Ano 8 | nº 1662 | 31 de janeiro de 2022
NOTÍCIAS
Segunda quinzena de janeiro com preços estáveis para o boi gordo em São Paulo
O mercado do boi gordo encerrou a semana equilibrado nas praças paulistas, cenário que se estende há 17 dias
As cotações do boi, vaca e novilha ficaram estáveis na comparação feita dia a dia. Com isso, o boi gordo ficou apregoado em R$337,00/@, a vaca gorda em R$303,00/@ e a novilha gorda em R$325,00/@, preços brutos e a prazo. Em Goiânia – GO, com as escalas confortáveis, a cotação do boi gordo caiu R$2,00/@ e a da vaca gorda R$1,00/@ na comparação diária. A cotação da novilha gorda ficou estável. No Sul da Bahia, os compradores abriram o dia ofertando R$1,00/@ a menos pelo boi gordo. Para vaca e novilha gordas, preços estáveis.
SCOT CONSULTORIA
ECONOMIA
Dólar à vista fecha em queda de 0,61%, a R$5,3915
O dólar fechou no menor patamar em quase quatro meses na sexta-feira, com a estabilização dos mercados globais e uma recuperação de Wall Street no fim do dia abrindo caminho para mais demanda por risco e vendas da moeda norte-americana
O dólar à vista recuou 0,61%, a 5,3915 reais, menor valor desde 1º de outubro de 2021 (5,3696 reais). A moeda engatou ainda a terceira semana de perdas, com baixa de 1,22%. Nas três semanas, a desvalorização é de 4,27%. Faltando apenas um pregão para encerramento de janeiro, o dólar acumula declínio de 3,27% no mês. Nesse ritmo, a cotação caminha para registrar a maior queda mensal desde junho de 2021 (-4,77%) e a maior baixa para janeiro desde 2019 (-5,57%). Agentes financeiros seguem debruçados sobre riscos de altas mais intensas de juros nos Estados Unidos, mas, com exceção de um dia ou outro, ativos de mercados emergentes têm mostrado resiliência, especialmente aqueles onde os bancos centrais também estão apertando suas políticas monetárias, caso do Brasil. O Bacen deve promover um terceiro aumento consecutivo de 150 pontos-base na taxa básica de juros na próxima quarta-feira, levando a taxa a 10,75%, maior patamar em cerca de quatro anos e meio e bem distante da mínima histórica de 2% que vigorou entre agosto de 2020 e março de 2021. A taxa de juros embutida em contratos a termo de real para um ano está em 11,7% ao ano, nas máximas desde 2016. Um índice do JPMorgan para divisas emergentes subia também cerca de 0,4% desde o começo do ano, enquanto o índice do dólar contra uma cesta de rivais de países ricos saltava 1,7% no período. Desde 7 de janeiro, os estrangeiros venderam o equivalente a 2,1 bilhões de dólares em contratos de dólar futuro, cupom cambial e swap cambial na B3 –reduzindo, assim, apostas negativas na moeda brasileira.
REUTERS
Ibovespa recua, pressionado pela Petrobras, mas tem terceira semana seguida de ganhos
Após três pregões consecutivos de alta para o Ibovespa, os investidores preferiram embolsar parte dos lucros acumulados nos últimos dias, fato que levou a principal referência da bolsa local a terminar a sessão em queda
Mesmo assim, o índice conseguiu anotar sua terceira semana consecutiva de ganhos, a despeito da volatilidade expressiva observada nos mercados globais. Após ajustes, a principal referência da bolsa local fechou o pregão em queda de 0,62%, aos 111.910,10 pontos. O volume de negócios na sexta-feira foi de R$ 25,68 bilhões, acima da média anual diária de 2022, de R$ 22,79 bilhões. No acumulado semanal, o Ibovespa anotou alta de 2,72%, chegando a sua terceira semana consecutiva de ganhos. No acumulado do mês, a alta já é de 6,76% e, caso o índice não recue no pregão de segunda-feira, terá seu melhor desempenho mensal desde dezembro de 2020. O cenário é o oposto ao observado nos principais índices de Nova York. Após dias de quedas expressivas, o S&P 500 fechou o dia em alta de 2,43%, com uma recuperação expressiva no fim do pregão. No entanto, as perdas do mês de janeiro ainda somam 