Ano 6 | nº 1392| 30 de dezembro de 2020
NOTÍCIAS
Ausência de vendedores movimenta os preços no mercado do boi gordo
Os compradores presentes no mercado do boi gordo na terça-feira (29/12) literalmente arregaçaram as mangas em busca de oferta de bovinos por causa da ausência dos vendedores no mercado e das escalas encurtando
Em São Paulo, o dia de ontem teve nova alta no mercado do boi gordo. As três categorias destinadas ao abate tiveram incremento de R$3,00/@ no comparado à última segunda-feira (28/12). Com isso, nas praças paulistas, as cotações do boi gordo, vaca gorda e novilha gorda estão em R$263,00/@, R$245,00/@ e R$253,00/@, preço bruto e à vista. A movimentação de alta foi observada em 17 das 32 praças pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria, com a ausência de vendedores como principal vetor das ofertas maiores.
SCOT CONSULTORIA
Boi gordo: escalas de abate não avançam e preços sobem no Brasil
Em São Paulo, houve registro de negócios pontuais a R$ 275 a arroba e até acima desta referência, dependendo do prazo
O mercado físico de boi gordo teve mais um dia de poucos negócios e com altas em algumas regiões na terça-feira, 29. Segundo o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, a oferta segue restrita, com grande parte dos pecuaristas ausente das negociações, impondo dificuldade para os frigoríficos avançarem as programações de escalas de abate do início de 2021, fator que vem garantindo sustentação aos preços. “Os pequenos volumes que aparecem são absorvidos a preços mais altos”, destaca Maia. Em São Paulo, aconteceram negócios pontuais a R$ 275 a arroba e até acima desta referência, dependendo do prazo. “Nos próximos dias o quadro não deve apresentar mudança e a expectativa gira agora em torno do ambiente de negócios após o período de festas, com pecuaristas retornando as negociações. Vale destacar que a oferta de boi confinado está curta e o boi de pasto deve atrasar no início do ano, por conta da seca registrada no país nos últimos meses. Outro ponto que merece atenção são os números de exportação”, complementa. Em Minas Gerais, os preços subiram. Na região de Uberlândia, a indicação de comprador ficou em R$ 260 à vista. Em Goiânia, os valores ficaram entre R$ 247/248 à vista. No Mato Grosso do Sul, as indicações avançaram. Em Campo Grande, a pedida ficou em R$ 249/250 a prazo, e em Dourados a arroba chegou a R$ 249/250 a prazo. No Mato Grosso, os preços seguem firmes. Em Cuiabá, a indicação de comprador permaneceu em R$ 246 a prazo. No mercado atacadista, os preços ficaram entre estáveis a mais altos. Conforme Maia, a demanda para os cortes mais nobres está aumentando com as festividades de final de ano. “Porém, o perfil de consumo tende a mudar um pouco após a virada de ano, com menor capitalização das famílias em um ambiente econômico difícil, além do risco de novos apertos devido à pandemia”, pondera o analista. Com isso, o corte traseiro aumentou 50 centavos, indo a R$ 19,90 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 14,60 o quilo, assim como a ponta de agulha, ambos estáveis.
AGÊNCIA SAFRAS
China pede que exportadores de carnes desinfetem cargas para evitar Covid-19
Os importadores e processadores de carne da China pediram aos exportadores em países com surtos de Covid-19 que intensifiquem as verificações nos embarques antes de os carregamentos serem enviados ao maior mercado do mundo, disse o principal grupo industrial do país
“A China tem importado uma grande quantidade de carnes este ano e detectou vírus nas embalagens de produtos da cadeia de frio muitas vezes, mesmo com muita desinfecção sendo feita internamente”, disse Gao Guan, porta-voz da China Meat Association, por telefone na terça-feira. “Deveria ser melhor lidar com isso (controle de vírus) nas origens exportadoras de carnes, e fazer a desinfecção nas unidades de produção”, pois o custo seria menor e a eficiência maior, acrescentou Gao. A China acelerou a desinfecção e os testes de vírus em alimentos congelados depois que encontrou o coronavírus em produtos e embalagens importados. As medidas aumentaram os custos, interromperam o comércio e irritaram os principais exportadores. O órgão da indústria sugeriu que os exportadores dos países atingidos pela Covid-19 deveriam desinfetar a embalagem externa dos produtos e a parte interna dos contêineres antes de lacrar os produtos de exportação, disse um comunicado publicado na conta oficial da associação no WeChat no fim de semana. A iniciativa foi proposta para “garantir a segurança dos alimentos importados da cadeia de frio e aumentar a confiança dos consumidores nos produtos importados da cadeia de frio”, disse o comunicado. A proposta surgiu depois que alguns grandes exportadores, incluindo JBS no Brasil, começaram a tomar medidas, incluindo ampla desinfecção de produtos e locais de armazenamento, para abastecer a China com produtos seguros, disse Gao. Os casos relatados mostraram que o contato com embalagens contaminadas com coronavírus poderia levar à infecção humana, disse a associação chinesa. A Organização Mundial de Saúde afirmou que o risco de contrair Covid-19 em alimentos congelados é baixo. As autoridades chinesas repetiram que esse risco era baixo, mas que ainda havia um risco. “O vírus é novo. Ainda estamos acumulando experiência ao lutar contra ele”, disse Gao. “Devemos nos reunir e discutir como usar a maneira mais científica, eficiente e de baixo custo para garantir a saúde pública e o comércio ao mesmo tempo”, acrescentou Gao.
