Ano 6 | nº 1347| 23 de outubro de 2020
NOTÍCIAS
Boi gordo: mercado firme e preços em alta
O mercado do boi gordo esteve em alta na última quinta-feira (22/10)
O pequeno volume de boiadas ofertadas continua sendo o fator para que negócios com preços maiores aconteçam. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a cotação do boi gordo ficou em R$270,00/@, preço bruto e a prazo, para os animais destinados ao mercado interno. A mesma cotação para a exportação, só que à vista. A cotação da vaca gorda para abate subiu com mesma força que o boi gordo e ficou R$2,00/@ maior na comparação feita dia a dia, sendo apregoada em R$255,00/@, preço bruto e à vista. A novilha para abate subiu R$1,00/@ em relação ao dia anterior, cotada em R$260,00/@, nas mesmas condições.
SCOT CONSULTORIA
Preços médios mensais do boi gordo seguem em alta
Na parcial deste mês, pecuaristas paulistas precisam de cerca de 8,9 arrobas para a compra de um bezerro
Os preços médios mensais do boi gordo seguem em alta e renovando as máximas reais da série histórica do Cepea. Segundo pesquisadores, esse contexto traz certo alívio para pecuaristas, especialmente para os terminadores, que se deparam com custos de produção bastante elevados. Além do encarecimento de insumos da alimentação, como milho e farelo de soja, os preços recordes dos animais de reposição têm pesado sobre os custos. Avaliando-se a relação de troca de arrobas de boi gordo por animais de reposição (bezerro entre 8 e 12 meses) no estado de São Paulo, verifica-se redução no poder de compra de produtores. Na parcial deste mês, pecuaristas paulistas precisam de cerca de 8,9 arrobas para a compra de um bezerro, contra 8,7 arrobas em outubro de 2019, ou seja, diminuição de 2,5% no poder de compra. Considerando-se toda a série histórica, a média da relação de troca é de 7,69 arrobas por bezerro, ou seja, a relação atual está quase 16% superior.
CEPEA
Preços do boi gordo devem subir com mais força no último bimestre do ano, avalia Safras
A incidência de contratos a termo e a utilização de confinamento próprio não têm conseguido conter a alta nas cotações, segundo analista
Os preços do boi gordo ficaram de estáveis a mais altos na quinta-feira, 22, no mercado físico brasileiro. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios segue apontando para a continuidade do movimento de alta. “Mesmo a incidência de contratos a termo e a utilização de confinamento próprio não têm conseguido alterar a curva dos preços”, destaca. A disputa pelos animais que cumprem os requisitos de exportação com destino ao mercado chinês segue acirrada, ainda carregando um ágio de R$ 5 a R$ 10 por arroba, conforme a região do país. “Para o último bimestre a tendência é de um movimento de alta ainda mais consistente, mantendo a conjuntura de oferta restrita, somada a uma demanda aquecida, com ênfase nas exportações”, assinala Iglesias. Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 269 – R$ 270 a arroba, contra R$ 267 a arroba na quarta-feira, 21. Em Uberaba, Minas Gerais, os preços ficaram em R$ 264 a arroba, inalterados. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os valores chegaram a R$ 261 a arroba, estáveis. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 254 – R$ 255 a arroba, contra R$ 254. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, a cotação foi de R$ 249 a arroba, estável. No mercado atacadista, os preços da carne bovina continuam firmes. De acordo com Iglesias, o viés é de altas mais agressivas na primeira quinzena de novembro, com a entrada da massa salarial na economia impulsionando a reposição entre atacado e varejo. As exportações seguem em bom nível desde o início do ano, e devem continuar fortes ao longo do último bimestre, ajudando a enxugar a oferta doméstica de carne bovina. Com isso, a ponta de agulha seguiu em R$ 14,30 por quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 14,35 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 19,50 o quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Carcaça bovina registra valorização de 16% no último trimestre, aponta StoneX
Carne suína e de frango tiveram um aumento de 61% e 29%, respectivamente
