Ano 6 | nº 1245| 28 de maio de 2020
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo firme
Na última quarta-feira (27/5) algumas indústrias frigoríficas abriram o mercado oferecendo mais pela arroba do boi gordo para manterem o fluxo da escala de abate
As compras são realizadas a conta gotas, o predomínio nas ofertas, é de pequenos lotes. Oferta de compra comedida e oferta de gado contida. Talvez essa onda de frio com possibilidade de geadas no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, mude esse cenário. Apesar do volume de negócios menor, o mercado está firme.
SCOT CONSULTORIA
Recuo no preço do sebo bovino
No Brasil Central, o preço do sebo bovino caiu e está em R$2,85/kg, livre de imposto, segundo levantamento da Scot Consultoria. O recuo foi de 3,4% na comparação semanal
No Rio Grande do Sul, a cotação está estável em R$3,10/kg. Para o curto prazo, apesar da menor demanda, a oferta restrita pode limitar as quedas nos preços.
SCOT CONSULTORIA
Arroba do boi: tendência é de alta diante de oferta curta, diz Safras
Analista afirma que o fim da atual safra se mostra diferente do habitual, com disponibilidade reduzida, consequência da retenção de fêmeas nos últimos meses
O mercado físico do boi gordo registrou preços estáveis nas principais praças de produção e comercialização do Brasil nesta quarta-feira, 27, segundo a consultoria Safras. O analista Fernando Henrique Iglesias afirma que o fim da atual safra se mostra diferente do habitual, com uma oferta mais curta do que o normal, consequência da retenção de fêmeas nos últimos meses. “Os frigoríficos não conseguem exercer pressão sobre os preços de balcão mesmo em um ambiente pautado pelo enfraquecimento da demanda de carne bovina. As exportações destinadas à China permanecem em excelente nível, com os animais que cumprem os requisitos para embarque ao país asiático negociados em patamar diferenciado, com um spread que pode alcançar até R$ 10 por arroba”, diz. Na capital de São Paulo, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 194 a arroba. Em Uberaba (MG), permaneceram em R$ 187 a arroba. Em Dourados (MS), continuaram em R$ 178 a arroba. Em Goiânia (GO), o preço indicado foi de R$ 185 a arroba. Já em Cuiabá (MT), ficou em R$ 172 a arroba. No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Segundo Iglesias, a tendência de curto prazo ainda é de alta nos preços, principalmente para a primeira quinzena de junho. “O relaxamento da quarentena programado para o início do próximo mês sinaliza para alguma recuperação nos níveis de consumo que, no entanto, permanecerão muito abaixo dos patamares de antes da pandemia”, disse. A ponta de agulha ficou em R$ 11,20 o quilo. Já o corte dianteiro permaneceu em R$ 11,75 por quilo, e o corte traseiro permaneceu com preço de R$ 13,40 o quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Novo protocolo para funcionamento de frigoríficos poderá evitar disputas na Justiça
Expectativa é que harmonização de regras contenha fechamento de unidades
O Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, afirmou que a intenção do governo com a publicação de uma portaria com um novo protocolo para o funcionamento dos frigoríficos do país na pandemia é padronizar as recomendações de higiene e segurança dos trabalhadores e dar previsibilidade e prazos de adaptação às empresas. Segundo ele, serão definidas condições mínimas para manter as atividades nas unidades, e que a interdição será a última possibilidade. Durante reunião da Comissão Externa de Ações contra o Coronavírus da Câmara dos Deputados, o Secretário afirmou que a judicialização de alguns casos atrapalhou o setor num primeiro momento. “Com uma norma clara, padronizada, entre o ente federal e com o reconhecimento pelos entes estaduais e municipais, devemos evitar a judicialização. Quando entra na parte judicial perde-se o controle do tempo de poder ter entendimento para a empresa melhorar procedimento e voltar à atividade”, disse. Karla Freire Baêta, Coordenadora de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, afirmou que a oficialização do protocolo para os frigoríficos vai minimizar lacunas sobre as medidas de prevenção e controle nesses espaços de forma a ter adoção de medidas e tomadas de decisão harmônicas. “Os órgãos da inspeção sanitária, saúde ou trabalho atuam de acordo com ritos administrativos, não pode acontecer fora do rito. Nesses ritos estão previstos prazos para retorno, verificação das medidas, não fica ad eternum, tem tempo para ser respondido e voltar à normalidade. Algumas situações fugiram a esses ritos, mas estamos buscando solucionar com adoção do protocolo entre as pastas”.