REUTERS
Recorde nas exportações in natura em 2020
Até a quarta semana de dezembro, as exportações brasileiras de carne bovina in natura registraram um volume de 121,87 mil toneladas (Secex).
A média diária exportada (6,77 mil toneladas), está 4,4% menor que a registrada em dezembro de 2019 cujo desempenho fora de 7,08 mil toneladas (Secex). Apesar da queda, o volume embarcado até a quarta semana do mês, acrescido do acumulado no período, mostra um incremento de 8,8% nas exportações brasileiras de carne bovina in natura ante 2019, recorde, com volume de 1,70 milhões de toneladas.
SCOT CONSULTORIA
Demanda externa por couro bovino deve aumentar em 2021, mas oferta tende a ficar enxuta com a retenção de fêmeas
A expectativa é que as exportações de couro bovino registrem um crescimento em 2021 com o possível fim da pandemia de covid-19 e retomada da economia mundial. Os setores automobilístico e moveleiro devem contribuir para esse aumento na demanda internacional pelo o produto brasileiro
Segundo a Analista de Mercado da Scot Consultoria, Thayná Drugowick, é importante acompanhar como será o comportamento do dólar no próximo ano e a evolução da pandemia nos demais países. “A valorização do dólar frente ao real colabora com as exportações do couro bovino. No entanto, mesmo com o dólar alto no início de 2020, a menor demanda contribuiu com os ajustes negativos das cotações e um mercado mais travado no primeiro semestre”, destacou. O mercado de couro apresentou singela recuperação no primeiro bimestre de 2020, porém com o início dos efeitos da pandemia de covid-19 no mundo, as exportações ficaram travadas, derrubando a demanda internacional de couro e pressionando negativamente os preços do produto no mercado interno. A pandemia também afetou os embarques que registrou uma queda significativa nos volumes exportados. “Os portos estavam trabalhando com o quadro de funcionários reduzidos e demandavam tempo maior para o descarregamento das cargas, diminuindo o volume escoado do produto no mercado exterior e aumentando a oferta no mercado interno, pressionando negativamente os preços”, ressaltou. Já no segundo semestre, as exportações ganharam força, o volume embarcado está evoluindo em relação a 2019 e os preços têm apresentado recuperações. “Em meados de agosto, com a retomada gradual do comércio e com a flexibilização da quarentena, a exportação de couro voltou a crescer e os preços começaram a reagir. Isso associado a queda no número de animais abatidos, refletindo em ofertas enxutas e valorizações nos preços do produto no segundo semestre”, apontou a analista.