O levantamento realizado pela a StoneX apontou que os preços da carcaça bovina registraram uma valorização de 16% no último trimestre, na qual foram motivadas pelos ganhos recentes no preço do animal terminado no mercado físico. Os valores da carne suína apresentaram um crescimento de 61% e os preços do frango tiveram um crescimento de 29% no último trimestre. Diante da crise econômica ocasionada pela a pandemia do Coronavírus, a grande preocupação do mercado é como será o comportamento do consumidor pela as proteínas animais e se vão conseguir absorver as altas recentes no preço da carne bovina no varejo. “A migração para os cortes mais baratos ganhou força neste ano, o que elevou as cotações das proteínas alternativas e tornou o boi casado mais competitivo”, reportou a consultoria durante o III Seminário StoneX – Desafios e Oportunidades para os Mercados de Commodities. Diante das incertezas do mercado doméstico, as indústrias frigorificas têm como alternativa mais competitiva as exportações que já embarcaram de carne bovina in natura 1,3 milhão de tonelada no acumulado de 2020. “A exportação de carne bovina acumula uma alta de 39% frente à média dos últimos cinco anos para o mesmo período”, reportou a StoneX. O último trimestre no ano é marcado por um aumento sazonal nas compras da China, já os chineses fazem a composição dos estoques de proteína animal para as festividades do ano novo lunar. A oferta restrita de animais terminados para o abate está impedindo o alongamento das escalas de abate nos frigoríficos. A média nacional está variando em torno de 3 a 5 dias. “Isso tem forçado a ponta compradora a oferecer preços acima das referências para preencher as programações de abate”, informou.
AGROLINK
Aftosa: Mato Grosso deve adiar retirada da vacina para 2022
Em função da pandemia de coronavírus, as autoridades sanitárias decidiram manter a imunização do rebanho por mais um ano
O Mato Grosso pode se tornar estado livre da febre aftosa em 2022. O anúncio foi feito na quinta-feira, 22, durante o segundo fórum estadual de vigilância sanitária contra a doença, realizado em Cuiabá (MT) A retirada da vacina pode gerar uma economia de R$ 86 milhões por ano aos pecuaristas. Na avaliação do presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, a retirada da vacina no plantel ainda gera desconfiança entre alguns produtores. “Existe muita dúvida, principalmente porque temos muita barreira seca de fronteira com a Bolívia. Mas podemos afirmar hoje que não há vírus circulante na região, por isso estamos bem tranquilos para essa retirada da vacinação. No entanto é a parte técnica que vai com pesquisa e com estudo para tranquilizar o nosso produtor”, destaca. A retirada da vacinação contra a febre aftosa segue um rigoroso cronograma técnico e foi definido pelo Ministério da Agricultura, Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) e é apoiado pela iniciativa privada. A previsão inicial era retirar a vacina em 2021, mas com a pandemia o processo precisou ser revisto. “O estado tem se capacitado em relação à vigilância das propriedades, onde monitoramos a possibilidade de doença estruturando o sistema de defesa, para que a gente possa no momento de a retirada da vacina estar com todas as condições”, diz Marcos catão Dornelas Vilaça, Presidente do Indea-MT.
CANAL RURAL
ECONOMIA
Dólar se afasta de mínimas com foco em negociações de estímulos nos EUA
O dólar fechou em leve queda ante o real na quinta-feira refletindo persistentes incertezas sobre mais ajuda fiscal nos EUA antes da eleição norte-americana
A cotação negociada no mercado à vista caiu 0,38%, a 5,5949 reais na venda –após oscilar entre alta de 0,19% (para 5,627 reais) e queda de 0,95% (a 5,5632 reais). Apesar de a Presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, continuar a dizer que as tratativas estavam fazendo progresso, comentários do Presidente Donald Trump feitos na quarta-feira colocaram em dúvidas o desenrolar das negociações. O entrevero reforça avaliações do mercado de que uma vitória democrata na eleição de 3 de novembro tende a ser mais positiva para ativos de risco. Menos incerteza política e menos ênfase na desglobalização são (fatores) positivos para a demanda global e os preços das commodities. Isso é bom para os mercados emergentes. Um índice de moedas emergentes acumula alta de 1,9% em outubro, a caminho do melhor desempenho mensal desde dezembro de 2019. O real também se valoriza, mas apenas 0,43%, ficando bem aquém de vários de seus pares. E analistas avaliam que, embora o exterior possa oferecer algum “colchão”, os temas domésticos, sobretudo do lado fiscal, vão continuar pesando sobre a divisa no curto prazo. O juro baixo reduz a atratividade da renda fixa brasileira aos olhos dos investidores estrangeiros, o que prejudica o cenário para fluxo cambial –afetando, assim, a perspectiva para ingresso de dólares no mercado doméstico.
