Ano 6 | nº 1350| 28 de outubro de 2020
ABRAFRIGO
Você sabia que o BNDES oferece a Taxa Fixa do BNDES (TFB)?
Prezadas Entidades e Associações de Representação empresarial
O BNDES está com algumas atualizações na sua Taxa Fixa BNDES (TFB) como prazo de financiamento de até 10 anos e prazos de liberações de 30 a 90 dias. A TFB é uma taxa de juros fixa desde a contratação do financiamento até a sua quitação. Essa taxa não varia com a inflação e nem com a flutuação da taxa de juros da economia, o que garante total previsibilidade das parcelas a serem pagas. Veja aqui as principais condições da TFB. Para que essas novidades possam atingir o maior número de empresas, estamos contactando todos os nossos parceiros de relacionamento e contatos, municiando-os de informações e materiais de divulgação, que poderão ser repassados. Assim sendo, seguem, abaixo, os links para o site da TFB e o acesso para as cartelas de divulgação, inclusive específica do FINAME, que é a linha do BNDES que mais utiliza a referida taxa. No site você ainda confere a cotação diária da TFB. https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/guia/custos-financeiros/tfb-taxa-fixa-bndes
Para maiores informações acesse:
Departamento de Clientes e Relacionamento Institucional – DECRI
Área de Operações e Canais Digitais – ADIG
Av. República do Chile, 100/18º andar
20.031-917 – Rio de Janeiro – RJ
NOTÍCIAS
Boi gordo: escalas de abates enxutas
Os compradores seguem com dificuldade em originar a matéria-prima
Na última terça-feira (27/10), houve alta de preços da arroba do boi gordo em 21 das 32 praças monitoradas pela Scot Consultoria. Embora o consumo comedido no mercado interno, a disponibilidade limitada de boiadas e as programações de abate enxutas, deixam pouco espaço para preços abaixo da referência. Em São Paulo, em função das programações de abate curtas, que atendem em média 3,6 dias, associada à proximidade da virada de mês (pagamento de salários), a cotação do ‘’boi comum’’ subiu R$1,00/@ no dia 27/10 na comparação diária. O animal ficou cotado em R$269,00/@, considerando o preço bruto, à vista, R$268,50/@, com desconto do Senar, e R$265,00/@ com desconto do Funrural e Senar. Para os animais jovens, cujo destino é o mercado chinês, as ofertas de compra chegam a R$273,00/@ bruto e à vista.
SCOT CONSULTORIA
Sebo: cenário mais calmo, após semanas de altas nos preços
O mercado de sebo está estável, depois de semanas consecutivas de valorizações
Segundo levantamento da Scot Consultoria, no Brasil Central e no Rio Grande do Sul, os preços médios estão em R$6,01/kg e R$6,10/kg, respectivamente. A concorrência pelo sebo entre os setores de higiene e biodiesel ainda é acirrada, porém, as empresas de ambos os setores estão mais cautelosas na hora de negociar a matéria-prima. Para o curto prazo, a expectativa é de que o mercado siga pressionado, com possíveis variações positivas, mesmo que comedidas.