7,01%. Profissionais de mercado têm atribuído a dinâmica de fluxos expressivos para mercados emergentes às expectativas de que o Federal Reserve (Fed) acelere o ritmo de redução de estímulos monetários nos Estados Unidos. Com isso, é observado um movimento de rotação de carteiras para fora de ações americanas, especialmente do setor de tecnologia, para papéis com múltiplos mais descontados e mais ligados ao ciclo de crescimento da economia. “As ações de mercados emergentes estão superando os mercados desenvolvidos por 6 pontos percentuais no acumulado do ano, apesar do nervosismo do mercado de ações global, em meio à combinação da reprecificação dos custos de oportunidade dos Fed Funds e dos rendimentos dos Treasuries dos EUA de 10 anos e à alta nos preços de energia”, afirma o chefe de mercados emergentes do J.P. Morgan, Pedro Martins Junior. Segundo ele, neste cenário, as ações de emergentes devem continuar apresentando desempenho superior à de seus pares desenvolvidos. Até o dia 26, os investidores estrangeiros já haviam ingressado com R$ 24,84 bilhões em recursos no mercado secundário à vista da B3, o que representa, até o momento, o maior fluxo desde novembro de 2020. Do outro lado da moeda, no Brasil, os fundos locais e pessoas físicas seguem se desfazendo de suas posições no mercado acionário local. Até a mesma dada, os investidores institucionais haviam retirado R$ 21,5 bilhões em recursos e as pessoas físicas sacaram R$ 5,73 bilhões. “As saídas de fundos de ações locais do Brasil podem estar acelerando. Tivemos saídas de R$ 2,5 bilhões na semana passada, contra saídas de R$ 1,3 bilhão na média nos últimos 4 meses, e os dados preliminares desta semana já mostram saídas de R$ 1,5 bilhão”, afirma o chefe de Economia no Brasil e Estratégia para América Latina do Bank of America, David Beker.
VALOR ECONÔMICO
IGP-M: inflação do aluguel sobe 1,82% em janeiro
Índice acumula alta de 16,91% em 12 meses
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como a inflação do aluguel, subiu 1,82% em janeiro, após variar 0,87% no mês anterior. Com o resultado, o índice acumula alta de 16,91% em 12 meses. Em janeiro de 2021, o índice havia subido 2,58% e acumulava alta de 25,71% em 12 meses. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). “A inflação ao produtor segue espalhada. Os preços dos bens de investimento subiram 2,07%, ante 0,78%, em dezembro de 2021. Já os preços de materiais e componentes para manufatura avançaram para 1,33%, depois de subirem 0,40% no mês passado. Por fim, o minério, embalado pela escalada do preço internacional, fechou janeiro com alta de 18,26% e respondeu por 52% do resultado do IPA”, afirmou, em nota, o Coordenador dos Índices de Preços André Braz. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,30% em janeiro, após alta de 0,95% em dezembro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,75% em janeiro. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de 0,53%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo bens de investimento, cuja taxa passou de 0,78% para 2,07%, no mesmo período. De acordo com a pesquisa, a taxa do grupo bens Intermediários passou de 1,02% em dezembro para 1,05% em janeiro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cujo percentual passou de 0,40% para 1,33%. O índice de bens Intermediários, obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,26% em janeiro, contra 0,74% em dezembro. Segundo o Ibre/FGV, o estágio das matérias-primas brutas registrou alta de 4,95% em janeiro, ante 1,22% em dezembro. Contribuíram para o avanço da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-0,52% para 18,26%), soja em grão (-1,03% para 4,05%) e milho em grão (-2,68% para 5,64%). Em sentido oposto, destacam-se os itens bovinos (11,69% para 1,94%), café em grão (12,52% para 1,92%) e suínos (3,20% para -12,39%).
