Ano 6 | nº 1366| 20 de novembro de 2020
NOTÍCIAS
Mais um dia de queda no preço do boi gordo em São Paulo
Com escalas de abate ligeiramente mais alongadas, as indústrias ofertaram menos pelo boi gordo na última quinta-feira (19/11), com empresas fora das compras. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a cotação da arroba do boi gordo caiu R$2,00 na comparação diária e ficou em R$283,00/@, preço bruto e à vista, R$282,50/@ com desconto do Senar e R$279,00/@ com desconto do Senar e Funrural. Os preços da vaca gorda e da novilha gorda permaneceram estáveis e estão apregoados em R$265,00/@ e R$275,00/@, respectivamente, preço bruto e à vista. Em Rondônia, a cotação da arroba do boi gordo caiu R$2,00 na comparação feita dia a dia e ficou em R$258,00/@, considerando o preço bruto e à vista, R$257,50/@ com desconto do Senar e R$254,00/@ com desconto do Senar e Funrural. As escalas de abate atendem, em média, 3 dias. A cotação da vaca gorda também caiu, R$4,00/@ na mesma comparação, e a categoria está cotada em R$245,00/@, considerando o preço bruto, à vista.
SCOT CONSULTORIA
Boi gordo: vendas no mercado físico avançam e preços seguem em queda
Os negócios fluíram de maneira satisfatória nas principais regiões de comercialização, com os pecuaristas aceitando valores menores
O mercado físico de boi gordo teve preços pouco alterados na quinta-feira, 19. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a pressão de baixa exercida pelos frigoríficos diminuiu, e os negócios fluíram de maneira satisfatória nas principais regiões de comercialização, com os pecuaristas aceitando os patamares mais baixos. “De qualquer maneira, os custos de nutrição animal são um grande problema para os confinadores neste momento, o que torna a retenção mais complicada, da mesma forma que as chuvas registradas nesta semana também prejudicam a retenção dos animais”, diz Iglesias. O grande limitador para quedas mais agressivas nos preços do boi gordo é a situação da oferta, que permanece restrita neste período que é o de maior demanda por carne bovina ao longo de todo o ano. “A tendência é que a oferta de animais de pasto esteja apta ao abate apenas no final do primeiro trimestre, consequência da estiagem prolongada que ocorreu em 2020”, destaca o analista. Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 281 a arroba, ante R$ 282 na quarta. Em Uberaba, Minas Gerais, os valores ficaram em R$ 275 a arroba, estáveis. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a cotação permaneceu inalterada, em R$ 270 a arroba. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 272 a arroba, estável. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 268 a arroba, contra R$ 267. No mercado atacadista, os preços seguem firmes. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma alta dos preços, em linha com o ápice do consumo no decorrer do último bimestre, cenário que remete a uma reposição mais rápida entre atacado e varejo. “Por sua vez, as exportações continuam em ótimo nível, ainda uma consequência do forte apetite de compra por parte da China”, assinalou Iglesias. Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 16,30 o quilo, e a ponta de agulha continuou em R$ 15,70 o quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
CEPEA: Pressão compradora enfraquece valor da arroba
Após o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 ter atingido R$ 292,00 no dia 11 deste mês, os valores da arroba se enfraqueceram nos dias seguintes
Segundo pesquisadores do Cepea, muitos frigoríficos, especialmente os que trabalham apenas com o mercado doméstico, postergam as compras de novos lotes de animais nos atuais patamares. Com isso, esses agentes se afastam do mercado, trabalham com escalas curtas e adquirem lotes apenas quando há necessidade. No entanto, a oferta de animais prontos para abate ainda é muito baixa, contexto que limita quedas mais intensas nos preços de negociação. Na quarta-feira, 18, o Indicador CEPEA/B3 fechou a R$ 282,15, com recuo de 3,37% frente à quarta-feira anterior, 11. No acumulado da parcial de novembro, no entanto, ainda se verifica avanço nos valores, de 1,35%.
Cepea
Mercado do sebo bovino em queda
Semana de poucos negócios e especulação no mercado de sebo bovino
A queda na demanda pelo produto para a produção de biodiesel e produtos de higiene segue pressionando negativamente as cotações. Segundo levantamento da Scot Consultoria, no Rio Grande do Sul, o preço do sebo caiu 8,3% em sete dias e o produto está cotado, em média, R$5,32/kg, livre de impostos. No Brasil Central, o sebo está cotado em R$5,45/kg, livre de impostos, uma desvalorização de 1,6% na comparação com a semana anterior.
considerando o preço bruto, à vista.