SCOT CONSULTORIA
Arroba segue valorizada e preços da carne bovina também sobem no atacado
A tendência é que o movimento de alta nos preços da carne ganhe força na primeira quinzena de novembro
Os preços do boi gordo ficaram pouco alterados na terça-feira, 27, no mercado físico brasileiro. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a dinâmica de mercado pouco mudou, e a disputa por animais que cumprem os requisitos para exportação com destino ao mercado chinês permanece acirrada. “A oferta de animais terminados segue restrita, situação que não deve mudar no restante do ano, uma vez que a estiagem prolongada reduziu a qualidade das pastagens e atrasou a engorda dos animais de pasto, que devem estar aptos ao abate apenas no primeiro trimestre. Portanto, no período de maior demanda do ano haverá dependência da oferta de confinados”, destaca. Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 274 a arroba, ante R$ 273 na segunda-feira, 26. Em Uberaba, Minas Gerais, os preços ficaram em R$ 266 a arroba, estáveis. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 264 a arroba, inalterados. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 260 a arroba. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 251 a arroba, inalterado. No mercado atacadista, o dia foi de forte alta nos preços. De acordo com Iglesias, a tendência é que o movimento de alta ganhe consistência no decorrer da primeira quinzena de novembro, período que conta com maior apelo ao consumo. As exportações seguem em bom ritmo, com a China ainda atuando de maneira enfática no mercado de proteína animal. Com isso, o corte traseiro subiu de R$ 19,60 o quilo para R$ 20 o quilo. O corte dianteiro aumentou de R$ 14,40 o quilo para R$ 14,65 o quilo, e a ponta de agulha subiu 30 centavos, indo a R$ 14,65 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
No atacado, carne bovina de Mato Grosso sobe 50% em um ano
Na avaliação do Imea, “os auxílios emergenciais deram suporte para a maior precificação” do produto
Os preços da carne bovina vêm registrando patamares recordes no mercado atacadista do Mato Grosso, segundo informa novo boletim pecuário divulgado na terça-feira (27/10) pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em setembro, o valor da carcaça casada do boi apresentou avanço de 6,54% sobre o preço de agosto e elevação de 49,97% em relação ao mesmo mês de 2019, segundo o Imea. Na avaliação do instituto, “os auxílios emergenciais deram suporte para a maior precificação da carne”. Além disso, relata o Imea, a valorização da proteína no atacado do Mato Grosso reflete “a forte demanda da carne bovina brasileira pelo mercado internacional em 2020”. Essa mesma conjuntura, observa o instituto, também tem sustentado a tendência altista na arroba do boi gordo. Em setembro último, foi observada uma diferença de apenas 4,27% (ou de R$ 0,64/@) entre os preços do quilo da carcaça casada e do quilo da arroba do boi gordo. O diferencial de base MT-SP (diferença entre o preço do boi gorda entre as duas praças pecuárias) apresentou o segundo encurtamento consecutivo e retornou ao mesmo patamar de fevereiro deste ano, informa o Imea. Em setembro, o indicador ficou na média de -9,17%, o que representou uma variação de -1,86 ponto percentual ante a agosto de 20, além de uma diferença de -2,61 pontos percentuais no comparativo com o diferencial de base médio dos últimos 12 meses (de -11,78%). O principal motivo que contribuiu para o estreitamento no diferencial de base MT-SP, diz o Imea, foi a valorização mais intensa da arroba do boi gordo a prazo mato-grossense em relação à arroba paulista. Em setembro, a valorização mensal da arroba no mercado do Mato Grosso MT foi de 11,04% e o boi ficou na média dos R$ 226,06/@ livre de Funrural. Enquanto isso, em São Paulo, a arroba avançou 8,76% e o boi encerrou o mês a R$ 248,89/@, também livre de Funrural. Para o mês de outubro, informa o Imea, já se observa que o diferencial MT-SP pode apresentar um novo encurtamento, já que, apenas na primeira quinzena do mês, já se encontra na média de -7,51%.
PORTAL DBO
Cerca de 70 milhões de animais devem ser vacinados contra febre aftosa em novembro
Bovinos e bubalinos com até 2 anos de idade devem ser imunizados, conforme o Calendário Nacional de Vacinação
A segunda etapa da vacinação contra a febre aftosa começa no próximo dia 3 de novembro para imunização de bovinos e bubalinos com até 2 anos de idade, para a maioria dos estados brasileiros, conforme o Calendário Nacional de Vacinação 2020. Ao todo, espera-se imunizar cerca de 70 milhões de animais, até o final de novembro. “Tão importante quanto a vacinação correta é também o preenchimento completo da declaração de vacinação e entrega online ou, quando não for possível, presencialmente nos postos designados pelo serviço veterinário estadual nos prazos estipulados, para que a declaração possa ser registrada e o produtor possa cumprir com os compromissos sanitários junto ao órgão de defesa sanitária animal de seu estado”, destaca o Chefe da Divisão de Febre Aftosa da Secretaria de Defesa Agropecuária, Diego Viali dos Santos. As vacinas devem ser adquiridas nas revendas autorizadas e mantidas entre 2°C e 8°C, desde a aquisição até o momento da utilização – incluindo o transporte e a aplicação, já na fazenda. Devem ser usadas agulhas novas para aplicação da dose de 2 ml na tábua do pescoço de cada animal, preferindo as horas mais frescas do dia, para fazer a contenção adequada dos animais e a aplicação da vacina. Em casa de dúvidas, a orientação é para que procurem o órgão de defesa sanitária animal de seu estado.