REUTERS
FGV: confiança dos empresários de serviços cai 4,3 pontos em janeiro
É o menor nível desde maio do ano passado
A confiança dos empresários de serviços recuou 4,3 pontos em janeiro e atingiu 91,2 pontos. É o menor nível desde maio de 2021, quando alcançou 88,1 pontos. O resultado está no Índice de Confiança de Serviços (ICS), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), divulgado dia 27. De acordo com o instituto, a piora na avaliação das empresas sobre a situação atual e uma menor perspectiva para os próximos meses contribuíram para a retração do índice em janeiro. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 2,6 pontos. A queda no Índice de Situação Atual (ISA-S) ficou em 3,1 pontos, passando para 89,4 pontos, o menor nível desde junho de 2021. O indicador atingiu 88,7 pontos. O recuo no Índice de Expectativas (IE-S) ficou em 5,5 pontos. Com isso, alcançou 93,2 pontos, que é o menor nível desde maio de 2021, quando marcou 92,4 pontos. Para o economista da FGV IBRE, Rodolpho Tobler, o setor de serviços começou 2022 com uma nova queda, que é ainda a mais intensa desde março de 2021, período da segunda onda de covid-19. Segundo Tobler, o resultado negativo do primeiro mês do ano parece refletir a desaceleração que já sinalizada nos últimos meses, mas com acréscimo da nova onda da pandemia. “Além do cenário macroeconômico ainda difícil e da cautela dos consumidores, a volta de algumas medidas restritivas já impacta a atividade do setor e liga o sinal de alerta sobre o ritmo dos próximos meses. Enquanto os fatores persistirem, vai ser difícil observar o retorno da tendência positiva da confiança no setor de serviços”, afirmou. O movimento negativo em janeiro foi notado em seis dos sete principais segmentos do setor. O destaque ficou com os serviços prestados às famílias, que no final de 2021 contribuíram positivamente para a recuperação do setor e alcançaram nível de confiança acima do resultado agregado.
AGÊNCIA BRASIL
Desemprego cai, mas trabalho segue com qualidade ruim, apontam economistas
Dados do IBGE do trimestre encerrado em novembro revelam mercado fragilizado, dizem especialistas
Com a taxa de desemprego em queda, conforme mostraram os dados de novembro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, economistas ouvidos pelo Valor formam o consenso de que o indicador é positivo, mas que a análise mais aprofundada do resultado ainda mostra um mercado de trabalho fragilizado, principalmente por causa da queda nos rendimentos dos trabalhadores. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no país ficou em 11,6% no trimestre móvel encerrado em novembro de 2021, de 12,1% do trimestre móvel encerrado em outubro. Em números absolutos, até novembro, o país tinha 12,4 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego. O número aponta retração de 10,6% frente ao trimestre anterior, encerrado em agosto (1,5 milhão de pessoas a menos) e queda de 14,5% frente a igual período do ano anterior (2,1 milhões de pessoas a menos). “A taxa de desemprego segue recuando, o que é a parte boa. Caiu bastante em relação ao choque da covid. A taxa de participação da força de trabalho também tem voltado gradativamente. Mas, quando se olha a composição dos dados, tem notícia ruim”, disse ao Valor o economista-chefe da RPS Capital, Gabriel Leal de Barros. O problema mostrado pela Pnad, de acordo com Leal de Barros, é quando se observam os microdados. “Eles não são muito bons. A gente tem um problema grande porque os informais é que estão puxando essa recuperação. Apesar dos formais terem subido em meio à reabertura da economia, são os informais que estão puxando esse efeito quantidade”, destaca. O economista-chefe da RPS Capital observa que o crescimento do número de trabalhadores informais foi de 7,4%, enquanto os formais aumentaram 4%. O efeito disso é que os empregos ofertados, em geral, têm qualidade menor e oferecem renda mais baixa. “O que está conduzindo a recuperação da Pnad é a parte mais frágil do mercado de trabalho. E aí, como esse pessoal tem um salário menor, o rendimento habitual caiu 4,5%, por exemplo”, aponta. “Não dá para soltar rojão. É positivo porque a taxa de desemprego está em direção de queda, mas a composição é desfavorável, a qualidade é ruim”, conclui. Para o economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi, vale destacar que o número de trabalhadores ocupados já está bem próximo do nível pré-pandemia. Contudo, ele também destaca que o Brasil enfrenta um problema de precarização do trabalho. “Estamos falando de uma recuperação na quantidade, mas sabemos que a qualidade do emprego está voltando bem ruim. O exemplo que está todo mundo falando é a renda do trabalho. É a pior da série histórica. Isso já vem acontecendo desde antes da pandemia”. Segundo o IBGE, a renda média real ficou em R$ 2.444, queda de 4,5% frente ao trimestre anterior e recuo de 11,4% em relação a igual trimestre de 2020. Conforme pontou Imaizumi, é o menor rendimento da série histórica, iniciada em 2012. A massa de rendimento real habitual (R$ 227 bilhões) não teve variações estatisticamente significativas em ambas as comparações segundo o Instituto. “A pandemia intensificou um processo no qual as empresas estão demandando cada vez mais mão de obra de alta qualificação. E o brasileiro, em média, não tem a qualificação para preencher esse tipo de vaga. O ponto de vista é acompanhado pelo economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti. “De fato, temos mais gente trabalhando, mas não integralmente e isso acaba prejudicando no rendimento. O ponto positivo é que o desemprego vem caindo. Apesar de estar em patamar elevado, em 11,6%, a tendência é de queda. Porém, essa queda não vem sendo acompanhada pelo salário real dos trabalhadores. A taxa de informalidade, segundo a Pnad de novembro, está em 40,6% e se manteve estável em relação ao trimestre anterior, embora o número de trabalhadores do mercado informal tenha chegado a 38,6 milhões.
