Ano 6 | nº 1389| 24 de dezembro de 2020
NOTÍCIAS
Arroba chega a R$ 270 em São Paulo, mesmo com pouca disponibilidade no mercado
A perspectiva é que o mercado permaneça travado e com uma logística complicada até o fim do mês
O mercado físico de boi gordo teve mais um dia arrastado de negócios na quarta-feira, 23. Segundo o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, predominou mais uma vez no dia um clima de feriado, com pouca oferta de boi disponível por conta da ausência de grande parte dos pecuaristas das mesas de negociação, “fator que acabou dificultando o avanço das escalas de abate dos frigoríficos para o início de 2021, levando a indicações firmes para compra”, diz o analista. Apesar disso, em São Paulo aconteceram negócios pontuais entre R$ 265/270 a arroba, dependendo do prazo de pagamento. “A perspectiva é que o mercado permaneça travado e com uma logística complicada até o fechamento do mês. Alguns pontos merecem atenção para as próximas semanas, como o atraso do boi de pasto devido à estiagem registrada no país nos últimos meses e qual será o ritmo de exportações”, assinala Maia. Em Minas Gerais, as indicações subiram no decorrer do dia. Na região de Uberlândia, a indicação de comprador foi de R$ 258/@ à vista. Em Goiânia, os preços ficaram em R$ 245 à vista e a R$ 247 a prazo. No Mato Grosso do Sul, as cotações também subiram. Em Campo Grande, a indicação de comprador chegou a R$ 246 a prazo e, em Dourados, a arroba ficou a R$ 246 a prazo. No Mato Grosso, os preços ficaram firmes ao longo do dia. Em Cuiabá, o valor foi de R$ 243 a prazo. No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram de estáveis mais altos. Conforme Maia, a valorização dos cortes mais nobres é consequência do crescimento da demanda típico de final de ano. “A expectativa gira em torno de como será o comportamento do consumidor após a virada de ano, com menos poder de compra e em um ambiente econômico ainda adverso, além do risco de novos apertos devido ao avanço da pandemia”, avalia. Com isso, o corte traseiro aumentou dez centavos, indo a R$ 19,20 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 14,40 o quilo, assim como a ponta de agulha.
AGÊNCIA SAFRAS
Cepea: preço da carne bovina cede no atacado no mesmo ritmo de queda da arroba
Pesquisadores destacam que mesmo em período de festas de fim de ano, a demanda por proteína bovina continua aquém do esperado
Os preços dos cortes de carne bovina no mercado atacadista têm registrado um movimento baixista, acompanhando a queda nas cotações da arroba do boi gordo neste mês de dezembro, avaliou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), em relatório. Pesquisadores destacam que mesmo em período de festas de fim de ano, a demanda por proteína bovina continua aquém do esperado pelo mercado, “o que pode estar atrelado ao menor poder de compra da população, diante deste ano atípico e cheio de incertezas”. Em relação à demanda externa, o Cepea também cita a diminuição no ritmo dos embarques neste mês, o que pode levar a um aumento na disponibilidade de carne para o mercado doméstico. A retração em relação aos meses anteriores reflete a sazonalidade do mês, quando a China, principal importador de carne do Brasil, começa a se ausentar do mercado, já abastecida para o feriado do ano-novo chinês. Quanto à matéria-prima, o relatório menciona um leve aumento na oferta de gado terminado no campo, mas a demanda dos frigoríficos por novos lotes de animais se arrefeceu, dado o escoamento lento da carne nos mercados interno e externo. Dessa forma, entre os dias 1º e 21 de dezembro, o boi gordo, representado pelo Indicador Cepea/B3, teve média de R$ 265,56, queda de 6,92% frente à de novembro, mas 2,7% acima de dezembro do ano passado, em termos reais. Já a carcaça casada do boi registrou “média de R$ 17,62/kg, à vista, neste mês, baixa de 6,9% em relação à de novembro/20 e 2,5% abaixo da de dezembro do ano passado, também em termos reais”, afirma o Cepea. Nesse sentido, os pesquisadores afirmam que o movimento de queda igual para a arroba e a carne fez a diferença entre os preços da arroba e da carcaça do animal diminuir, embora a arroba continue com vantagem, “cenário que, vale lembrar, aperta as margens de frigoríficos que trabalham apenas com o mercado doméstico”.
