Ano 7 | nº 1603 | 28 de outubro de 2021
NOTÍCIAS
Boi: preços da carne voltam a cair no atacado, diz Safras & Mercado
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os preços da carne bovina voltaram a cair no atacado em virtude de os frigoríficos estarem com as câmaras frias lotadas
Segundo a consultoria, as quedas são mais fortes no dianteiro e na ponta de agulha. No mercado físico, as cotações também recuaram e em São Paulo, capital, a arroba passou de R$ 264 para R$ 262, na modalidade a prazo. Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo recuaram e praticamente anularam a forte alta do dia anterior em virtude da falta de avanço em relação à retomada das exportações para a China. O ajuste do vencimento para outubro passou de R$ 264,35 para R$ 259,25, do novembro foi de R$ 283,30 para R$ 272,05 e do dezembro foi de R$ 293,85 para R$ 287,90 por arroba.
AGÊNCIA SAFRAS
Boi gordo: escalas confortáveis em São Paulo
Os compradores abriram mais um dia derrubando a cotação do boi gordo em R$2,00/@
O maior volume de boiadas ofertadas permitiu escalas de abates confortáveis e, desse modo, os compradores endureceram as negociações. Nas praças paulistas, os compradores abriram mais um dia derrubando a cotação do boi gordo em R$2,00/@ e R$4,00/@ para a vaca e novilha gordas, na comparação feita dia a dia. Assim, o boi gordo ficou cotado em R$263,00/@, a vaca em R$255,00/@ e a novilha em R$269,00/@, preços brutos e a prazo. Na região Oeste do Maranhão, a cotação do boi gordo caiu 1,9% em relação ao fechamento de terça-feira (26/10), ou R$5,00/@, e ficou cotada em R$263,00/@, considerando o preço bruto e a prazo, R$262,50/@, com desconto do Senar, e R$259,00/@ com desconto do Funrural e Senar.
SCOT CONSULTORIA
Agrifatto desmente entrada de carne na China. O gelo continua perto de 2 meses
Carne brasileira se mantém impedida de entrar na China após quase dois meses
Os negociantes da pecuária de corte entraram a quarta-feira ansiosos pela confirmação de que o gelo da China sobre as importações de carne bovina brasileira havia finalmente se rompido, faltando seis dias para se completar dois meses do embargo imposto ao Brasil. Mas a Agrifatto, que deu a notícia, na véspera, de que uma carga estacionada no país havia sido liberada para entrar, desmentiu a sua fonte. Com o suporte da Ministra da Agricultura e Pecuária, Teresa Cristina, a consultoria divulgou nota que a “a carga não procedeu com o despacho” e a suspensão, determinada após os episódios do mal da vaca louca (atípica, sem contágio) não foi levantada ainda. A informação divulgada pela Agrifatto foi dada por um importador, atuando na China desde 2005, cuja carne a qual se referia como liberada estava sob sua tutela no porto de Xangai.
MONEY TIMES
Portaria aprova procedimentos para habilitação de estabelecimentos e para o trânsito e certificação sanitária de produtos de origem animal
A nova norma detalha as situações em poderá ocorrer a suspensão da habilitação do estabelecimento com SIF e também a simplificação de procedimentos de certificação
foi publicada nesta terça-feira (26)
A Portaria nº 431 aprova os procedimentos de trânsito e de certificação sanitária de produtos de origem animal e de habilitação para exportação de estabelecimentos nacionais registrados junto ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária. A normativa revisa as Instruções Normativas nº 27/2008 e 23/2018 que tratam dos temas. Em relação à habilitação de estabelecimentos sob o Serviço de Inspeção Federal (SIF), a nova norma busca detalhar os procedimentos e as situações em poderá ocorrer a suspensão da habilitação do estabelecimento ou da sua produção, bem como a exclusão dele da lista de habilitação. No que se refere ao trânsito e à certificação sanitária de produtos de origem animal, a normativa buscou simplificar e desburocratizar os procedimentos, dando maior transparência e segurança ao processo de certificação brasileira. Entre as novidades, está a implementação do sistema informatizado da Declaração de Produtos de Origem Animal (DCPOA) que trará padronização na forma de solicitação do certificado sanitário em todo o Brasil, além de permitir a avaliação dos documentos base para certificação por via eletrônica. Outra medida adotada é a dispensa da lacração de veículos de produto de origem animal, seja comestível ou não comestível, que antes só era permitida para veículos de produtos de origem animal não comestíveis. Também estão previstas no novo procedimento o uso da DCPOA para o trânsito interno de produtos de origem animal, quando assim determinado pelo Departamento de Saúde Animal da SDA, e instituição da DCPOA como documento de respaldo do trânsito dos resíduos de abate oriundos de estabelecimentos registrados no DIPOA, eliminando a necessidade da emissão de certificado sanitário nacional. Aos estabelecimentos fabricantes dos produtos de origem animal, fica estabelecido a responsabilidade da análise de laudos laboratoriais para atendimento à requisitos sanitários exigidos pelos países importadores.
