Ano 7 | nº 1454| 29 de março de 2021
NOTÍCIAS
Boi gordo: mesmo com vendas menores, arroba mantém alta no preço
A oferta de animais restrita segue como principal ponto para justificar o comportamento dos preços nas últimas semanas
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos na sexta-feira, 26, em mais um dia de inexpressivo fluxo de negócios. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a oferta de animais terminados permanece restrita em grande parte do país, e este é “sem dúvida” o principal ponto para justificar o comportamento dos preços nas últimas semanas. “A tendência é que mesmo durante o mês de abril não haja significativo avanço do volume ofertado, ou seja, o mercado terá de conviver com um período prolongado de restrição de oferta.”, assinala Iglesias. A demanda doméstica de carne bovina segue como grande contraponto, avaliando todas as dificuldades macroeconômicas previstas para o ano corrente. A necessidade de medidas ainda mais severas de isolamento social influencia no processo de retomada da economia. Esse tipo de ambiente reforça a tendência de consumo de proteínas mais acessíveis, que causem um menor impacto na renda média, portanto o consumidor médio seguirá optando pela carne de frango. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 316, ante R$ 315 – R$ 316 na quinta-feira. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, inalterado. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 305, estável. O valor também permaneceu inalterado em Cuiabá, com a arroba em R$ 303. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 310, ante R$ 309 – R$ 310 a arroba. No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram de estáveis a mais altos. Conforme Iglesias, a tendência de curto prazo remete a movimentos de alta concentrados em cortes menos nobres, avaliando a extensão das medidas de distanciamento social em muitos estados, limitando importantes setores demandantes encabeçados por restaurantes, bares e outros estabelecimentos. O eventual anúncio do auxílio emergencial teria capacidade para melhorar o consumo de uma parcela da população, no entanto essa demanda se concentraria em proteínas mais acessíveis. Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,30 o quilo, e a ponta de agulha subiu de R$ 16,50 o quilo para R$ 17 o quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Cotação da arroba do boi gordo subindo
Nas praças paulistas, o mercado está comprador e os preços subiram na última sexta-feira (26/3) para as três categorias de bovinos destinados ao abate
A oferta ainda enxuta de boiadas, a semana mais curta, com feriado na sexta-feira (2/4), e a expectativa com a virada de mês e possível melhora no consumo, explicam as altas. Segundo levantamento da Scot Consultoria, o boi gordo e a vaca gorda subiram R$2,00/@ e ficaram cotados, respectivamente, em R$314,00/@ e R$285,00/@, preços brutos e a prazos. Para a novilha gorda, o aumento foi de R$1,00/@, apregoada em R$303,00/@, nas mesmas condições.
SCOT CONSULTORIA
Frigoríficos têm espaço para avançar na China
Estudo da Roland Berger confirma que os próximos três anos serão ideais para crescer no país
Embora a China esteja investindo na recuperação de seu rebanho de suínos e fortalecendo a cadeia produtiva de aves, ainda haverá muito espaço para carnes importadas no país nos próximos anos. Essa janela, contudo, tende a se estreitar a partir de meados desta década. Assim, para não perderem o grande mercado que conquistaram, os frigoríficos brasileiros terão que adotar novas estratégias comerciais, de preferência com presença local mais agressiva. Essa é a principal conclusão de um estudo recém-concluído pela consultoria alemã Roland Berger, que sugere que essas novas estratégias incluam investimentos na qualidade dos produtos, cuidados com a adequação das cadeias de valor às crescentes exigências sanitárias e ambientais e parcerias com players chineses. A corrida já começou, e concorrentes de outros exportadores, como os Estados Unidos, prometem endurecer a disputa. “A China é um mercado muito grande, com necessidades diferentes a depender da região. Para aproveitá-lo, os frigoríficos brasileiros têm que estar lá. Não necessariamente com abates, mas com operações comerciais mais sólidas e parcerias, por exemplo”, afirma António Bernardo, sócio e presidente da Roland Berger no Brasil e em Portugal. Segundo ele, o trabalho da consultoria comprovou que os chineses consideram as carnes brasileiras competitiva, mas que, em geral, as vendas são dominadas por produtos de baixo valor agregado. Segundo dados da ABPA, em 2020 os embarques de carne suína para a China cresceram 106% em relação ao ano anterior e atingiram 513,5 mil toneladas, ou 50,7% do volume total. No caso da carne de frango, os embarques do Brasil para a China somaram 673,2 mil toneladas em 2020, 15% mais que em 2019 (16% do total); no da carne bovina, apontou a Abrafrigo, que representa empresas brasileiras do segmento, foram 1,2 milhão de toneladas para China e Hong Kong no ano passado, ou US$ 5,1 bilhões (60,7% da receita total). A Roland Berger prevê que o consumo chinês de carnes crescerá 2,2% ao ano até 2025, para 70 milhões de toneladas, e que, apesar do aumento da produção local, será possível que o Brasil amplie as vendas ao país. Com a China como âncora, a consultoria projeta que os embarques brasileiros de carnes ainda crescerão 0,7% ao ano na próxima década, ante uma média anual de 1,2% nos últimos dez anos.
