Ano 8 | nº 1800 | 18 de agosto de 2022
NOTÍCIAS
Preço do boi China cai em São Paulo
O cenário foi de poucos negócios nas praças paulistas, com compradores fora das compras apesar do avanço da semana. Os presentes ofertaram preços abaixo da referência vigente, mas sem efetividade na concretização de negócios
Diante de escalas confortáveis e o avanço nas ofertas de gado de confinamento, os preços dos bovinos com destino ao mercado da China (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) recuaram R$ 5/@ no interior de São Paulo, para R$ 305/@, informou a Scot Consultoria. Com essa queda, o valor do animal importado pelos chineses ficou mais próximo do boi gordo “comum”, direcionado ao mercado doméstico, que atualmente vale R$ 300/@ – ou seja, uma diferença de apenas R$ 5/@, de acordo com os dados da Scot. Nos últimos tempos, com o forte avanço das exportações de carne bovina à China, ágio dentre as categorias chegou a girar em torno de R$ 20/@ no mercado paulista. No Espírito Santo, com escoamento lento para o mercado interno, principal consumidor local, as indústrias ofertaram R$3,00/@ para o boi gordo e menos R$2,00/@ para a vaca gorda, na comparação com dia anterior (16/8). Para novilha gorda, preços estáveis. No Sul da Bahia, com escalas bem-posicionadas, o preço da novilha gorda caiu R$3,00/@ na comparação com o último levantamento.
SCOT CONSULTORIA
BOI: Movimento de queda nas cotações continua
A expectativa é que os frigoríficos sigam testando o mercado no curto prazo, com tentativas de compra abaixo da referência média
O mercado físico de boi gordo voltou a operar com preços de estáveis a mais baixos na quarta-feira (17). De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir pela continuidade do movimento de queda no curto prazo, em linha com a posição bastante confortável das escalas de abate neste momento. “A incidência de animais a termo é outro fator que mantém a programação da indústria em posição de grande conforto. A expectativa é que os frigoríficos sigam testando o mercado no curto prazo, com tentativas de compra abaixo da referência média, comenta o consultor. Para que haja alta dos preços do boi gordo é necessário o encurtamento das escalas de abate e enxugamento dos estoques de carne dos frigoríficos”, diz Iglesias. Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi teve outra queda e a arroba teve preço de R$ 297. Já em Dourados (MS), os preços se mantêm em R$279. Em Cuiabá (MT) a arroba de boi gordo caiu, ficando em R$ 272. Em Uberaba (MG), preços fixados em R$ 280. Em Goiânia (GO), os preços do boi ficaram estabilizados em R$ 275 a arroba. O mercado atacadista de boi gordo voltou a apresentar queda das cotações no decorrer do dia, consequência da lenta reposição entre atacado e varejo no decorrer da segunda quinzena do mês. Segundo Iglesias, os frigoríficos ainda contam com estoques confortáveis neste momento. A expectativa é que até o período de virada de mês o viés de queda se prolongue. O quarto dianteiro do boi caiu, ficando cotada em R$ 16,70, assim como a ponta de agulha também teve queda e ficou cotada a R$ 16,60. O quarto traseiro do boi ficou cotado em R$ 21,65 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
China deve habilitar novos frigoríficos
O ministro da Agricultura, Marcos Montes, afirmou que espera recomeçar, em breve, as negociações para as habilitações de novas plantas frigoríficas para exportar carnes para a China
Segundo ele, a pandemia criou embaraços para a conquista de novas autorizações. “Criou embaraço com a covid, eles queriam covid zero, o que é difícil. Desabilitaram algumas plantas, e isso está sendo conversado”, disse Montes em entrevista no Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), evento organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em Salvador (BA). “Vamos chegar, logo, logo, nesse ponto”, completou, ao ser questionado sobre novas habilitações. A troca recente no comando na Administração Geral das Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) também demanda mais tempo para o desenrolar das tratativas. “A China é uma excelente parceira, mas estamos conversando”.