SCOT CONSULTORIA
ECONOMIA
Dólar cai 1% com otimismo externo em penúltima sessão do ano
O dólar fechou em queda de mais de 1% ante o real na terça-feira, mais do que devolvendo a alta da véspera, pressionado pelo otimismo global sobre mais estímulos em meio a expectativas de reabertura econômica diante do início de campanhas de vacinação em vários países
O dólar à vista caiu 1,10%, a 5,1827 reais na venda, depois de subir 0,66% na segunda-feira. A moeda oscilou nesta terça entre 5,248 reais (+0,14%) e 5,1652 reais (-1,44%). O índice do dólar –que mede o desempenho da divisa norte-americana contra seis pares– perdia 0,28% no fim da tarde, não distante das mínimas em mais de dois anos e meio atingidas menos de duas semanas atrás. Investidores voltaram as atenções para Washington, em busca de sinais de que um pacote de estímulo aumentado será aprovado pelo Senado norte-americano. A massiva liquidez injetada por governos e bancos centrais globais e a expectativa de mais estímulos no governo de Joe Biden a partir de 2021 ajudaram a deflagrar um rali de ativos de risco desde o começo de novembro. O real avança 11,2% desde então, enquanto um índice de moedas emergentes ganha 3,3%. Ainda assim, o real ainda amarga o segundo pior desempenho global em 2020, com queda nominal ante o dólar de 22,57%, à frente apenas do peso argentino, que recua 28%. A moeda brasileira foi pressionada neste ano pela queda dos juros e, sobretudo, pelas incertezas de ordem fiscal, num ano de fortes gastos para combate à pandemia. “A falta de empenho e coesão da base aliada do governo na Câmara com relação à agenda fiscalista mostrou como o início dos trabalhos no ano que vem ameaça incrementar o risco de descumprimento do teto de gastos”, disse Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. Várias medidas indicam que o real segue em forte desalinhamento em relação ao que seria seu valor “justo”. E, segundo analistas, esse “gap” deverá persistir em 2021, ainda que eventualmente em menor nível.
REUTERS
IBOVESPA: Rali mostra disposição do investidor para risco
Só em novembro e dezembro, Ibovespa subiu 27%; desde o piso de março, índice avançou 85%
Teve rali de fim de ano e o resultado para quem topou ativos de risco mesmo sob os efeitos adversos da pandemia na saúde, nos hábitos de consumo e na economia, não poderia ser melhor. O Ibovespa conseguiu zerar as perdas do primeiro semestre e fechou com alta de 3,25% até ontem, penúltimo pregão de 2020. Só em novembro e dezembro o índice acumulou valorização de 27%. Do piso de março, os ganhos foram de mais de 85% flertando com a histórica marca dos 120 mil pontos. A renda fixa também trouxe bons resultados, com ganhos de 7,8% para o IMA-B 5, que representa uma cesta de títulos públicos atrelados à inflação com prazo de até cinco anos. Na dianteira, entre as classes tradicionais, ficaram os ativos associados à proteção, com o ouro com ganhos de 56,4%, seguido pelo euro (41,4%) e o dólar (29,3%). Estímulos fiscais e juros baixos tendem a estimular migração para a bolsa, crédito e fundos de private equity e venture. Para 2021, a renda variável deve manter seu apelo movida pelo fluxo do investidor local e pelo capital externo. Para o real, a expectativa é de valorização ante o dólar. Ou seja, o cenário base de especialistas em investimentos é que o kit Brasil vai atrair dinheiro novo em 2021 se o quadro fiscal for minimamente preservado. Com políticas fiscais e monetárias expansionistas no mundo e a retomada de crescimento, o ambiente é propício para que a farta liquidez alimente ativos de risco, à medida que a vacinação avance, avalia Paulo Pereira Miguel, sócio e diretor de investimentos do Julius Baer Family Office. “É claro que tem os riscos locais, o fiscal sobretudo, mas por ora o cenário é de jogo empatado: de não ruptura com o teto de gastos, mas sem avanços para conter mecanismos de gastos obrigatórios. É algo típico de Brasil e desse governo, de empurrar com a barriga”, diz Miguel. A continuidade do capital externo para dar suporte à bolsa está mais relacionada ao tema global do que a qualquer virtude brasileira, destaca Miguel. A vacinação, combinada com retomada econômica, dólar mais fraco e uma posição técnica favorável a ativos brasileiros – ainda muito depreciados em dólar – é que tem atraído o estrangeiro. Dentro da Nest Asset Management, há dúvidas sobre a sustentação dos preços das commodities no mercado internacional, diz Otávio Vieira, sócio e gestor da área de crédito. A avaliação é que a bolsa deve ser guiada mais por papéis fora do Ibovespa. “Vai ser um ano mais de economia real e menos ‘viagem’ de valuation, em empresas que viraram moda e ficaram mais caras”. Para Vieira, da Nest, a inflação em algum momento vai surpreender e os juros terão que subir. “Tem faltado insumo, não houve investimento em novas plantas em anos anteriores e agora há um descompasso entre oferta e demanda”, diz. A Nest calcula que com o repique nos índices de preços, a Selic possa chegar a 5% em 2021. “As pessoas vão voltar a consumir serviços, vão reduzir a sua poupança ou até se alavancar de alguma forma. E as empresas não estão preparadas, as pequenas e médias estão com o cinto no último furo. O empresário se segurou para não aumentar preços em 2020, mas já vê pressão na margem porque tem faltado borracha, espuma, papelão, combustível, minério. Quando houver uma brecha, vai repassar.”