VALOR ECONÔMICO
Pandemia já afeta produção de carne bovina
Minerva Foods opera com 70% da capacidade
A disseminação do novo coronavírus começou a afetar regiões produtoras de carne bovina do país de forma mais relevante. O impacto da doença sobre os frigoríficos, que até então estava mais concentrado nos polos de criação de suínos e aves, já levou à interdição de uma unidade. O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou ontem que a Justiça determinou a interdição do abatedouro de bovinos da JBS em São Miguel do Guaporé (RO) até que a empresa faça testes em todos os funcionários para a detecção da covid-19. Procurada, a JBS não fez comentários específicos sobre a decisão judicial, mas reiterou as medidas que vem adotando para proteger funcionários desde o início da pandemia. Entre as grandes indústrias de carne bovina do país, a JBS não é a única a registrar aumento de casos da covid-19. Em Araguaína, cidade de Tocantins que mais registra casos – quase 1,3 mil -, a Minerva realizou testes rápidos e detectou 55 casos suspeitos entre funcionários. Na planta, o grupo emprega 730 pessoas. Para evitar a disseminação do vírus, a companhia vem trabalhando em suas unidades com somente 70% de sua capacidade, em média. A Marfrig, segunda maior indústria, também registra casos. No complexo de Várzea Grande (MT), na região de Cuiabá, a companhia tinha, até segunda-feira, 25 casos confirmados. A companhia emprega 3 mil funcionários na unidade. Na segunda-feira, o MPT informou que conseguiu uma liminar obrigando a Marfrig a adotar medidas pra adequar as linhas de produção em todos os frigoríficos do grupo em Mato Grosso. Até quarta-feira, Várzea Grande registrava 178 casos da doença, o que representa uma incidência de 62,42 por 100 mil, acima do índice de 46,7 em Mato Grosso. Procurada, a Marfrig informou que, com a confirmação dos casos em Várzea Grande, todos os procedimentos previstos em seu protocolo de contingência foram adotados, o que inclui a realização de inquérito epidemiológico e o afastamento, “de maneira preventiva”, de todos os funcionários que tiveram contato com aqueles que testaram positivo. “A Marfrig está seguindo todas as determinações da vigilância epidemiológica do município que, na quinta-feira passada, dia 14 de maio, fez uma visita a planta e, após análise, aprovou todas as ações feitas e o plano de contingência para a unidade”, informou a empresa em nota.
VALOR ECONÔMICO
Mato Grosso: piora na relação de troca com a reposição
Aumentou a procura por animais para reposição em Mato Grosso
No entanto, o pecuarista que está fazendo a troca atualmente se depara com um cenário de queda no poder de compra, em decorrência dos preços firmes dos animais para reposição. Tomando o início do ano como referência, considerando a média das cotações de todas as categorias de machos anelorados pesquisadas pela Scot Consultoria, a alta foi de 12,0% e, no mesmo período, o preço do boi gordo caiu 1,3%. Na média de todas as categorias, o poder de compra do pecuarista caiu 11,7% neste intervalo.
