Ano 6 | nº 1393| 31 de dezembro de 2020
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo deve seguir comprador em 2021 diante da oferta comedida de animais
A expectativa é que haja um aumento sutil na oferta de animais, mas não deve impactar na formação de preços
A pecuária registrou preços recordes para a arroba neste ano diante da oferta restrita de animais e demanda externa aquecida. “O mercado trabalhou com preços elevados devido à retenção de fêmeas para a produção de bezerros. Isso foi muito bom diante de uma demanda interna enfraquecida pela a pandemia do coronavírus”, afirma o Analista de Mercado da Scot Consultoria, Alcides Torres. Para o próximo ano, a expectativa é que tenha um aumento sutil na oferta de animais e isso não deve impactar na formação de preços. “A análise que fazemos agora é válida para esse momento, mas devemos seguir com um cenário parecido do que foi visto em 2020. Se acontecer como nos anos anteriores podemos ter um ano de 2021 bem comprador diante da oferta de animais bem comedida”, disse Torres. O consumo de alimentos nas redes de restaurantes acabou sendo afetado pelo o isolamento social. Por outro lado, o governo disponibilizou o auxílio emergencial e ajudou a população menos favorecida. Tivemos uma mudança no perfil de consumo, pois aumentou a participação de carne no mercado externo e houve uma mudança de hábitos no consumo de carne no mercado interno”, destaca. O analista reforça que para o próximo ano os preços da carne ao consumidor devem ficar mais elevados do que foi observado no ano de 2020. “É tudo incerto ainda, mas o auxílio emergencial ajudou muito no consumo de alimentos e a falta dele vai fazer com que tenha uma nova conduta ao que diz respeito à demanda por alimentos”, afirma. Do lado da demanda externa, a maioria dos importadores de carne bovina brasileira reduziu as compras neste ano. “O único que aumentou as compras foi a China e deve continuar comprando fortemente do Brasil no próximo ano. O ideal é que o Brasil consiga abrir novos mercados em 2021 para não ficar dependendo de um único país”, reporta Torres.
SCOT CONSULTORIA
Boi/Cepea: Bezerro, boi magro, boi gordo e carne renovam máximas reais em 2020
Os recordes observados no setor pecuário nacional em 2019 foram renovados em 2020
As intensas exportações brasileiras de carne bovina, especialmente à China, atreladas à oferta restrita de boi gordo no pasto, evidenciada por dados oficiais indicando menor número de animais abatidos em boa parte do ano, mantiveram os preços de todo o setor em alta no mercado nacional na maior parte de 2020. Em novembro, os preços do bezerro, do boi magro, da arroba do boi gordo e da carne atingiram recordes reais nas respectivas séries do Cepea. No caso da arroba bovina, chegou a ser negociada próxima de R$ 300,00 em novembro. No entanto, a valorização da arroba não indica que o pecuarista conseguiu margem maior em 2020, já que os animais de reposição (bezerro e boi magro) também operaram em patamares recordes reais das respectivas séries do Cepea em praticamente o ano todo. Além da reposição, a forte valorização do dólar em 2020 elevou os preços de importantes insumos pecuários que são importados. Ainda, as cotações de insumos de alimentação, como milho e farelo de soja, também subiram com força ao longo de 2020. No caso da indústria, enquanto as exportações aquecidas e o dólar elevado ajudaram na receita em Reais, as unidades que têm como foco apenas o mercado doméstico se depararam com a matéria-prima em preço recorde e a demanda por carne bovina um pouco enfraquecida. Ressalta-se que, em boa parte do ano, a população brasileira esteve com o poder de compra enfraquecido, diante da crise econômica gerada pela pandemia de covid-19. Com isso, muitos consumidores migraram para proteínas mais baratas, como suínos, frango e ovos.
