Ano 6 | nº 1353 | 03 de novembro de 2020
ABRAFRIGO
Decisões da 329ª Reunião Extraordinária do CONFAZ de 29/10
O Diretor do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ, torna público que na 329ª Reunião Extraordinária do CONFAZ, realizada no dia 29 de outubro de 2020, foram celebrados os seguintes atos normativos:
Publicação de 234 Convênios ICMS aprovados na 329ª Reunião Extraordinária do CONFAZ, realizada no dia 29.10.2020, entre eles:
CONVÊNIO ICMS Nº 133, DE 29 DE OUTUBRO DE 2020 – Prorroga disposições de convênios que concedem benefícios fiscais.
Convênio ICMS 100/97, de novembro de 1997, que reduz a base de cálculo do ICMS nas saídas dos insumos agropecuários que especifica, e dá outras providências.
Veja a íntegra em
NOTÍCIAS
Alta de preços da carne bovina no mercado atacadista com osso
Novos reajustes foram registrados. A associação entre falta de oferta e estoques baixos pressionaram os preços da carne bovina para cima na última semana de outubro no atacado
Destaque para a carcaça casada (boi castrado e inteiro) que, nos últimos sete dias, subiram 3,2% e 2,9%, respectivamente, cotadas em R$17,85/kg e R$17,45/kg, segundo levantamento da Scot Consultoria. O dianteiro e a ponta de agulha estão apregoados em R$15,00/kg, ou seja, uma variação positiva de 2,4%, em uma semana.
SCOT CONSULTORIA
Boi padrão China chega a R$ 283 e pode subir mais
Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, diz que há condições para os preços chegarem a R$ 300 por arroba até o fim de 2020
A arroba do boi gordo padrão China foi negociada a R$ 283 em São Paulo, na sexta-feira, 30, de acordo com a Safras & Mercado. O analista Fernando Iglesias afirma que se trata de um valor recorde. “A tendência para o início desta semana é de preços ainda aquecidos, com os frigoríficos retomando as atividades depois do feriado com avidez. Existe a possibilidade de preços ainda mais altos daqui até o fim da semana”, afirma. Quanto à arroba do boi comum, há negócios a R$ 275 em São Paulo. Apesar do spread de até R$ 8 para os animais vendidos à China, segundo Iglesias, é um preço muito bom para o pecuarista. “Também existe essa perspectiva de reajustes no curto prazo. Temos um ambiente de oferta muito restrita ainda. A gente teve a entrada de confinados no mercado, mas mesmo assim manteve o peso sobre a curva de preços, não conseguiu pressionar as cotações”, diz. De acordo com Iglesias, a demanda doméstica por carne bovina, mesmo prejudicada pela pandemia da Covid-19, ainda receberá o reforço do 13º salário e do abono de férias. “Todo aquele consumo das festividades vai acontecer, então vai ser o auge do consumo neste ano de 2020”, frisa. Além disso, o analista afirma que as exportações que seguem muito positivas, com a China comprando muita carne do Brasil. Isso vai se manter neste último bimestre do ano”. Iglesias diz que o grande fator limitante é a capacidade do consumidor final, o brasileiro médio, de absorver os reajustes na carne bovina. “A gente já vê um movimento agressivo de migração para outras proteínas, principalmente para carne de frango, que é a mais acessível dentro das três proteínas mais consumidas aqui no Brasil e isso tem um peso grande na formação de tendência. De qualquer maneira, não me surpreenderia se até o final do ano, o boi alcançasse R$ 300 por arroba, que é o alvo dos pecuaristas até o final de 2020”, afirma.
AGÊNCIA SAFRAS
Boi gordo: mercado firme no fechamento de outubro
Em São Paulo, depois de uma quinta-feira de compras, as indústrias frigoríficas abriram a última sexta-feira (30/10) com ofertas estáveis e algumas ficaram fora das compras. Com um dia a menos nesta semana, as escalas de abate estão praticamente completas ao longo dos quatro dias úteis
Segundo levantamento da Scot Consultoria, nas praças paulistas o boi gordo ficou estável, cotado em R$274,00/@, preço bruto e à vista, R$273,50/@ com desconto do Senar e R$270,00/@ com desconto do Senar e Funrural. Para os animais jovens cujo destino é o mercado chinês, as ofertas de compra chegam em R$276,00/@ bruto e à vista. O cenário de oferta restrita de boiadas, a virada de mês, bons volumes exportados, o aumento momentâneo do poder de compra e a semana mais curta por conta do feriado indicam mercado firme em curto prazo.