MAPA
Fronteira agrícola do MT com a Amazônia mandou 88,5% mais gado para SP em 2020
Sindicato da indústria de frigoríficos atribui alta à combinação entre maior rigor após incêndios na Amazônia e estratégia para pagar menos impostos
Em meio ao aumento do controle de grandes frigoríficos sobre a origem do gado adquirido no bioma amazônico, produtores do norte e do nordeste do Mato Grosso, na fronteira do Estado com a Amazônia, têm aumentado a transferência de animais para engorda e abate no Sudeste. Segundo dados de trânsito animal registrados pelo Instituto de Defesa Agropecuária do MT obtidos por Globo Rural, 88,8 mil bovinos deixaram o norte e o nordeste do Mato Grosso para São Paulo, um aumento de 88,5% em 2020 ante o registrado em igual período do ano passado. Para Minas Gerais, o volume enviado a partir da região norte do MT cresceu mais de 450% neste ano, com 16,4 mil cabeças registradas de janeiro a setembro. Outros 46,3 mil bovinos saíram do nordeste do Estado para Minas Gerais, avanço de 94,5%. A maior saída de animais do Mato Grosso, Estado com o maior rebanho de bovinos do país, ocorre em um momento de menor oferta de animais devido ao ciclo de alta da pecuária. Com o aumento dos preços de reposição e a valorização da arroba, os produtores têm retido fêmeas com a intenção de aproveitar a alta das cotações. Esse cenário, contudo, não parece influenciar os pecuaristas do norte e nordeste mato-grossense, já que 44,8% dos bovinos que deixaram a região eram fêmeas – índice que chega a 59% na região norte. O cenário tem causado preocupação entre a indústria local, que vê o risco de sofrer com falta de animais para abate no próximo ano e atribui a maior saída de animais ao aumento do controle ambiental no bioma amazônico. “Desavisadas redes varejistas e ONGs estão vigiando com lupa o abate de animais na região Amazônica, enquanto este gado está morrendo em São Paulo ou outros Estados da região Sudeste”, criticou o Presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de MT (Sindifrigo), Paulo Bellicanta, em nota divulgada após mais de 93 mil animais deixarem o Mato Grasso em julho deste ano – 59,2% oriundos do norte e nordeste do Estado. No acumulado de 2020, as duas regiões apresentam aumento de 55,7% nas saídas de gado para outros Estados, acompanhando um crescimento de 58% observado no Estado como um todo. Além da questão ambiental, o maior trânsito de bovinos do Mato Grosso também reflete uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em agosto, a Corte deu ganho de causa a uma fazenda em Mato Grosso do Sul que questionou, em recurso extraordinário, a constitucionalidade da cobrança de ICMS sobre o trânsito de bovinos entre propriedades de mesma titularidade. O STF entendeu que, nestes casos, não há “ato de mercancia” e que, portanto, não incide tributo. “O que se criou foram verdadeiras indústrias de transporte e comercialização de gado isentas de qualquer tributo. O produtor arrenda 10 hectares em outro Estado e leva 10 mil, 120 mil cabeças de gado como se fosse uma mera transferência”, critica Bellicanta. A Associação de Criadores do Estado (Acrimat) atribui o aumento da saída de animais do Estado à menor oferta nacional de gado, o que eleva a procura pelo rebanho matogrossense – o maior do país. “A venda se torna lucrativa, uma vez que esses compradores pagam ao pecuarista o valor da arroba com peso na fazenda, à vista e antecipado, estratégia de negociação pouco praticada pela indústria local”, explica Daniella Bueno, Diretora Executiva da Acrimat. Além do frete mais caro, devido à maior distância dos principais canais de exportação do país, a indústria matogrossense também arca com custos tributários sobre o abate dos animais – o que não ocorre em outros Estados, como São Paulo.