Cepea
Mercado do sebo bovino em 2020 foi impulsionado pelos preços da soja e pandemia, alta foi de 155,7% comparado com a Jan/20
A demanda por sebo bovino aumentou neste ano de 2020 diante da maior necessidade de usar produtos de higiene com a pandemia do Covid- 19 e biodiesel, o que resultou em ganhos contínuos de preços até o mês de outubro, onde o produto bateu na casa dos R$ 6,01/kg, valorização de 155,7% comparado com janeiro/20
De acordo com a Analista de Mercado da Scot Consultoria, Thayná Drugowick, a higiene é uma das formas de combate ao vírus e produtos como sabão e sabonetes registraram aumento na demanda. “Esse cenário associado à oferta enxuta de animais devido à queda no número de abates e a concorrência pelo produto com o setor de biodiesel elevou os preços do sebo”, apontou. Os preços do sebo bovino apresentaram valorizações desde setembro de 2019, puxadas principalmente pelo setor de biodiesel. Em janeiro desse ano, o sebo bovino no Brasil Central estava cotado em R$ 2,35/kg, livre de impostos, conforme foi divulgado no levantamento da Scot Consultoria. Diante da valorização dos preços da soja, uma das principais matéria prima para a produção de biodiesel, as usinas de biodiesel tiveram que usar uma porcentagem maior de sebo bovino na produção do biocombustível, refletindo em aumento da demanda pelo produto no mercado interno. A expectativa é que a demanda por sebo bovino deverá continuar firme no médio e longo prazo. Já a oferta de sebo em 2021 tende continuar enxuta, visto que ainda estaremos em ano de retenção de fêmeas, resultando em menor número de animais abatidos. “Vale ressaltar que o mercado é dinâmico e devemos ficar atentos à evolução da pandemia. O câmbio é outro ponto de atenção, pois pode determinar o volume que é importado de óleos e gorduras animais”, informou.
Scot Consultoria
Carne bovina vai brilhar novamente em 2021, mas dependência chinesa preocupa
Abate cai, Brasil exporta mais de dois milhões de toneladas e arroba bate recorde
“A conta foi muito positiva para o produtor e frigorífico exportador. Hoje, temos tecnologia de ponta na pecuária, evoluímos muito”. A análise é de Sérgio Ribas Moreira, Diretor Comercial do Serviço Brasileiro de Certificações, o SBC. O executivo relembra que já exportamos dois milhões de toneladas em outros anos, mas a diferença agora é a velocidade no avanço da profissionalização do segmento. “Em 18 anos, vi muita coisa na pecuária. No início deste século, estávamos bem atrás da Agricultura, que avançou em precisão, tecnologia, etc. Falava sobre rastreabilidade animal, identificação individual com brinco, e muito pecuarista não apoiava, defendendo a tradicional marca a fogo. O Sisbov (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina), com muitas transformações e evolução na regra, certamente, serviu como base para traçar um padrão de identificação dos animais. A cadeia começou a ver como era importante. A identificação individual, balança e um sistema informatizado representam o tripé para um início de uma boa gestão que a fazenda deve buscar”, explica. O profissionalismo crescente acabou sendo fundamental em um período extremamente delicado. E Sérgio Ribas acrescenta que as condições de mercado ajudaram bastante. A pandemia trouxe isolamento, distanciamento, dificuldades para produzir. O número de abates caiu, o câmbio ajudou as vendas externas, o consumo interno firmou-se com o auxílio de emergência do governo federal, o brasileiro ficou mais em casa e comprou mais carne bovina. “Porém, fico um pouco preocupado com a dependência de nossos clientes China e Hong Kong. É um canal que comprou aproximadamente 60% da nossa exportação de proteína animal. É prudente que tentemos pulverizar o número de nossos clientes externos. Nesse sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) está negociando com México, Canadá, Coreia do Sul e Japão, que não compram do Brasil e são os que mais pagam pela tonelada de carne in natura. O resultado deve ser positivo, não está distante, pela competência mostrada pelo governo em conversar, alinhar os protocolos sanitários e acertar os acordos de comercialização”, aponta. Especialista em certificação, Sérgio reconhece o ano complicado vivido pelo fornecimento quando o tema envolve o bloco Europeu. Para a Europa a média anual sempre se manteve em 110 a 120 mil toneladas por ano, e em 2020 caiu para 75/78 mil toneladas.