Estadão Conteúdo
Preços de carnes caem com demanda menor no fim de ano, diz Cepea
Os preços de carnes medidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apresentam forte queda no período de fim de ano, disse o Cepea na quarta-feira (23)
O preço da carne bovina no mercado atacadista está em queda, refletindo o movimento baixista que tem sido observado no preço da arroba em dezembro. “No caso da carne (bovina), apesar deste período de festas, a demanda não se aqueceu como o esperado pelo setor, o que pode estar atrelado ao menor poder de compra da população”, disse o Cepea em nota. O ritmo de exportações diárias de carne bovina em dezembro também está abaixo do verificado em meses anteriores, pressionando preços no mercado interno. No caso da carne de frango, a demanda tradicionalmente reduzida neste período de festas de fim de ano tem reduzido o preço do produto. “Nesse cenário, nos últimos sete dias, os preços das carnes e dos cortes (de frango) registraram quedas acima de 10%. Os valores das carnes concorrentes, bovina e suína, também têm caído, e de forma ainda mais intensa, movimentação que reduz a competitividade da proteína avícola nesta reta final de 2020 e reforça a baixa liquidez”, disse o Cepea. O preço da carne de frango congelada caiu 6,29% no acumulado de dezembro até o dia 22, a R$ 5,81/kg. A carne de frango resfriada teve uma redução de 7,77% no preço, para R$ 5,82/kg. Já a forte queda observada nos preços médios de suínos em dezembro, em relação ao mês anterior, interrompe sete meses de altas consecutivas, impactada pela diminuição nas vendas internas. Segundo o Cepea, esse movimento é atípico para o período. O preço da carcaça suína especial acumula queda de 16,68% em dezembro, até o dia 22, a R$ 10,84/kg.
CARNETEC
Mapa reconhece equivalência dos serviços de inspeção de produtos de origem animal de AL, PA e do município de Guarapuava (PR)
Com isso, os produtos poderão ser comercializados em todo o território nacional
Os estados de Alagoas e do Pará e o município de Guarapuava (PR) obtiveram o reconhecimento de equivalência dos seus serviços de inspeção estadual (SIE) e municipal (SIM) de produtos de origem animal junto ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O reconhecimento foi publicado no Diário Oficial da União da quarta-feira (23), por meio das Portarias nº 193, 194 e 195. Com esses reconhecimentos, são 12 serviços de inspeção com adesão ao Sisbi-POA em 2020, sendo cinco estaduais, seis municipais e um consórcio público, abrangendo 12 municípios de Santa Catarina. Com a medida, estes serviços serão inseridos no cadastro geral do Sisbi-POA e poderão indicar os estabelecimentos e produtos registrados nos seus Serviços de Inspeção para integrar o Sistema. Com isso, os produtos poderão ser comercializados em todo território nacional, ampliando o mercado, gerando emprego e renda na região beneficiada. O número de adesões este ano aumentou em 50% em relação a 2019. “Estes resultados são frutos de um esforço conjunto do Mapa, dos serviços de inspeção que conquistaram a adesão e do setor privado interessado e vinculado a cada serviço de inspeção”, destacou o Secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal. Atualmente, já estão incluídos no cadastro-geral do Sisbi-POA, 19 estados (AL, BA, CE, ES, GO, MA, MT, MS, MG, PA, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, SC e TO) e o Distrito Federal; quatro consórcios (Cidema/SC, Cisama/SC, Consad/SC e Codevale/MS) e 28 municípios (Araguari, Arroio do Meio, Alegrete, Cascavel, Caxias do Sul, Chapecó, Engenho Velho, Erechim, Fernandópolis, Florianópolis, Glorinha, Guarapuava, Ibiúna, Itapetininga, Itu, Joanópolis, Marau, Miraguaí, Mossoró, Rio Claro, Rosário do Sul, Salvador do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santana do Livramento, Santo Antônio da Platina, São Pedro do Butiá e Uberlândia). Com as novas adesões, são mais de 200 estabelecimentos registrados pelos serviços de inspeção dos estados do Pará e de Alagoas e do município de Guarapuava, que processam produtos de origem animal e que tem a perspectiva de conquistar o selo Sisbi para comercialização nacional.
