercado futuro, pouco mais de 228 mil contratos haviam trocado de mãos, 12% abaixo da média de um mês. De forma geral, o mercado seguiu volátil e tentando decifrar os sinais da política monetária norte-americana, os riscos de desaceleração mais forte na China e em que medida o elevado juro no Brasil pode barrar posições especulativas de venda no real. “Não vemos muita assimetria (no preço da moeda), enquanto durar essa onda de otimismo lá fora… isso limita a depreciação do real, e estamos de olho no mercado internacional para eventualmente alterar posição”, disse Marcos Mollica, gestor do Opportunity Total, principal fundo multimercado da Opportunity Asset. O fundo gerido por Mollica está zerado em posições estruturais em câmbio, com o ativo negociado apenas de forma tática (no curtíssimo prazo). Segundo ele, no Brasil o período eleitoral é evento para o qual tradicionalmente tem-se pouco hedge, o que força uma redução da exposição dos fundos ao mercado brasileiro. Em abordagens cíclicas táticas (dia) e cíclicas estratégicas (semana), o Morgan Stanley diz que o dólar está em “bear market” (tendência de baixa) contra o real. Mas a aposta secular, que considera períodos de mês, é de “bull market” para o dólar, ou seja, de uma cotação em alta. Considerando três cenários, mesmo no mais otimista para o real o dólar não cairia abaixo de 5,20 reais –portanto, estaria acima da cotação atual. No cenário-base, a taxa de câmbio estaria em 5,35 reais. No panorama mais forte para o dólar, a moeda bateria 5,70 reais.

REUTERS                 

Ibovespa fecha no azul com ajuda de Petrobras

O Ibovespa assegurou um leve sinal positivo no fechamento da quinta-feira, apoiado no avanço das ações da Petrobras, em meio a movimentos de realização de lucros

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,09%, a 113.812,87 pontos. A sessão marcou a quinta alta seguida. Em agosto, até o momento, o Ibovespa recuou em apenas duas sessões (dias 1 e 11), com a alta acumulada no mês superando 10%, em parte, refletindo expectativa de que o ciclo de alta da Selic acabou ou está perto disso. O superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, também chamou a atenção para a entrada de estrangeiros na bolsa em agosto como um componente que deve manter a tendência positiva para as ações brasileiras, mesmo que as altas sejam “tímidas”. O Brasil, segundo ele, ainda está “melhor na foto” do que outros emergentes, como Rússia e China, para atrair fluxo de capital externo. De acordo com dados da B3, as entradas de capital externo no mercado secundário de ações brasileiro superavam as saídas em 11,9 bilhões de reais em agosto. O analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, também destacou as compras de estrangeiros como fator para o rali, mas observa que há uma pressão para correção, que já vem ocorrendo em papéis com menor representatividade no Ibovespa. Ele também chamou atenção para o fato do ritmo da alta de juros nos EUA ainda estar em aberto. “Tem um medo bastante grande de que os EUA enfrentem uma recessão no curto prazo, que o Fed tenha que ser mais duro dada a inflação persistente.”

REUTERS

IPPA/Cepea: IPPA se mantém estável em julho

Em julho, o IPPA/CEPEA (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários), em termos nominais, se manteve praticamente estável frente ao de junho (-0,1%)

O resultado esteve atrelado ao contrabalanceamento das variações dos Índices de grupos de alimentos. Por um lado, o IPPA-Grãos e o IPPA-Cana-Café recuaram, respectivamente, 4,1% e 0,5%; por outro, verificaram-se avanços no IPPA-Pecuária e IPPA-Hortifrutícolas, de 4,6% e 19,3%, respectivamente. O resultado observado para o IPPA-Pecuária se deveu à alta dos preços nominais do leite, do suíno vivo e do boi gordo. No caso do leite, que acumula valorizações consecutivas desde o início deste ano, o resultado se atribui à menor oferta no campo. Para os suínos, o baixo poder de compra da população impulsionou a demanda por animais vivos pelos frigoríficos. No caso do boi gordo, apesar da elevação dos preços da arroba em relação a junho, pesquisadores do Cepea apontam que, na comparação anual parcial (de janeiro a julho), os valores estão inferiores aos de 2021, devido à baixa procura pela carne pela população brasileira. Quanto aos hortifrutícolas, o resultado para o grupo se deve às elevações nos preços nominais da banana e da uva. Em ambos os casos, estão atreladas às baixas ofertas das frutas. Em relação ao IPPA-Grãos, o resultado advém das quedas observadas para o algodão em pluma, milho em grão, soja e trigo. Em relação ao IPPA-Cana-Café, verificaram-se quedas nos preços de ambos os produtos que compõem este grupo. Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, registrou queda de 0,52% – logo, de junho para julho, os preços agropecuários subiram frente aos industriais da economia.