VALOR ECONÔMICO
Endividamento das famílias bate recorde ao atingir 51,2%
Excluindo o crédito imobiliário, que tem valor total de contrato elevado e prazos mais longos, o percentual fica em 31,9%
O endividamento das famílias bateu novo recorde em outubro e alcançou 51,2%, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) na sexta-feira (28). Em setembro, o percentual ficou em 50,4%. O dado, que é calculado desde janeiro de 2005, leva em conta o estoque dos empréstimos das famílias em relação à renda em 12 meses. Os dados foram revisados recentemente pelo BC. Já o comprometimento de renda, que considera a renda mensal em relação a uma estimativa dos pagamentos das parcelas, ficou em 27,9% no mês, contra 27,1% em setembro. Sem o financiamento imobiliário, vai para 25,6%. A série utiliza uma média móvel trimestral, por isso há defasagem de três meses em sua divulgação.
VALOR ECONÔMICO
Produtores realizaram mais de 81 mil acionamentos de seguro rural e Proagro devido à seca
Valor segurado em análise passa de R$ 5 bilhões em indenizações. Com colheita em andamento, PR, RS, MS, SC e SP são os mais afetados nas culturas de milho e soja. O Paraná tem 30.916 acionamentos, o Rio Grande do Sul 4.375 e o Mato Grosso do Sul 3.160
Levantamento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostra a dimensão dos comunicados de perdas e avisos de sinistros pelos produtores afetados pela seca. No total, 42.541 apólices de seguro rural foram acionadas e 38.906 comunicados de perdas (COPs) realizados no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) na atual safra de verão até o dia 20 de janeiro, totalizando mais de 81 mil acionamentos pelos produtores. Os dados são das Companhias Seguradoras habilitadas no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Mapa e do Banco Central do Brasil, autarquia responsável pelo Proagro. Os destaques do levantamento realizado pela SPA são os prejuízos nas lavouras de milho e de soja, devido à estiagem que afeta parte de algumas regiões dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Outras atividades agropecuárias também têm sido afetadas pelo déficit hídrico e pelos efeitos dos dias secos com altas temperaturas, como o feijão, arroz, cana, frutas, verduras, pecuária(leite), apicultura, dentre outras. “Mesmo em anos de safra recordes estamos observando alta sinistralidade. Isso demonstra a importância do seguro rural e a necessidade de ampliação da cobertura em todas as regiões. Esse é um mecanismo de proteção com enorme potencial, pois ainda não ultrapassa20% da área plantada no país”, destaca a Ministra Tereza Cristina. Em quase 3 anos, de janeiro de 2019 até novembro de 2021, as seguradoras pagaram aos produtores, em valores atualizados pelo IPCA, o equivalente a R$ 9,5 bilhões em indenizações, evitando que os produtores precisassem realizar milhares de renegociações de dívidas. A seca ainda não cessou seus efeitos e as lavouras estão em período de colheita, o que deve alterar esses números no próximo levantamento ao final de fevereiro. Dentre as culturas mais afetadas, a soja tem quase 37 mil acionamentos (32% das apólices sinistradas) e 22,2% da área contratada com seguro afetada, que equivale a 1,7 milhão de hectares que serão vistoriadas pelas seguradoras. O Mapa tem estimulado um aumento da rede de peritos que realizam as vistorias e a capacitação dos profissionais de seguro rural. Em janeiro de 2022, o seguro rural conta com 1.178 peritos cadastrados, aumento de 55% nos últimos 15 meses. Dentre os estados mais afetados e que mais contratam seguro, o Paraná tem 30.916 acionamentos, o Rio Grande do Sul 4.375 e o Mato Grosso do Sul 3.160. No total, está em análise nas seguradoras um Valor Segurado da ordem de R$ 2,7 bilhões em indenizações.
