CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1364 DE 18 DE NOVEMBRO DE 2020

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Ano 6 | nº 1364| 18 de novembro de 2020

 

ABRAFRIGO

Boi gordo: preços recuam, ofertas desaparecem

Em São Paulo, após encerrarem a semana anterior fora das compras, as indústrias frigoríficas retomaram às atividades na última terça-feira (17/11) derrubando em R$3,00/@ as ofertas de compra em todas as categorias

Com o recuo, o boi gordo, a vaca gorda e novilha gorda ficaram cotados em R$287,00/@, R$267,00/@ e R$277,00/@, respectivamente, preço bruto e à vista. Foram realizados negócios, mas o fluxo de boiadas ocorre paulatinamente, sinal da oferta restrita e da queda de braço entre pecuaristas e indústrias frigoríficas. A queda de braços entre frigoríficos e pecuaristas observado em São Paulo também acontece na maior parte das praças pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria. A pressão de baixa foi observada em 18 das 32 praças pecuárias. Apesar da pressão, o lento escoamento da carne, as escalas de abate enxutas e a oferta restrita de animais seguem como fatores decisivos para os negócios.

SCOT CONSULTORIA

Arroba do boi gordo vai continuar caindo?

A oferta restrita e as exportações aquecidas não devem deixar os preços cederem muito além de R$ 280 em São Paulo

Após encostar nos R$ 300 em São Paulo na semana passada, a arroba do boi gordo recuou. De acordo com o analista Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, os frigoríficos estão sinalizando que as margens operacionais estão muito apertadas pelos patamares atuais, principalmente para as plantas que atendem apenas o mercado doméstico. Algumas indústrias estão reduzindo a capacidade de abate e outras falam até mesmo em férias coletivas. Iglesias afirma que a tendência é que a arroba passe por ajustes nos próximos dias, mas diz que não muito espaço para preços abaixo de R$ 280 em São Paulo e de R$ 270 em Mato Grosso do Sul e Goiás, por conta da oferta reduzida até o fim do ano e também pelas exportações aquecidas. “A oferta é uma variável em que não tem como mexer até o fim do ano. Não teremos a entrada de animais de safra, vamos depender dos confinados. Os embarques têm números muito bons em novembro, com possibilidade de batermos um recorde histórico este mês. São fatores que podem levar a arroba do boi gordo a reagir, talvez a buscar R$ 290 no mercado paulista”, diz.

AGÊNCIA SAFRAS

ECONOMIA

Dólar vai à mínima em 2 meses com mercado à espera de atuações do BC

O dólar fechou na mínima em dois meses frente ao real na terça-feira, com a moeda brasileira exibindo o melhor desempenho global nesta sessão, amparada por expectativas de suporte do Banco Central, em meio a um dia amplamente positivo para ativos brasileiros

O dólar à vista caiu 1,96%, a 5,3335 reais na venda, menor patamar desde 17 de setembro (5,2319 reais). A moeda está 7,46% abaixo da máxima de 29 de outubro (5,7635 reais), alcançada antes, portanto, das eleições nos Estados Unidos. A moeda recuou durante toda a sessão, indo de uma máxima de 5,424 reais (-0,29%) a uma mínima de 5,3244 reais (-2,12%). Na B3, o dólar futuro caía 1,67%, a 5,3305 reais, às 17h07. Antes da abertura do pregão no mercado de câmbio já havia expectativa de queda do dólar na sessão, com operadores comentando comunicado do Banco Central, divulgado na noite da véspera, sobre rolagens de swap cambial tradicional. Na nota à imprensa, o BC se comprometeu a realizar operações para rolagem integral dos swaps vincendos em janeiro de 2021, mas adicionou que poderia “recalibrar o montante ofertado, conforme as condições de mercado”. A referência foi tida como indicação de que o BC poderia fazer ofertas líquidas desses contratos –cujas colocações equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro.

