Ano 6 | nº 1354 | 04 de novembro de 2020
NOTÍCIAS
Boi gordo: arroba sobe em São Paulo e valores podem ter novos reajustes
A expectativa é para novas altas no curto prazo, uma vez que a oferta de animais terminados segue restrita em grande parte do país
Os preços da arroba do boi gordo voltaram a subir no mercado físico brasileiro na terça-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a expectativa de ainda remete a reajustes para o curto prazo, uma vez que a oferta de animais terminados segue restrita em grande parte do país. “Esse aspecto ganha relevância uma vez que o mercado se aproxima do ápice do consumo, havendo uma enorme dependência da oferta de confinados. A estiagem prolongada atrasou o desenvolvimento dos animais de pasto que devem estar aptos ao abate apenas no primeiro trimestre de 2021. A disputa por animais padrão China segue acirrada, mantendo um spread entre cinco a sete reais por arroba em relação aos animais destinados ao mercado doméstico”, diz ele. Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 279 – R$ 280 a arroba, ante os R$ 279 da sexta-feira, 30. Em Uberaba, Minas Gerais, os valores ficaram em R$ 273 a arroba, contra R$ 270. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 269 a arroba, contra R$ 267. Em Goiânia, Goiás, a cotação ficou em R$ 265 a arroba, estável. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 257 a arroba, ante R$ 256. No mercado atacadista, os preços seguem firmes. De acordo com Iglesias, com o consumo impulsionado pela entrada da massa salarial na economia, a tendência para a quinzena de novembro é de novas altas nos preços. Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20 o quilo. O corte dianteiro aumentou se manteve em R$ 14,65 o quilo, e a ponta de agulha continuou em R$ 14,65 por quilo. O dólar comercial encerrou a sessão com alta de 0,41%, sendo negociado a R$ 5,7630 para venda e a R$ 5,7610 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,6510 e a máxima de R$ 5,7650.
AGÊNCIA SAFRAS
Boi gordo: preços subindo
A última terça-feira (3/11) foi de alta nos preços da arroba do boi gordo em 22 das 32 praças monitoradas pela Scot Consultoria
A semana mais enxuta devido ao feriado, associada às escalas de abate curtas na maioria das praças pecuárias e, principalmente, a oferta restrita de boiadas, têm sustentado os preços. Em São Paulo, o boi gordo ficou cotado em R$275,00/@, preço bruto e à vista, R$274,50/@ com desconto do Senar e R$271,00/@ com desconto do Senar e Funrural. Já a arroba da vaca gorda tem sido negociada em R$260,00, nas mesmas condições. Para animais que atendem ao mercado chinês, foram reportadas ofertas de compra em R$280,00/@, preço bruto e à vista. Apesar das ofertas de compra em alta, a pouca disponibilidade de boiadas tem dificultado as negociações pelas indústrias frigoríficas.
SCOT CONSULTORIA
Exportações: média bateu recorde histórico em outuBRO
O Volume total exportado de carne bovina in natura em outubro ficou em 162,6 mil toneladas, sendo o mês com o terceiro melhor desempenho para o ano de 2020
De acordo com analista da Agroagility, Gustavo Figueiredo, a média diária exportada teve o melhor desempenho da série histórica com 8,1 mil toneladas. “Foi à primeira vez na história que finalizamos um mês com a média diária acima das 8 mil toneladas, pois sempre terminamos o mês com uma média diária de 7 mil toneladas. Já chegamos a atingir a média diária de 8 mil toneladas durante a semana, mas nunca fechamos o mês com esse patamar”, afirma. Segundo as informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (SECEX), a média diária exportada de carne bovina in natura ficou em 8,1 mil toneladas neste mês de outubro e teve um aumento de 4,93%, se comparado com o mês de outubro do ano anterior que registrou uma média de 7,7 mil toneladas. A quantidade embarcada em outubro registrou um avanço de 14,27% se comparado ao volume exportado em setembro deste ano, quando foram exportadas 142,3 mil toneladas. Já na comparação anual, o volume de carne bovina exportada em outubro deste ano teve uma queda de 4,66% frente à quantidade embarcada em outubro de 2019, que foi de 170,5 mil toneladas. O analista ainda destaca que no mês de outubro foram 20 dias úteis, em outubro do ano passado foram 22 dias úteis e isso contribuiu para a queda no volume exportado. “Por conta de dois feriados que ocorreu em outubro acabamos perdendo esses dois dias úteis de embarques. Para o mês de novembro, a expectativa é que deve ficar muito próxima ao que vimos em outubro”, aponta. O preço médio finalizou o mês de outubro negociado a US$ 4.244,5 mil por tonelada, na qual teve um recuo de 4,98% se comparado ao mesmo período do ano anterior que registrou um valor médio de US$ 4.467,2 mil por tonelada. “Temos essa queda nos preços médios em decorrência a nossa moeda desvalorizada frente ao dólar. Porém, no faturamento em real tivemos um ganho de 34% frente aos dados de outubro de 2019”, reporta. O mês de outubro encerrou com o valor negociado para o produto em US$ 690,5 milhões, sendo que o preço total comercializado em outubro do ano passado foi de US$ 761,8 milhões. A média diária em outubro ficou em US$ 34.525,7 milhões e registrou uma queda de 0,30%, frente ao valor médio negociado em outubro do ano anterior que foi de US$ 34.631,1 milhões.