VALOR ECONÔMICO
Brasil inicia 4º tri com 14,1 mi de desempregados, mas com alta na população ocupada
O Brasil iniciou o quarto trimestre com aumento no número de desempregados diante da maior procura por emprego, mas ao mesmo tempo apresentou alta na população ocupada, indicando recomposição do mercado de trabalho
Entre agosto e outubro a taxa de desemprego foi a 14,3%, segundo os dados divulgados na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou bem acima da taxa de 13,8% vista no trimestre imediatamente anterior, de maio a julho, mas cedeu ante os 14,6% vistos no trimestre até setembro, máxima da série histórica da Pnad Contínua iniciada em 2012. O desemprego vem permanecendo em níveis extremamente altos no Brasil como consequência das medidas de contenção ao coronavírus, sendo o mercado de trabalho normalmente o último a se recuperar de crises. No período, o Brasil tinha 14,061 milhões de desempregados, um aumento de 7,1% sobre os três meses imediatamente anteriores e de 13,7% ante o mesmo período de 2019. O resultado reflete o fato de as pessoas terem passado a sair mais para procurar emprego diante do relaxamento das medidas de contenção. Mas o número de pessoas ocupadas também aumentou nos três meses até outubro, totalizando 84,301 milhões, aumento de 2,8% sobre o trimestre imediatamente anterior, mas queda de 10,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. “Esse cenário pode estar relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em afastamento. Nesse trimestre percebemos uma redução da população fora da força de trabalho e isso pode ter refletido no aumento de pessoas sendo absorvidas pelo mercado de trabalho e também no crescimento da procura por trabalho”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. “Ao longo do ano, acompanhamos a expansão da população fora da força de trabalho, de pessoas se retirando do mercado de trabalho, e nesse momento percebemos o retorno de parcela desses trabalhadores”, completa. Beringuy alerta, entretanto, que na comparação com o mesmo período de 2019 ainda há queda na ocupação. Os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada somavam 29,769 milhões nos três meses até outubro, de 29,385 milhões nos três meses imediatamente anteriores. Os que não tinham carteira assinada no período eram 9,470 milhões, de 8,691 milhões antes, mostraram os dados do IBGE, destacando que a maior parte do aumento no número de ocupados no período veio exatamente do trabalho informal, que soma os profissionais sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) ou sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família). Entre as atividades, quatro dos dez grupos observados na pesquisa se destacaram com crescimento na ocupação ante o trimestre anterior –Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%), Indústria (3,0%), Construção (10,7%) e Comércio e reparação de veículos automotores (4,4%).
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IGP-M dispara 23,14% em 2020 e tem maior avanço acumulado em 12 anos, diz FGV
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) encerrou 2020 com alta acumulada de 23,14%, no resultado mais elevado para um ano em 12 anos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira
A alta em 12 meses ficou bem acima da taxa de 7,30% com que o IGP-M terminou 2019, e é a mais forte desde 2002, quando o IGP-M subiu no ano 25,31%. A meta central de inflação do governo para os preços ao consumidor este ano é de 4%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. Em dezembro apenas, o IGP-M desacelerou a alta a 0,96% de 3,28% no mês anterior, ficando abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters para o dado mensal de uma alta de 1,13%. No mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, subiu 0,90%, de 4,26% em novembro, acumulando em 12 meses avanço de 31,63%. O destaque em 2020 ficou para o avanço de 59,96% das Matérias-Primas Brutas, embora tenham passado a cair 0,74% em dezembro depois de alta de 5,60% em novembro. “O grupo que exerceu maior pressão inflacionária no índice ao produtor por estágios de processamento cedeu no último mês de 2020. As principais contribuições para este movimento partiram das commodities: soja (11,91% para -8,93%), bovinos (7,40% para -0,58%) e milho (21,85% para -2,17%)”, explicou o Coordenador dos Índices de Preços, André Braz.