Cepea

EMPRESAS

Ministério autoriza Frigorífico Redentor a retomar exportações à China

Unidade da empresa em Guarantã do Norte (MT) estava suspensa desde o fim de julho

O Ministério da Agricultura autorizou o Frigorífico Redentor, de Guarantã do Norte (MT), a retomar suas exportações à China. A planta estava suspensa desde o fim de julho, o que levou a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) a barrar temporariamente as vendas do frigorífico ao mercado chinês. Com a decisão do Ministério da Agricultura de reabilitar a unidade, os chineses devem autorizar a retomada dos embarques em breve, informou ao Valor Magno Gaia, CEO da Ramax, empresa responsável pelas operações na unidade no norte de Mato Grosso. Segundo a Ramax, a empresa fez melhorias na unidade para atender exigências do Ministério da Agricultura e fez um abate auditado na última semana. A oficialização do retorno da certificação ocorreu na quinta-feira, e os abates programados vão começar na segunda. “Já podemos emitir certificados sanitários e embarcar as carnes, colocar no navio, mas, para o desembaraço da carga na chegada, a China precisa levantar a suspensão. Como demora mais de 30 dias para a carga chegar, já vamos começar os embarques”, afirmou Gaia.

VALOR ECONÔMICO

Dois frigoríficos são interditados em operação no RS

Dois frigoríficos foram interditados em uma operação conjunta realizada na quarta-feira pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e Fepam/RS

Conforme o MPRS, as investigações apontaram que os locais, em Encruzilhada do Sul e Caçapava do Sul, vinham operando com uma série de irregularidades. Entre as quais, desobediência às normas sanitárias e à legislação ambiental. As autoridades descobriram as infrações a partir da informação de que representantes dos dois frigoríficos passaram a intimidar veterinários e servidores de órgãos de fiscalização. O frigorífico de Caçapava do Sul chegou a ser interditado em outra oportunidade, tendo retomado o funcionamento nesta quarta. Após a reinterdição, o local deve ficar com as atividades suspensas até que sejam realizadas as adequações solicitadas pelo Ministério da Agricultura. Já no frigorífico de Encruzilhada do Sul, além da intimidação de um veterinário do município, a colocação dos selos de inspeção estadual nas carnes permanecia incompleta. A Fepam lavrou o termo de interdição do local. Havia dois pontos clandestinos de lançamento de efluentes em um curso hídrico, além de excrementos, resíduos de abate de animais e resquícios de sangue em local inadequado. As atividades do estabelecimento vão ficar suspensas até a comprovação da regularização.

Rádio Guaíba

FRANGOS & SUÍNOS

Custos de produção de suínos sobem em julho; ICPFrango volta a cair

Os custos de produção de suínos subiram em julho segundo os estudos publicados pela CIAS, a Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa (embrapa.br/suinos-e-aves/cias). O ICPSuíno, subiu 2,82% em relação a junho, fechando em 431,75 pontos. Já o ICPFrango voltou a cair, desta vez 0,36%, fechando julho em 421,99 pontos

