Ano 6 | nº 1244| 27 de maio de 2020
NOTÍCIAS
Arroba do boi gordo sobe até R$ 2 nesta terça-feira, diz Safras
Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos tiveram que aceitar preços mais altos para adquirirem volumes satisfatórios
O mercado físico do boi gordo registrou preços mais altos nesta terça-feira, 26, segundo a consultoria Safras. O analista Fernando Henrique Iglesias afirma que os frigoríficos têm que aceitar preços mais altos para adquirirem volumes satisfatórios. Enquanto isso, o escoamento da carne bovina entre as cadeias permanece lento em função das mudanças dos padrões de consumo provocadas pela pandemia. Mesmo assim, os preços para os cortes menos nobres subiram. “Este final de safra é diferente se comparado a anos anteriores, com a retenção de fêmeas deixando a oferta mais ajustada e dando um importante suporte aos preços domésticos. Ao mesmo tempo, as exportações de carne bovina destinadas à China permanecem em ótimo nível, situação recorrente no ano de 2020”, afirma. Na capital de São Paulo, os preços do mercado à vista passaram de R$ 193 para R$ 194 por arroba. Em Uberaba (MG), subiram de R$ 185 para R$ 187. Em Dourados (MS), foram de R$ 177 para R$ 178 por arroba. Em Goiânia (GO), o preço indicado passou de R$ 183 para R$ 185. Já em Cuiabá (MT), foi de R$ 171 para R$ 172. No mercado atacadista, os preços da carne bovina subiram nos cortes mais acessíveis. Segundo Iglesias, a demanda se concentra nos cortes mais acessíveis, como o dianteiro e a ponta da agulha. “O aprofundamento da recessão econômica tende a manter esse padrão, com o consumidor médio mirando proteínas animais mais acessíveis, como a carne de frango, cortes de dianteiro bovino e ovos de galinha”, diz. A ponta de agulha ficou em R$ 12,20 o quilo, com alta diária de 75 centavos. Já o corte dianteiro passou de R$ 11,50 o quilo para R$ 11,75 por quilo, e o corte traseiro permaneceu com preço de R$ 13,40 o quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Baixa movimentação no mercado do boi gordo no pós-feriado
Em São Paulo o quadro foi de baixa movimentação no mercado do boi gordo na última terça-feira (26/5), com pouca oferta de boiadas e sem progresso nas escalas de abate
O boi precoce, de até 30 meses, é o foco das compras, com ofertas de R$10,00/@ acima da referência, segundo levantamento da Scot Consultoria. Com relação ao consumo interno, não houve melhora relevante com o feriado antecipado, o que era esperado em função da pandemia.
SCOT CONSULTORIA
Aumento das exportações de carne bovina em maio, na comparação anual
Até a terceira semana de maio (15 dias úteis), a média diária exportada de carne bovina in natura pelo Brasil foi de 7,61 mil toneladas e o faturamento foi de US$33,51 milhões diários. Em média, a cotação da tonelada de carne foi de US$4,41 mil
O volume embarcado por dia foi 3,3% menor frente à média registrada até a segunda semana deste mês, no entanto, aumentou 34,5% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, e a receita foi 52,81% maior, na mesma comparação. A Tailândia abriu mercado para carne bovina com osso, carne desossada e miúdos. Cinco frigoríficos do Pará, Rondônia, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foram habilitados (MAPA). Em 2019, as importações de carne bovina pela Tailândia foram de cerca de US$90 milhões.
SCOT CONSULTORIA
ECONOMIA
Dólar cai quase 7% em cinco pregões, maior queda no período desde 2008
Em 2020, o real ainda perde 25,13%, maior queda entre as principais moedas globais
O dólar teve novo dia de forte queda ante o real na terça-feira, movimento que fez a moeda passar a cair no acumulado de maio e derrubou a cotação abaixo de uma linha de suporte técnico, com as operações domésticas refletindo a sessão de amplo apetite por risco no mundo com otimismo sobre reabertura de economias e estudos sobre uma vacina contra o Covid-19. O dólar à vista fechou em baixa de 1,80%, a 5,3599 reais na venda, ficando abaixo da média móvel de 50 dias pela primeira vez desde 10 de janeiro. É a quinta sessão consecutiva de queda, a mais longa série do tipo desde dezembro de 2019. Nesses cinco pregões, a moeda cedeu 6,96%, maior queda de cinco dias desde o fim de outubro de 2008, quando os ativos financeiros globais começavam a reagir a medidas de estímulos adotadas por bancos centrais para prover liquidez a um mercado abalado pela crise financeira mundial. Na B3, o dólar futuro tinha queda de 1,50%, a 5,3635 reais, às 17h41. O economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, sigla em inglês), Robin Brooks, disse que os mercados emergentes em geral estão em rota ascendente desde o fim da segunda semana de maio, quando o sentimento negativo parecia já estar “muito esticado”. Ele chamou atenção para os números negativos do fluxo de investimento em carteira (ações e renda fixa) no Brasil em abril —quando houve saída líquida de 8,153 bilhões de dólares—, após debandada recorde de 22,223 bilhões de dólares em março. De toda forma, com a queda nos últimos cinco pregões, o dólar passou a acumular desvalorização de 1,44% em maio. Em 13 de maio, quando fechou no recorde nominal de 5,9012 reais, a cotação acumulava ganho de 8,52% no mês. Fernando Bergallo, sócio da FB Capital, ponderou que a baixa do dólar pode estar sendo reforçada por operações relacionadas à definição da Ptax de fim de mês. Para ele, não “seria surpresa” se o dólar voltasse a subir após a formação da Ptax —taxa calculada pelo Banco Central e que serve de referência para liquidação de derivativos.