VALOR ECONÔMICO
ECONOMIA
Dólar tem maior alta semanal em 9 meses com aumento de risco político-fiscal e dúvidas sobre BC
O dólar fechou em forte alta na sexta-feira, acima de 5,74 reais, em meio a um expressivo movimento de compras defensivas diante de intensos ruídos sobre a postura do Banco Central em relação ao câmbio e da falta de perspectivas de fluxo e de melhora econômica de curto prazo. Na semana, o dólar saltou 4,68%, maior valorização desde a semana encerrada em 19 de junho de 2020 (+5,41%). Em março, a cotação sobe 2,46%, elevando os ganhos em 2021 para 10,58%
Na semana, o dólar teve a maior alta em nove meses, alavancado por um combo que inclui aumento de percepção de risco político-fiscal e fortalecimento da moeda no exterior. O dólar à vista subiu 1,25% na sexta, para 5,7406 reais. Na quinta-feira, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ser equivocada a visão de que intervenções no câmbio feitas pela autoridade monetária em dias em que o real está apreciando estariam ligadas ao cenário inflacionário e reforçou que o câmbio é flutuante. Nessa linha, circularam na sexta nas mesas de operação informações de que a equipe econômica teria debatido o custo/benefício de intervenções mais agressivas no câmbio e que, no fim, teria convencido a diretoria do BC a se afastar de maior ativismo. Em meio às dúvidas sobre a estratégia do Bacen, o mercado embute nos preços do câmbio nova deterioração das expectativas econômicas no Brasil, na esteira do recrudescimento da crise sanitária, que já afeta projeções para PIB, inflação e juros, enquanto outras economias aceleram a retomada da crise da Covid-19. O Credit Suisse rebaixou na sexta a estimativa de crescimento do PIB em 2021 de 3,7% para 3,2%. Para 2022, o prognóstico foi reduzido de 2,9% para 2,4%. Ao mesmo tempo, o banco privado passou a esperar mais inflação e Selic de 6,5% ao fim deste ano. “O Congresso aprovou um Orçamento irreal para 2021”, disse a XP em nota, avaliando ainda que uma “manobra fiscal” relacionada ao abono salarial de 2022, emendas parlamentares e o programa BEM aumentou a percepção de risco nos mercados. E com isso vem aumento do ruído político, com o Congresso mostrando mais descontentamento com a gestão da pandemia pelo Executivo. Relatórios de instituições financeiras voltaram a lembrar nos últimos dias que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é o único que pode aceitar abertura de processo de impeachment contra o Presidente Jair Bolsonaro.