Agroagility
ECONOMIA
Dólar fecha em alta contra real com fiscal doméstico ofuscando apetite por risco global
A moeda norte-americana à vista subiu 0,39%, a 5,7609 reais na venda
O dólar futuro de maior liquidez, que é negociado até as 18h, tinha alta de 0,30%, a 5,768 reais. Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, o real teve “performance aquém de seus pares emergentes em razão de preocupações com o cenário fiscal brasileiro”. Declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na segunda-feira de que está preocupado e pessimista com o calendário desorganizado do governo para as pautas que deveriam ser votadas ajudou a elevar a cautela entre os investidores locais, disse Rostagno. “Nosso tempo já passou”, disse Maia em live promovida pelo jornal Valor Econômico, afirmando que o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 pode ser votado até dezembro, mas o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) do próximo ano, não. Dando ainda mais evidência à pauta fiscal, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou na terça-feira o termo “notícias fiscais” ao falar da inclinação recente na curva de juros. Mais cedo, o BC frisou na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) estar atento à piora do quadro fiscal e suas implicações para a política monetária. Dúvidas sobre como o governo financiaria um projeto de auxílio econômico diante de um Orçamento apertado têm dominado o radar dos operadores domésticos, que temem um possível furo no teto de gastos. Apesar da retomada de algum terreno da moeda norte-americana frente à brasileira, o dólar operava em forte queda contra uma cesta das principais moedas, refletindo a vantagem do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, nas últimas pesquisas eleitorais. Em meio a um ambiente de pouca segurança fiscal e juros extremamente baixos, o dólar acumula salto de quase 44% contra o real em 2020.
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Ibovespa avança 2,16% com EUA e balanços corporativos no radar
O Ibovespa fechou em alta na terça-feira beneficiado pelo viés benigno em Wall Street em meio às eleições nos EUA, com papéis de mineração e siderurgia entre os destaques positivos
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,16%, a 95.979,71 pontos. No primeiro pregão ampliado em razão do fim do horário de verão nos Estados Unidos, o volume financeiro na bolsa paulista somou 28,6 bilhões de reais na volta do feriado. Estrategistas de ações preveem mais volatilidade das ações brasileiras em novembro, em meio ao avanço do Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos, além de desafios fiscais locais. Mesmo avaliando que muitas ações parecem estar com preços atrativos, esses profissionais alertaram que as incertezas também são relevantes. O gestor Marcelo Mesquita, sócio-fundador da Leblon Equities, citou como um componente desfavorável para a bolsa brasileira a incapacidade política do governo em avançar com as reformas estruturais. “Mas as empresas listadas têm apresentado ótima performance porque na média são capitalizadas e estão aproveitando o momento de fraqueza dos concorrentes menores para crescerem”, afirmou. Em Nova York, o S&P 500 fechou em alta de 1,78%, em meio a uma das eleições presidenciais mais turbulentas dos EUA, com apostas de que o desfecho da disputa ajudará a destravar o impasse em torno de mais estímulos fiscais.