GLOBO RURAL
ECONOMIA
Dólar fecha em máxima desde maio contra real com incertezas sobre fiscal doméstico
O dólar disparou contra o real na terça-feira, alcançando seu maior patamar para fechamento em cinco meses, refletindo preocupações globais em relação à disseminação da Covid-19, à negociação de estímulo nos Estados Unidos e à aproximação das acirradas eleições norte-americanas, em meio ainda a um cenário fiscal doméstico teimosamente incerto
A divisa norte-americana à vista fechou em alta de 1,25%, a 5,6825 reais, seu maior patamar para encerramento desde 20 de maio (5,6902). Na máxima da sessão, o dólar chegou a tocar 5,6845 reais, alta de 1,29%. Na B3, o principal contrato de dólar futuro tinha alta de 1,04%, a 5,6850 reais. A disputa entre o atual Presidente norte-americano, Donald Trump, e seu adversário democrata, Joe Biden, está sendo atentamente acompanhada por investidores de todo o mundo, que estão em busca de pistas sobre possíveis medidas de auxílio fiscal que poderiam ser adotadas depois que os norte-americanos forem às urnas. Trump reconheceu na terça-feira que o pacote provavelmente virá após as eleições de 3 de novembro, incapaz de superar as diferenças em relação aos termos de um acordo com seus colegas republicanos no Senado dos EUA ou com os parlamentares democratas. Enquanto, isso, a Covid-19 continua se espalhando pelos Estados Unidos, gerando temores sobre a imposição de restrições à atividade em algumas partes do país. Na Europa, vários países estão registrando números recordes de infecções, com as autoridades da França buscando opções a lockdowns mais rigorosos. No Brasil, além das dúvidas sobre como o governo conciliaria seu projeto de auxílio –batizado de Renda Cidadã– a um Orçamento apertado, impasses políticos em Brasília, atrasos na agenda de reformas estruturais e um ambiente de juros extremamente baixos têm sido apontados como fatores de impulso para o dólar nos últimos meses. Na terça-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central deu início a sua reunião de decisão de juros, cujo resultado será divulgado na quarta-feira. A expectativa é de que o Copom mantenha a taxa Selic em sua mínima histórica de 2%.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda pelo 3º pregão e volta a perder patamar dos 100 mil pontos
O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, no terceiro declínio seguido com preocupações sobre o aumento de casos de Covid-19 no exterior, avalizando movimentos de realização de lucros no pregão brasileiro
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,4%, a 99.605,54 pontos. O volume financeiro somou 24 bilhões de reais. Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou 0,3%, em meio a dúvidas sobre a recuperação da economia norte-americana por causa do aumento de casos de coronavírus e menos apostas de mais estímulos fiscais antes da eleição presidencial no dia 3 de novembro, tendo ainda de pano de fundo a temporada de balanços.
Os pregões na Europa também tiveram uma sessão negativa, com o londrino FTSE 100 fechando em queda de mais de 1%. Para o analista Régis Chinchila, além da pressão dos eventos externos, a bolsa brasileira também refletiu movimentos de realização de lucros após três semanas consecutivas de alta e uma certa cautela antes da decisão de juros do Banco Central. Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC encerra sua reunião de dois dias e a expectativa no mercado é de que a taxa Selic permaneça no piso histórico de 2% ao ano. As atenções no mercado estão voltadas particularmente para os comentários relacionados à inflação e cena fiscal. “A alta da inflação e riscos fiscais podem levar o Copom a apresentar tom mais cauteloso no comunicado, ainda que sem abandonar o ‘forward guidance’ de taxas estáveis”, acrescentou Chinchila, reforçando que o comunicado sobre a decisão deve concentrar as atenções.