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Ibovespa fecha em alta, mas recua na semana com pandemia e juros
A MARFRIG ON valorizou-se 21,1%, tendo de pano de fundo lucro líquido no quarto trimestre de 1,17 bilhão de reais, cerca de 43 vezes superior ao do mesmo período de 2019. Em 8 de abril, assembleia geral deverá ainda avaliar proposta para distribuir 141 milhões de reais em dividendos, equivalente a 50% do lucro líquido distribuível aos acionistas
O Ibovespa fechou no azul pelo segundo pregão seguido na sexta-feira, mas sem força para reverter as perdas dos primeiros pregões da semana, quando prevaleceram receios com o avanço da Covid, com a Europa ampliando medidas de restrição e o Brasil batendo recordes em números de mortos. Na sessão, o Ibovespa subiu 0,91%, a 114.780,62 pontos, mas acumulou perda de 1,24% na semana. Em março, ainda mostra acréscimo de 4,31%. No ano, a queda agora é de 3,56%. A Alemanha, principal economia da Europa, prorrogou um lockdown até 18 de abril, alimentando temores de atraso na sua recuperação econômicas, enquanto especialistas não descartam novas medidas na França, que viu os casos crescerem mesmo após o começo de um terceiro lockdown. No Brasil, que atingiu 303.462 mortos e 12.320.169 casos desde o começo da pandemia, economistas, ex-BCs, ex-ministros e empresários cobraram ações do governo para acelerar a vacinação e medidas de distanciamento social. Além da tragédia humana, preocupações com uma deterioração adicional da crise sanitária no país acentuaram apreensões com o quadro fiscal que, combinadas com números elevados de inflação, fizeram a curva de juros aumentar a inclinação, o que afeta o custo de capital das empresas. Também nesta semana o Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2021, que traz um remanejamento de mais de 25 bilhões de reais, boa parte destinada a emendas parlamentares. Na visão de alguns, há na proposta risco de fuga das restrições do teto de gastos, o que acende um sinal de alerta.
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Brasil recebe maior volume de investimento direto para fevereiro em 10 anos
A entrada de investimentos diretos no país foi de 9 bilhões de dólares em fevereiro, impulsionada por operações feitas entre matrizes e subsidiárias de multinacionais que operam no país, mostraram dados do Banco Central na quinta-feira
No ano, os investimentos diretos (IDP) já são mais do que o dobro do registrado no ano passado e o dado parcial de março aponta outra entrada expressiva de 5,8 bilhões de dólares até o dia 23. Mas o BC diz que ainda é cedo para falar em mudança de tendência para esses fluxos, que no ano passado despencaram como resultado da crise global da pandemia. “É cedo para dizer que é uma inflexão de curva, precisamos esperar para ver se tem uma nova perspectiva de resultados maiores para os próximos meses”, disse o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha. Em fevereiro do ano passado, o país recebeu 2,580 bilhões de dólares em IDP e o país fechou o ano com um fluxo de 34,2 bilhões de dólares, menos da metade do apurado em 2019. Se os investimentos na atividade produtiva mostram sinal de retomada, as aplicações de estrangeiros em carteira, por outro lado, ficaram negativas no dado parcial de março, em 1,944 bilhão de dólares. Se esse déficit na entrada de recursos para ações, fundos de investimento e títulos de dívida se mantiver até o final do mês, interromperá nove meses seguidos de fluxo positivo. Em fevereiro, os investimentos em carteira, que são mais voláteis que o IDP, somaram 3,586 bilhões de dólares, levando o saldo acumulado em 12 meses a ficar positivo pela primeira vez desde julho de 2018. O Brasil registrou um déficit em transações correntes de 2,326 bilhões de dólares em fevereiro, metade do rombo verificado no mesmo período do ano passado (4,662 bilhões de dólares), quando a economia doméstica ainda não estava sofrendo o impacto da pandemia da Covid-19, que derrubou a compra de bens e serviços estrangeiros. Em 12 meses, o déficit passou a 0,48% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 0,64% do PIB em janeiro. Para março, o BC projetou um déficit em transações correntes de 1,3 bilhão de dólares e IDP de 7,0 bilhões de dólares. Até o dia 23 deste mês, o fluxo cambial ficou positivo em 1,213 bilhão de dólares, disse ainda o BC.