MAPA
‘Indústria da carne bovina se reinventa e fecha 2020 com resultado positivo em MT’
Segundo o Presidente do Imac, toda a cadeia produtiva se adaptou rapidamente às novas exigências impostas pelo isolamento social
O Mato Grosso, principal produtor de carne bovina do país, superou as dificuldades de consumo impostas pela pandemia de coronavírus e encerra 2020 com as indústrias do segmento fortalecidas. A análise é feita pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), entidade que reúne representantes do setor produtivo, da indústria, da sociedade e do governo estadual. Dados compilados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que, de janeiro a novembro de 2020, Mato Grosso exportou 452,66 milhões de de equivalente carcaça (TEC), ampliando em cerca de 6% o desempenho de 2019. O motor desse crescimento foi o mercado formado por China e Hong Kong, que de janeiro a novembro de 2020 respondeu por 56% da carne bovina exportada pelo estado. “Atendemos em quantidade e qualidade a demanda chinesa, aumentando em 60,4% o volume do ano passado, e em 67,8% a receita com as exportações”, comenta o Diretor de Operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade. No decorrer de 2020, a participação do estado no total de carne bovina exportada pelo Brasil chegou a 22%, ficando, na média, em 21%. Além de evoluir no comércio exterior, Mato Grosso liderou a produção de carne em 2020, com um volume de 644,78 mil toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No balanço feito pelo Imac, a entidade ainda ressalta a adoção de práticas sustentáveis para a produção de carne no estado, destacando a redução da idade de abate dos animais e o maior aproveitamento das áreas de pastagens no Estado. “Todo o mercado da carne mato-grossense está focado em intensificar a produção nesse modelo produtivo de baixa emissão de carbono, que garante um produto final de qualidade e com segurança sanitária”, diz Andrade. Até novembro de 2020, a terminação de animais com até 24 meses de idade cresceu 26,3% entre 2019 e 2020, segundo dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). Além disso, a média estadual do peso da carcaça foi de 18,3 arrobas em junho de 2020, superando o patamar nacional de 17,3 @/ carcaça.
CANAL RURAL
ECONOMIA
Dólar tem maior alta semanal em 3 meses
O dólar fechou em alta firme contra o real na quarta-feira, contabilizando a maior valorização semanal em três meses
Tal movimento fez o real descolar dos movimentos nos mercados de câmbio no exterior, que tinha o dólar em queda generalizada diante de esperanças de um acordo do Brexit e dados melhores nos Estados Unidos. No fechamento, o dólar subiu 0,70%, a 5,2002 reais na venda, maior valor desde 2 de dezembro (5,2422 reais). Foi a quarta alta consecutiva, período em que somou ganho de 2,40%. A série é a mais longa do tipo desde as também quatro valorizações seguidas entre 13 e 16 de outubro. Na semana, encurtada pelo Natal, a cotação saltou 2,28%, maior acréscimo desde a semana finda em 25 de setembro (+3,29%). Com o movimento recente, o dólar reduziu a queda em dezembro para 2,74%. No ano, a divisa ainda dispara 29,59%. Segundo um profissional de um grande banco estrangeiro, o mercado parece estar voltando ao trade “compra de dólar/venda de juros e bolsa”, especialmente depois da valorização recente do real na esteira do otimismo global com vacinas. À medida que o fim do ano vai se aproximando, o volume de negócios tende a se reduzir, deixando o mercado mais suscetível a variações bruscas e fatores técnicos. Até 17h17, 225.995 contratos de dólar futuro haviam sido transacionados, 16% abaixo da média dos últimos 30 pregões e 20% aquém da média das últimas 90 sessões. A média móvel de 50 dias está em 5,3832 reais, enquanto a de 200 dias se encontra em 5,3619 reais.