SCOT CONSULTORIA
MT premia Boi-China com até R$ 10,50 a mais por arroba
Demanda da indústria frigorífica exportadora faz preço do boi subir de patamar
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que faz parte do sistema Famato, lançou um novo indicador de prêmios, o Boi-China a prazo, para acompanhar as cotações desse tipo de animal demandado pela indústria exportadora. O Imea identificou, na terceira semana de maio, que os maiores valores pagos aconteceram na região sudeste do Estado. O preço médio foi de R$ 10,50 a mais pela arroba de boi gordo. O Boi-China é um animal de até 4 dentes (30 meses), que cumpre os requisitos de embarque. Desde janeiro, a indústria frigorífica em Mato Grosso exportou um volume 10% superior em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e abril deste ano foram vendidas 113,1 mil toneladas de carne bovina ao exterior, por US$ 496,1 milhões. Entre janeiro e abril de 2019 foram exportadas 102,8 mil toneladas, por US$ 368,4 milhões. A demanda do Boi-China permaneceu firme em maio e explica a diferença de preço com o boi não destinado a esse mercado. Em todo o Mato Grosso, a média da variação de preço está em torno de R$ 9,97. Em relação aos preços do boi comum, as cotações ficaram estáveis no comparativo semanal, mas com espaço para altas nas próximas semanas. De acordo com o Imea, “uma vez que quando se observam os valores equivalentes da arroba vendida pelos frigoríficos (incluindo couro, cortes desossados e coprodutos) a margem em relação à arroba paga ao produtor só tem aumentado. Isso indica sustentação do mercado”. O preço médio do boi gordo comum, à vista, está em R$ 169,13, valor 0,03% acima da segunda semana de maio. O preço máximo de R$ 171, como média de mercado, foi observado na região de Juara.
PORTAL DBO
ECONOMIA
Dólar engata 6ª queda seguida e tem mínima desde abril com ajustes
O dólar engatou a sexta queda consecutiva na quarta-feira, fechando no menor patamar desde meados de abril, conforme investidores seguiram desmontando posições em meio a ajustes de fim de mês
O dólar à vista caiu 1,44%, a 5,2828 reais na venda. É o menor patamar desde 17 de abril (5,2359 reais). Em seis pregões, o dólar spot caiu 8,30%, maior queda para o período desde a série de seis sessões encerrada em 6 de janeiro de 2009 (-9,52%), quando o mundo tentava emergir do estouro da crise financeira no ano anterior. Na mínima desta quarta, a cotação caiu 1,66% (para 5,2708 reais) e, na máxima, teve variação positiva de 0,03%, a 5,3616 reais. Na B3, o dólar futuro recuava 1,31%, a 5,2865 reais, às 17h09. Operadores citaram maior influência nos negócios de operações de rolagens de contratos futuros, típicas de fim de mês, num período em que também ganha força a “disputa” pela Ptax, com comprados e vendidos em dólar puxando a moeda para patamares mais convenientes a suas posições. A taxa de rolagem entre os vencimentos junho e julho na B3 chegou a tocar 6,6 pontos nesta quarta-feira, bem abaixo de patamares em torno de 8 pontos marcados no mesmo período do mês passado. Mantido o movimento atual, o dólar caminha para fechar maio em queda, o que seria o primeiro mês de baixa em 2020. A divisa acumula desvalorização de 2,85% em maio. Ante a máxima recorde nominal —de 5,9012 reais, alcançada no último dia 13—, a moeda tem depreciação de 10,48%. Apesar da descompressão no câmbio, analistas do Deutsche Bank seguem vendo a moeda na casa de 6 reais no curto prazo, em parte pelo entendimento de que tensões políticas permanecerão no radar num contexto de agravamento da pandemia no Brasil. No curto prazo, os profissionais apontam a questão fiscal, a política monetária acomodatícia e a “quase completa ausência de crescimento” como fatores contrários ao real. “E o crescente ruído político nos leva a esperar que o dólar negocie entre 6,0 reais e 6,5 reais, antes de voltar para 5,5 reais, quando as tensões políticas diminuírem”, disseram analistas em nota.
REUTERS
Ibovespa sobe com ânimo sobre reabertura de economias e encosta em 88 mil pontos
Refletiu fatores como maior expectativa de abertura e a confirmação de dados sensoriais melhores sobre economias como a China, o que ajudou especialmente siderúrgicas
O Ibovespa renovou máxima desde março na quarta-feira, encostando nos 88 mil pontos, em meio ao aumento do otimismo com a reabertura das economias após lockdowns causados pela Covid-19, com ações de siderurgia entre os maiores ganhos. Referência do mercado acionário brasileiro, o índice subiu 2,9%, a 87.946,25 pontos – máxima da sessão e maior nível de fechamento desde 10 de março. O volume financeiro da sessão somou 26 bilhões de reais.