Já o desmonte do “overhedge” –proteção cambial adicional adotada por bancos e cuja eficiência foi colocada em xeque diante de mudanças, anunciadas neste ano, em regras tributárias– pode implicar compra de mais cerca de 15 bilhões de dólares até o fim do ano, segundo cálculos de algumas instituições financeiras, num período já tradicionalmente marcado por pressão cambial devido a saídas de recursos. Enquanto isso, seguem os receios sobre as contas públicas. Autoridades do governo, entre elas o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçaram nos últimos dias a defesa das regras fiscais, mas o mercado continua preocupado com riscos de alguma flexibilização, principalmente, no dispositivo do teto de gastos, que limita o aumento de gastos à inflação.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta com ajuda de bancos
O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% na quinta-feira, mantendo o sinal positivo na semana, com as ações de bancos mais uma vez entre os principais suportes, em meio a perspectivas de melhora nos resultados do setor no terceiro trimestre
Wall Street também encerrou no azul, endossando os ganhos no pregão brasileiro, mesmo sem um desfecho nas negociações sobre mais estímulos fiscais nos Estados Unidos. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,36%, a 101.917,73 pontos, superando os 102 mil pontos na máxima da sessão (102.020,44 pontos), patamar que não ultrapassava desde o começo de setembro. Na semana, o Ibovespa já acumula alta de 3,67%.
O volume financeiro na bolsa nesta quinta-feira alcançou 28,1 bilhões de reais. O Superintendente da mesa de operações da Necton, Marco Tulli, não há segredo sobre a razão de o Ibovespa ter recuperado a maior parte das perdas desde o pior momento da pandemia de Covid-19, em março. “Diante da possibilidade de ganhar 2% em aplicações atreladas à Selic ou até mesmo ter resultado negativo, investidores têm preferido assumir mais risco e comprar ações, dada a chance de receber dividendos e a valorização do papel”. Ele acrescenta ainda que no ‘sell-off’ no começo da pandemia muitas empresas foram niveladas por baixo, uma vez que muitas companhias tiveram piora nos resultados dado os efeitos da pandemia.
REUTERS
Dívida bruta fechará 2029 quase 20 pontos acima do nível pré-crise, indica Economia
A dívida bruta no final da década ainda estará quase 20 pontos acima do nível pré-crise, indicou o Ministério da Economia na quinta-feira, em apresentação exibida pelo secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues
A expectativa da pasta é de que a dívida bruta –considerada o principal indicador da saúde fiscal do país– suba de 93,9% do PIB este ano até 97,9% do PIB em 2026, para então recuar a 94,5% do PIB em 2029. Com isso, a dívida seguirá distante do patamar de 75,8% do PIB atingido em 2019, no pré-pandemia. Para a dívida líquida, a perspectiva é de que chegue em 2029 a 84,4% do PIB, primeiro ano em que terá efetivamente caído após a crise. Isso porque o cálculo é de que a dívida líquida avance de 55,7% do PIB em 2019 para 67,8% do PIB neste ano e, daí em diante, siga em trajetória ascendente até chegar a 84,7% do PIB em 2028.O horizonte ressalta os desafios para o país recolocar suas contas públicas em ordem, após uma sucessão de déficits primários desde 2014, com receitas insuficientes para cobrir as despesas públicas –quadro que foi agravado exponencialmente após os gastos extraordinários deste ano associados ao enfrentamento da crise de Covid-19. Em sua fala, Waldery defendeu a manutenção da regra do teto de gastos como “superâncora fiscal” e ressaltou a necessidade de o Brasil continuar com sua agenda de reformas, considerada “imprescindível para o equilíbrio fiscal”. O secretário destacou, dentro dessa agenda, a continuidade de concessões e a realização da privatização de empresas estatais, além da aprovação do pacto federativo, medidas de liberalização comercial, redução e racionalização de subsídios e reformas administrativa e tributária. Completam a lista exibida por Waldery medidas como redução dos custos para contratação de trabalhadores, lei de falências, autonomia do Banco Central e modernização de marcos legais em petróleo e gás, ferrovias, cabotagem, energia e saneamento. De acordo com Waldery, o ministério revisará sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano no início de novembro.