AGROLINK
ECONOMIA
Dólar dispara mais de 29% em 2020 marcado por pandemia, juros baixos e incertezas fiscais
O dólar registrou leve alta contra o real na quarta-feira, mas encerrou 2020 com ganho acumulado de mais de 29%, deixando a moeda brasileira com o segundo pior desempenho global no ano em meio à pandemia de Covid-19, juros locais baixos e incertezas fiscais domésticas persistentes
O dólar à vista avançou 0,17% nesta sessão, a última do ano, a 5,1915 reais na venda. No mês de dezembro como um todo, a divisa norte-americana registrou perda de 2,03%. Mas, no acumulado do ano, a disparada do dólar deixou o real com segundo pior desempenho global, atrás apenas do peso argentino. O ganho anual de 29,37% marcou o quarto ano consecutivo de avanço para a moeda norte-americana frente ao real, bem como o terceiro pior ano para a divisa brasileira desde pelo menos 2003. Na máxima intradiária de 2020, alcançada em 14 de maio, o dólar à vista chegou a tocar 5,9725 reais na venda. Mas não foram os fatores globais, relacionados à pandemia, os únicos responsáveis pela disparada da moeda norte-americana contra o real em 2020. A redução sucessiva da taxa básica de juros do Brasil, atualmente na mínima histórica de 2% ao ano, foi um ponto determinante para a dinâmica cambial vista em 2020. O baixo patamar dos juros locais afetou o rendimento de ativos locais atrelados à taxa Selic, tornando o Brasil menos interessante para o investidor estrangeiro quando comparado a pares com nível de risco semelhante. Somando-se a esse ambiente de menor ingresso de recursos do exterior, a incerteza fiscal brasileira ganhou nos últimos meses um protagonismo cada vez maior dentro do radar de riscos dos mercados domésticos. Com um Orçamento apertado para 2021 e gastos expressivos diante da pandemia, há forte temor entre os investidores de que o governo fure seu teto de gastos, abandonando a postura de austeridade que foi promessa eleitoral do Presidente Jair Bolsonaro. Os mercados querem ver medidas concretas de controle de gastos, mas, até agora, as perspectivas parecem embaçadas. Em meio à pouca confiança na saúde das contas públicas, a agenda atrasada de reformas estruturais do governo falha em fornecer algum amparo aos investidores, que esperavam encontrar na consolidação de reformas como a administrativa ou tributária uma maneira de atrair mais investidores de fora, e consequentemente, mais recursos para o Brasil. Para Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais “se tivermos firmeza para dar segurança jurídica e implementar reformas fiscais para atrair investidores de longo prazo, tem espaço para o dólar ficar confortável (em um patamar mais baixo)”. Mas ele alertou que, “se o governo não deixar claro o que pretende fazer em termos de ajuste fiscal e endividamento, haverá uma pressão mais forte de desvalorização para o real”.
REUTERS
Ibovespa cai na última sessão do ano, mas fecha 2020 no azul
O Ibovespa fechou o último pregão do ano com queda discreta e assegurou um desempenho positivo em 2020, após o estrago desencadeado pela pandemia de Covid-19
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com recuo de 0,33%, a 119.017,24 pontos, na quarta-feira. O volume financeiro somou 29,4 bilhões de reais.
Na semana, o Ibovespa subiu 1%, acumulando elevação de 9,3% no mês e terminando 2020 com alta de 2,92%, no quinto ano seguido de valorização, série que se iguala à sequência registrada de 2003 a 2007. No pior momento do ano, em março, quando o mecanismo de circuit breaker precisou ser acionado seis vezes, o Ibovespa se aproximou dos 60 mil pontos, um tombo de quase 50% frente às máximas históricas registradas até então em janeiro. Os meses seguintes, porém, mostrariam uma mudança no comportamento dos investidores brasileiros, principalmente a pessoa física, que continuou entrando na bolsa em busca de melhores retornos diante de juros em mínimas históricas no país. Nem ruídos políticos ou prognósticos fiscais assustadores para o Brasil afastaram as pessoas físicas da B3, que no final de novembro registrava 3,2 milhões investidores ativos, de 1,6 milhão um ano antes. Mesmo com forte saída de capital externo do segmento secundário de ações, as compras pelos locais garantiram o desempenho positivo do Ibovespa em abril, maio, junho e julho, antes de ajustes negativos em agosto, setembro e outubro. Nos últimos meses do ano foi a vez de os estrangeiros chamarem para si a responsabilidade. Após uma entrada líquida de 2,9 bilhões de reais em outubro, novembro fechou com saldo positivo de 33,3 bilhões e dezembro já mostrava 17,7 bilhões. Tal movimento encontrou respaldo no desfecho relativamente tranquilo da eleição presidencial norte-americana e no noticiário promissor sobre vacinas contra a Covid-19, em meio a expressivos estímulos fiscais e monetários em todo o mundo. No acumulado de 2020, as vendas de ações por estrangeiros ainda superam as compras em 33,9 bilhões de reais. Entre ofertas iniciais e subsequentes, cerca de 50 companhias venderam ações na B3, com destaque para o grupo de hospitais D’Or São Luiz, que fez o maior IPO de uma companhia brasileira desde 2013. Para 2021, não estão descartados ajustes, mas a aposta segue positiva, diante dos estímulos no exterior e ampliação da vacinação contra a Covid-19, além da previsão de crescimento maior do Brasil e Selic ainda baixa.