O analista Pedro Galdi, da Mirae Asset, também citou otimismo com estudos envolvendo vacina contra Covid-19 no exterior e pacote de estímulo na Europa, além de uma relativa trégua política no Brasil. Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 1,48%. O clima positivo foi endossado pelo plano de reabertura de atividades no Estado de São Paulo, economicamente o mais relevante do país. O governador paulista, João Doria, anunciou plano prevendo retomada do funcionamento com restrições de comércio, shopping centers, concessionárias de veículos, a partir de 1 de junho, na capital do Estado. Ainda na cena doméstica, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a suspensão do inquérito das fake news até o julgamento da ação pelo Supremo Tribunal Federal que questiona o seu trâmite, horas após a Polícia Federal fazer diligências contra bolsonaristas por ordem de ministro do STF.
REUTERS
Brasil fecha recorde de 860.503 vagas formais de trabalho em abril
O Brasil fechou 860.503 vagas de emprego formal em abril, pior resultado para todos os meses da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) iniciada em 1992, num reflexo do agravamento da crise com o coronavírus
Em março, quando começaram as iniciativas de isolamento no país, houve perda de 240.702 vagas com carteira assinada, divulgou o Ministério da Economia na quarta-feira. Em janeiro e fevereiro, houve abertura líquida de 113.155 e 224.818 postos, respectivamente. Com isso, o país fechou os primeiros quatro meses do ano com encerramento de 763.232 vagas formais de trabalho, pior desempenho histórico para o período. A performance no quadrimestre fez com que o estoque de empregos formais no país caísse a 38,046 milhões de postos, patamar mais baixo desde 2011 (36,824 milhões). Em nota, o Ministério da Economia indicou que o resultado teria sido ainda mais grave sem o programa do governo de pagamento de benefícios para os que têm jornada reduzida ou contrato de trabalho suspenso. A estimativa é que foram preservados 8,1 milhões de empregos por meio da iniciativa. “Número de desemprego hoje é fruto fundamentalmente da queda das contratações decorrentes da pandemia porque os empregos estão sendo preservados”, afirmou o Secretário Especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco. Na análise setorial, o setor mais atingido pela derrocada da economia foi o comércio, com fechamento líquido de 342.748 postos de janeiro a abril. Aparecem em seguida o setor de serviços (-280.716), indústria (-127.886) e construção civil (-21.837). A agricultura, por outro lado, viu abertura de 10.032 postos no acumulado do ano.
REUTERS
EMPRESAS
Potenciais fechamentos de fábricas da BRF poderão atingir nível de produção
A BRF avalia que será “matematicamente impossível” manter atuais níveis de produção se fábricas da companhia forem fechadas por causa de casos de coronavírus entre funcionários, afirmou o Presidente-Executivo da companhia, Lorival Luz, na quarta-feira
Luz afirmou que a produção até agora não foi impactada após o fechamento de algumas fábricas da empresa em Estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, porque conseguiu compensar com outras unidades em operação. O executivo comentou ainda que a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, está contratando 5.000 funcionários, acima dos 2.000 anunciados em abril, para compensar eventuais ausências de trabalhadores em quarentena ou incapacitados por Covid-19.
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Justiça do Trabalho interdita frigorífico de bovinos da JBS em Rondônia
Mais de 60% dos casos de covid-19 em São Miguel do Guaporé são de funcionários da empresa
A pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), a Justiça interditou o abatedouro de bovinos da JBS em São Miguel do Guaporé (RO), informou na quarta-feira o MPT. De acordo com o MPT, mais de 60% dos casos de coronavírus confirmados no município de Rondônia são de funcionários da JBS. Na decisão, o juiz do Trabalho Wadler Ferreira determinou que o frigorífico fique interditado até que a JBS teste todos os funcionários para a detecção da covid-19. O juiz também citou a doação de R$ 400 milhões que a JBS fará no Brasil para combater o vírus. De acordo com o magistrado, o dispêndio de R$ 300 mil para a realização de testes nos funcionários não causará “nenhum impacto financeiro, até porque este valor pode ser tirado justamente daquele que será doado”. Procurada, a JBS não fez comentários específicos sobre a decisão judicial, mas reiterou as medidas que vem tomando para proteger os funcionários desde o início da pandemia.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