REUTERS
Ibovespa sobe 1%, mas tem leve queda na semana
A MARFRIG ON recuou 1,67%, após forte alta da véspera. MINERVA ON caiu 2,54%, enquanto JBS ON perdeu 1,16%
O índice de referência da bolsa brasileira avançou na quarta-feira, última sessão de uma semana encurtada pelo Natal, em outro dia de baixa volume de negócios. O Ibovespa subiu 1%, a 117.806,85 pontos. No acumulado da semana, de apenas três pregões, o índice recuou 0,1%. O volume financeiro da sessão somou 21,4 bilhões de reais. Com a agenda política paralisada em meio ao recesso parlamentar, investidores devem se manter atentos a questões relacionadas ao coronavírus no curto prazo. Após notícias de uma nova variante do vírus abalarem mercados nas últimas sessões, o governo britânico colocou grande parte do país em restrições ainda mais rígidas contra a Covid-19. No âmbito doméstico, esperava-se para esta quarta-feira anúncio do percentual de eficácia da vacina da SinoVac e o posterior pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial, mas tanto a divulgação como a apresentação do pedido foram adiadas. Mais cedo, divulgação do Caged mostrou que o país abriu 414.556 vagas formais de emprego em novembro, recorde para todos os meses da série histórica iniciada em 1992. Este foi o quinto mês seguido em que o Caged ficou no azul, informou o Ministério da Economia, defendendo que o desempenho confirma a retomada do crescimento econômico após a fase mais crítica da epidemia, no segundo trimestre.
REUTERS
Desemprego diante da pandemia atinge 14,2% em novembro e bate novo recorde
Segundo o IBGE, país encerrou o mês com 14 milhões de desempregados, 200 mil a mais que em outubro e quase 4 milhões a mais que em maio
O desemprego diante da pandemia do coronavírus bateu novo recorde em novembro, de acordo com dados divulgados na quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, o Brasil encerrou o mês de novembro com um contingente de 14 milhões de desempregados, aumento de 2% frente a outubro (13,8 milhões), e de 38,6% desde maio (10 milhões), quando começou a série da pesquisa. Com isso, a taxa de desemprego ficou em 14,2% em novembro, ante 14,1% no mês anterior e 10,7% em maio. Os dados são da última edição da PNAD Covid-19, lançada neste ano pelo IBGE para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil. O desemprego vem renovando recordes sucessivos no país desde julho à medida em que trabalhadores que perderam sua ocupação na pandemia passaram a buscar um emprego em meio ao relaxamento e flexibilização das medidas de restrição. “Esse aumento da população desocupada ocorreu, principalmente, na região Nordeste. Nas demais regiões ficou estável, sendo que no Sul houve queda na desocupação”, destacou a Coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Viera. Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país. Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes ao trimestre terminado em setembro, quando o país atingiu taxa de desemprego recorde, de 14,6%, com cerca de 14,1 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho. Segundo o IBGE, o aumento do número de desempregados também pode estar relacionado com a redução e perspectiva de término do Auxílio Emergencial.