SCOT CONSULTORIA
FÓrum vai detalhar andamento da retirada da vacina contra aftosa no RS
Expectativa é abrir novos mercados de exportação para a carne gaúcha
O Fórum Estadual de Vigilância contra a Febre Aftosa, que será realizado on line no dia 3 de dezembro, vai apresentar as medidas que estão sendo executadas para o reconhecimento internacional do Estado como zona livre da doença sem vacinação e as perspectivas de mercado para o setor produtivo da carne. O fórum poderá ser acompanhado ao vivo em transmissão pelo You Tube (youtube.com/c/AgriculturaGOVRS), às 14h. O evento é organizado pelo Programa Estadual de Febre Aftosa da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), em conjunto com o Ministério da Agricultura (Mapa) e o Grupo Gestor Estadual do Plano estratégico do PNEFA 2017-2026. De acordo com a fiscal estadual agropecuário do Programa de Febre Aftosa, Grazziane Rigon, o fórum faz parte das atividades de implementação do Plano Estratégico para a evolução do status sanitário de febre aftosa no Estado, cujas diretrizes foram estabelecidas pela União. “Isso já permitiu a retirada da vacinação do rebanho bovídeo gaúcho e o reconhecimento nacional do novo status sanitário e tem como principais pilares o fortalecimento do Serviço Veterinário Oficial, o aumento da vigilância epidemiológica contra a febre aftosa e a aproximação com o setor privado”, explica Grazziane. Conforme a médica veterinária, manter as atividades previstas no plano é um compromisso para a conquista do status internacional junto à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). A organização define se aprova ou não o novo status sanitário do Rio Grande do Sul no encontro previsto para maio de 2021.
ECONOMIA
Dólar cai com melhora de humor externo, mas instabilidade persiste
O dólar fechou em queda e renovou mínima em dois meses ante o real na quinta-feira, com o mercado espelhando a fraqueza da moeda norte-americana no exterior em meio a alguma recuperação do apetite por risco nas bolsas de valores
O dólar à vista caiu 0,45%, a 5,3131 reais na venda, após perder 0,74%, a 5,2975 reais, na mínima intradiária. É o menor patamar para um encerramento desde 17 de setembro (5,2319 reais). Na B3, o dólar futuro recuava 0,91%, a 5,3160 reais, às 17h23. No exterior o índice do dólar frente a uma cesta de divisas fortes cedia 0,15% no fim da tarde. Operadores comentaram que a melhora dos ativos pode ter ocorrido conforme dados fracos do mercado de trabalho norte-americano teriam reforçado expectativas de mais estímulos econômicos, especialmente num momento em que a pandemia de Covid-19 se agrava nos Estados Unidos, dita novas restrições e ameaça a solidez da retomada da atividade. Mas a confiança segue instável, algo sinalizado pela alta de 0,77% do dólar mais cedo, para 5,3785 reais, antes de a moeda fechar em baixa. Na quarta-feira, o sinal foi inverso: a cotação abandonou queda de cerca de 1% e terminou em leve ganho. Na leitura do Morgan Stanley, operadores ainda mostram algum ceticismo sobre a disposição do Banco Central em fazer ofertas líquidas de moeda estrangeira no fim do ano para fazer frente ao aumento sazonal da moeda e, neste ano, também ao desmonte de operações de “overhedge”. “Uma retórica adicional também sugeriu que o BC poderia ser mais passivo em sua abordagem, apenas ajudando se o mercado não puder lidar com o volume adicional, sugerindo que o real pode precisar sofrer pressão considerável antes que o banco intervenha”, disseram analistas do Morgan Stanley em nota. Na avaliação de Gustavo Rangel, economista-chefe do banco ING, um fator por trás da depreciação nominal da taxa de câmbio desde meados de 2019 –a forte queda da taxa de juros– deverá continuar a ser sentido pela moeda em 2021, quando ele não espera um aumento da Selic.