REUTERS
Brasil tem superávit comercial de US$5,5 bi em outubro, abaixo do esperado
O Brasil teve superávit comercial de 5,5 bilhões de dólares em outubro, abaixo do esperado pelo mercado, mas novamente alavancado pela retração expressiva na ponta das importações, divulgou o Ministério da Economia na terça-feira
Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa era de um superávit de 6,1 bilhões de dólares. Embora o saldo positivo tenha mais do que dobrado em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foi de 2,5 bilhões de dólares, ele ficou abaixo do superávit de 5,8 bilhões de dólares registrado em outubro de 2018. O dado, mais uma vez, foi obtido em meio ao tombo nas importações, dando prosseguimento a uma tônica vista há meses diante da fraqueza econômica com a pandemia de coronavírus e do patamar mais alto do dólar frente ao real. Pela média diária, as compras de produtos importados caíram 20% sobre outubro do ano passado, a 12,4 bilhões de dólares, com decréscimo de 44,6% na indústria extrativa e de 19,5% na indústria de transformação. Na agropecuária, contudo, as importações subiram 3% no mês. Já as exportações ficaram praticamente estáveis, com alta de 0,3% na mesma base de comparação, a um total de 17,9 bilhões de dólares. Nesse caso, houve retração de 20,6% nas vendas de produtos agropecuários para fora, enquanto as exportações da indústria extrativa e da indústria de transformação subiram, respectivamente, 7,2% e 4,7%. De janeiro a outubro, o superávit acumulado das trocas comerciais foi de 47,7 bilhões de dólares, alta de 25,5% sobre igual período do ano passado, sempre pela média diária. Para o ano, a perspectiva do Ministério da Economia é de um superávit de 55 bilhões de dólares, frente a 48,1 bilhões de dólares em 2019.
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Mercado ajusta projeção de inflação para cima e vem crescimento menor em 2021
O mercado fez leves ajustes em suas estimativas econômicas, passando a ver inflação acima de 3% este ano e crescimento mais fraco em 2021, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira
O levantamento semanal apontou que a expectativa para a alta do IPCA este ano agora é de 3,02%, contra 2,99% na semana anterior. Para 2021 o ajuste foi de 0,01 ponto percentual para cima, a 3,11%. O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas consultados continuam vendo contração de 4,81% em 2020, mas reduziram a perspectiva de crescimento no ano que vem a 3,34%, de 3,42% antes, na terceira semana seguida de queda. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros deve terminar este ano na atual mínima histórica de 2%, chegando a 2,75% no final de 2021. Na semana passada, o BC manteve a Selic na mínima histórica de 2% ao ano e, apesar de reconhecer uma pressão inflacionária mais forte no curto prazo, manteve sua mensagem de orientação futura (forward guidance) e a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente. Na ata dessa reunião divulgada na terça-feira, indicou que alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal motivariam uma reavaliação da sua orientação futura (forward guidance), ainda que o regime do teto de gastos esteja nominalmente mantido. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo a Selic a 2% neste ano e também no final do próximo.
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Senado aprova projeto de autonomia do Banco Central; texto segue para Câmara
O Senado aprovou na terça-feira a proposta que confere autonomia formal ao Banco Central, de forma a garantir à instituição financeira que execute suas tarefas sem risco de interferência político-partidária
De autoria do senador Plínio Valério (PSDB-AM) e relatado por Telmário Mota (PROS-RR), o projeto estabelece requisitos para nomeação e demissão do presidente e dos diretores do BC, que terão mandatos fixos, e veda determinadas condutas. Foram duas votações sobre a proposta. Na primeira delas, os senadores aprovaram o texto principal por 56 votos a favor e 12 contra. Posteriormente, rejeitaram emenda apresentada pelo líder do PT, Rogério Carvalho (SE), que previa uma quarentena prévia para indicados a ocupar a diretoria do BC. A proposta segue agora para apreciação da Câmara dos Deputados. O Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que o projeto garante soberania monetária ao país. “Um modelo de Banco Central independente ou, mais especificamente, com autonomia operacional, vem se mostrando, ao longo dos anos, como o mais eficiente para se obter e manter o controle da inflação no longo prazo, com os menores custos para a sociedade”, disse. No parecer, Telmário Motta destacou a importância de se blindar a autoridade monetária de contingências políticas. O substitutivo de Telmário estabelece que o Banco Central terá o status de “autarquia de natureza especial”, sem subordinação a qualquer ministério, na intenção de atribuir à entidade “relativa autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira”. A autonomia formal do BC é considerada há anos crucial pela autoridade monetária, tendo sido formalmente colocada na agenda prioritária do BC na gestão do ex-presidente Ilan Goldafajn, no governo Michel Temer. Antes, a então Presidente Dilma Rousseff chegou a se posicionar a favor da autonomia “relativa” do Banco Central.