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Confiança de serviços no Brasil tem leve recuperação em dezembro, mas cautela persiste, diz FGV
A confiança de serviços no Brasil apresentou leve recuperação em dezembro, depois de ter recuado por dois meses consecutivos, sinalizando melhora na percepção sobre o momento atual e os próximos meses, apesar da forte cautela ainda presente entre os consumidores
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou na terça-feira que seu Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 0,8 ponto em dezembro, a 86,2 pontos, terminando o ano 10 pontos abaixo do nível registrado em 2019 (96,2 pontos). O Índice de Situação Atual (ISA-S), que mede a avaliação dos empresários sobre o momento presente do setor de serviços, teve alta de 0,9 ponto, a 80,7, mantendo um movimento de recuperação gradual iniciado em maio. O Índice de Expectativas (IE-S), indicador das perspectivas para os próximos meses, ganhou 0,7 ponto, a 92,0 pontos, após duas quedas consecutivas. Apesar do resultado favorável em dezembro, “é preciso ter cautela pois consumidores ainda estão bastante receosos diante do aumento do número de casos (de Covid-19) e da incerteza em relação à chegada da vacina no Brasil”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV-Ibre. “O cenário para os próximos meses é de continuidade da retomada, mas ainda existe um grande caminho até retornar ao nível pré-pandemia.”
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FRANGOS & SUÍNOS
Norma estabelece práticas para bem-estar de suínos, alojamentos sustentáveis
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou neste mês uma norma que estabelece parâmetros para o bem-estar de suínos
A Instrução Normativa nº 113 foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 18 de dezembro, visando melhorar o bem-estar dos animais, gerar melhores respostas imunológicas e uso racional de medicamentos. Os parâmetros devem ser seguidos pela cadeia produtiva e agentes fiscalizadores e visam orientar os produtores quanto às melhores alternativas para promover uma suinocultura mais sustentável e competitiva, com melhora gradual e contínua da atividade. A norma estabelece que o comportamento e a saúde dos animais devem ser monitorados pelo menos duas vezes ao ano, seguindo os indicadores e orientações estabelecidos nas recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). As granjas devem estabelecer limites apropriados para cada indicador, baseados em literatura científica, realizando medidas corretivas caso haja desvio dos limites estabelecidos. A normativa também propõe formas de alojamento mais sustentáveis que reduzam o estresse relacionado à superlotação, além de estabelecer um manejo sanitariamente mais seguro. O alojamento coletivo de suínos deve ter espaço para que todos os animais possam descansar simultaneamente e para que cada animal consiga deitar, levantar e se mover livremente. A instalação também deve oferecer espaço suficiente para acesso à alimentação e água e para minimizar brigas. Granjas terão prazo de 25 anos para reestruturações visando cumprir com as normas. “O bem-estar é parte essencial para sustentabilidade da atividade produtiva e influencia diretamente a saúde dos animais”, disse o Diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes, em nota divulgada pelo Mapa. “Também contribui para combater a ameaça da resistência aos antimicrobianos, uma vez que a implantação das boas práticas de criação produz animais mais robustos e imunologicamente fortes.” O Mapa disse que a elaboração da norma contou com a colaboração de entidade na área de pesquisa, associações representativas do setor produtivo de suínos, técnicos, agroindústrias, organizações não governamentais de proteção animal, entre outros especialistas.