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Ipea eleva previsão de aumento do PIB agropecuário do Brasil para 1,9% este ano
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reviu para 1,9% a estimativa de crescimento do PIB agropecuário brasileiro em 2020, ante uma previsão anterior de 1,6%, informou o órgão na quinta-feira
O Grupo de Conjuntura do Ipea ainda revisou a projeção de crescimento do PIB Agropecuário do próximo ano de 2,4% para 2,1%, por conta do aumento da base de comparação –com o melhor resultado esperado para 2020. A estimativa maior para o PIB agropecuário se deve a melhora nas previsões do IBGE para componentes importantes da lavoura e por números mais positivos também para a pecuária, “em especial decorrentes das revisões dos resultados observados de produção nos últimos meses”. Como algumas das culturas mais relevantes da lavoura têm a produção concentrada nos dois primeiros trimestres, mudanças significativas nas estimativas do IBGE, depois da divulgação dos dados trimestrais do PIB, podem resultar em maiores revisões dos resultados trimestrais do PIB Agropecuário. Segundo o grupo de conjuntura do Ipea, as revisões positivas de culturas importantes como milho, soja e café vão impactar no desempenho do PIB agro este ano. A soja teve crescimento revisado de 6,6% para 7% e segue como o produto com maior peso no valor adicionado da lavoura brasileira.
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EMPRESAS
Acionista da JBS vai contra pedido do BNDESPar para nova ação contra J&F
A JBS publicou na quinta-feira uma carta do acionista SPS, que se mostra contra a proposta da BNDESPar de abrir nova ação indenizatória contra representantes da holding controladora J&F
Na carta, o fundo SPS explica que a arbitragem que moveu já pede que a companhia seja indenizada por Joesley Batista, Wesley Batista, da família controladora, e executivos da holding J&F por danos que teriam causado à empresa. A carta diz que “os procedimentos arbitrais já estão em fase avançada” e que “a sentença parcial unânime já reconheceu a legitimidade do SPS para pleitear em favor da JBS os danos sofridos pela companhia em razão dos ilícitos confessados nos acordos de colaboração”. Por isso, a SPS alega que uma nova ação não traria qualquer vantagem para os acionistas da JBS. O documento é revelado dias antes de uma assembleia de acionistas da JBS, em 30 de outubro, que vai votar entre outros temas uma proposta da BNDESPar, que pede que a companhia abra um procedimento arbitral contra controladores.
REUTERS
Frigol amplia investimentos para aprimorar atendimento a clientes corporativos
O Grupo Frigol apresenta seu mais novo canal de atendimento aos clientes, o Televendas Frigol, destinado às empresas do segmento varejista, restaurantes e cozinhas industriais, informou a empresa na quarta-feira (21)
A companhia também consolida o mais novo meio de pagamento oferecido aos clientes: o cartão de crédito. Segundo Orlando Negrão, Diretor de Operações do Grupo Frigol, a empresa “estruturou mais este canal de contato com os clientes não somente para recepcionar pedidos, mas também para prover atendimento com excelência e respaldo técnico aos nossos parceiros comerciais”, disse em nota. O Televendas Frigol atende pelo número: (14) 3201-0880. Já disponível, o atendimento ocorre das 9h às 17h30, de 2ª a 6ª-feira, e aos sábados com atendimento das 8h às 12h. A Frigol disse que fechou parceria com todas as principais bandeiras de cartão de crédito. Uma vantagem adicional é que o pagamento pode ser feito em até duas vezes. “O uso do cartão de crédito pelas empresas tem crescido substancialmente, em especial por companhias de médio e pequeno porte, porque amplia os dias de pagamento e facilita o parcelamento das compras”, afirmou na mesma nota Carlos Corrêa, diretor Administrativo e Financeiro do Grupo Frigol.