G1
Tesouro diz que estoque da dívida crescerá mais que meta para 2020 “por opção”
O Tesouro Nacional reconheceu na quarta-feira que o estoque da dívida pública ficará acima do patamar de até 4,9 trilhões de reais planejado para o ano, em meio a emissões vultosas levadas a cabo diante da pandemia de coronavírus, mas frisou que isso acontecerá por ter enxergado uma janela de oportunidade no mercado
“O Tesouro tinha a opção de emitir menos ao longo desses meses, mas o mercado em novembro e dezembro se apresentou de uma forma tão positiva e a qualidade das nossas emissões foi tão superior que o Tesouro optou por emitir volumes maiores”, disse o Coordenador de Operações da Dívida Pública, Roberto Lobarinhas. Em coletiva de imprensa, ele defendeu que isso permitirá uma recomposição de caixa, dando mais conforto à gestão da dívida, já que o Tesouro fechará o ano com colchão acima daquele considerado prudencial. “Temos recursos para fazer frente, com muita tranquilidade, às necessidades do primeiro quadrimestre, um período que concentra uma boa parte dos vencimentos de 2021”, disse. De janeiro a abril, haverá o vencimento de cerca de 600 bilhões de reais em títulos da dívida, sendo que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, tinha afirmado que 300 bilhões de reais para honrar os compromissos estavam “automaticamente provisionados” –em referência a 200 bilhões de reais de transferências de resultados do Banco Central para o Tesouro e “100 bilhões e pouco” vindos com a desalavancagem de bancos públicos. Questionado se a postura de turbinar as emissões furando a meta do PAF não contrariava o discurso de que já havia tranquilidade para rolagem em 2021, Lobarinhas negou haver incoerência. “Quaisquer outras fontes de recursos que apareçam, que ocorram em 2021, serão sempre bem-vindas para a gestão de dívida também”, disse. Em novembro, a dívida pública federal do Brasil subiu 3,22% sobre outubro, a 4,788 trilhões de reais, informou o Tesouro na quarta-feira, num mês já marcado pelo desenquadramento dos títulos prefixados e atrelados à Selic em relação às metas. No Plano Anual de Financiamento (PAF) –que havia passado por revisão em agosto–, a perspectiva era de que a dívida geral encerrasse 2020 entre 4,6 trilhões de reais e 4,9 trilhões de reais.
REUTERS
Brasil abre recorde de 414.556 empregos formais em novembro e saldo do ano passa ao azul
Em novembro, a abertura de postos foi puxada principalmente pelo setor de serviços, com 179.261 novas vagas, e pelo comércio, com 179.077. Aparecem em seguida a indústria (+51.457) e a construção (+20.724), ao passo que na agropecuária houve fechamento de 15.353 postos
Este foi o quinto mês seguido em que o Caged ficou no azul, informou na quarta-feira o Ministério da Economia, defendendo que o desempenho confirma a retomada do crescimento econômico após a fase mais crítica do surto de Covid-19, no segundo trimestre do ano. “Desde o início da retomada, em julho, o Caged vem apresentando saldo positivo, o que revela o crescimento gradual do emprego formal no país, bem como a ampliação das contratações temporárias típicas desse período do ano”, afirmou a pasta, em nota. No acumulado do ano, há criação líquida de 227.025 vagas. Em rápida fala à imprensa, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu que isso significa que o país está se recuperando em formato de V. Ele também ressaltou que a esperança e trabalho da sua equipe estarão voltados para a vacinação em massa em 2021, já que a investida é que vai garantir retorno seguro ao trabalho e retomada do crescimento econômico brasileiro. Desde o último mês, Guedes vinha reiterando em falas públicas a expectativa de perda zero de empregos formais em 2020, num desempenho fortemente amparado pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Válido até 31 de dezembro, o programa permite redução temporária de salário e jornada ou a suspensão do contrato de trabalho, com o pagamento de compensação parcial pelo governo aos trabalhadores. Segundo o governo, o BEM permitiu mais de 20 milhões de acordos entre empregados e empregadores no Brasil, contemplando 9,8 milhões de trabalhadores. Até a véspera, o governo gastou 32,6 bilhões de reais com o programa, sendo que seu orçamento total é de 51,6 bilhões de reais. Na terça-feira, o Ministério da Economia informou que 7,7 bilhões de reais em pagamentos do programa deverão ser feitos apenas em 2021, referentes a despesas empenhadas e que são da competência do mês de dezembro. No acumulado do ano, entretanto, a construção aparece na dianteira, com criação de 157.881 postos, seguida pela indústria (+137.483) e agropecuária (+85.587). Por sua vez, ainda amargam perdas os setores de serviços (-98.348) e comércio (-53.835). Apesar dos dados positivos que têm sido mostrados no Caged, números mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em novembro, indicam que a taxa de desemprego no país, que abarca também o trabalho informal, alcançou novo recorde de 14,6% no terceiro trimestre, com o número de desempregados chegando a 14,092 milhões ao final do período.