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Confiança da indústria no Brasil cai a mínima em 7 meses em março, diz FGV
A confiança da indústria no Brasil apresentou piora em março a seu menor patamar em sete meses, refletindo os desafios representados pelo recrudescimento da Covid-19 no país, de acordo com dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgados na sexta-feira
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) teve queda de 3,7 pontos em março, a 104,2 pontos, seu menor patamar desde agosto de 2020, quando havia registrado leitura de 98,7. “A queda na confiança da indústria vendo sendo influenciada pelo aumento do pessimismo em relação aos próximos meses”, disse Claudia Perdigão, economista da FGV IBRE, em nota. Ela chamou a atenção especialmente para a perspectiva de diminuição da demanda atual e dificuldades previstas para os próximos meses diante do recrudescimento da pandemia no Brasil. “As medidas mais restritivas para contenção da Covid-19 em várias cidades e Estados, a lentidão do processo de vacinação e o período de interrupção dos benefícios emergenciais já afetam segmentos relevantes na indústria brasileira, como o de alimentos, que também vem apresentando dificuldades com falta de matérias primas e elevação dos custos”, explicou. O Índice de Situação Atual (ISA), que acompanha o sentimento dos empresários sobre o momento presente da indústria, teve queda de 3,5 pontos, para 111,4 pontos, mínima desde setembro de 2020. O Índice de Expectativas (IE), indicador das perspectivas para os próximos meses, recuou 3,8 pontos, a 97,1 pontos, seu menor patamar desde julho de 2020. Em janeiro, a indústria brasileira registrou alta da produção pelo nono mês seguido, de 0,4%, mas em desaceleração.
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FRANGOS & SUÍNOS
Peste suína na CHINA ainda beneficia exportações brasileiras
Novos casos são atribuídos a uma variante mais difícil de ser diagnosticada e ao uso de vacinas não aprovadas
A peste suína africana voltou a preocupar a China, e o avanço da doença promete mexer com o mercado de proteínas e de grãos neste ano. Maior país produtor e consumidor mundial de carne suína, a China voltou a relatar neste mês casos da doença que matou mais de 45% do rebanho chinês de suínos entre 2018 e o começo de 2020. O ressurgimento foi nas províncias de Sichuan e Hubei, que lideram a produção interna de porcos. Os novos casos são atribuídos a uma variante mais difícil de ser diagnosticada e ao uso de vacinas não-aprovadas. Logo que o problema surgiu, em 2018, a China começou a ampliar as importações de carnes. Depois, com a paulatina recuperação do rebanho de suínos, foram as importações de grãos que ganharam ainda mais força. Para Cesar de Castro Alves, analista do Itaú BBA, com os novos casos, o ritmo de recuperação do rebanho chinês de suínos poderá diminuir, mas não retroceder. “É possível que o crescimento diminua, mas não que haja retrocesso. O cenário ainda é muito bom para o Brasil”. Segundo Alves, a projeção de avanço de 14,3% na produção de carne suína da China em 2021 divulgada pelo adido agrícola do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) é razoável, mas o viés é de baixa. Se a previsão se confirmar, o volume alcançará 47 milhões de toneladas. Em relatório divulgado na semana passada, o Rabobank reduziu sua estimativa para o aumento da produção chinesa de suínos para entre 8% e 10%. Antes dos novos casos da doença, o banco estimava alta de 12%. Entre os sinais de que o avanço será menor está a queda do número de matrizes – de 3% a 5% entre dezembro e fevereiro. Ainda assim, o atual rebanho de porcas é 10% a 15% maior que o de um ano atrás. Alves estima que o país importará 4,6 milhões de toneladas de carne suína neste ano – o USDA calcula 4,5 milhões. Em 2020, foram 5,15 milhões de toneladas. “Mas, se a PSA avançar, o volume poderá voltar a 5 milhões de toneladas”, afirma o analista do Itaú BBA. Para os embarques totais brasileiros, o banco vê alta de 5% em 2021. Em 2020, foram 1 milhão de toneladas. Para o Rabobank, as importações chinesas de carne suína ficarão entre 3,9 milhões e 5 milhões de toneladas neste ano, ainda bem acima da média anual de 2,5 milhões de toneladas entre 2015 e 2019. O Brasil foi o quarto maior fornecedor da China em 2020 e respondeu por 9% das importações do país, atrás de UE (58%), EUA (17%) e Canadá (10%).