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EMPRESAS
Minerva tem lucro de R$58,3 mi no 3º tri
O frigorífico Minerva anunciou na terça-feira que teve lucro líquido de 58,3 milhões de reais no terceiro trimestre, ante prejuízo de 82,7 milhões na mesma etapa de 2019
A companhia apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 554 milhões de reais, 21,9% acima do desempenho de um ano antes, com a margem passando de 10,1% para 10,8%. O desempenho ocorreu apesar de uma queda de 13,7% no número de animais abatidos pela companhia, a 814,2 mil cabeças. As vendas em volume recuaram 12,6%, para 272,9 mil toneladas. A Minerva reportou receita líquida 13,9% maior no período, mesmo com a queda no volume vendido, para 5,14 bilhões de reais. A alavancagem financeira da companhia caiu a 2,2 vezes em real, de 3,8 vezes um ano antes e de 2,6 vezes no fim de junho. A companhia afirmou que “os fundamentos do mercado de carne bovina continuam bastante atrativos para os exportadores da América do Sul”, com desequilíbrio entre oferta e demanda. “Além disso, não podemos deixar de ressaltar o ainda persistente surto de peste suína africana no continente asiático e parte da Europa, impulsionando a demanda global por proteína bovina”.
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Minerva Foods antecipa pagamento de dividendos
Diante de bons resultados em 2020, companhia distribuirá proventos após quatro anos
Quatro anos depois, a Minerva Foods voltará a pagar dividendos. Sustentada pelo momento positivo da exportação de carne bovina e por uma política de hedge cambial que evitou o impacto negativo da apreciação do dólar, o frigorífico antecipará o pagamento de proventos aos acionistas. Com isso, cumpre a promessa feita pelos executivos da companhia no início do ano, quando a Minerva fez uma oferta subsequente de ações. “Estamos entregando o que prometemos, melhor e mais cedo”, disse, em entrevista ao Valor, o Diretor Financeiro da Minerva, Edison Ticle. Diante do bom resultado de janeiro a setembro — o balanço do terceiro trimestre foi divulgado na terça-feira (3) —, a empresa distribuirá R$ 138,5 milhões (R$ 0,25783 por ação) em dividendos, 25% do lucro do período. No acumulado do ano até setembro, a Minerva teve um lucro líquido de R$ 583 milhões, ante um prejuízo de R$ 227,5 milhões no mesmo intervalo do ano passado. Somente no terceiro trimestre, o lucro líquido somou R$ 58,3 milhões, ante uma perda de R$ 82,7 milhões um ano antes. No trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 22% no comparativo anual, para R$ 554,2 milhões. Em março, quando o resultado consolidado de 2020 for divulgado, a Minerva complementará o pagamento aos acionistas. Conforme a política de distribuição de dividendos aprovada neste ano, a empresa pagará 50% do lucro líquido — acima do mínimo de 25% exigido pela lei — se o índice de alavancagem (relação entre a dívida líquida e o Ebitda) estiver abaixo de 2,5 vezes. A trajetória do indicador de endividamento da Minerva mostra que a distribuição de dividendos acima do obrigatório está a caminho. De acordo com o balanço trimestral divulgado na terça-feira, o índice de alavancagem atingiu 2,2 vezes em setembro, queda de 0,4 vez na comparação com o nível de 2,6 vezes registrado pela companhia no fim de junho. Segundo Ticle, a desalavancagem reflete a geração de caixa e a injeção de R$ 390 milhões feita pela gestora saudita Salic, maior acionista da Minerva com 33,83% do capital, por meio da subscrição antecipada de bônus.