MAPA
Envio de informações àChina sobre carne do Brasil está em fase final, diz ministra
Tereza Cristina acredita em reabertura do mercado chinês no “curtíssimo prazo”; exportações estão paralisadas desde 4 de setembro
A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, negou que a relação diplomática entre Brasil e China esteja estremecida e afirmou não ver como ato político a manutenção do bloqueio chinês à carne bovina brasileira, que já dura quase dois meses. Ela disse que mantém conversas eminentemente técnicas com os chineses e que a troca de informações necessárias para a reabertura do mercado está em fase final. Em entrevista à CNN, a Ministra esclareceu que, até o momento, nenhuma carga brasileira de carne entrou na China. Ontem, circulou a informação de que uma carga havia sido liberada no porto de Xangai. O Valor informou que houve apenas uma sinalização com o pedido da documentação necessária para o ingresso do produto em território chinês. “Temos contêineres chegando à China, mas ainda não houve liberação de nenhum”, disse. Tereza Cristina não estipulou prazo para a reabertura das exportações, mas refutou a possibilidade de que o embargo seja uma retaliação às críticas feitas pelo Presidente Jair Bolsonaro ao país asiático. As exportações foram suspensas voluntariamente pelo Brasil, como manda o protocolo bilateral, em 4 de setembro, após a identificação de dois casos atípicos do mal da “vaca louca” em Mato Grosso e Minas Gerais. “Eles pedem informações sobre a análise de risco do sistema brasileiro para fazer essa detecção”, afirmou na entrevista. As conversas lideradas pela Pasta ainda não evoluíram para um desfecho, mas a Ministra espera que a reabertura aconteça no “curtíssimo prazo”. “Estamos avançando (…) Dentro do que eles vêm pedindo de informações, agora estamos na fase final de informações”, emendou. Tereza Cristina disse que não acredita que a morosidade para a liberação das cargas seja uma estratégia comercial para reduzir os preços da carne bovina importada pela China. “Isso são estratégias, políticas internas, mas a parte sanitária o Ministério da Agricultura tem tratado com lisura e transparência para que não fique dúvida de que a gente pode garantir a qualidade dos nossos alimentos”. Com o aumento recente da produção interna e do estoque de carne suína na China, a queda das exportações da proteína bovina brasileira já era esperada, disse a ministra. A urgência para a retomada dos embarques, lembra ela, deve-se ao fato de o produto já estar pronto e, em grande parte, pago pelos chineses. “A carne está pronta e não tem mais qualquer risco, mas os técnicos precisam dar o ok para que a gente possa mandar, até porque 40% dessa carne os exportadores brasileiros recebem mesmo antes de ela chegar à China”.