MAPA
EMPRESAS
Marfrig decide não aumentar participação acionária em follow on da BRF
Fatia da empresa de Marcos Molina na dona de Sadia e Perdigão é de 31,6%
A Marfrig decidiu na sexta que não vai tentar aumentar sua participação na BRF no follow-on a ser realizado no início do próximo mês – atualmente, a companhia de Marcos Molina detém 31,66% da dona da Sadia. O conselho de administração da Marfrig aprovou, por unanimidade, que a empresa participará da operação de aumento de capital da BRF, mas que as compras deverão se manter até o limite de sua atual participação acionária. A decisão afasta uma expectativa do mercado de que a Marfrig pudesse utilizar a operação para assumir o controle da BRF sem ter que disparar o gatilho de uma Oferta Pública de Ações (OPA). Em condições normais, se a Marfrig avançasse mais de 33,33% do capital, teria que fazer a mesma proposta (mais prêmio de 140%) pela compra dos papéis para os demais acionistas. Com essa possibilidade no radar, a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras e segunda maior acionista da BRF, questionou a dona da Sadia sobre a necessidade do follow-on, que poderá levantar por volta de R$ 8 bilhões para a companhia. O fundo se preparava para uma possível judicialização, caso a Marfrig avançasse sua posição nesta operação, conforme relatou o Pipeline.
VALOR ECONÔMICO
MEIO AMBIENTE
França diz que não vai aprovar Brasil na OCDE sem ações climáticas concretas
Governo francês condicionou entrada na entidade a progressos ‘sérios e mensuráveis’
O Ministério das Relações Exteriores da França publicou uma nota dizendo que a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) dependerá de progressos sérios, concretos e mensuráveis na luta contra o desmatamento e mudanças climáticas. O comunicado se estende aos outros cinco países postulantes (Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia), mas serve como um aviso indireto ao Brasil, cuja política ambiental tem sido reiteradamente criticada pelo governo de Emmanuel Macron. A França é um dos 38 países que integram o grupo e que precisam dar consenso para confirmar o ingresso na entidade. A nota foi divulgada na última quarta-feira (26), um dia após o conselho da OCDE dar luz verde para o início das negociações de filiação do Brasil. Segundo o ministério francês, a abertura das discussões é o primeiro passo do processo de adesão, sendo que o resultado dependerá das reformas empreendidas pelos Estados para convergir com os valores, normas e padrões da entidade. “A França estará extremamente atenta durante todo este processo para obter de todos os candidatos progressos sérios, concretos e mensuráveis na prática em diversas áreas prioritárias, particularmente na luta contra o desmatamento e a mudança climática, na proteção da biodiversidade, em medidas contra a corrupção ou na abertura das economias”, diz o texto. Procurados para comentar, o Ministério da Economia e o Itamaraty não responderam até a publicação desta reportagem. A nota do governo francês adiciona mais um episódio à disputa aberta entre os governos Bolsonaro e Macron. A França é uma das principais responsáveis por barrar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Segundo o presidente francês a oposição se dá, principalmente, por causa da proteção do clima e da biodiversidade. “A França é contra o acordo com o Mercosul tal como é negociado hoje, e vamos continuar sendo, muito claramente. Não porque não nos sintamos confortáveis com nossos amigos do Mercosul, e sim porque, por definição, esse acordo, tal qual foi concebido e desenhado, não pode ser compatível com nossa agenda climática e de biodiversidade”, afirmou durante o Congresso Mundial da Natureza, em setembro. A cobrança de garantias ambientais para ingressar no clube dos países ricos não vem apenas da França. Na terça-feira (25), a própria OCDE incluiu obrigações de redução de desmatamento e medidas de mitigação de mudanças climáticas nos documentos que formalizam o início das negociações.