SCOT CONSULTORIA
Ministério da Agricultura não foi notificado sobre covid-19 em embalagem de carne brasileira na China
Autoridades da província de Wendeng, na China, determinaram que todas as pessoas que tiveram contato com o produto devem informar o governo
O Ministério da Agricultura ainda não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a suposta identificação de traços do novo coronavírus em embalagem de carne suína brasileira exportada para a o país asiático. O episódio teria ocorrido na sexta-feira e foi divulgado pela agência Reuters no sábado. As autoridades da província de Wendeng, na China, determinaram que todas as pessoas que tiveram contato com a carne suína devem informar o governo. O episódio foi identificado pelo serviço sanitário local e não pela Administração Geral de Alfândegas (GACC, na sigla em inglês), com quem os adidos brasileiros em Pequim mantém contato direto. Por isso, a informação ainda não foi confirmada e notificada oficialmente. Em agosto, um lote de asas de frango exportado pela catarinense Aurora testou positivo. Em setembro, um pacote de peixes congelados da Monteiro Indústria de Pescados também testou positivo para o coronavírus. Na ocasião, a China suspendeu a entrada de novas cargas importadas por uma semana como medida de prevenção.
VALOR ECONÔMICO
ECONOMIA
Dólar tem queda contra real na sessão após intervenção do BC, mas fecha semana em alta
Em 2020, o dólar salta quase 43% contra o real
O dólar fechou em queda contra o real na sexta-feira, cedendo terreno depois de ter superado os 5,80 reais mais cedo, o que levou o Banco Central a anunciar seu segundo leilão de moeda à vista em apenas três dias. Apesar do alívio deste pregão, a moeda norte-americana fechou a semana em alta, marcando também seu terceiro mês consecutivo de valorização em outubro. O dólar recuou 0,44% no dia, para 5,7383 reais, enquanto o dólar futuro negociado na B3 caía 0,13%, a 5,772 reais. Na máxima da sessão, a divisa norte-americana spot disparou a 5,8090 reais, seu maior patamar desde 15 de maio. Instantes depois, o Banco Central anunciou leilão de moeda spot, em que vendeu 787 milhões de dólares. Na quarta-feira, a autarquia também realizou um leilão extraordinário, em que vendeu mais de 1 bilhão de dólares em moeda à vista. Enquanto isso, a segunda onda de infecções por coronavírus, com consequente reimposição de lockdowns, levanta dúvidas sobre o ritmo da recuperação econômica mundial. Esta semana foi marcada pelo aumento global de casos em mais de 500 mil pela primeira vez, com França e Alemanha, duas gigantes europeias, se preparando para novas paralisações. No Brasil, as preocupações em relação à saúde fiscal continuavam sob os holofotes, com investidores atentos a pistas sobre como o governo financiaria mais auxílio econômico sem furar o teto de gastos. “A única coisa que vai conseguir promover algum tipo de alívio para o mercado de câmbio é um sinal concreto em relação à manutenção das contas públicas”, opinou Ortiz, alertando que “o espaço remanescente para erros (fiscais) por parte do Congresso e do governo está muito pequeno”. O dólar acumulou na semana –que também foi marcada pela decisão do Comitê de Política Monetária de manter a porta aberta para possíveis cortes de juros no futuro– alta de 1,956%. Em outubro, a moeda norte-americana teve ganho de 2,13%, marcando seu terceiro mês consecutivo de avanço.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda forte e reverte alta em outubro
O Ibovespa fechou em queda de quase 3% na sexta-feira, revertendo a recuperação apurada nas primeiras semanas de outubro, com agentes financeiros preferindo reduzir posições antes de um fim de semana prolongado no Brasil e das eleições nos EUA, em um contexto de avanço do Covid-19
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,91%, a 93.771,60 pontos, segundo dados preliminares, acumulando perda de 7,4% na semana, o que fez com que a performance no mês ficasse negativa, em 0,88%. Até a sexta-feira anterior, o Ibovespa subia 7% em outubro. O volume financeiro nesta sexta-feira somava 27 bilhões de reais. A temporada de resultados também seguiu no radar, com balanços e teleconferências de empresas como B2W e Suzano. Nos Estados Unidos, o tom negativo também prevaleceu em Wall Street, com destaque para a queda das ações de empresas de tecnologia com Apple e Facebook, além de um aumento recorde nos casos de coronavírus e nervosismo antes da eleição presidencial norte-americana no dia 3.