VALOR ECONÔMICO
Boi CEPEA: aumento na oferta de animais e fraco consumo interno pressionam preços
Atualmente, a referência, na média do Brasil, está em torno de R$ 300/@, mesmo com a forte demanda externa pela proteína, aponta o Cepea
O crescimento da oferta de boiadas no País e o fraco escoamento de carne bovina no mercado doméstico estão pressionando os preços do boi gordo no mercado físico, diz o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em relatório antecipado ao Broadcast Agro. Atualmente, a referência, na média do Brasil, está em torno de R$ 300/arroba, mesmo com a forte demanda externa pela proteína. O Cepea cita os dados preliminares divulgados neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicam aumento de 4,07% no número de animais abatidos no primeiro semestre de 2022 ante igual período do ano passado, somando 14,28 milhões de animais. Segundo o Centro de Estudos, o volume está ligeiramente abaixo do acumulado de janeiro a junho de 2020, em 2,71%. “Mas já indica uma recuperação, o que, por sua vez, é resultado de investimentos em tecnologia realizados por parte de pecuaristas, sobretudo em inseminação artificial”, informa. No segundo trimestre deste ano, os números do IBGE mostraram que foram abatidos 7,32 milhões de cabeças. Quando desconsiderados os dados de 2021, o volume de animais abatidos de abril a junho de 2022 foi o menor desde 2011, quando somou 7,066 milhões. “Comparando-se os dados do segundo trimestre do ano atual com os de 2020 e de 2019, observam-se retrações na quantidade abatida, de 1,09% e de 7,76%, respectivamente”, avalia o Cepea. Segundo o centro de pesquisas, o cenário confirma o momento que a cadeia pecuária nacional enfrenta desde 2020, de restrição de oferta de animais no campo, seja pela questão de retenção de fêmeas, mas também pela condição de clima – seca dos pastos – e pelos custos elevados de alimentação para a engorda. “A recente recuperação na quantidade de animais abatidos foi acompanhada também por um crescimento no peso total da carcaça”, observa. De acordo com o Cepea, ainda citando o IBGE, no primeiro semestre de 2022 foram contabilizados 3,766 milhões de toneladas de carcaça bovina, número 4,08% maior que o de igual período de 2021 e 0,46% acima do de janeiro a junho de 2020.
O ESTADO DE SÃO PAULO
ECONOMIA
Dólar à vista fecha em alta de 0,54%, a R$5,1682
O dólar terminou em alta frente ao real na quarta-feira, colado no movimento da moeda no exterior e em dia de ata do Fed, que não sinalizou explicitamente continuidade dos super aumentos de juros em curso pelo banco central dos EUA
O dólar negociado no mercado interbancário subiu 0,54%, a 5,1682 reais. Ainda assim, a cotação deixou as máximas em torno de 5,18 reais vistas pouco antes da divulgação da ata do banco central norte-americano e tomou ainda mais distância do pico intradiário alcançado ainda pela manhã. Autoridades do Federal Reserve disseram no mês passado que o ritmo de aumentos da taxa de juros dependerá de dados, com alguns afirmando que os juros precisarão permanecer em um “nível suficientemente restritivo” por “algum tempo” para controlar a inflação, de acordo com a ata do encontro de 26 e 27 de julho. “No geral foi um documento mais ‘dovish’ (inclinado a amenizar a restrição monetária)”, disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, que, no entanto, viu a ata como “datada”. “O que vai fazer a diferença em termos de banco central americano é a próxima semana, quando haverá Jackson Hole. Lá, já com esses dados (de inflação e emprego) atualizados (eles) podem comentar sobre os próximos passos”, completou, em referência ao famoso simpósio anual de banqueiros centrais organizado pelo Fed de Kansas City.