CARNETEC
FRANGOS & SUÍNOS
Cotações do suíno vivo seguem em alta
A oferta de animais para abate ainda é reduzida
As cotações do suíno vivo seguem em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. A oferta de animais para abate ainda é reduzida, ao passo que a demanda da indústria por novos lotes de suínos para abate continua aquecida. Com elevações no vivo, novos reajustes também são verificados nas cotações da carcaça. Do lado dos custos, os preços internos do milho e do farelo de soja seguem renovando as máximas nominais, e as altas são mais intensas que as verificadas para o suíno vivo. Esse cenário acabou interrompendo o movimento de avanço no poder de compra de suinocultores frente a esses insumos de alimentação, que vinha sendo observado desde maio deste ano.
CEPEA
MEIO AMBIENTE
Ministério da Economia tenta mostrar que rebanho bovino pode coibir incêndios
Pasta divulga estudo com cruzamento de dados de 2018 e 2019
Diferentemente do que apontam pesquisadores, cientistas e ambientalistas, o Ministério da Economia concluiu um estudo para tentar mostrar que existe uma correlação negativa entre a densidade do rebanho bovino e a incidência de focos de incêndio por quilômetro quadrado nos municípios do Pantanal e do Cerrado. Na Amazônia não haveria correlação, segundo nota técnica finalizada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da Pasta. Na prática, o estudo, baseado apenas em dados de 2018 e 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), reforça a tese dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Agricultura, Tereza Cristina de que a presença da criação animal ajudaria a evitar os focos de queimadas — ou seja, defende o “boi bombeiro”. “Esses achados permitem concluir que, nos biomas Pantanal e Cerrado, a maior densidade de bovinos por quilômetro quadrado está associada a uma menor incidência de focos de incêndio por quilômetro quadrado em escala municipal. No bioma Amazônia, essa correlação não é significativa”, sustenta a nota. Recentemente, professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) afirmaram que existe uma relação positiva — e “bastante forte” — entre o número de cabeças de gado e de focos de incêndio. Na opinião dos cientistas, municípios com mais gado costumam ter mais fogo. Para evitar a “relação espúria” entre o tamanho do rebanho bovino e o número de focos de incêndio em um município, o Ministério da Economia sustenta que seu estudo “normalizou as variáveis”, entre as quais as áreas territoriais dos municípios. “Uma densidade de gado bovino acima da média em um município está associada a uma incidência de focos de incêndio por quilômetro quadrado abaixo da média no município considerado”, afirma outro trecho da nota. Em seu estudo, o Ministério da Economia criou um coeficiente para determinar a correlação entre as variáveis gado e incêndio. Quanto mais próxima de -1, maior a probabilidade de haver divergência entre os fatores, e quanto mais perto de 1 maior é a tendência de convergência. No Cerrado em 2018, segundo a Pasta, o coeficiente ficou em -0,323. Em 2019, em -0,286. O Ministério afirma que foram analisados 1.164 e 1.213 municípios, respectivamente. No Pantanal, em 2018 o coeficiente ficou em -0,360, e em 2019 foi de -0,418. O número de municípios observados, porém, foi menor: 26 e 25, respectivamente. Na Amazônia, nos dois anos o coeficiente ficou próximo de zero (0,05 e 0,004), com mais de 500 municípios analisados em cada ano. Em todo o país, sustenta a Economia, a correlação foi -0,164 em 2018 (4.044 municípios analisados) e de -0,144 em 2019 (4.400 municípios), com índices de confiança de 99%.
VALOR ECONÔMICO
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