REUTERS
Ministério da Economia piora projeção para dívida bruta a 96% do PIB em 2020
O Ministério da Economia piorou na sexta-feira sua projeção para a dívida bruta em 2020 a 96% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 93,9% antes, e indicou que, em caso de choque negativo, o indicador alcançará 125,2% do PIB em 2029
Este é considerado o principal parâmetro da saúde fiscal do país e, em nota nesta tarde, o ministério reconheceu que o Brasil, com nota de classificação de risco BB-, encerrará 2020 com a dívida bruta bem acima da média de países que integram o mesmo grupo (71,7% do PIB). Num reflexo dos vultosos gastos do governo com o enfrentamento à pandemia de coronavírus, a dívida bruta saltou a 90,6% do PIB em setembro, renovando assim seu recorde histórico, conforme dados divulgados pelo Banco Central. No cenário base, o Ministério da Economia previu que a dívida bruta seguirá em ascensão nos próximos anos até atingir 100,8% do PIB em 2026. A partir de então, ela recuaria até 98% do PIB em 2029. Este quadro considerou uma queda de 5,0% do PIB em 2020, um crescimento acima de 3,0% em 2021 e uma convergência para 2,5% no médio prazo. “A continuidade de reformas estruturais que promovam um crescimento sustentável e a consolidação fiscal são essenciais para permitir uma dinâmica favorável da dívida pública no médio prazo”, disse o ministério em relatório. “Sem o necessário ajuste fiscal e a persistência de déficits primários, não apenas será improvável reverter a trajetória ascendente da dívida, como essa trajetória será acelerada, à medida que as taxas de juros reais aumentem”, acrescentou. O time do Ministro Paulo Guedes também piorou sua estimativa para a dívida líquida a 68,2% do PIB neste ano, sobre 67,8% anteriormente. O déficit primário estimado para o setor público este ano subiu a 905,4 bilhões de reais, ou 12,7% do PIB, ante 895,8 bilhões de reais (12,5% do PIB) em cálculo feito no fim de setembro. Já para o governo central, a expectativa agora é de um rombo primário de 880,5 bilhões de reais, ou 12,3% do PIB, acima do patamar de 871 bilhões de reais (12,1% do PIB) de antes. Para o déficit nominal, que inclui a conta de juros, a conta permaneceu praticamente estável em 17,2% do PIB sobre 17,17% anteriormente.
REUTERS
Dívida pública piora sob Bolsonaro, e um quarto dela vencerá em 12 meses
País terá de rolar cerca de R$ 300 bi por trimestre em 2021; juros estão em alta e prazos, cada vez mais curtos
O Brasil terá de refinanciar um quarto de sua dívida pública federal de R$ 4,5 trilhões nos próximos 12 meses, com expectativa de piora em seu perfil. Em 2021, os vencimentos a cada trimestre alcançarão cerca de R$ 300 bilhões. Para rolar esses débitos, o Tesouro Nacional poderá ter de encurtar ainda mais o prazo dos títulos que vende no mercado, buscando pagar juros menores a investidores que exigem taxas cada vez mais altas, sobretudo para papéis com vencimentos longos. Desde o início do governo Jair Bolsonaro, o prazo médio dos títulos emitidos pelo Tesouro caiu a menos da metade, de 5 anos para 2,1 anos. Já os vencimentos em 12 meses dobraram, de cerca de R$ 600 bilhões para quase R$ 1,2 trilhão. Em janeiro de 2019, quando presidente assumiu, apenas 15% da dívida pública venciam em 12 meses. Agora, são 26%. A piora no perfil do endividamento federal vinha de antes da Covid-19, mas foi acentuada com os gastos extras e o aumento do déficit exigidos para enfrentar a epidemia. Agora, a deterioração ocorre mês a mês, com o mercado pedindo juros crescentes para financiar a maior parte de uma dívida bruta total que se aproxima de 100% como proporção do PIB (Produto Interno Bruto). Só entre agosto e setembro, o aumento do estoque da dívida federal com vencimento em 12 meses foi de R$ 223 bilhões. Embora a taxa de juro básica do Banco Central (a Selic) esteja fixada hoje em 2%, o custo médio das emissões de novos títulos da dívida em setembro foi de 4,64% ao ano, refletindo prêmios exigidos pelos investidores. Para evitar pagar juros mais altos em papéis de longo prazo —de quase 8% para os de dez anos, por exemplo—, o Tesouro também vem diminuindo o chamado “colchão de liquidez” que usa para resgatar sua dívida. Essa reserva, que somava seis meses de vencimentos no fim de 2019, agora está próxima de três meses. Para ampliá-la, o Tesouro precisa solicitar ao CMN (Conselho Monetário Nacional) a transferência de resultados cambiais positivos do Banco Central, por exemplo. Na semana passada, o governo reconheceu no documento Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil no período de 2020 a 2031 que o país pode ficar impossibilitado de refinanciar sua dívida pública se não aprovar reformas que levem a um ajuste nas contas públicas.