REUTERS
Ibovespa tem alta discreta
O Ibovespa fechou com um acréscimo discreto nesta quarta-feira, em mais uma sessão sem tendência definida, marcada pela ata do Fed e queda de braço entre as ações da Vale e da Petrobras.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,29%, a 113.840,03 pontos, de acordo com dados preliminares. No melhor momento, chegou a 114.146,23 pontos. No pior, a 112.482,58 pontos. Elétricas figuraram entre as maiores altas. Papéis de varejo, entre as maiores baixa. O volume financeiro somava 26,4 bilhões de reais, em pregão também marcado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.
REUTERS
IGP-10 tem 1° recuo mensal desde final de 2021 com redução do ICMS e alívio de commodities
A redução do ICMS sobre os setores de energia elétrica e combustíveis seguiu fazendo efeito e o IGP-10 (Índice Geral de Preços-10) teve em agosto sua primeira deflação desde o final do ano passado, também refletindo queda nos custos de commodities importantes
Dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostraram na quarta-feira (17) que o índice caiu 0,69% neste mês, depois de subir 0,60% em julho. A deflação mensal foi a primeira desde dezembro de 2021 (-0,14%) e a mais intensa desde dezembro de 2018 (-1,23%). A expectativa era de queda de 0,60%, e, com o resultado do mês, o IGP-10 passou a acumular avanço em 12 meses de 8,82%, primeira leitura de um dígito desde julho de 2020 (+8,57%). O Índice de IPA (Preços ao Produtor Amplo), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve queda de 0,65% em agosto, depois de subir 0,57% em julho. “Importantes commodities sustentam a queda do indicador (IPA), com destaque para minério de ferro (de -5,93% para -11,09%), carne bovina (de -0,46% para -5,93%) e soja (de -0,78% para -2,14%)”, disse em nota André Braz, coordenador dos índices de preços. Já o IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor), que responde por 30% do índice geral, teve forte baixa de 1,56% no mês, contra alta de 0,42% em julho. Essa leitura ainda repercute a lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre vários setores econômicos, entre eles combustíveis e energia, explicou Braz, embora tenha alertado que seu efeito “deve perder força ao longo do mês de agosto”. O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), por sua vez subiu 0,74% em agosto, abaixo da taxa de 1,26% no período anterior. O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
REUTERS
Melhoram as perspectivas para a produção das agroindústrias
Índice calculado pelo (FGV Agro) encerrou junho com variação positiva de 0,8% ante o mesmo mês de 2021
O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) encerrou junho com variação positiva de 0,8% em relação ao mesmo mês de 2021, mas na comparação com maio deste ano houve queda de 1%. Os resultados mostram que, em geral, a conjuntura econômica adversa continuou a limitar o ritmo das atividades no setor, mas as perspectivas são de resultados melhores neste segundo semestre. “O mercado interno deverá ficar mais aquecido até o fim do ano, seja devido à recuperação do mercado de trabalho, seja em decorrência das transferências de renda (direta ou indireta) promovidas pelo governo federal. No cenário externo, tem se observado uma redução dos custos de produção, com destaque para a queda do preço do petróleo e do valor do frete marítimo. A combinação desses fatores deverá aumentar a confiança do empresário industrial e dar fôlego adicional para a agroindústria”, avalia o FGV Agro. O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a leve alta de junho foi sustentada por incrementos de 0,8% tanto no grupo formado por produtos não alimentícios, puxado por têxteis (3,2%), florestais (3,2% e fumo (2%), quanto no composto por alimentos e bebidas. Em relação a maio deste ano, contudo, houve retrações nos dois grupos – de 1,6% e 0,4%, respectivamente. Assim, o PIMAgro fechou o primeiro semestre deste ano com queda de 0,4% em comparação com igual intervalo de 2021. “Mas, apesar de manter a tendência de contração, a variação acumulada média entre abril e junho (-0,7%) foi significativamente inferior à média observada entre janeiro e março (-2,9%)”, realçou o centro da FGV. Aliado à tendência de melhora do cenário econômico, esse arrefecimento da curva de baixa no segundo trimestre abriu espaço para os ajustes feitos para o resultado do indicador no acumulado do ano. No cenário base, o FGV Agro passou a projetar variação positiva de 1,9% no PIMAgro em 2022 – o quadro pessimista aponta alta de 0,4%, e o otimista, avanço de 3,3%. No início do ano, o cenário base indicava avanço de 0,2%, e o quadro pessimista indicava recuo de 1,6%. Ou seja, na pior das hipóteses traçadas no momento, o indicador encerrará o ano no azul.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos: preço do animal vivo sobe
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 141,00/R$ 145,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 10,50/R$ 10,90 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (16), houve aumento de 2,85% em São Paulo, chegando em R$ 7,58/kg, avanço de 1,96% no Paraná, custando R$ 6,77/kg, crescimento de 1,38% em Santa Catarina, avançando para R$ 6,62/kg, ampliação de 0,89% em Minas Gerais, atingindo R$ 7,95/kg, e de 0,31% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 6,48/kg.