REUTERS

Ibovespa tem melhor fechamento desde início de março

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 077%, a 107.248,63 pontos, maior patamar de fechamento desde o início de março, algumas semanas antes das decretações de quarentena no país 

Apesar da recuperação em relação às mínimas do ano, quando se aproximou dos 60 mil pontos, o Ibovespa ainda está distante da máxima histórica intradia, de quase 120 mil pontos que rondou em janeiro. O volume financeiro nesta sessão somou 33,7 bilhões de reais. E de pano de fundo ainda há percepções de que uma segunda onda de coronavírus tende a ser mais branda no Brasil em razão da época do ano, de temperaturas mais elevadas, bem como os protocolos médicos estão mais conhecidos”, acrescentou. Segundo a B3, o saldo de capital externo no segmento Bovespa no mês até o dia 13 está positivo em 17,8 bilhões de reais. Em 2020, apenas junho (1,9 bilhões de reais), agosto (1,5 bilhão de reais) e outubro (2,9 bilhões de reais) ficaram no azul. Muitos agentes financeiros também têm destacado uma rotação de setores em carteiras de investimentos na bolsa, alinhada a outros mercados emergentes, bem como um ambiente de notícias promissoras sobre uma vacina contra o Covid-19. A safra de resultados de empresas do Ibovespa, que terminou na terça-feira, endossou o otimismo. O BTG Pactual afirmou que dados consolidados de receita, Ebitda e lucro superaram as previsões do banco (excluídas Petrobras e Vale). Nos Estados Unidos, Wall Street experimentou uma pausa nos ganhos, após o S&P 500 e o Dow Jones renovarem máximas históricas para o fechamento na véspera. Os indicadores encerraram em baixa de 0,48% e 0,56%, respectivamente.

REUTERS 

Ministério da Economia melhora projeção de PIB em 2020 a -4,5%

O Ministério da Economia reviu na terça-feira sua projeção de contração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 para 4,5%, sobre queda de 4,7% antes, em função do bom resultado esperado para a atividade econômica no terceiro trimestre

Em boletim, a Secretaria de Política Econômica (SPE) avaliou que a forte recuperação da indústria e do varejo foi confirmada e que o setor de serviços apresentou “bom desempenho” depois da retração acentuada vista no segundo trimestre, ainda que a produção esteja bem aquém do nível registrado em fevereiro. Nas contas da secretaria, o PIB deve subir 8,3% no terceiro trimestre ante os três meses anteriores, com retração de 3,9% sobre igual período do ano passado. Antes, a expectativa era de diminuição de 4,9% para a atividade frente ao terceiro trimestre de 2019. Para a inflação medida pelo IPCA, a perspectiva agora é de 3,13% em 2020, bem acima da expectativa anterior de 1,83%, puxada pelo aumento no preço dos alimentos. Os números fazem parte da grade de parâmetros da SPE e vão embasar a confecção do próximo relatório de receitas e despesas. Quanto ao ano que vem, a estimativa oficial da pasta para o PIB foi mantida em crescimento de 3,2%. Já para o IPCA, o número passou a um avanço de 3,23%, contra 2,94% antes. No boletim Focus mais recente, economistas ouvidos pelo Banco Central estimaram retração de 4,66% para o PIB neste ano e alta de 3,31% no próximo. Para a inflação, a mediana das estimativas apontou alta de 3,25% em 2020 e de 3,22% em 2021.

REUTERS 

EMPRESAS

BRF diz que abrirá 3,4 mil vagas no Brasil até fim do ano em meio a maior consumo

A companhia de alimentos BRF vai abrir cerca de 3.400 postos de trabalho até o final deste ano em unidades operacionais e administrativas, informou a empresa na terça-feira, citando o aumento do consumo de alimentos no período

Os postos abrangem vagas fixas e temporárias nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, disse a BRF, que na semana passada reportou resultado acima do esperado no terceiro trimestre, impulsionado por forte desempenho no Brasil. Segundo a companhia, haverá vagas em áreas como operação, agropecuária, logística, gestão, estratégia, inovação, qualidade, pesquisa e desenvolvimento, relações com investidores, sustentabilidade e tecnologia da informação.

“Para atender o maior consumo no final de ano, estamos com oportunidades de trabalho em todas as unidades produtivas”, disse em nota a diretora de Gente para Supply da BRF, Indiara Manfre. “A maioria é para cargos de entrada, pois priorizamos o desenvolvimento e encarreiramento de nossos colaboradores”, acrescentou. Os segmentos de agronegócio e alimentos estão entre os menos afetados pela pandemia de Covid-19, classificados como áreas essenciais. A BRF disse que a abertura de vagas a coloca “na contramão da crise econômica, que originou cortes e demissões”.