FOLHA DE SP
EMPRESAS
Minerva faz acordo para criar nova joint venture na China
Sociedade pode superar US$ 600 milhões em importação de carne em dois anos
A Minerva, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, firmou um memorando de entendimentos não vinculante com o conglomerado chinês Greenland para criar uma joint venture para explorar a importação e distribuição de carne no país asiático. Ainda há alguns requisitos burocráticos para que o acordo entre Minerva e Greenland se efetive, mas a parceria tem potencial para desbancar a joint venture que a companhia brasileira possui na China com a Joey Foods, sociedade que tinha o mesmo propósito, mas não ganhou tração. A parceria com a chinesa Joey foi anunciada pela Minerva em 2019. De acordo com uma fonte a par das negociações, a Greenland vai oferecer uma estrutura já existente — o que não ocorreu com a Joey —, com centro de distribuição, logística refrigerada e caminhões. “Isso pode adiantar o business plan da Minerva em dois anos”, afirmou a fonte. A China é o principal mercado de exportação do Brasil e da Minerva. Na China, a Greenland já anunciou o acordo com a Minerva. Controlado pelo governo de Xangai e com forte atuação no mercado imobiliário, o conglomerado chinês fundado em 1992 estima que, nos próximos dois anos, as importações por meio da parceria com a Minerva superem 4 bilhões de yuans (cerca de US$ 600 milhões). Em cinco anos, o número poderia atingir a casa de 10 bilhões de yuans (US$ 1,5 bilhão). De acordo com a consultoria brasileira Agrifatto, a Greenland firmou o acordo com a Minerva no domingo (1). O objetivo do grupo chinês, que é comandado por Zhang Yuliang, é fazer do negócio o principal centro de distribuição de carne importada do país asiático.