Segundo o analista da área de sócio economia da Embrapa Suínos e Aves, Ari Jarbas Sandi, os custos de suínos se elevaram porque foram feitas duas modificações, sendo uma relativa à migração do preço do transporte de alimentos do item “transportes” para o item “alimentação” (antes se considerava estes itens de despesas à parte um do outro, sendo que no item transportes estavam incluídas as despesas com o translado de dejetos, animais e alimentos) e a outra pela atualização do valor dos investimentos imobilizados em edificações e equipamentos, os quais impactaram os custos fixos (depreciação e custo do capital). “Os valores que a Embrapa utilizava, mesmo sendo corrigidos mensalmente pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna/IGP-DI/FGV, ficaram defasados no período pós-pandemia. Deste modo, o valor dos investimentos sofreu ajustes de acordo com o que o mercado pratica na atualidade. Isso impactou os custos fixos de produção de suínos do mês de julho em relação a junho de 2022. Já em relação à realocação das despesas com o transporte de alimentos para as despesas com a alimentação, isso não alterou os custos variáveis. Embora, aparentemente, o custo com a alimentação tenha aumentado, os custos com o transporte diminuíram justamente em detrimento desta alteração, permanecendo em transportes apenas as despesas relativas ao translado de dejetos e animais”, diz o analista da Embrapa. Assim, o custo total de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina passou de R$ 7,34 em junho para R$ 7,55 em julho. Nos primeiros seis meses do ano, o ICPSuíno acumula 7,80% de alta e, nos últimos 12 meses, 6,24%.  A alteração no valor dos investimentos não foi exclusividade da suinocultura. Houve alterações também no valor dos investimentos imobilizados para a produção de frangos de corte. Mas, o impacto nos custos totais de produção foi de menor proporção quando comparado à atividade suinícola. Assim, mesmo com a atualização dos valores investidos em aviários para a produção de frangos de corte, o ICPFrango de julho foi menor em relação ao de junho (-0,36%). Essa deflação no índice de custo de produção de frangos foi influenciada principalmente pela diminuição nas despesas com a alimentação das aves, cuja variação foi de -1,86%. O custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná, produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva, reduziu R$ 0,02 em julho com relação a junho, chegando aos R$ 5,45. De janeiro até julho, o ICPFrango acumula alta de 4,58% e, nos últimos 12 meses, uma variação de 5,29%.

EMBRAPA SUÍNOS E AVES

Mercado de suínos com poucas alterações

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 141,00/R$ 145,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 10,50/R$ 10,90 o quilo

Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (17), houve aumento de 0,45% em Santa Catarina, chegando a R$ 6,65, e de 0,44% no Paraná, atingindo R$ 6,80/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais (R$ 7,95/kg), no Rio Grande do Sul (R$ 6,48/kg), e em São Paulo (R$ 7,58/kg).

Cepea/Esalq

Suinocultura independente: preços mantêm tendência de elevação

Paraná fechou a semana com alta nos preços

Na quinta-feira (18) os preços da suinocultura independente apresentaram comportamentos variados nas principais praças produtoras do país. No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 11/08/2022 a 17/08/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta 4,07%, fechando a semana em R$ 6,79/kg. “Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 6,69/kg”, informou. O preço em São Paulo na quinta-feira ficou estável em R$ 7,73/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). Ainda segundo a associação, nota-se uma redução no peso de até 10% dos animais encaminhados para abate. No mercado mineiro, o preço caiu de R$ 8,00/kg vivo para R$ 7,80/kg vivo com acordo entre suinocultores e frigoríficos, conforme dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Em Santa Catarina, segundo dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o preço do animal vivo ficou estável R$ 6,94/kg vivo. “Mantivemos o preço, com grande dificuldade. Os próprios produtores relataram as tentativas dos frigoríficos em puxar para baixo os valores, mas entende-se que o mercado só está piorando, porque apesar de ter mantido o preço do suíno, o milho subiu R$ 2,00 aqui em Santa Catarina”, disse a ACCS

AGROLINK

Suínos/Cepea: Competitividade da carne suína frente às substitutas diminui em agosto

Enquanto a média de preços da carne suína registra forte elevação nesta parcial de agosto, as carnes bovina e de frango se desvalorizaram. Esse movimento, por sua vez, tem resultado em perda de competitividade da proteína suinícola frente às concorrentes