REUTERS
Encurtamento da dívida salta aos olhos em setembro
O percentual de vencimentos da dívida pública federal para os próximos 12 meses saltou a 26,03% em setembro, sobre 21,65% em agosto, e está no maior patamar desde setembro de 2014, mas o Tesouro afirmou que boa parte desse movimento já estava no radar
Em meio à explosão de gastos com o enfrentamento à pandemia de coronavírus, o governo tem emitido títulos mais curtos para conseguir financiar suas despesas a juros mais baixos, já que os investidores têm demandado prêmios maiores por títulos mais longos, preocupados com a sustentabilidade fiscal do país. Segundo o Coordenador-Geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, as emissões de títulos de seis meses que foram realizadas ao longo de setembro somaram cerca de 58 bilhões de reais e foram responsáveis por um “efeito pontual” visto nesse encurtamento da dívida. O grosso dos vencimentos, ressaltou ele, já estava dado. “Quase todo esse movimento já estava no radar do Tesouro porque o Tesouro, quando faz suas projeções, sempre já considera o que ele já tem de maturação contratada na janela de 12 meses à frente. E essa torre de setembro de 2021 já está aí desde 2015 –é uma torre de LFTs que foram emitidas com seis anos”, afirmou. A diretriz com a qual o Tesouro trabalha é de virar o ano com pelo menos os vencimentos do primeiro quadrimestre de 2021 em caixa –são cerca de 600 bilhões de reais já contratados. Além disso, o Tesouro busca garantir que em todo o horizonte de projeção seu colchão de liquidez seja de ao menos três meses. Hoje ele está acima desse nível, indicou o Coordenador-Geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves, ressaltando que a expectativa é que ele seja reforçado até o final do ano. Isso porque tanto outubro quanto novembro e dezembro deverão ser meses de emissão líquida, pontuou ele. Em setembro, a dívida pública federal do Brasil subiu 2,59% sobre agosto, a 4,527 trilhões de reais, em mais um mês marcado por forte volume de emissões. Segundo o Tesouro, a colocação de títulos ficou acima da média histórica para suprir a necessidade de financiamento do governo e garantir a manutenção do caixa acima do limite prudencial. O volume de emissões e as emissões líquidas registraram em setembro o segundo maior valor de suas respectivas séries históricas, atrás apenas dos números vistos em julho de 2020. No acumulado do ano, já foram emitidos 798,3 bilhões de reais, valor superior aos 759,3 bilhões de reais colocados em todo o ano de 2019. Em setembro, a dívida pública mobiliária interna teve avanço de 2,56%, a 4,281 trilhões de reais, afetada pela emissão líquida de 80,55 bilhões de reais e apropriação positiva de juros de 26,20 bilhões de reais. Já a dívida externa subiu 3,21% na mesma base de comparação, a 245,89 bilhões de reais, num mês marcado pela alta do dólar frente ao real com o recrudescimento de preocupações fiscais. No PAF, a perspectiva é que a dívida geral feche 2020 entre 4,6 trilhões de reais e 4,9 trilhões de reais.
REUTERS
Apoio do BNDES a empresas atinge R$125 bi na pandemia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmou na terça-feira que o conjunto de medidas tomadas em apoio a empresas atingidas pelas medidas de isolamento social desde o início das quarentenas decretadas no país em março soma cerca de 125 bilhões de reais
Segundo o banco de fomento, desde março 258 mil micro, pequenas e médias empresas, que empregam cerca de 8,5 milhões de pessoas, foram atendidas pelas medidas. Somente o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), contabiliza 71,1 bilhões de reais em créditos garantidos desde o lançamento, em 30 de junho. A linha conta com apoio de 46 agentes financeiros habilitados a contratar empréstimos com a garantia do Tesouro Nacional via Fundo Garantidor de Investimentos (FGI). Do total disponibilizado ao Peac, que tem os agentes financeiros como responsáveis pela utilização dos recursos na concessão dos empréstimos, o BNDES estima que 66 bilhões de reais foram direcionados para micro, pequenas e médias empresas. O banco ofertou ainda uma linha de crédito focada em capital de giro para pequenas empresas que já aprovou 8 bilhões de reais e envolveu até agora 24.600 empresas. Segundo o banco, o BNDES também deu suporte ao Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese), que aprovou 7,3 bilhões de reais em crédito. Além da concessão de crédito, entre as medidas adotadas pelo BNDES de suporte à economia está a suspensão de pagamento durante a pandemia de 12,6 bilhões de reais, envolvendo cerca de 500 grandes companhias e 28.600 micro, pequenas e médias empresas.