VALOR ECONÔMICO
Brasil sofre para liberar na China carne certificada antes de suspensão de exportações
Primeiros lotes do produto enviados ao país após o embargo foram impedidos de entrar
Os primeiros lotes de carne bovina brasileira enviados à China após um embargo anunciado há mais de 50 dias chegaram ao destino e foram impedidos de entrar, frustrando exportadores que estavam confiantes de que poderiam ingressar com produtos certificados antes da suspensão por casos atípicos da doença “vaca louca”, conforme fontes e analistas ouvidos pela Reuters. Parte da indústria ainda acreditava que o embargo cairia enquanto as cargas estivessem sendo transportadas, e agora sofre o impacto de maiores custos logísticos. Se uma liberação não for breve, é possível que novos contêineres se acumulem nos portos chineses, uma vez que o Brasil exportou volumes recordes em setembro, sendo mais da metade à China. Caso o embargo não seja retirado, os carregamentos podem ser redirecionados a outros mercados. Este risco havia sido antecipado em reportagem da Reuters publicada no mês passado. Na quarta-feira a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reforçou em entrevista à TV CNN Brasil que a pasta não possui informações oficiais relacionadas ao tema e ressaltou que a China não liberou a entrada de nenhum contêiner brasileiro da proteína bovina após o embargo. A ministra ainda disse que o Brasil segue em contato com as autoridades chinesas, mas não há nada definido, e espera que as exportações sejam restabelecidas o mais rápido possível. Questionada, a alfândega da China não respondeu de imediato a um pedido de comentários. “Algumas cargas minhas foram produzidas em agosto, certificadas antes da suspensão, mas saíram depois do dia 4, e quando chegaram lá o importador fala que não pode fazer o desembaraço”, disse um exportador à Reuters na condição de anonimato. Ele afirmou que enviou, ao todo, 22 contêineres com destino à China nestas condições, com 27,5 toneladas de carne em cada, totalizando cerca de 600 toneladas. Os primeiros lotes começaram a chegar no dia 11 de outubro e há desembarques previstos até o dia 29. “A carga que já chegou está lá parada. Os contratos de exportação costumam deixar permanecer no pátio sem custo entre 11 e 14 dias, dependendo da companhia marítima. A partir disso, começa a ser cobrada uma diária que nós já vamos começar a pagar”, disse ele. Segundo o executivo, autoridades do Ministério da Agricultura estão, primeiramente, tentando solucionar a questão das cargas rejeitadas pelos chineses, além de negociar o fim do embargo. Por isso, ele disse que pretende aguardar mais um pouco antes de redirecionar os lotes, na expectativa de que haja uma solução que permita a entrada da carne na China. Na visão da Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, a demora acima do esperado na retomada de compras pela China tem como “pano de fundo” questões que extrapolam o acordo sanitário entre os dois países, e incluem “ruído político” e estoques de proteína maiores no país asiático, disse um executivo da empresa em evento nesta quarta-feira. Uma outra fonte da indústria disse à Reuters, na condição de anonimato, que há relatos de um frigorífico que também teve suas cargas rejeitadas pelos chineses e estaria articulando o redirecionamento da proteína para Hong Kong. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Iglesias, os principais casos de cargas rejeitadas pelos chineses aconteceram no porto de Xangai e os frigoríficos avaliam realocar lotes em outros mercados asiáticos, como Irã e Vietnã, ou aguardar em ‘hubs’ na China até que haja a normalização do embarque. “Houve tentativa de colocar essas cargas no Irã e também no Vietnã, não são operações simples e esses importadores não pagariam os mesmos preços de contratos que a China tinha firmado pela carne bovina brasileira”, disse ele.
REUTERS
ECONOMIA
BC eleva taxa de juros Selic em 1,5 ponto, para 7,75% ao ano
Foi a sexta alta seguida
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou na quarta-feira a taxa básica de juros Selic em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano, conforme era esperado pela maior parte do mercado. A decisão foi unânime. Foi a sexta alta seguida – em setembro, a elevação foi de 1 ponto percentual. Para a próxima reunião, nos dias 7 e 8 de dezembro, o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O colegiado, mais uma vez, deixou em aberto a possibilidade de mudar de estratégia, se as circunstâncias mudarem. “O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, disse o comunicado que acompanha a divulgação da decisão de política monetária. Os diretores do BC apontam que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal aumentaram a “assimetria altista no balanço de riscos” para a inflação. Segundo a autoridade monetária, houve uma deterioração no balanço de riscos e um aumento de projeções para os índices de preços, o que justifica a opção por elevar os juros e, com isso, tentar fazer a inflação convergir para as metas. O Copom diz que seu horizonte “inclui os anos calendário de 2022 e 2023”. O colegiado continua a ver riscos tantos altistas quanto baixistas para a inflação. “Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico”, diz. “Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país.” “Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no território contracionista”, diz o texto. Além disso, “sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.