REUTERS
Ibovespa fecha em leve alta
A BRF ON fechou em baixa de 2,49% após figurar entre as maiores altas na véspera, acompanhada de outros papéis do segmento, como Marfrig e Minerva. JBS ON descolou e subiu 0,97%
O Ibovespa fechou em alta na quinta-feira, após trocar de sinal algumas vezes, beneficiado pela melhora em Wall Street e com as ações da PetroRio disparando 30% após comprar participações da BP em dois blocos no pré-sal. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,52%, a 106.669,90 pontos, mantendo o sinal positivo na semana em 1,86%. O volume financeiro somou 27 bilhões de reais. Ainda assim, em meio a noticiário promissor sobre o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus e fluxo positivo de estrangeiros na bolsa, o Ibovespa já acumula alta de 13,5% em novembro. Agentes financeiros ainda têm associado a recuperação neste mês a uma rotação de portfólios para ações de valor e cíclicas, com maior peso no índice, em detrimento de papéis de crescimento e tecnologia. Os pregões em Nova York também tiveram uma sessão sem tendência muito clara, com dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos elevando preocupações quanto a uma desaceleração da recuperação econômica sem novos estímulos. Ainda assim, o S&P 500 conseguiu fechar no azul. Na visão do sócio da Monte Bravo Investimentos Rodrigo Franchini, o mercado continua ajustando preços enquanto espera novos catalisadores, principalmente mais estímulos econômicos nos EUA, para retomar um comportamento mais comprador. No Brasil, acrescentou, há também a questão fiscal e incertezas sobre à pauta de reformas que adicionam volatilidade.
REUTERS
Fitch cita risco fiscal e mantém rating do país
Para agência, os crescentes vencimentos da dívida interna de curto prazo em meio a um pesado fardo da dívida pública tornam o Brasil vulnerável a choques
A Fitch Ratings manteve o rating do Brasil em “BB-”, com perspectiva negativa. Em maio, essa perspectiva havia sido reduzida de “estável” para “negativa”. Segundo a agência de classificação de risco, a perspectiva reflete a severa deterioração do déficit orçamentário e da dívida pública este ano e a incerteza persistente quanto às perspectivas de consolidação fiscal, incluindo a sustentabilidade do teto de gastos. Para a Fitch, crescentes vencimentos da dívida interna de curto prazo em meio a pesado fardo da dívida pública tornam o país vulnerável a choques, incluindo mudanças na confiança dos investidores domésticos e nas condições de financiamento. “Embora a equipe econômica esteja comprometida em retornar à agenda de reformas em 2021, o ambiente político permanece fluido, reduzindo visibilidade e previsibilidade do processo.” A Fitch espera que a economia se recupere a partir de 2021, mas diz que a incerteza em torno dos desenvolvimentos políticos e políticas econômicas, combinada com um aumento global dos casos de coronavírus, continua a obscurecer o cenário. A agência prevê que o déficit nominal do governo aumentará para 16,7% do PIB, de cerca de 6,0% em 2019. “A recessão econômica e postergação de concessões tiveram um impacto adverso nas receitas, mas o grosso da deterioração veio de uma resposta fiscal considerável à pandemia, ou seja, o coronavoucher que deve custar cerca de 4,5% do PIB sozinho”, diz.
VALOR ECONÔMICO
Balança comercial do agronegócio registra superávit recorde em 2020
Segundo a CNA, os produtos mais vendidos pelo Brasil de janeiro a outubro foram a soja em grãos, a carne bovina in natura e o açúcar
A balança comercial do agronegócio brasileiro registrou superávit recorde no acumulado de janeiro a outubro deste ano, com saldo de US$ 75,5 bilhões. A receita com exportação foi de US$ 85,8 bilhões, alta de 5,7% em comparação com igual período de 2019, informou na quinta-feira (19/11) a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. O volume exportado foi de 189,4 milhões de toneladas nos dez primeiros meses do ano, aumento de 12,4%. Os produtos mais vendidos no período foram soja em grãos (US$ 28 bilhões), carne bovina in natura (US$ 6,1 bilhões), açúcar de cana em bruto (US$ 6 bilhões), celulose (US$ 5 bilhões) e farelo de soja (US$ 5 bilhões). Estes produtos representaram 58,3% da pauta exportadora do agro brasileiro nos dez primeiros meses. A China continua como o principal destino das vendas externas, com participação de 35,8%. União Europeia (16,2%), Estados Unidos (6,5%), Japão (2,4%) e Coreia do Sul (2,1%) completam o ranking dos cinco principais mercados no período de janeiro a outubro. As exportações em outubro passado tiveram queda de 6,2% em relação ao mesmo mês em 2019, totalizando uma receita de US$ 8,2 bilhões e superávit de US$ 7 bilhões. O total embarcado foi de 18,1 milhões de toneladas, redução de 3,2%. O açúcar de cana em bruto foi o produto mais exportado (US$ 1,1 bilhão em valores) e a China também foi o principal comprador dos produtos do agronegócio (26,5% do total).