VALOR ECONÔMICO
MEIO AMBIENTE
Reino Unido quer do Brasil plano antidesmate
Ideia é detalhar como será o combate à redução das florestas e efeitos da medida no longo prazo
O governo do Reino Unido quer ver um plano concreto, de longo prazo, com detalhamento dos atores envolvidos, para conter o desmatamento ilegal da Amazônia. Há expectativa sobre o resultado da 3ª reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal hoje à tarde, com a divulgação dos planos do governo para a região e sobre a viagem de amanhã de uma comitiva de embaixadores à Amazônia a convite do governo brasileiro. A viagem começa em Manaus e termina sexta-feira em São Gabriel da Cachoeira, também no Amazonas. A visita ocorre em regiões preservadas e não passará pelas cidades onde se registram os mais altos índices de desmate e queimadas. Os embaixadores sabem disso. Eles têm mantido diálogos com organizações da sociedade civil que atuam na região e associações de povos indígenas. “O convite é um sinal do governo de dialogar de forma aberta e franca com governos como o Reino Unido”, disse ao Valor a embaixadora interina Liz Davidson. “É pena que a visita não inclua áreas mais atingidas pelo desmatamento, mas esta viagem é uma oportunidade importante para entender mais a região e ver o comprometimento do governo para combater o desmatamento”. Supermercados do Reino Unido anunciaram suspender compras de produtos brasileiros ligados ao desmatamento. “É um movimento cada vez mais forte e com diversidade de atores, alianças entre o setor privado e ONGs, por exemplo”, diz Davidson. O governo britânico prepara uma lei que obrigará grandes empresas a garantir cadeias de fornecimento livres de desmate. O Vice-Presidente Hamilton Mourão, que coordena o Conselho da Amazônia, reuniu-se há dez dias com os embaixadores do grupo que forma a Parceria das Declarações de Amsterdã. Em setembro este grupo enviou carta a Mourão dizendo que as taxas atuais de desmatamento comprometem a compra de produtos brasileiros na Europa. Como resposta, o governo brasileiro convidou os embaixadores a visitarem a Amazônia. No encontro há duas semanas, Mourão anunciou a meta de cortar o desmatamento em 50% até 2023, chegando perto de 4.000 km2. O Reino Unido hospeda a próxima Conferência do Clima, em Glasgow, em novembro de 2021. Em 12 de dezembro, quando se celebram os cinco anos do Acordo de Paris, o Reino Unido irá sediar um evento com países que se comprometam com metas mais ambiciosas de corte de emissões.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Exportação de carne suína em outubro supera em mais de 36% médias de embarque e arrecadação diários de outubro/19
Apesar de bom resultado no comparativo com o mesmo mês do ano passado, ritmo de embarque em relação à semana anterior diminuiu
De acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Camex) do Governo Federal, divulgadas na terça-feira (3) o fechamento do mês de outubro foi positivo para as exportações de carne suína. Os dados apontam para mais de 36% de alta nas médias diária de volume embarcado e de receita. Segundo o sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho, as exportações brasileiras da proteína seguem em bom ritmo, já que a China, apesar do esforço em recompor os planteis suínos, ainda tem um gap grande de proteína animal. “A expectativa é que em novembro esse ritmo de exportação siga positivo, com a China abastecendo seus estoques para o Ano Novo, mas em dezembro os números devem cair um pouco”, disse. O faturamento por média diária embarcada no fechamento de outubro foi de US$ 9.269,000, 37,86% a mais do que o registrado no mesmo mês do ano passado. Entretanto, no comparativo com a semana anterior, houve um recuo de 7,5%. No caso das toneladas por média diária, a alta foi de 36,06% na comparação com outubro de 2019, chegando a 3.870,275/dia. Em relação à semana anterior, a média de volume embarcado por dia teve queda de 7,4%. Já o preço pago por tonelada, US$ 2.394,919, foi 1,32% superior a outubro do ano passado, e diminuiu 0,05% na comparação com a quarta semana deste mês. O faturamento total neste mês de outubro, US$ 185.380,018, é 25,32% maior do que a receita total com as exportações de carne suína em outubro do ano passado. Em matéria de volume embarcado, as 77.405,518 toneladas representam alta de quase 23,7% ao montante total exportado em outubro de 2019.