CARNETEC
Setor de aves projeta crescimento e lucro com onda de maior consumo
Mesmo com a alta dos custos de produção, aumento na procura por proteína animal mais acessível durante a pandemia abriu oportunidades
O setor de produção de aves atendeu ao chamado do consumidor por uma proteína mais acessível durante a pandemia. Houve investimentos para a segurança dos trabalhadores e a produção não parou. Em 2020, o crescimento geral deve ser de 4% em relação a 2019, chegando a 13,8 milhões de toneladas. “Cumprimos a missão de oferecer alimentação saudável”, ressalta Ricardo Santin, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Alfredo Lang, Presidente da cooperativa C.Vale, sediada em Palotina (PR), explica que a pandemia mudou o perfil de consumo. “Tivemos de nos adaptar. As compras de cortes para restaurantes e bares diminuíram e aumentou a demanda por produtos destinados ao consumo doméstico.” Outro efeito foi a adoção de protocolos sanitários para reduzir ao mínimo a contaminação nos frigoríficos. “Não podemos paralisar um sistema de integração que produz mais de 600 mil aves ao dia. Isso traria problemas econômicos, sociais e ambientais”, diz Alfredo Lang. A ABPA projeta para 2021 um crescimento na produção de frangos no Brasil de aproximadamente 3%, ultrapassando a casa de 14 milhões de toneladas. De acordo com Ricardo Santin, há uma estimativa de aumentar também para as exportações em relação a 2020, entre 2% e 3%. “A carne de frango vem em um crescimento consistente e vai se consolidar como a mais consumida no mundo. Nós, brasileiros, somos muito competitivos nessa cadeia. Expectativa é de alta nas vendas de frango diante das festas de fim de ano e o momento é de otimismo, mas com moderação. Aconselhamos aos produtores que aproveitem a boa rentabilidade para reformas nos aviários e investimentos, sobretudo, em sanidade. Assim teremos um bom horizonte para além de 2021”, enfatiza Santin. No Paraná, que é o maior exportador de frangos do Brasil, o casal de avicultores Evanildo e Leila Gioseler está otimista com o novo ano. O fato de trabalhar em integração com a C.Vale, que tem poder de compra muito maior do que um criador independente, faz com que não sintam tanto os impactos dos aumentos dos preços dos insumos. “Se não custasse tanto, mais de R$ 1 milhão, pensaríamos até em fazer mais um aviário”, finaliza Evanildo.
GLOBO RURAL
Suínos: exportações para a China devem perder força em 5 anos
Por outro lado, especialista diz que mercado chinês seguirá como maior comprador de carne suína, mesmo com aumento do plantel
O ano de 2020 será recorde para as exportações de carne suína do Brasil. Até novembro, o país aumentou em 26,2% o volume embarcado em relação a 2019, que até então era o recorde das exportações. No fechamento de 2020, os embarques do produto devem somar 1,03 milhão de toneladas, segundo projeções da ABPA. Principal comprador do Brasil, a China se destacou nas aquisições de carne suína. Até novembro, os embarques ao país asiático mais que dobraram em volume, com crescimento de 106,9% na comparação com 2019. No entanto, para o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, esse resultado será afetado em um médio prazo, a partir do plano de recuperação do rebanho suíno na China. “O mercado brasileiro deve se preparar para, nos próximos 5 anos, talvez, ver os volumes embarcados atualmente reduzindo, em função desse movimento natural de recuperação do rebanho chinês. O crescimento do plantel na China abre espaço para que o mercado brasileiro busque novos parceiros internacionais nos próximos anos”, destaca Fabbi. Nesse sentido, o analista diz que as vendas brasileiras de carne suína para o próximo ano já devem ser afetadas, isso porque os rebanhos de suínos da China tiveram recuperação de mais de 90% dos níveis normais até o final de novembro. Além disso, a relação entre Estados Unidos e China também deve ter reflexo nas exportações. “Devemos esperar bons ritmos para 2021, mas com um ímpeto menos acelerado do que o observado em 2020”, projeta o analista. “Por outro lado, o Brasil deve se manter como grande parceiro chinês ao considerarmos a questão cambial para os próximos anos. Com a moeda norte-americana valorizada, nosso produto segue competitivo no mercado internacional, o que favorece nossas exportações até esse momento de retomada do rebanho chinês”, complementa. Neste ano, até novembro, os embarques de carne suína para China e Hong Kong representaram 54,9% e 12,6%, respectivamente. Juntas, as regiões representaram 67,5% do volume total. No faturamento, as regiões representam 54,7% do total com exportações. Em dezembro, o ritmo dos embarques se manteve elevado. As exportações de carne suína fresca, refrigerada ou congelada somaram 64,155 mil toneladas na 4ª semana de dezembro. Apesar de o número ficar abaixo das 65,927 mil toneladas enviadas ao exterior em mesmo período de 2019, as exportações apresentaram crescimento constante no último mês do ano. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas externas do produto saltaram de 14,755 mil toneladas na primeira semana deste mês, para 36,047 mil na segunda semana. Na semana seguinte, o volume foi de 49,638 mil toneladas, até o fechamento da quarta semana indicar 64,155 mil toneladas. Ao considerar os últimos dias úteis de 2020, as exportações devem atingir o montante de 70 mil toneladas em dezembro.
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