Lácteos
CNA
FRANGOS & SUÍNOS
Alta na produção global de carnes em 2021 será puxada por carne suína
A produção global de carnes deve crescer em 2021, impulsionada principalmente pela carne suína, disse o Rabobank em resumo de relatório divulgado a clientes na quarta-feira (18)
“Em 2021, antecipamos crescimento da produção na maioria das regiões, com a maior mudança ocorrendo na Ásia, onde os impactos da peste suína africana estão diminuindo”, disse o Rabobank em seu website. O crescimento da produção de carne suína na China é impulsionado pelo início da recuperação do setor após os impactos causados pela peste suína africana nos últimos anos. O banco espera forte crescimento para a produção de carne de frango do país e aumento marginal na de carne bovina. “Esperamos que a produção de carne suína da China tenha provavelmente uma forte recuperação em 2021, devido ao aprimoramento da biossegurança”, disse a analista do Rabobank, Chenjun Pan, em podcast divulgado pelo banco. Ela estima que a produção de carne suína na China deva crescer pelo menos 10% em 2021, podendo aumentar em até 20% se os surtos de peste suína africana durante o inverno no país, época em que os casos tendem a aumentar, forem limitados. A analista disse que a demanda chinesa por carne bovina deve continuar forte, apesar do aumento na produção e na disponibilidade de outras proteínas. “Acredito que a demanda por carne bovina é bem resiliente. Esperamos que a China continue a ter fortes importações de carne bovina no próximo ano”, disse ela. Após as disrupções causadas pela covid-19 na indústria global de carnes em 2020, com restrições em algumas unidades processadoras, no comércio internacional e na distribuição de produtos no segmento de food service, o Rabobank espera que 2021 seja um ano de recuperação. Mas o setor de carnes global ainda deverá enfrentar desafios como altos custos nos preços de grãos. No Brasil, o banco espera crescimento da produção de todas as proteínas animais, num ritmo mais modesto que em anos recentes, com exportações impulsionando a produção enquanto a demanda doméstica continua fraca.
CARNETEC
Mercado de suínos começou a registrar mais quedas na quinta-feira (19)
As cotações no mercado de suínos na quinta-feira (19) registraram estabilidade ou quedas
De acordo com análise do Cepea/Esalq, a demanda doméstica pela proteína se enfraqueceu nos últimos dias. Além de esta ser a segunda quinzena de novembro, período em que geralmente o poder de compra da população diminui, os elevados valores da carne afastam parte dos consumidores, contexto que tem impedido novas valorizações da proteína – em algumas regiões, inclusive, os preços registram quedas pontuais. Em São Paulo, segundo a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou com preço estável em R$ 184,00/R$ 185,00, enquanto a carcaça especial teve recuo de 1,50%/2,90%, chegando a R$ 13,10/R$ 13,40 o quilo. No caso do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (18), os valores ficaram estáveis em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, respectivamente R$ 9,49/kg e R$ 8,74/kg. Houve queda no preço do suíno vivo na ordem de 0,33% no Paraná, alcançando R$ 9,11/kg, recuo de 0,22% em Santa Catarina, valendo R$ 9,11/kg, e de 0,10% em São Paulo, fechando em R$ 9,83/kg. Na quinta-feira (19), depois de sucessivas altas, os preços do suíno vivo no mercado independente começaram a cair nas principais praças produtoras do país. A curva ascendente foi barrada, segundo lideranças no setor, por fatores como a alegação de frigoríficos na dificuldade em comercializar as carcaças e repassar o valor mais alto, saída de grandes frigoríficos das compras no mercado independente e a possibilidade de que os preços tenham atingido um teto.