VALOR ECONÔMICO
Mercado de suínos fecha sexta-feira em queda, com @ chegando a R$ 100,00 em SP
Segundo análise do Cepea/Esalq, as vendas de carne nos mercados atacadistas seguem lentas, o que mantém em queda os valores da proteína. Foi a quarta semana consecutiva em que o Cepea verificou recuo nos preços
Para o animal vivo as baixas nas cotações têm sido intensas em São Paulo, cuja produção é mais direcionada ao mercado doméstico, bastante enfraquecido diante do agravamento da pandemia de covid-19, que resultou em restrições mais severas no comércio. Nos estados do Sul do País, pesquisas do Cepea mostram que as quedas nas cotações do animal vivo foram amenizadas pela influência das grandes indústrias exportadoras da região, com os embarques de carne suína registrando bom desempenho em março. Em São Paulo, segundo a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve queda de 2,91%/4,55%, atingindo R$ 100,00/R$ 105,00, enquanto a carcaça especial teve recuo de 2,44%/1,18%, valendo R$ 8,00/R$ 8,40 o quilo. No caso do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (25), o preço ficou estável em Minas Gerais, R$ 5,99/kg, e no Rio Grande do Sul, R$ 6,13/kg. Houve queda de 0,85% em São Paulo, valendo R$ 5,81/kg, recuo de 0,70% no Paraná, atingindo R$ 5,71/kg, e de 0,68% em Santa Catarina, fechando em R$ 5,83/kg.
Cepea/Esalq
Frango: mercado encerra a sexta-feira (26) ESTÁVEL
A semana de negociações para o mercado do frango se encerrou na sexta-feira (26) com cotações mistas, mas com pouca variação
De acordo com análise do Cepea/Esalq, parte dos agentes consultados pelo Cepea relatou muita dificuldade no escoamento da produção no mercado doméstico, devido ao acirramento das medidas restritivas quanto à abertura do comércio, que afetam significativamente as vendas da proteína a bares e restaurantes. Outros colaboradores do Cepea indicaram intensificação nos embarques da carne e aumento pontual de vendas, devido à tendência da população em criar estoques com o anúncio de medidas mais restritivas em muitas praças. Em São Paulo, segundo a Scot Consultoria, a ave na granja ficou com preço estável em R$ 4,70/kg, enquanto o frango no atacado caiu 0,53%, cotado em R$ 5,62/kg. No caso do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, não houve alteração de valor em Santa Catarina, valendo R$ 3,21/kg, e o preço subiu 0,61% no Paraná, chegando a R$ 4,94/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (25), tanto o preço da ave congelada quanto o da resfriada ficaram estáveis, respectivamente, R$ 6,40/kg e R$ 6,61/kg.
Cepea/Esalq
Adapi confirma dois focos de peste suína em Demerval Lobão (PI)
O Governo do Estado, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), confirmou a ocorrência de dois focos de peste suína clássica (PSC) no estado. Os focos foram confirmados no dia 22 de março, em dois criatórios de suínos para subsistência no município de Demerval Lobão
Em ambos os estabelecimentos os suínos doentes apresentaram conjuntivite, tosse, diarreia, apatia e febre, associados à morte de leitões. As propriedades foram interditadas pela equipe da Adapi (Serviço Veterinário Estadual) desde o primeiro atendimento. Após as interdições, 11 suínos foram sacrificados na quarta-feira (24) e foi feita a desinfecção das instalações e vazio sanitário. Os casos foram notificados à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a equipe da Adapi segue monitorando a região para rastrear possíveis vínculos epidemiológicos no município. “Estamos articulando a criação de um Comitê de Monitoramento da Peste Suína em Demerval Lobão, composto pela Adapi, Ministério da Agricultura, por meio da Superintendência do Piauí, Secretaria de Estado do Agronegócio, prefeitura do município e a iniciativa privada. Estamos hoje indo a Demerval Lobão e iniciaremos uma ação enérgica para conter os casos”, disse o Superintendente do Ministério da Agricultura no Piauí, Germano Coelho. O estado do Piauí faz parte da zona não reconhecida como livre de peste suína clássica, com outros 10 estados: Alagoas, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco). A ocorrência não altera a situação sanitária da zona livre de PSC reconhecida pela OIE.