FOLHA DE SP
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos: setor acumulou quedas na semana
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 88,00/R$ 100,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 7,30 o quilo/R$ 7,65 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (27), houve leve alta de 0,68% no Rio Grande do Sul, custando R$ 4,43/kg, e de 0,39% em São Paulo, chegando em R$ 5,12/kg. Houve queda de 0,68% em Santa Catarina, atingindo R$ 4,40/kg, baixa de 0,47% no Paraná, valendo R$ 4,21/kg, e de 0,19% em Minas Gerais, fechando em R$ 5,18/kg. De acordo com análise do Cepea/Esalq, os valores do suíno vivo têm registrado forte baixa neste mês, devido à combinação de maior oferta de animais e de carne suína e de demanda enfraquecida.
Cepea/Esalq
Preço do suíno independente é de R$ 5,28 no Rio Grande do Sul
O preço médio do suíno independente segue em queda no Rio Grande do Sul. A cotação registrada pela Pesquisa Semanal da Cotação do Suíno, milho e farelo de soja, na sexta-feira (28), é de R$ 5,28, queda de R$ 0,06 centavos em relação à semana anterior
O custo médio da saca de 60 quilos de milho ficou em R$ 97,50. Já o preço da tonelada do farelo de soja é de R$ 2.756,67 e da casquinha de soja é de R$ 1.550,00 ambos para pagamento à vista, preço da indústria (FOB). O preço médio na integração apontado pela pesquisa é de R$ 5,33. As cooperativas e agroindústrias apresentaram as seguintes cotações: Aurora/Cooperalfa R$ 5,40 (base suíno gordo) e R$ 5,50 (leitão 6 a 23 quilos), vigentes desde 18/01/2022; Cooperativa Languiru R$ 5,60, vigente desde 18/01/2022; Cooperativa Majestade R$ 5,40, vigente desde 18/01/2022; Dália Alimentos/Cosuel R$ 5,90, vigente desde 09/08/2021; Alibem R$ 4,40 (base suíno creche e terminação) e R$ 5,45 (leitão), vigentes desde 19/01/2022, respectivamente; BRF R$ 5,40, vigente desde 27/01/2022; Estrela Alimentos R$ 4,60 (base creche e terminação), vigente desde 18/01/2022, e R$ 5,45 (leitão), vigente desde 19/01/2022; JBS R$ 5,30, vigente desde 18/01/2022; e Pamplona R$ 5,40 (base terminação) e R$ 5,50 (base suíno leitão), vigentes desde 18/01/2022.
AGROLINK
Frango: pequenas variações na sexta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto a ave no atacado cedeu 0,93%, valendo R$ 5,35/kg
Na cotação do animal vivo, o Paraná teve alta de 0,40%, custando R$ 5,08/kg, enquanto São Paulo e Santa Catarina ficaram sem referência de preço na sexta-feira (28). Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (27), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com preços estáveis, valendo, respectivamente, R$ 5,83/kg e R$ 5,81/kg.
Cepea/Esalq
China suspende importações de dois frigoríficos brasileiros de carne de frango
Foram embargadas plantas da São Salvador Alimentos e da Bello Alimentos
A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) informou neste domingo (30/1) em seu site a suspensão das importações de dois frigoríficos brasileiros de carne de frango. Foram embargadas as plantas da São Salvador Alimentos, dona da Super Frango, localizada em Itaberaí (GO), e outra da Bello Alimentos, da marca Frango Bello, localizada em Itaquiraí (MS). Os motivos para as suspensões não foram divulgados pela autoridade chinesa. Procuradas, as duas empresas ainda não retornaram à reportagem até a publicação desta edição.