REUTERS
FRANGOS & SUÍNOS
Frango/Cepea: Competitividade da carne é recorde em 2020
Em 2020, o menor poder de compra da população brasileira diante da crise gerada pela pandemia de covid-19 levou demandantes a migrar para proteínas mais baratas, como a carne de frango
Apesar da valorização da proteína e do animal vivo na média do ano, as altas nos preços foram menos intensas do que as registradas para as principais substitutas – no acumulado de 2020 (de 2 de janeiro a 28 de dezembro), enquanto as carnes bovina e suína se valorizaram expressivos 35% e 32%, respectivamente, as cotações da de frango avançaram menos, 9%. Com isso, as diferenças entre os preços do frango inteiro e os das carcaças bovina e suína atingiram recordes em 2020, resultando em aumento de competitividade da proteína avícola frente às concorrentes. Já o poder de compra do avicultor frente aos principais insumos de alimentação consumidos na atividade diminuiu, visto que tanto o farelo de soja quanto o milho registraram intensa escalada nos preços em 2020.
CEPEA
Produção de suínos cresce no Brasil
O fator mais importante foram as fortes elevações de vendas para o mercado asiático
A pandemia associada aos efeitos da Peste Suína Africana pelo mundo, impulsionaram a suinocultura brasileira em 2020. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) o ano deve fechar com crescimento entre 4 e 6,5%, somando 4,25 milhões de toneladas produzidas ante as 3,9 milhões de toneladas produzidas em 2019. Essas 300 mil toneladas a mais foram voltadas para a exportação. O consumo interno se manteve estável e o consumo por pessoa também não teve grandes variações, com média de 15,3 kg/habitante/ano. O fator mais importante para o setor neste ano foram as fortes elevações de vendas para o mercado asiático, incluindo mercados como China, Hong Kong, Vietnã e Cingapura. O ano de 2020 trouxe severos desafios para todo o setor produtivo como a paralisação de frigoríficos e da economia. As medidas restritivas e fechamento de restaurantes e bares, determinaram uma queda drástica na procura pela carne suína, sendo que muitas granjas tiveram que reter animais ou vender por preço muito abaixo do custo. Segundo análise de Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), aos poucos a demanda foi retornando à normalidade e, a partir de junho, as margens se tornaram positivas, não somente pelo mercado interno, mas também pelas exportações em volumes recorde. A recuperação veio no segundo semestre. Outro grande desafio foi o preço dos insumos como milho e farelo de soja, que tiveram elevação acima de 100%. Como a alimentação responde por cerca de 40% do custo de produção do suíno, a entidade estima que os custos de produção se elevaram em mais de 60%, impactando os lucros ao suinocultor. A pedido da ABPA a TEC de importação de milho e soja de fora do Mercosul foi suspensa e as entidades trabalham junto ao governo federal para melhorar o cenário em 2021.
AGROLINK
Com vendas em alta, setor de suínos busca equilíbrio de olho nos custos
Exportação deve superar 1 milhão de toneladas, mas nas granjas o aumento no preço dos insumos preocupa criadores
As estatísticas da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que, pela primeira vez na história, a exportação de carne suína deve superar a barreira de 1 milhão de toneladas. Até 31 de outubro de 2020, já haviam sido vendidas 853 mil toneladas. Só para a China foram 423 mil toneladas, volume 123% superior ao mesmo período de 2019. Hong Kong, Singapura e Vietnã também foram compradores importantes. Todas essas vendas para o exterior dos dez primeiros meses renderam US$ 1,876 bilhão – faturamento 48% superior ao mesmo período de 2019. O Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio Luiz de Lorenzi, aconselha os seus associados a não se empolgar em demasia, mas agir de forma profissional e racional. Ele alerta que os grãos pesam muito nos custos de produção e o cenário é de alta de preço das commodities. Em uma criação de porcos, 80% da alimentação vêm do milho, 10% do farelo de soja e 10% dos outros componentes. “Em 2014, que foi o nosso melhor ano, com 1 quilo de suíno a gente comprava 6,35 quilos de milho. Em 2020, essa conta é de 1 quilo de suíno para 4,69 de milho. Portanto, indicamos aos produtores que, antes de pensar em expandir a produção, que invistam em sanidade e em estocagem de grãos”, ressalta o presidente da ACCS. É a mesma opinião de Dirceu Talamini, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves. “Estamos vendo uma sinalização de manutenção dos preços elevados para milho e soja em 2021, por isso é importante o suinocultor estar atento para os momentos certos de compra desses insumos, sobretudo aqueles que não são integrados”. Iuri Pinheiro Machado, consultor de mercado da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), explica que é muito importante o produtor aplicar a margem de lucro que teve em 2020 no próprio negócio. “Sustentabilidade, tecnologia e bem-estar animal são as palavras-chave para o sucesso em um futuro próximo”, ele destaca.
GLOBO RURAL
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