Adapi
INTERNACIONAL
Confiança e compras de carne dos EUA em níveis recordes
Os americanos estão comprando mais carne bovina, suína, de frango e de cordeiro do que nunca
O aumento do tempo gasto em casa durante a pandemia parece ter causado um aumento de 20% nas vendas de carnes nos supermercados em 2020. Uma análise nacional dos EUA publicada recentemente mostra que três em cada quatro americanos concordam que a carne responde a dietas saudáveis e balanceadas (quase 20% a mais desde 2020), e 94% dizem que compram carne porque fornece proteína de alta qualidade. Quase todas as famílias americanas (98,4%) compraram carne em 2020 (IRI), e 43% dos americanos agora compram mais carne do que antes da pandemia, principalmente porque estão preparando mais refeições em casa. A proporção de refeições preparadas em casa atingiu o pico de 89% em abril de 2020 e permaneceu em 84% em dezembro (IRI), consideravelmente acima dos níveis pré-pandêmicos e afetando particularmente os Millennials que anteriormente eram mais propensos a comer. O número de compradores de carne que compraram alimentos online cresceu 40% em 2020, e a maioria dos compradores online (59%) espera continuar comprando quase a mesma quantidade online em 2021, sugerindo que os hábitos de compra de alimentos podem ter mudado permanentemente. Os americanos também estão adotando novos métodos de cozimento (a compra de fritadeira aumentou 24%) e se voltando para fontes digitais para se inspirar em receitas (o uso do YouTube aumentou 50%) e promoções (verificar postagens digitais sobre promoções aumentou 33%). O estudo Power of Meat 2021 foi conduzido pela 210 Analytics em nome do FMI, The Food Industry Association e Fundação do Meat Institute para Pesquisa e Educação de Carne e Aves, e foi publicado durante a American Meat Conference.
Eurocarne
PSA na Alemanha causa superávit mensal de 70 mil toneladas de carne suína na Europa
Até o momento, as autoridades alemãs contabilizaram 845 casos selvagens de peste suína africana (FSA) em seu território, situação que tem causado a desaceleração das exportações de carne suína, deixando um superávit de 70 mil toneladas por mês na União Europeia
Justin Sherrard, estrategista global de proteína animal do Rabobank, explicou que atualmente há 10 países que mantêm a importação de produtos suínos suspensos com o país alemão, um dos principais produtores da região com 55 milhões de animais abatidos em 2019. Ele antecipou que a situação na Alemanha continuará sendo um fator que afetará o comércio internacional de carne suína ao longo deste ano, já que não só parou de mandar carne para o exterior, mas por falta de fluxo de vendas, a importação de carne suína diminuiu animais. O especialista da instituição financeira explicou que entre setembro – mês em que foi registado o primeiro caso em território alemão – e novembro de 2020, as compras de leitões da Dinamarca e da Holanda diminuíram 25% e 31% respetivamente, apesar de serem os seus principais fornecedores. Para combater a propagação do vírus suíno, as autoridades da Alemanha, Polônia e República Tcheca concordaram em intensificar os esforços de caça para reduzir a população de javalis, principal vetor de infecção no continente europeu. Julia Kloeckner, chefe do Ministério da Agricultura alemão esclareceu que foram construídas cercas para evitar a passagem de animais infectados nas áreas afetadas, porém, ainda são necessárias medidas de maior controle e proteção.
Suinoculturaindustrial.com.br.
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