REUTERS
FRANGOS & SUÍNOS
Cepea: Preço médio do suíno apresenta forte queda em dezembro
Acima de 20%, maior desvalorização ocorreu no Sudeste
O preço médio do suíno em dezembro, no valor pago ao produtor, apresentou forte queda em dezembro em relação a novembro, informou o Cepea/Esalq-USP, em relatório. De novembro a dezembro, a maior desvalorização, acima de 20%, ocorreu no Sudeste. Segundo o Cepea, a pressão sobre os preços – que contraria a expectativa dos agentes do setor – veio da redução nas vendas internas, principalmente na primeira quinzena do mês, movimento atípico para este período do ano. Na parcial de dezembro (até o dia 21), o animal vivo se desvalorizou 22% na região SP-5 (São Paulo, Campinas, Sorocaba, Bragança Paulista e Piracicaba), com a média passando de R$ 9,50/kg em novembro para R$ 7,41/kg neste mês. Em Avaré/Fartura (SP) e São José do Rio Preto (SP), as quedas foram ainda maiores, de 22,9% e de 24,4%, respectivamente, com o animal cotado a R$ 7,38/kg e a R$ 7,21/kg na mesma ordem. Em Ponte Nova (MG) e Belo Horizonte (MG), as médias estão em respectivos R$ 7,21/kg e R$ 7,22/kg em dezembro, recuos de 21,5% e 21,4% sobre as observadas em novembro. No Sul do País, os preços também caíram, embora em menor ritmo, “mas, ainda assim, intensas e atípicas para esta época do ano”, assinala o Cepea. Em Erechim (RS), o quilo do animal é cotado a R$ 7,66 neste mês, queda de 14,2% em relação ao de novembro. Na Serra Gaúcha, a baixa foi de 11,4% no período, com o animal cotado, em média, a R$ 7,76/kg em dezembro, e no Oeste Catarinense, de 17,6%, com o suíno vivo passando para R$ 8,00/kg neste mês. No mercado atacadista da Grande São Paulo, a carcaça comum saiu de R$ 12,98/kg em novembro para R$ 10,53/kg nesta parcial de dezembro, e a carcaça especial passou de R$ 13,71/kg para R$ 11,12/kg, recuo de 18,9% para ambas proteínas.
Estadão Conteúdo
INTERNACIONAL
Importação de carne suína pela China em novembro cresce 44% na comparação anual
A China importou 330 mil toneladas de carne suína em novembro, mostraram dados de alfândega na quarta-feira, um aumento de 43,7% na comparação anual, segundo cálculos da Reuters, com o maior consumidor de carne do mundo se abastecendo após uma forte queda em sua produção própria
A produção chinesa de carne suína desabou após uma epidemia de peste suína africana que dizimou o rebanho do país durante 2018 e 2019. Embora a produção tenha se recuperado rápido, a China ainda sofre com escassez da carne preferida entre sua população. As importações nos primeiros 11 meses do ano somaram 3,95 milhões de toneladas, segundo a Administração Geral de Alfândegas, mais que o dobro importado pelo país no mesmo período do ano anterior, segundo cálculos da Reuters. Em novembro, as importações ficaram estáveis na comparação com o mês anterior (330 mil toneladas). As importações de carne bovina em novembro recuaram 9,1% na comparação anual, para 170 mil toneladas, segundo cálculos da Reuters. No ano, elas acumulam 1,91 milhão de toneladas.
REUTERS
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