VALOR ECONÔMICO
Custos de produção de frango aumentaram quase 20% em 2021, diz Embrapa
No caso dos suínos, aumento do índice da estatal foi de 6,76%
O índice de custos de produção do frango de corte da Embrapa (ICPFrango) subiu 1,5% em dezembro ante novembro, para 403,53 pontos, segundo a Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias) da estatal. O crescimento dos gastos com nutrição (1,58%) e das despesas com energia elétrica e cama (0,11%) puxou a média para cima. Com isso, o custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná, produzido em aviário climatizado em pressão positiva, registrou alta de R$ 0,07 em dezembro em relação ao mês anterior, para R$ 5,21 por quilo. Em todo o ano passado, o aumento foi de 19,79%. A suinocultura também registrou gastos maiores em dezembro do que em novembro – 5,25%, com o ICPSuíno chegando a 400,51 pontos. Isso significa que o custo total de produção do quilo do suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina voltou ao patamar de R$ 7 pela primeira vez desde agosto. Segundo a Embrapa, o aumento mensal dos gastos foi puxado pela variação de 5,1% nas despesas operacionais com a alimentação dos animais, que representa 81% do custo de produção de suínos. Com o resultado de dezembro, o ICPSuíno acumulou alta de 6,76% em 2021. A Embrapa usa os Estados de Santa Catarina e Paraná como referência por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Carne suína: pandemia ainda gera incertezas para o mercado global em 2022
Segundo análise do Rabobank, tanto a produção quanto a demanda por carne suína seguem vulneráveis a quaisquer interrupções provocadas pela pandemia
O cenário de incertezas em relação ao mercado global de carne suína deve prosseguir em 2022. A informação consta em relatório referente ao terceiro trimestre de 2022 divulgado pelo Rabobank. e acordo com o banco holandês, a Covid-19 continua sendo o maior curinga para a cadeia global de fornecimento de carne suína, uma vez que tanto a produção quanto a demanda seguem vulneráveis a quaisquer interrupções. A pandemia levou a muitas mudanças no gerenciamento da cadeia de suprimentos e nos padrões de consumo, que continuarão evoluindo. Para o Rabobank, embora muitas coisas estejam incertas, uma confirmação é de que os custos de insumos continuam a aumentar, como taxas de envio, preços da energia e dos grãos para alimentação animal, juntamente com os custos trabalhistas, o que está desafiando as cadeias de fornecimento de carne suína. Segundo o banco, em uma economia em desaceleração, produtores e processadores estão encontrando dificuldades para repassar todos os custos adicionais aos consumidores, de modo que as margens seguirão sob pressão. As importações e exportações globais de carne suína provavelmente cairão em relação aos níveis de 2021, principalmente devido às reduções na demanda de importação da China, à medida que a produção local se recupera. Embora os países importadores tradicionais – principalmente Japão e Coréia do Sul, além de alguns novos países importadores – provavelmente aumentem as importações, os principais exportadores precisarão encontrar um novo equilíbrio entre oferta e demanda. O banco sinaliza também que há preocupações em torno da peste suína africana (PSA). A enfermidade continua influenciando a produção e os mercados de carne suína na Europa, Ásia e nas Américas. Para o segundo e terceiro trimestre, o Rabobank sinaliza alguns fatores que precisarão ser observados, como os casos de Covid-19 e suas restrições nos principais países produtores e consumidores de carne suína, os surtos de peste suína africana e outras doenças animais, as biotecnologias ou vacinas para os casos de Covid-19 e PSA e a erupção vulcânica em Tonga e seus impactos potenciais no clima, produção de energia e na produção agrícola. O Rabobank elaborou alguns destaques com relação a importantes países demandadores de carne suína. A demanda fraca por carne suína pressiona os preços na China, mas a produção no país crescerá, impulsionada pela melhoria da qualidade dos animais. Embora o consumo esteja mais fraco, também por conta do impacto da Covid-19, o país tende a elevar as importações de carne suína, como uma alternativa aos elevados preços da carne bovina. O excesso de oferta na Europa mantém uma pressão baixista sobre os preços. A PSA se espalha para o norte da Itália, potencialmente complicando o comércio. EUA. A redução da oferta de suínos no 1o semestre deste ano apoiará os preços e ajudará a compensar o aumento dos custos. A Covid-19 vem interrompendo os abates e a distribuição de carne suína, ameaçando a demanda. No Brasil o tempo seco elevou novamente os preços dos alimentos. Espera-se que o ano eleitoral traga mais volatilidade ao mercado de suínos do país. Os surtos de Covid-19 e de PSA vêm afetando os mercados de carne suína do Sudeste Asiático. A produção de carne suína no Vietnã e nas Filipinas crescerá neste ano, embora lentamente. No Japão a demanda por carne suína está enfraquecendo à medida que o covid-19 continua se espalhando. As importações de carne suína seguem fortes, pois a carne bovina é mais cara.
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