Radar Investimentos
Exportações de carne de frango fecham outubro no vermelho
Conforme informações da Secretaria de Comércio Exterior (Camex) do Governo Federal, divulgadas na terça-feira (3) o fechamento do mês de outubro trouxe números negativos para as exportações de carne de frango. Os dados apontam para mais de 24% de queda na receita em relação a outubro de 2019
Segundo o sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho, “a queda de faturamento chama a atenção, porque teve um preço médio menor com queda de volume em outubro”, disse. A tendência para novembro, segundo ele, é que os alojamentos das aves diminuam, já que os produtores seguem pressionados pelos altos custos de produção, o que pode reduzir também o volume das exportações da proteína avícola. O faturamento total neste mês de outubro, US$ 401.556,904, é 24,5% menor do que a receita total com as exportações de carne de frango em outubro do ano passado. Em matéria de volume embarcado, as 296.637,336 toneladas representam recuo de 11,35% ao montante total exportado em outubro de 2019. O faturamento por média diária embarcada no fechamento do mês de outubro foi de US$ 20.077,845, 17% a menos do que o registrado no mesmo mês do ano passado. No comparativo com a semana anterior, houve um recuo de 3,4%. No caso das toneladas por média diária, a redução foi de 2,49% na comparação com outubro de 2019, chegando a 14.831,866/dia. Em relação à semana anterior, a média de volume embarcado por dia teve queda de 3,6%. Já o preço pago por tonelada, US$ 1.353,696, foi 14,88% inferior a outubro do ano passado, e teve leve alta de 0,18% na comparação com a quarta semana deste mês.
Radar Investimentos
OIE notifica 131 novos surtos de peste suína africana no mundo
Segundo o levantamento da Organização Mundial de Saúde Animal, o número total de surtos subiu de 7.522 para 7.642
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) informou que 131 novos surtos de peste suína africana foram notificados no mundo entre os dias 16 e 29 de outubro, ante 236 casos verificados no levantamento anterior. O número total de surtos em andamento subiu de 7.522 para 7.642, sendo 4.010 somente na Romênia e 1.475 no Vietnã. Dos novos surtos, 123 foram notificados na Europa, 6 na Ásia e 2 na África. Os dados constam de levantamento quinzenal divulgado pela OIE. De acordo com a OIE, surtos novos ou em andamento foram registrados em 22 países. Na Europa, Alemanha, Hungria, Letônia, Moldávia, Polônia, Romênia, Rússia, Sérvia e Ucrânia ainda apresentam a incidência da doença. Na Ásia, China, Índia, Indonésia, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Papua Nova Guiné, Filipinas, Rússia, Timor Leste e Vietnã tem casos em andamento. Já na África, Namíbia, Nigéria, África do Sul e Zâmbia reportam a presença do vírus. No período de cobertura do levantamento, foram notificadas perdas de 674 animais na Romênia e 87 na Ucrânia. Na Ásia, foram reportadas perdas de 35 animais na China e 23 na Rússia. Na África, houve perda de 15 animais na África do Sul.
INTERNACIONAL
Paraguai apresentou documentação para viabilizar a entrada de carne bovina no Canadá
O Paraguai apresentou na semana passada toda a documentação oficial para conseguir a qualificação do mercado canadense de carne bovina, confirmou ao Valor Agro o Presidente do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa)
José Carlos Martín afirmou que o Canadá “é muito interessante” para cortes bovinos resfriados e congelados. Ele explicou que anualmente o país norte-americano importa cerca de 70 mil toneladas de carne resfriada no valor de US $ 500 milhões e 55 mil toneladas de carne congelada por cerca de US $ 220 milhões. Embora os Estados Unidos e o México sejam os principais fornecedores com vendas isentas de impostos, o Canadá é um destino atraente para as carnes dos países sul-americanos, apesar de ter que pagar uma tarifa da ordem de 26%. Nos primeiros seis meses do ano, onde a pandemia afetou muitos mercados mundiais, o Canadá significou uma fatia de oxigênio para os países da região, com um aumento significativo nos volumes importados. Cortes de carne bovina também entram de outras regiões do mundo, como Austrália, Nova Zelândia e Japão, com tarifa mais baixa que os exportadores da América do Sul. Para o próximo ano, está sendo tratada a possibilidade de que autoridades sanitárias canadenses cheguem ao Paraguai para realizar as auditorias correspondentes para avançar com a abertura de suas fronteiras para a proteína vermelha nacional.
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