CEPEA/ESALQ
MEIO AMBIENTE
Anúncio de Bolsonaro deve ampliar cerco da UE a produtos tropicais
Pressão por mais medidas é provável com divulgação de países que importam madeira ilegal
O anúncio do Presidente Jair Bolsonaro, na cúpula do Brics, de que vai revelar nos próximos dias os nomes de países que importam madeira ilegal da Amazônia, deverá reforçar o argumento na Europa pelo endurecimento do acesso de produtos tropicais no mercado europeu, avaliam fontes. O objetivo de Bolsonaro parece ser de mostrar uma contradição entre os europeus que criticam o desmatamento ao mesmo tempo em que compram madeira brasileira. Ocorre que a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e organizações não governamentais (ONGs) estão justamente insistindo que os países europeus reconheçam sua responsabilidade, e precisam agir de forma agressiva e ambiciosa no consumo – ou seja, fechar o mercado no caso de risco de produto vir do desmatamento. A estimativa usada pela UE e no Parlamento Europeu é de que a UE é responsável por mais de 10% da destruição florestal globalmente, impulsionada pelo consumo de commodities como carne, laticínios, soja para ração animal, óleo de palma, cacau, milho, madeira e borracha. “Bolsonaro ajuda no argumento defendido por aqueles que querem o fechamento do mercado”, nota uma fonte na Europa. O Parlamento Europeu aprovou recentemente uma nova resolução para combater o desmatamento. E com isso pressiona a Comissão Europeia a elaborar uma nova lei exigindo “due diligence” pelas companhias, de forma que elas precisarão avaliar os riscos dos produtos importados para identificar, mitigar e excluir aqueles vindos de áreas de desmatamento. Os parlamentares demandam que sanções sejam introduzidas para as empresas que colocam no mercado europeu produtos derivados de matérias-primas que ameaçam afetar as florestas e os ecossistemas. Para eles, uma lei europeia forte é necessária, porque iniciativas voluntárias, certificações e etiquetagens por terceiros fracassaram no objetivo de frear o desmatamento global. Uma legislação poderá ser proposta pela Comissão Europeia na metade de 2021 para atacar os produtos supostamente de áreas de desmatamento vendidos na Europa. A ideia é assegurar aos consumidores que em suas compras não adquiram produtos importados vinculados à destruição da natureza. Uma fonte nota que, se o Brasil tem tecnologia para identificar quem importa madeira ilegalmente, deveria usá-la para abrir cooperação com os países europeus. “Governos não importam madeira ilegal, quem importa é o mundo do crime”, diz uma fonte. Se os países da UE estão importando madeira brasileira ilegal, isso é uma clara violação da legislação da UE e o Presidente Bolsonaro deve apresentar as provas à Comissão Europeia para que possam ser investigadas e as devidas sanções aplicadas”. “O desmatamento disparou no Brasil desde que Bolsonaro assumiu o cargo. O seu governo, que destruiu uma série de proteções ambientais, é o responsável. Quando se trata de responder a perguntas sobre a destruição da Amazônia, o Presidente Bolsonaro deve ser o primeiro na fila”, afirmou Julia Christian, Coordenadora de campanhas de Fern.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
China reduz importação de carne com a recuperação da oferta doméstica de suínos
Preocupação com a presença da covid-19 em embalagens de produtos importados também influencia a queda
O apetite voraz da China por carne importada está começando a diminuir, à medida que os preços domésticos da carne suína caem e aumentam as preocupações dos consumidores com a presença do novo coronavírus em embalagens de alimentos que chegam de outros países. Por mais de dois anos, os criadores chineses lutaram contra surtos de peste suína africana, uma doença hemorrágica altamente contagiosa que reduziu a vara doméstica de porcos do país em 2019 em 41%, ou mais de 100 milhões de animais. Essa queda fez com que os preços da carne suína dobrassem. Os preços da carne suína no mercado chinês estão voláteis este ano, mas a curva é descendente. Os preços no atacado caíram 18% desde o início de setembro, para o equivalente a US$ 2,75 a libra, de acordo com a Wind, uma fornecedora chinesa de dados financeiros. A carne suína agora custa um pouco menos do que há um ano. Surtos de peste suína ainda estão ocorrendo, mas o país mudou para repovoar suas fazendas de suínos, adicionando 60 milhões de porcos desde o início de 2020, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas da China. Animais foram trazidos da Europa para aumentar as varas de suínos, novas fazendas foram construídas e grandes operações comerciais estão ampliando a produção. Os preços da carne suína devem continuar caindo no próximo ano, disse Feng Yonghui, Analista-chefe do portal da indústria de suínos Soozhu.com, à medida que o esforço de reconstrução continua e os produtores enviam mais porcos para o abate. A população de suínos da China atualmente é de 370 milhões, ante cerca de 430 milhões antes da detecção da peste suína africana no país, em agosto de 2018. O país é o maior produtor e consumidor mundial de carne suína, e aumentou as importações de carne – incluindo bovina e ovina – para ajudar a cobrir o déficit interno. Nos primeiros dez meses de 2020, as importações de carne pela China foram avaliadas em US$ 25,4 bilhões, um aumento de 75% em relação ao ano anterior, um dos pontos positivos globais para uma indústria que viu a demanda cair devido ao fechamento de restaurantes em todo o mundo. O crescimento desacelerou recentemente, e os volumes de importação de outubro voltaram aos níveis de fevereiro, de acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas da China. Um dos motivos é a covid-19. Desde junho, quando o vírus surgiu em um mercado de frutos do mar, carnes e vegetais em Pequim, as autoridades chinesas identificaram as importações de alimentos refrigerados e congelados como potenciais portadores do coronavírus, sobretudo em embalagens.
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