REUTERS
Exportação do agro brasileiro tem volume recorde entre janeiro e setembro, diz Cepea
As exportações do agronegócio do Brasil atingiram um novo recorde nos nove primeiros meses de 2020, com um volume 16% superior ao registrado em igual período do ano anterior, disse na terça-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo órgão de Esalq/USP indicam ainda que os embarques do setor geraram receita de 79 bilhões de dólares entre janeiro e setembro, alta de 8% na comparação anual. Segundo os pesquisadores do Cepea, os números em dólar refletem um aumento no volume exportado, pois os preços médios dos produtos na divisa norte-americana recuaram 6% no período. Em real, o faturamento cresceu 26% nos nove primeiros meses de 2020, diante da desvalorização de quase 16% da moeda brasileira frente ao dólar. “O aumento das vendas externas se deve a incrementos nos embarques dos produtos do complexo da soja, das carnes, do setor sucroalcooleiro, algodão, frutas e madeira”, afirmou o Cepea em comunicado. As exportações de soja avançaram 32% na comparação anual, enquanto as de farelo de soja tiveram alta de 7%. O açúcar teve desempenho ainda mais firme, com alta de 71% ante 2019, disse o Cepea. O órgão destacou ainda a continuidade do aumento da participação chinesa nas vendas do Brasil –de janeiro a setembro, os embarques para a China representaram 37% do total brasileiro. Os países da zona do euro tiveram participação de 14,3%, e os Estados Unidos de 6,3%. “Caso o clima não atrapalhe, a elevada produção brasileira e o câmbio alto devem seguir favorecendo as vendas externas dos produtos do agronegócio nos próximos meses. Assim, tanto o volume quanto o faturamento em reais com as exportações brasileiras do agronegócio podem atingir recordes em 2020”, concluiu o Cepea.
REUTERS
Inflação dos alimentos sobe 9,75% e afeta principalmente os mais pobres
De janeiro a outubro, a inflação das famílias com renda muito baixa foi de 3,68%, enquanto a da alta renda teve variação de 1,07%
A disparada no preço dos alimentos fez a inflação percebida pelos brasileiros mais pobres mais do que triplicar em relação à dos mais ricos em 2020. De janeiro a outubro, a inflação das famílias de renda muito baixa foi de 3,68%, enquanto a da alta renda ficou em apenas 1,07%. Os dados são de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) feito com exclusividade para o Estadão/Broadcast, considerando informações e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA–15), apurado pelo IBGE. O levantamento simula que o desempenho do IPCA de outubro seja idêntico ao da prévia, o IPCA-15, divulgado na sexta-feira passada.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Prévia da inflação sobe 0,94% em outubro, na maior alta para o mês desde 1995
Resultado do IPCA-15 foi puxado pelo aumento nos preços dos alimentos, principalmente das carnes; indicador ficou acima do esperado, mas analistas acreditam que aceleração é passageira
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA 15), uma prévia da inflação oficial, foi de 0,94% em outubro, maior resultado para o mês desde 1995, informou na sexta-feira, 23, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o indicador acumula alta de 2,31% e em 12 meses atingiu 3,52%. O resultado do mês ficou acima do esperado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que previam alta entre 0,52% e 0,93%. Economistas, no entanto, acreditam que o aumento é passageiro. A meta do Banco Central para a inflação deste ano é de 4%.