VALOR ECONÔMICO
Assembleia da JBS aprova abertura de ação contra J&F, mas BNDES fica isolado
Maior parte dos acionistas da empresa de carnes foi contra a medida
O BNDES conseguiu a aprovação da abertura de uma ação de responsabilização da JBS contra a J&F Investimentos, holding dos irmãos Batista que controla a empresa. Apesar disso, o banco de fomento ficou isolado na assembleia e só conseguiu aprovar a abertura da ação porque os acionistas controladores foram impedidos de votar, por decisão arbitral. Os demais acionistas da maior empresa de proteínas animais do mundo seguiram, de forma quase unânime, a recomendação da JBS para recusar a abertura da ação contra a holding de Joesley e Wesley Batista. Entre os acionistas minoritários, apenas o BNDES votou pela abertura de ação contra os controladores. Como o quórum da assembleia foi superior a 72% do capital e a J&F, que detém cerca de 40%, não pode votar, o pedido do banco, cuja participação na companhia é da ordem de 22%, foi aprovado. O fundo SPS Capital foi um dos minoritários que votaram contra a abertura da ação, por entender que já há uma arbitragem em curso para discutir os eventuais prejuízos causados pelos Batista em razão dos crimes admitidos em acordo de delação. No início da assembleia, que começou às 10h06 e durou cerca de 30 minutos, a JBS sugeriu retirar da pauta o polêmico item que previa que caberia à administração da empresa definir como seria o procedimento para a abertura de uma ação contra os controladores. O BNDES chegou a enviar uma dura carta à empresa questionando esse item, que foi classificado pela instituição como uma forma de “enganar” os acionistas. Na assembleia, a J&F concordou com a sugestão da JBS e aprovou a retirada do item da pauta. A avaliação é que, como o BNDES indicou em outra manifestação nesta semana, a lei que rege as sociedades anônimas no país já define que cabe à administração das companhias definir o melhor caminho em casos como esse, de acordo com o dever fiduciário. Com a decisão, a JBS terá 90 dias para definir como exercerá a vontade expressa pela maioria dos acionistas votantes na assembleia. Além da ação contra a J&F, por abuso do poder de controle, o BNDES também conseguiu aprovar a abertura de ação contra os ex-administradores da companhia que fizeram delação: Joesley Batista, Presidente do Conselho da JBS até 2017; Wesley Batista, CEO à época; Florisvaldo Caetano, ex-conselheiro fiscal; e Francisco de Assis e Silva, então Diretor Jurídico da JBS.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
BRF começa a adaptar fábricas à era digital
Dona das marcas Sadia e Perdigão conta com aplicativo para monitorar indicadores nas granjas. Em Marau (RS), onde produz carne de frango, a BRF testa coleta automática de informações das linhas de produção
Quando foi contratado pela Perdigão, há 17 anos, o administrador Antonio Carlos Cesco se ocupava da emissão de notas fiscais em Videira, município catarinense onde surgiu a empresa que daria origem à BRF. Quase duas décadas depois, cabe ao executivo liderar – e acelerar – a transformação da fabricante de alimentos rumo ao mundo digital. De Curitiba, onde agora está sediado, o Diretor Global de TI da BRF coordena 45 projetos, que envolvem desde a conexão das fábricas à internet e adaptação dos frigoríficos à indústria 4.0 até o lançamento de aplicativos para monitorar os indicadores das granjas de forma mais ágil, facilitando a tarefa dos milhares de granjeiros que antes precisavam preencher à mão um calhamaço de planilhas. Aplicativo foi desenvolvido para o uso dos mais de 9 mil produtores integrados. A equipe de Cesco também ajuda a aprimorar assistentes virtuais como a Flor do RH, que serve aos 80 mil funcionários do grupo, a Eva da TI e a Tina da Força de Vendas. Os diferentes ‘bots’ foram desenvolvidos com Watson, plataforma de inteligência artificial da IBM. “Temos um assistente virtual que tira dúvida do colaborador por WhatsApp, 24 horas por dia e sete dias por semana”, diz Alessandro Bonorino, Vice-Presidente global de gente, serviços e tecnologia da empresa. Na estratégia da BRF, os projetos voltados à digitalização de processos nas granjas e sobretudo nas fábricas parecem os de maior potencial para ampliar a produtividade. Bonorino e Cesco evitam detalhar o investimento nas iniciativas, mas garantem que o volume é crescente. “Em 2020, aumentamos o investimento em tecnologia em 30%. Para 2021, vamos investir no mínimo 50% a mais”, diz o Vice-Presidente. Para o campo, uma das principais iniciativas na área de tecnologia foi o desenvolvimento do aplicativo de celular para que os granjeiros insiram indicadores como consumo de água, ração e ganho de peso dos frangos e suínos. Lançado no início do ano passado, o aplicativo já foi adotado por cerca de 80% dos mais 9,5 mil produtores integrados da BRF, diz Cesco. “Antes desse aplicativo, você tinha que ligar para passar as informações ou [esperar] o veterinário pegar. Era um transtorno”, conta Jorge Ebeling, integrado da BRF em Rio Verde (GO) que cria cerca de 185 mil aves em oito galpões. Com o aplicativo, o histórico de produtividade dos lotes de frango pode ser facilmente obtido. Até o fim de 2021, todas as fábricas da BRF serão dotadas de Wifi nas diferentes etapas da produção. Um outro modelo, mais avançado, é testado pela BRF nas unidades de Marau (RS) e Buriti Alegre (GO). Nesses casos, os indicadores são captados automaticamente por sensores.