VALOR ECONÔMICO
Dólar perde terreno contra real
O dólar negociado no mercado interbancário caiu 0,31%, a 5,5553 reais. Na B3, onde os negócios vão além das 17h, o dólar futuro tinha queda de 0,31%, a 5,5530 reais
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou sua decisão sobre os juros básicos ainda na quarta-feira, a partir de 18h30 (de Brasília). A expectativa de várias instituições financeiras importantes é de que a autarquia elevará a taxa Selic em 150 pontos-base, pressionada pelas crescentes expectativas de inflação e deterioração da credibilidade fiscal do Brasil. Para o Citi, que esperava elevação de 150 pontos-base, a probabilidade de o Banco Central manter o ritmo de alta de juros das últimas reuniões, de 100 pontos-base, parece “quase desprezível” neste momento. O credor chamou a atenção em relatório de quarta-feira para o recente enfraquecimento do regime fiscal do país, após ameaças concretas ao teto de gastos, e para “sinais iniciais” de desancoragem das expectativas de inflação de longo prazo. A decisão do Banco Central afetará o diferencial de juros entre o Brasil e outras economias, o que pode ter impacto no fluxo de ingresso de recursos no país, e, consequentemente, afetar o mercado de câmbio. No geral, especialistas enxergam custos mais altos dos empréstimos como benéficos para a moeda brasileira, uma vez que tornam o mercado de renda fixa local mais atraente. O Citi, no entanto, disse em nota que a alta incorporada em seu cenário, de 150 pontos-base, teria impacto limitado sobre o real, uma vez que já parece bastante precificada pelos participantes do mercado. “Elevações de juros de emergência geralmente conseguem estabilizar uma divisa por mais tempo, mas isso sugeriria (aumento de) mais de 200 pontos-base, que parece não estar sobre a mesa.” Além da política monetária, investidores ficaram de olho na quarta-feira nas notícias em torno da PEC dos Precatórios, que muda a sistemática de pagamento dos precatórios e abre espaço fiscal no teto de gastos de mais de 80 bilhões de reais.
REUTERS
Ibovespa perde fôlego e fecha com alta discreta antes de decisão de juros
O Ibovespa fechou com uma alta discreta na quarta-feira, perdendo fôlego no fim do pregão, com a cautela prevalecendo antes de decisão de política monetária do Banco Central e o risco de um aumento mais forte na Selic
Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,1%, a 106.524,22 pontos, de acordo com dados preliminares, após superar os 108 mil pontos na máxima da sessão (+1,7%). O volume financeiro somava 25,2 bilhões de reais.
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Dívida pública federal cai 0,7% em setembro, custo das emissões sobe
A dívida pública federal do Brasil caiu 0,68% em setembro sobre agosto, a 5,443 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional na quarta-feira, num mês marcado por encarecimento das emissões em meio aos temores de deterioração nas contas públicas
No Plano Anual de Financiamento (PAF), a perspectiva é que a dívida geral feche 2021 entre 5,5 trilhões de reais e 5,8 trilhões de reais. Em setembro, a dívida pública mobiliária interna teve recuo de 0,98%, a 5,186 trilhões de reais, em função do resgate líquido de 90,26 bilhões ocorrido no mês, que compensou a apropriação positiva de juros de 38,72 bilhões de reais. Enquanto isso, a dívida externa cresceu 5,83% sobre agosto, a 257,70 bilhões de reais, num mês de forte avanço do dólar frente ao real, embalado por temores de flexibilização fiscal relacionada ao auxílio aos mais vulneráveis. Em apresentação, o Tesouro afirmou que os leilões realizados ao longo do mês refletiram o movimento da curva de juros, com aumento no custo das emissões. O custo médio das emissões em oferta pública da dívida interna subiu a 6,9% ao ano, de 6,4% em agosto, ao passo que o custo médio do estoque da dívida total acumulado em 12 meses avançou a 7,8%, de 7,6% no mês anterior. O movimento na curva de juros prosseguiu neste mês, especialmente após o governo reconhecer que mirava um drible na regra do teto de gastos para acomodar uma expansão temporária do novo Bolsa Família, que valerá apenas para o ano que vem. Em mensagem, o Tesouro destacou que “voltou a ajustar as suas emissões em função das condições de mercado, optando por reduzir os lotes em momentos de maior volatilidade” em meio à percepção de maior risco fiscal. Em gráfico, o Tesouro apontou que o CDS, que mede o risco associado ao país, subiu quase 11% em outubro, na contramão da queda observada em países emergentes como Chile, México, Colômbia e Peru. Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna subiu a 10,1% em setembro, sobre 9,8% no mês anterior. Já quanto à composição, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na dívida pública federal, a 33,95% do total, abaixo dos 36,11% de agosto. No PAF, o intervalo fixado para o ano é de 33% a 37%. Os títulos prefixados avançaram a 32,58% da dívida, ante 31,86% no mês anterior, frente a uma meta de 31% a 35% para 2021. Os papéis indexados à inflação, por sua vez, elevaram a fatia a 28,48% da dívida total, ante 27,35% em agosto, sendo que a referência para este ano é de 26% a 30%.