Segundo pesquisadores do Cepea, os preços da carne suína negociada no atacado da Grande São Paulo iniciaram agosto em forte alta, devido às demandas interna e externa aquecidas. No caso da carne de frango, o menor consumo interno, em razão do alto patamar dos preços, e a maior oferta – devido à retração das exportações em julho, em especial das vendas à China – pressionaram as cotações. Para a proteína bovina, a combinação do baixo poder de compra da população e dos preços elevados da carne segue limitando as vendas no mercado interno, enfraquecendo as cotações. Dessa forma, a carcaça especial suína está 2,52 Reais/kg mais cara que o frango inteiro neste mês (até o dia 16), expressivo aumento de 18,8% frente à diferença registrada em julho. Com relação à carcaça casada bovina, a diferença está em 9,98 Reais/kg, recuo de 7,4% frente à observada no mês anterior. Assim, com o preço médio da carne suína se distanciando do valor do frango e se aproximando do da carne bovina, sua competitividade frente a essas concorrentes diminui.

Cepea            

Quinta-feira com preços estáveis para o frango

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 1,59%, custando R$ 7,45/kg

Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg, nem no Paraná, valendo R$ 5,48/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (17), tanto a ave congelada quanto a resfriada tiveram alta de 0,12%, custando, respectivamente, R$ 8,11/kg e R$ 8,13/kg.

Cepea/Esalq

INTERNACIONAL

Pecuaristas dos EUA liquidam o rebanho

Os consumidores dos EUA que lutam contra a alta da inflação enfrentam mais problemas com os altos preços da carne bovina, já que os pecuaristas estão reduzindo seus rebanhos de gado devido à seca e aos altos custos de alimentação, uma decisão que reduzirá a oferta de gado por anos, disseram economistas

O declínio no número de gado, combinado com custos rígidos para outras despesas de produção, ilustram por que uma queda recente nos preços dos grãos para níveis não vistos desde a invasão da Rússia ao grande exportador de milho e trigo Ucrânia pode não se traduzir imediatamente em preços mais baixos de alimentos no supermercado. A alimentação é o componente de maior custo de criação de gado para carne bovina, portanto, os preços mais baixos dos grãos geralmente ajudam a reduzir os preços da carne. Mas empresas de carnes como a Tyson Foods Inc., que divulgou lucros abaixo do esperado, devem pagar mais caro pelos animais quando há menos para abate. Os processadores também estão pagando mais por mão de obra, combustível e outros itens. “Há realmente muita distância entre o preço desses grãos e o preço desses produtos no balcão de carne”, disse Bernt Nelson, economista da American Farm Bureau Federation. Os preços futuros do milho caíram 26% desde que atingiram uma alta de 10 anos em abril, depois que a guerra na Ucrânia provocou preocupações sobre a oferta global. Os preços ainda estão 9% acima de um ano atrás, em cerca de US$ 6 por bushel. Os preços mais baixos beneficiam os produtores de gado, embora os dados do governo dos EUA mostrem que os pecuaristas em 1º de julho já haviam reduzido o rebanho de gado do país em cerca de 2% em relação ao ano anterior, para o nível mais baixo para essa data em cerca de sete anos. Os produtores provavelmente liquidarão ainda mais gado devido à seca, disse Shane Miller, presidente de carnes frescas da Tyson Foods, em uma teleconferência após os resultados trimestrais. O presidente-executivo, Donnie King, projetou que os preços do gado e da carne bovina aumentarão em 2023 e 2024. Os preços da carne moída já aumentaram 10% em relação ao ano passado, mostram dados do governo dos EUA. O aumento dos custos do gado afeta o lucro dos frigoríficos com os altos preços da carne bovina. A Tyson informou que as margens operacionais ajustadas de sua unidade de carne bovina caíram para 10,2% no trimestre de abril a junho, de 12,7% no trimestre anterior e 22,6% no ano anterior, enquanto os custos do gado vivo aumentaram cerca de US$ 480 milhões. As margens vão cair ainda mais para 5% a 7%, disse a empresa. As margens e os suprimentos de carne recebem um impulso temporário à medida que os fazendeiros enviam mais animais para o abate, em vez de mantê-los para se reproduzir, disseram analistas. Mas os consumidores acabarão ficando com menos carne bovina, e leva quase dois anos para criar uma vaca quando a liquidação parar, disseram economistas.

REUTERS

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