VALOR ECONÔMICO
Mercado externo puxa desempenho da Alegra
Graças ao bom desempenho da carne suína brasileira no exterior, empresa prevê fechar o ano com faturamento 23%
A Alegra Foods prevê fechar o ano com faturamento de R$ 800 milhões, 23% acima de 2019, graças ao bom desempenho da carne suína brasileira no exterior. “Dobramos o volume exportado em relação ao ano passado”, conta Matthias Rainer Tigges, Superintendente da indústria de alimentos. Em 2019, a empresa embarcou cerca de 1 mil toneladas do produto por mês. Hoje essa média é de 2 mil toneladas/mês. A Alegra, empreendimento das cooperativas Frísia, Capal e Castrolanda, concluiu em setembro investimento de R$ 20 milhões em seu frigorífico de Castro (PR), ampliando para 3,5 mil suínos por dia a capacidade de abate, ante 3,2 mil até agosto. Isso permitiu atingir 9 mil toneladas de carne produzidas a cada mês, ante 8 mil toneladas mensais em 2019. Em 2021, serão investidos R$ 40 milhões em nova ampliação da unidade para elevar o abate a 3,9 mil suínos/dia. A Alegra exporta para mais de 30 países, que representam um terço do faturamento. Hong Kong é destino de 40% do total vendido ao exterior, seguido de Vietnã e Cingapura. No mercado interno, o consumo de carne suína vem se recuperando desde junho. Em abril, com o baque da pandemia do novo coronavírus, as vendas da Alegra no País chegaram a cair 30%. Enquanto o exterior busca aqui cortes e miúdos in natura e congelados, o brasileiro pede produtos de maior valor agregado, como marinados, embutidos e itens para churrasco e feijoada. O custo da ração preocupa a indústria. Tigges diz que a produção de milho e soja das três cooperativas assegura suprimento, mas será inevitável o repasse da alta desses insumos para o preço das carnes.
O ESTADO DE SÃO PAULO
INTERNACIONAL
Menor participação australiana no mercado de carnes confirmada em 2021
A Meat & Livestock Australia divulgou suas projeções atualizadas de outubro para todo o complexo de carnes para este ano e no próximo e confirma que a Austrália deixará alguns espaços que ocupou nos últimos anos
Rafael Tardáguila, Diretor da Tardáguila Agromercados, informou que isso se deve ao fato de o país ter entrado em um forte processo de recomposição do rebanho. Segundo o relatório, as chuvas – que não foram tão generalizadas como inicialmente previsto – atingiram várias zonas importantes do país e isso provocou, por um lado, uma disparada de preços, pois o abate foi reduzido por conta de os produtores estarem em recomposição do rebanho. “As projeções de exportação para 2020 e 2021 são superiores a um milhão de toneladas, ou seja, uma queda forte, de 17%, em relação a 2019. Cerca de 200 mil toneladas a menos do que foi exportado no ano passado, não por queda na demanda, mas sim por uma queda drástica na produção e oferta de carne”, disse Tardáguila. O especialista mencionou ainda que o abate australiano está estimado em 7 milhões de cabeças em 2020, e 6,9 milhões em 2021; com isso, a produção de carnes deve cair 350 mil toneladas em relação a 2019.
El País Digital
Frigoríficos da Dinamarca e do Canadá suspendem exportação de carne suína para a China
A Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) não informou o motivo e nem data para retorno das vendas
A Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira (30/10) que uma empresa de carne suína com registro na Dinamarca suspendeu voluntariamente as exportações de produtos para o país asiático desde 21 de outubro. O órgão não informou o motivo e nem data para retorno das vendas. No mesmo comunicado, o Gaac informa que outro frigorífico, do Canadá, também decidiu suspender voluntariamente a exportação de produtos suínos ao país asiático. As vendas foram paralisadas em 22 de outubro e não foi informada a data de retorno do comércio ou os motivos para o encerramento das vendas. Em resposta à suspensões de importação de produtos estrangeiros por parte da China, nos últimos meses – sob alegação de um controle mais rígido contra a Covid-19 -, algumas empresas começaram a interromper, de forma voluntária e antecipada, as vendas para a potência asiática.
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