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Confiança da indústria no Brasil cai em outubro pelo 3° mês consecutivo, diz FGV
A confiança da indústria no Brasil caiu pelo terceiro mês consecutivo em outubro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quarta-feira, com incertezas em várias frentes afetando a percepção dos empresários tanto sobre o momento atual quanto sobre o futuro do setor
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,2 ponto, a 105,2 pontos, sua terceira queda mensal consecutiva. Apesar da leitura negativa, o ICI continua acima de patamares pré-pandemia. Em outubro, o Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, recuou 0,9 ponto, a 108,3 pontos, mínima desde setembro de 2020 (107,3 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, caiu 1,7 ponto, para 101,9 pontos, menor patamar desde maio deste ano (99 pontos). Claudia Perdigão, economista da FGV IBRE, disse em nota que o otimismo quanto à situação do segmento industrial para os próximos meses retornou a nível próximo do considerado neutro, indicando expectativa de manutenção do cenário atual. “Essa avaliação ocorre em meio a pressões de custos, desemprego elevado, instabilidades econômicas e institucionais persistentes, tornando a conjuntura futura mais incerta e menos favorável a planos de expansão da produção”, explicou Perdigão. Indicadores de inflação domésticos bem mais altos do que o esperado tem elevado as expectativas do mercado para a alta dos preços no Brasil, enquanto dados recentes sobre o mercado de trabalho mostraram criação de vagas formais de trabalho mais fraca do que o projetado no mês passado.
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IBGE aponta influência de juros e inflação no mercado de trabalho
“A gente sabe que a questão dos juros e da inflação acaba comprometendo planos de expansão de investimentos e da própria percepção desses possíveis empregadores e até dos conta própria”, diz coordenadora do instituto. No trimestre móvel até agosto, o país tinha 13,7 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, sem encontrá-lo
O contingente de desempregados no país ainda é elevado e sua redução depende da dinâmica da economia, que sofre influência da inflação e dos juros. A observação partiu da Coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Adriana Beringuy. No trimestre móvel até agosto, o país tinha 13,7 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, sem encontrá-lo. O número aponta retração de 7,7% frente ao trimestre anterior (1,1 milhão de pessoas a menos) e queda de 1% frente a igual período do ano anterior. Apesar do recuo, o total de desempregados ainda é alto, reforçou a coordenadora. “A população desocupada chegou a quase 15 milhões […], mas de fato, é um contingente de desocupados muito alto ainda, são 13,7 milhões de pessoas pressionando o mercado. O quanto elas serão afetadas em termos de conseguir a vaga, de ocupação, vai depender da dinâmica da economia”, afirmou. Adriana citou especificamente a possível influência de juros elevados e da inflação e reconheceu o efeito no mercado de trabalho. “A gente sabe que a questão dos juros e da inflação acaba comprometendo planos de expansão de investimentos e da própria percepção desses possíveis empregadores e até dos conta própria. É o trabalhador que encontra dificuldades, seja de adquirir seus produtos e fazer comercialização, ou dificuldade de levantar recursos, o crédito ficando mais caro. […] Acaba sendo efeito encadeado que vai interferir sim no mercado de trabalho. Pode refletir na maior ou menor dificuldade dessa recuperação.” A inflação e o maior contingente de trabalhadores informais no mercado foram citados como elementos que influenciaram nas quedas da renda média dos trabalhadores brasileiros no trimestre até agosto de 2021 – de 4,3% frente ao trimestre anterior e de 10,2% em relação a igual período e 2020. Essas baixas foram recordes para a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012. “De fato, tendo na sua composição mais trabalhadores informais, que são aqueles de menor rendimento, isso impacta no rendimento total da população ocupada. A gente sabe que isso vem crescendo. Então, tem tanto um efeito composição como também um efeito de inflação, contribuindo para que haja uma perda real do rendimento”, afirmou ela. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores (considerando a soma de todos os trabalhos) foi de R$ 2.489 no trimestre móvel até agosto de 2021. Já o total de trabalhadores informais chegou a 37,1 milhões no período, o que significa uma taxa de informalidade de 41,1%. No trimestre anterior, a taxa havia sido de 40,0% e, em igual trimestre de 2020, foi de 38,0%.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Preços do suíno sobem na China, enquanto o mercado se contrai antes do inverno