O ESTADO DE SÃO PAULO
EMPRESAS
Frigol vai reforçar estrutura de capital
Empresa supera período em recuperação judicial e volta a crescer, mas quer reduzir custo do crédito
À frente do Frigol desde fevereiro, Marcos Câmara prepara uma ampla reorganização da estrutura de capital da companhia. Quarto maior frigorífico brasileiro, a empresa busca juros menores e mais condizentes com a melhora do perfil de risco do grupo, que deixou a recuperação judicial há um ano. Com quatro abatedouros de bovinos e um de suínos, a empresa vem crescendo expressivamente desde o segundo semestre do ano passado, quando a China habilitou seu frigorífico em Água Azul do Norte, no Pará, para exportação. O acesso ao mercado chinês, fundamental para garantir margens positivas em meio à disparada do preço do boi gordo, também acaba exigindo mais capital de giro. Nas exportações, o ciclo de conversão de caixa é mais demorado. Graças à China, a receita líquida do Frigol aumentou 23% em 2019, para R$ 1,85 bilhão, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) praticamente dobrou, chegando a R$ 120 milhões. Com os ventos favoráveis – a demanda do país asiático fez o preço internacional da carne disparar -, a margem Ebitda aumentou de 4,5% para 6,8%. Nesse cenário, o lucro líquido do frigorífico saltou de somente R$ 1,1 milhão em 2018 para mais de R$ 36 milhões. Mas a expansão do Frigol, que projeta um faturamento de R$ 2,5 bilhões neste ano, vem ocorrendo em meio a taxas de juros salgadas, afirmou Câmara ao Valor. Embora o índice de alavancagem (relação entre a dívida líquida e o Ebitda) seja baixo, de 1,25 vez, os juros estão fora do que o executivo deseja. Atualmente, a companhia chega a pagar de 12% a 16% por ano para antecipar recebíveis com Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). “Isso não faz sentido para um negócio de margem de um dígito como o de frigoríficos”, disse o executivo. Uma das medidas mais importantes, que deve ser concluída até o fim do ano, é um aumento de capital. A operação será feita pelos sócios do Frigol com a integralização das duas unidades paraenses no balanço. As plantas de São Félix do Xingu e Água Azul do Norte pertencem a uma outra empresa dos sócios da companhia. Para operá-las, o Frigol arrenda os dois abatedouros. Com o aporte dos frigoríficos como ativos da empresa, os aluguéis deixarão de ser pagos – em um primeiro momento – e o patrimônio líquido será reforçado, o que poderá ajudar o Frigol a melhorar a nota de crédito junto aos bancos, de acordo com Câmara. Emissões de dívidas, por meio de debêntures ou Certificados de Recebíveis do Agronegócios (CRA) também estão no radar da companhia. Por ora, a abertura de capital não está nos planos, destacou ele. Em 2021, uma segunda etapa da estratégia deve ser colocada em prática. A intenção de Câmara é realizar uma operação de venda e arrendamento (“sale and leaseback”), com opção de recompra, de um dos dois frigoríficos paraenses. Os recursos da venda permitirão ao Frigol reforçar o capital de giro para sustentar o rápido crescimento das exportações de carne bovina. Neste ano, a exportação responde por 45% do faturamento do Frigol. A valorização do dólar, é claro, contribui para o movimento, mas o avanço das vendas – sobretudo para à China – é o que vem catapultando os embarques para o exterior. De acordo com Câmara, o Frigol tem potencial para obter 60% do faturamento na exportação. Se o abatedouro de São Félix do Xingu for autorizado a exportar à China – há um pedido de habilitação em análise -, a proporção pode ficar ainda maior, o que vai demandar mais capital de giro.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Redução na produção de frangos a caminho
Demanda por milho pode ser reduzida em 1 milhão de toneladas
Para atenuar o impacto da disparada dos ingredientes da ração (farelo de soja e milho), as agroindústrias que produzem frango no país vão colocar o pé no freio e reduzir as aves alojadas nas granjas. O repasse ao atacado também é esperado, ainda que os limites dos consumidores sejam um desafio. Ao Valor, o Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, disse que já há sinais de ajuste nos alojamentos de pintos de corte, indicador da produção futura de carne de frango. Matrizes (aves) mais velhas estariam sendo descartadas antecipadamente para reduzir a produção, afirmou Santin. Nesse contexto, a demanda interna por grãos tende a recuar, o que pode resultar em alívio nos custos de produção. O dirigente da associação não tem detalhes sobre as estratégias de cada empresa, mas calcula que, com uma redução de 5% a 10% da produção – um cenário hipotético, mas completamente plausível -, a demanda por grãos seria reduzida em 1,4 milhão de toneladas até meados do próximo ano. Para Luís Rua, gerente de acesso e inteligência de mercado da ABPA, a redução potencial cortaria a demanda por milho em cerca de 1 milhão de toneladas e a de soja em 420 mil até junho de 2021. Por mês, os criadores de frango deixariam de demandar 140 mil toneladas de milho, acrescentou Rua. A avicultura de corte consome 22 milhões de toneladas do cereal por ano, segundo estimativa do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). A forte alta do preço dos grãos – e sobretudo do milho, que subiu mais de 90% em um ano – é tema dos mais importantes para a ABPA. Na avaliação de Santin, o preço do milho está “descolado da realidade” no mercado doméstico também por razões especulativas, sobretudo a expectativa de que a China passaria a comprar o cereal brasileiro, o que ainda não aconteceu. O Presidente da ABPA disse ainda que, ao contrário do se alardeava, a exportação brasileira de milho caiu. Na safra 2019/20, o país exportou 34,5 milhões de toneladas, queda de 16% (6,5 milhões de toneladas) na comparação como a temporada anterior, de acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além disso, colheita brasileira foi recorde, chegando a 68,6 milhões de toneladas, frisou Santin. Ele reconheceu, no entanto, que a alta do dólar afeta o preço do grão no mercado interno. Desde que o Brasil se tornou um grande exportador de milho, durante a última década, o preço do cereal deixou de ser definido apenas internamente, o que reduziu o histórico poder de barganha que as agroindústrias de aves e suínos tinham para negociar a compra do cereal no país.