REUTERS

CEO da Marfrig nega contaminação na carne

O coronavírus supostamente encontrado por autoridades chinesas em embalagens de produtos da Marfrig na semana passada não tem relação com a produção da companhia, segundo o CEO da empresa, Miguel Gularte 

Ele afirmou que a brasileira toma todas as medidas de proteção e testagem dos funcionários e esterilização da linha de produção. Ele comentou que as exportações fortaleceram o balanço no terceiro trimestre, entre elas para a própria China. “Na China, constantemente as autoridades estão fazendo buscas em termos de contaminação de produtos ou instalações. No caso da Marfrig foi na província de Wuhan, onde começou a crise sanitária, e em um depósito onde tinha carne nossa, que estava nacionalizada já há vários meses. Foi encontrada nas instalações do depósito Covid, ou resíduos da Covid. Esses resíduos da Covid estavam em pallets, em estruturas do depósito e em algumas caixas de produtos. Entre os produtos onde foi encontrado nas embalagens alguns resíduos de Covid, tinham alguns produtos que eram da Marfrig. Mas isso aí não tem nada a ver com a nossa produção e com a nossa carne”, disse. “Nossa carne entrou [na China], foi testada. Importante dizer que dentro do protocolo sanitário da Marfrig, nós fomos pioneiros em assinar um TAG [Termo de Ajustamento de Gestão] com o Ministério Público do Trabalho, no qual testamos 100% dos nossos funcionários. A Marfrig testou 100% dos nossos funcionários e implementou um sistema muito interessante que se chama busca ativa, estar constantemente testando as pessoas na fábrica. Ele é um protocolo que impede que as pessoas sintomáticas adentrem o recinto industrial e impede que pessoas sem sintomas possam estar lá dentro trabalhando”, completou. “Evidentemente quanto nós recebemos essa notícia sobre o problema em Wuhan, nós fomos atrás da informação, e o que nós recebemos foi de que em princípio não afeta em nada a nossa produção porque o vírus foi encontrado nas instalações e na parte externa do produto, não é um problema do produto. Até porque nós sabemos também que uma carne para chegar na China demora 60 dias. Um vírus sobreviver a 60 dias numa viagem de navio não é tão provável. É possível? É possível. Mas pouco provável”, disse Gularte.

Infomoney

FRANGOS & SUÍNOS

Alemanha pode abater até 70 mil frangos após registro de gripe aviária em fazenda

A Alemanha detectou a presença de gripe aviária em mais uma granja e agora se programa para realizar o abate de até 70 mil aves, disseram autoridades na terça-feira

A gripe aviária do tipo H5N8 foi confirmada em uma fazenda perto de Rostock, no estado de Mecklenburg-Vorpommern, disse um porta-voz da autoridade governamental local, Landkreis Rostock. Cerca de 4.500 frangos na granja teriam que ser sacrificados, mas a criação se espalha por vários locais e o total pode chegar a 70.000, disse o porta-voz. “Para combater o surto da doença e prevenir sua propagação, é necessário, do ponto de vista médico veterinário, abater até 70.000 aves em vários locais”, disse o porta-voz. “Os preparativos começaram”. Enquanto isso, o estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha, também relatou na terça-feira outro surto de H5N8 em uma fazenda na área de Kreis Nordfriesland, com cerca de 1.000 patos, gansos e galinhas abatidos. Diversos surtos de gripe aviária têm sido registrados na Europa nas últimas semanas, com suspeitas de que aves selvagens estejam espalhando a doença. A Dinamarca ordenou o abate de 25 mil frangos depois de descobrir a gripe aviária H5N8 em uma fazenda, disseram as autoridades na segunda-feira, o que na prática interrompe as exportações de aves e ovos para países fora da União Europeia por pelo menos três meses. Outros casos foram relatados na França e na Holanda. A Grã-Bretanha ordenou o abate de 13.000 aves em uma fazenda no noroeste da Inglaterra depois de detectar casos da gripe aviária.