Os futuros de suínos vivos na China, o maior produtor mundial da proteína, subiram de seu limite diário para o nível mais forte em dois meses em meio ao otimismo sobre um aumento sazonal na demanda
Os futuros de suínos para entrega em janeiro, época em que a demanda por carne suína aumenta antes do Ano Novo Lunar, disparou 7%, para 17.470 yuans (US $ 2.737) a tonelada em Dalian, antes de reduzir o ganho para pouco mais de 5%. Mesmo depois de uma recuperação no mês passado, o contrato mais ativo ainda está mais de 40% abaixo da alta de fevereiro. Uma tendência semelhante é observada no mercado à vista. A demanda por alimentos normalmente aumenta nesta época do ano, à medida que lojas e restaurantes reabastecem e itens como salsichas e carne de porco defumada são preparados antes do inverno, disse Jim Huang, chefe da China-America Commodity Data Analytics, uma empresa de consultoria independente com foco em agricultura. Enquanto isso, a oferta pode ter sofrido porque o peso médio do mercado para suínos caiu depois que os preços caíram nos últimos meses, disse Huang. A recente alta nos futuros de suínos vivos também é causada por criadores que cobrem suas posições vendidas na crença de que a liquidação deste ano foi longe demais, disse Lyu Pin, analista da Everbright Futures Co. em Dalian. Mas o potencial para novos aumentos de preços é limitado porque ainda há muita oferta no setor em relação à demanda, disse ele. A produção de carne suína na China saltou 38% nos primeiros nove meses do ano, para 39 milhões de toneladas, disse à agência de estatísticas do país na semana passada, enquanto o número de suínos subiu 18% no ano para 437,6 milhões no final de setembro, destacando a recuperação da África peste suína. Os produtores de suínos previram grandes perdas por causa dos preços baixos da carne suína e do aumento dos custos da ração. Qualquer sinal de que o aumento dos preços dos alimentos veio para ficar adicionará uma miríade de desafios que a China enfrenta agora, desde a escassez de energia até uma economia em desaceleração e aumento nos preços ao produtor.
Bloomberg
INTERNACIONAL
Casos e mortes por covid-19 em frigoríficos dos EUA foram três vezes maiores que o estimado e somam 59 mil, segundo investigação
Subcomitê da Câmara dos Representantes aponta que infecções e óbitos podem ser ainda mais numerosos, uma vez que os dados fornecidos, em algumas situações, excluem casos confirmados por testes externos
Uma investigação feita pelo Subcomitê de Crise para o Coronavírus, da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, apontou que o número de infecções e mortes por covid-19 com origem em frigoríficos do país foi cerca de três vezes maior do que se imaginava. A apuração dos deputados obteve documentos junto aos cinco maiores do país – JBS USA, Tyson Foods, Smithfield Foods, Cargill e National Beef (controlada da Marfrig). No primeiro ano da pandemia, pelo menos 59 mil funcionários contraíram covid-19, o que levou a 269 mortes. Esse número é mais que o triplo das 22,7 mil contaminações e 88 mortes estimadas anteriormente por essas empresas, que são responsáveis por 80% do mercado de carne bovina e 60% do de suína. “A pandemia de coronavírus exacerbou as já perigosas condições de trabalho em alguns frigoríficos do país, forçando os trabalhadores a arriscar sua saúde e segurança pessoais – e de suas famílias e comunidades –, enquanto trabalhavam em condições superlotadas para tentar manter a América alimentada”, disse o subcomitê, em nota. Em vez de abordar as indicações claras de que os trabalhadores contraíam o coronavírus em taxas alarmantes devido às condições nos frigoríficos, alguns deles priorizaram os lucros e a produção em detrimento da segurança do trabalhador, prossegue o subcomitê. Ainda de acordo com a apuração, existiram casos em que as empresas incentivavam os funcionários a voltar ao trabalho mesmo sem implementar totalmente as medidas de prevenção. Em outros exemplos, as condições de proteção oferecidas eram aquém do ideal, como separação improvisada com sacos plásticos em armações e uma baixa oferta de máscaras, o que gerava proteções “saturadas de suor ou outros fluidos”. O Subcomitê da Casa dos Representantes iniciou sua investigação em fevereiro de 2021 para tentar compreender o impacto da pandemia de covid-19 entre os trabalhadores da indústria de frigoríficos dos EUA.
VALOR ECONÔMICO
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