VALOR ECONÔMICO
Alemanha registra mais três casos de peste suína africana
Já são 94 desde 10 de setembro, todos em animais selvagens
Mais três casos de peste suína africana foram confirmados em javalis na região de Brandenburg, no leste da Alemanha, disse o ministério federal da agricultura da Alemanha à agência Reuters. As novas descobertas elevam o número total de casos confirmados para 94 desde a primeira, em 10 de setembro. Todos ocorreram em animais selvagens e não foram identificados porcos afetados. A China e outros compradores de carne suína asiáticos proibiram as importações de carne suína alemã em setembro, após a confirmação do primeiro caso, fazendo com que os preços da carne suína subissem na China e caíssem na Alemanha.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Segunda onda do vírus traz incertezas para carnes nos EUA
Coronavírus, eleição e recuperação lenta da economia geram cenário desconfortável, segundo banco Rabobank
O mercado de carnes pode ficar agitado novamente nos Estados Unidos neste quarto trimestre, se houver a concretização de uma segunda onda de coronavírus no país. Houve uma estabilização da primeira onda, mas em patamar elevado de casos. O ritmo do avanço do vírus atualmente, como ocorre na Europa, está mais intenso e pode gerar uma segunda onda. Nos primeiros meses da pandemia, quando a indústria estava menos preparada e enfrentava uma doença nova, a cadeia de proteínas teve forte baque na produção, restrição de oferta e elevação de preços. Em um estudo sobre o desempenho do setor agropecuário dos Estados Unidos no quarto trimestre, o Rabobank, banco especializado em agronegócio, diz que pode ocorrer uma possível instabilidade no período. Esse cenário pouco confortável não está associado só à intensificação da Covid-19, mas a uma série de outros fatores pendentes no país. A recuperação da economia é lenta, e o país vive um processo acirrado de eleição presidencial. Esta, até por uma eventual demora na apuração final, poderá trazer ainda mais agitação no mercado. Além de conviver com um final de ano com demanda menor, as empresas de proteínas têm elevação de custos. Além disso, o confronto comercial com a China traz desestímulos ao setor. Esses ventos contrários, como chama o Rabobank, podem causar turbulências e colocar a recuperação do quarto trimestre em teste. A produção de carne bovina não evolui neste ano e fica praticamente no mesmo patamar da de 2019. No setor de suínos, devido à importação da China, os abates aumentam e já são 95% do que eram antes da pandemia. A suinocultura americana está sendo beneficiada ainda pela interrupção das exportações da Alemanha, que registrou o primeiro caso de peste suína africana. Os avicultores estão de olho no mercado externo, uma vez que os preços são baixos no país. A produção deve ter um ritmo de crescimento semelhante ao de 2019, registrando alta de 1%. Qualquer interrupção na oferta de carnes diminui exportações e eleva preços internos. Esse cenário mexeria também com os preços no Brasil, que já estão em patamares recordes.
FOLHA DE SÃO PAULO
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