REUTERS

Custos de produção de suínos sobem 15% e de frangos 9% em outubro

Os custos de produção de suínos e de frangos de corte tiveram altas de 14,98% e 8,89%, respectivamente, em outubro, na comparação com setembro, ambos superando recordes anteriores, segundo a Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias) da Embrapa

Os custos de produção de frangos e suínos sobem desde o início do ano, pressionados pelas altas nos preços de grãos usados para a nutrição animal. O ICPSuíno, que mede os custos de produção de suínos, fechou em 352,95 pontos em outubro. O ICPFrango ficou em 328,76 pontos no mês passado. No acumulado do ano até outubro, o ICPSuíno subiu 40,69% e, nos últimos 12 meses, 46,02%. “O custo por quilo vivo de suíno produzido em sistema de ciclo completo em Santa Catarina aumentou quase R$ 0,80 em 30 dias, passando dos R$ 5,37 em setembro para R$ 6,17 em outubro”, disse a Cias em nota. O ICPFrango subiu 36,33% nos primeiros dez meses do ano e 37,43% nos últimos 12 meses. O custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná, maior estado produtor de frango do Brasil, passou dos R$ 3,90 em setembro para R$ 4,25 em outubro.

CARNETEC

INTERNACIONAL

Carnes: Uruguai nega detecções de covid-19 em vendas para a China

O Ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Carlos María Uriarte, negou que seu país tenha sido detectado o coronavírus em qualquer carregamento que levasse carne para a China

Na semana passada, quando confirmou o caso do frigorífico Gorina, em La Plata, na Argentina, sobre o qual a China disse ter encontrado covid-19 na embalagem de carne de um cliente que trabalha em sua fábrica, o La Nación, com base em fontes com acesso às informações do Senasa, disse que algo semelhante havia acontecido com outros países, inclusive o Uruguai. “Até o momento, nenhuma carne de qualquer tipo foi detectada exportada do Uruguai infestada com covid-19”, disse Uriarte em sua conta no Twitter, após negar a versão. Após a reação do governante uruguaio, o La Nación voltou a consultar o Senasa, onde preferiu baixar o tom do assunto e evitou dar mais detalhes. Neste ano, o Uruguai já vendeu carne bovina ao mundo por US $ 1.255.303.496. Desse valor, para a China foram produtos cárneos por US $ 549.133.978.

El País Digital 

Exportadores protestam contra acusações da China

Grandes países produtores de alimentos estão cada vez mais frustrados com a vigilância da China em produtos importados e estão fazendo um apelo para que o país pare com os exames agressivos de detecção de coronavírus, que alguns dizem equivaler a uma restrição comercial

A China diz que flagrou o vírus em embalagens de produtos de 20 países, incluindo carne de porco alemã, carne bovina brasileira e pescado indiano, mas funcionários estrangeiros dizem que a falta de indícios das autoridades está prejudicando o comércio e afetando a reputação dos alimentos importados sem motivo. Em uma reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) nos dias 5 e 6 de novembro, o Canadá classificou as verificações chinesas de alimentos importados e a rejeição de produtos que tiveram exames de ácido nucleico positivos como “restrições comerciais injustificadas” e instou o país asiático a interrompê-las, disse uma autoridade comercial radicada em Genebra a par da reunião que não quis ser identificada. Com o apoio de Austrália, Brasil, México, Reino Unido e Estados Unidos, o Canadá argumentou que a China não forneceu uma justificativa científica para as medidas, disse a autoridade. A missão canadense na OMC em Genebra não respondeu de imediato a um pedido de comentário. A China só intensificou a verificação de alimentos importados desde então. Nesta semana, o Global Times, um tabloide apoiado pelo Partido Comunista governista chinês, insinuou que a presença do novo coronavírus em alimentos importados criou a possibilidade de o vírus, que muitos acreditam ter surgido na cidade chinesa central de Wuhan no final do ano passado, ter vindo do exterior. A China começou a verificar alimentos importados resfriados e congelados para detectar o vírus em junho devido a um foco de infecções entre trabalhadores de um mercado atacadista de alimentos da capital. A Organização Mundial da Saúde (OMS) dize que nem alimentos, nem embalagens são rotas de transmissão conhecidas do vírus. A reação externa veio depois de meses de frustração crescente com a maneira como as autoridades alfandegárias e sanitárias vêm aumentando a verificação de importações – parceiros comerciais se queixam de que a prática não se alinha às normas globais.

Reuters

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