RABOBANK: Demanda por carne bovina ficará afetada com a desaceleração econômica
A estimativa aponta que o consumo de carne bovina mundial deve recuar com a desaceleração da econômica, conforme informou a Rabobank em seu relatório trimestral
A redução na atividade econômica é resultado dos efeitos do coronavírus nos países, mas que também deve gerar impacto na demanda mundial de proteína animal. Outro fator que está prejudicando o consumo de carne é o fechamento de restaurantes e food service e que deve mudar os padrões de consumo da população. “Esperamos mudanças nos padrões de consumo da população a nível global e isso vai ser o resultado dos efeitos da recessão econômica e também pelo fato de alguns países terem reduzido a produção de proteína animal”, reportou. Com relação à produção de proteína animal na Índia, as negociações de búfalos foram impactadas em função da logística e leis trabalhistas. Por isso, algumas indústrias estão operando de forma limitada “Além disso, existem atrasos nos portos indianos para a movimentação do produto, pois as operações nos portos estão sob pressão”, informou o banco. Na Austrália, os efeitos do coronavírus ainda são mais preocupantes já que as vendas no varejo em março tiveram uma queda de 23% em restaurantes e bares. “Com os números de casos Covid-19 estabilizados no País, as medidas de isolamento estão mais flexíveis e a expectativa é que o consumo volte gradativamente”, afirmou. Ainda de acordo com o relatório da Rabobank, a disseminação do coronavírus interrompeu o processamento de carne bovina em diversos países. “Durante os meses de março a abril, ocorreu paralisação em diversas plantas nos Estados Unidos, em que os volumes de abate recuaram quase 50% se comparado a 2019”, informou o banco holandês. Com dificuldade em abater os animais, os preços da carne bovina tiveram um aumento significativo em que os valores de alguns cortes estavam cotados a US$ 470/cwt. Enquanto, isso os valores ofertados para os animais de confinamentos registraram uma queda. “O processamento de carne bovina já começa a aumentar gradativamente e a expectativa é que os níveis normais de produção nos Estados Unidos fiquem estabelecidos a partir de junho”, destacou o Rabobank. As plantas frigoríficas na Nova Zelândia também foram impactadas com as medidas de isolamento social, na qual tiveram que reduzir a capacidade de abate em até 70%.
RABOBANK
Carne já falta nos supermercados dos EUA
Enquanto sobram animais no campo, devido ao fechamento ou desaceleração de frigoríficos, falta carne em supermercados e restaurantes de fast food nos Estados Unidos
Na loja do Walmart em Champaign, no Estado de Illinois, as prateleiras estavam quase vazias no feriadão do Memorial Day, comemorado na segunda-feira (25/5). Com escassez de produtos vindos de frigoríficos, onde pelo menos 16,6 mil trabalhadores testaram positivo para a Covid19 até terça-feira (26/5), alguns pontos de vendas já vêm limitando a quantidade de carne por consumidor há semanas. Foi o caso da Kroger, a maior rede de supermercados dos Estados Unidos. A Costco colocou um limite de três produtos de cada tipo de proteína animal. A Wendy’s, famosa rede de fast food, chegou a ficar sem hambúrgueres em centenas de locais. Apesar disso, entidades representativas do setor fazem questão de ressaltar que não há falta de produto no mercado, mas sim problemas de distribuição causados por uma cadeia de suprimentos que funciona just in time – ou seja, com produtos frescos toda semana. Qualquer percalço no caminho, portanto, desorganiza todo o abastecimento de forma imediata. Segundo informações do Midwest Center for Investigative Reporting, 197 indústrias de processamento em 32 Estados tiveram funcionários contaminados desde o início da pandemia. Pelo menos 64 trabalhadores morreram. O abre e fecha de frigoríficos deverá reduzir em 17% a produção de carne bovina no segundo trimestre, na comparação com mesmo período do ano passado, atingindo o nível mais baixo desde 1990, segundo projeção do USDA. De acordo com o departamento, houve queda de 21% na produção de carne bovina em abril, comparado ao mesmo mês do ano passado. Também houve redução na suína (-11%), nos frangos de corte (-2%) e nos perus (-8,3%). “Os volumes de processamento de carne começaram a melhorar na segunda quinzena de maio e os preços no atacado começaram a cair. No momento parece que estamos nos recuperando” Jayson Lusk, Chefe do Departamento de Economia Agrícola da Purdue University.
GLOBO RURAL
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