Cepea/Esalq
Frango estável no PR e SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,39%, custando R$ 7,57/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg, nem no Paraná, valendo R$ 5,48/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (16), tanto a ave congelada quanto a resfriada tiveram baixa de 0,12%, custando, respectivamente, R$ 8,10/kg e R$ 8,12/kg.
Cepea/Esalq
Governo confirma decisão da África do Sul de suspender tarifa antidumping sobre frango congelado brasileiro
Medida valerá por até 12 meses
Os ministérios da Economia e das Relações Exteriores do Brasil confirmaram ontem, em nota conjunta, que a África do Sul suspendeu, por até 12 meses, as tarifas antidumping sobre as exportações brasileiras de cortes de frango congelados. O Ministério do Comércio e Indústria Sul-africano havia anunciado a decisão no começo do mês. No comunicado, as pastas afirmam que “mantiveram diálogo constante com as empresas brasileiras investigadas e com as autoridades sul-africanas, inclusive mediante manifestações técnicas relativas à investigação de dumping”. “O governo brasileiro seguirá atento ao caso na expectativa de que a suspensão temporária das tarifas antidumping se torne definitiva”, disseram os ministérios. Desde dezembro do ano passado, a África do Sul vinha aplicando tarifas antidumping, que variavam de 6% a 265,1%, direcionadas às exportadoras brasileiras de cortes de frango congelados. há 10 horas Agronegócios No ano passado, as exportações brasileiras para a África do Sul superaram US$ 1 bilhão, com 17% desse valor correspondendo as vendas de cortes de frango congelados.
VALOR ECONÔMICO
EVENTOS
Indústrias de aves e suínos projetam mais de US$ 800 milhões em negócios depois de evento Siavs
Realizado em São Paulo, teve 48 empresas expondo produtos e serviços em parceria de liderança do setor e a Apex-Brasil
Empresas de aves e suínos que participaram do Salão Internacional da Suinocultura e Avicultura (Siavs), na semana passada, em São Paulo, deixaram o evento com projeções de negócios superior US$ 800 milhões para os próximos 12 meses. O balanço foi divulgado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa o setor e realizou o evento. A projeção se refere à participação de 48 empresas, que expuseram seus produtos e serviços em uma parceria da ABPA com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). São companhias que têm negócios em carne de frango, pato, suínos, ovos e material genético. De acordo com o balanço da ABPA, foram concretizados durante o evento negócios que somaram US$ 544,3 milhões. Somando o que ainda há a expectativa de ser fechado depois do evento, o total pode chegar a US$ 880,3 milhões. O Siavs recebeu importadores de pelo menos 15 países. “Os números e as consultas mostraram que a promoção de negócios e o fomento à geração de receitas cambiais para as cadeias produtivas superou, e muito, as expectativas. O volume de negócios projetados e realizados nos corredores do Anhembi terá significativo impacto positivo na balança comercial da avicultura e da suinocultura do Brasil”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota divulgada pela entidade. Ainda segundo a associação, o evento, realizado entre os dias 9 e 11 de agosto, recebeu um público recorde: foram cerca de 21 mil visitantes de 53 países. A programação técnica do Siavs reuniu cerca de 2,3 mil congressistas e 80 palestrantes.
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