REUTERS
Bancos pressionam e Ibovespa fecha em queda
O Ibovespa registrou leve queda na terça-feira, com o recuo de ações de bancos reduzindo o movimento positivo do índice, que foi sustentado pelo otimismo em mercados internacionais
O índice encerrou em baixa de 0,23%, a 85.468,91 pontos. O volume financeiro somou 29,65 bilhões de reais. No cenário doméstico, as tensões políticas continuaram no radar, apesar de terem sido amenizadas pela falta de elementos que intensifiquem a instabilidade em Brasília no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. Durante a tarde, o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um pronunciamento pedindo “pacificação dos espíritos” e defendendo a harmonia entre os Poderes e a preservação da democracia. “Entretanto, ainda é preciso ter cautela, uma vez que o Brasil tende a ser o novo epicentro do Covid-19 nos próximos meses, o que pode gerar instabilidade no campo político e maior retração da atividade econômica”, afirmou Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos em nota. Também na terça-feira, pesquisa da Reuters apontou que o Ibovespa deve encerrar 2020 a 89.700 pontos. No cenário mais provável, o índice vai encerrar este ano com uma queda de 22,4% sobre o final de 2019. Apenas três meses atrás, o mercado esperava por uma valorização de 16,7% em 2020.
REUTERS
Investimentos diretos no Brasil despencam para US$234 mi e têm pior abril em 25 anos
Os investimentos diretos no Brasil despencaram em abril a apenas 234 milhões de dólares, pior resultado para o mês desde 1995 (167,9 milhões de dólares), numa mostra da falta de apetite dos investidores por ativos no país em meio à profunda crise com o coronavírus
Ao mesmo tempo, os efeitos econômicos decorrentes da paralisação de atividades para frear o contágio de Covid-19 fizeram as transações correntes terem superávit de 3,840 bilhões de dólares em abril, recorde para a série histórica mensal do Banco Central iniciada em janeiro de 1995. Em pesquisa Reuters, a expectativa era de investimentos diretos no país (IDP) de 1,9 bilhão de dólares, sendo que o próprio BC estimava ingressos líquidos de 1,5 bilhão de dólares. Já para as transações correntes a projeção do mercado era de superávit menor, de 3 bilhões de dólares, enquanto o BC esperava saldo positivo de 2 bilhões de dólares. No caso do IDP, o dado representou uma acentuada queda ante ingressos líquidos de 5,107 bilhões de dólares em abril de 2019. O resultado, divulgado na terça-feira pelo BC, veio na esteira de desinvestimentos de 834 milhões de dólares, enquanto no mesmo período do ano passado as empresas haviam reinvestido no país 2,915 bilhões de dólares em participação no capital. Já a conta de novos investimentos caiu a 1,154 bilhão de dólares em abril, ante 2,750 bilhões de dólares um ano antes. Em meio à derrocada na economia com as medidas de distanciamento social, o déficit na conta de renda primária e de serviços tem caído fortemente. Em abril, houve recuo de 59,7% no rombo da conta primária, a 1,557 bilhão de dólares. A remessa de lucros e dividendos para o exterior foi de apenas 4 milhões de dólares, contra 2,250 bilhões de dólares em abril do ano passado. Já o déficit na conta de serviços caiu 63,4% sobre o mesmo mês do ano passado, a 1,208 bilhão de dólares, fortemente afetado pela retração de 91,2% nas despesas líquidas de viagens, que totalizaram 90 milhões de dólares em abril deste ano contra 1 bilhão de dólares em igual etapa do ano passado.
REUTERS
PIB agropecuário deve crescer 1,3% mesmo no pior cenário por Covid-19, diz Ipea
Nessas condições, alta seria garantida pelo desempenho positivo nas lavouras
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia que, mesmo no pior cenário da pandemia de coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário terá alta de 1,3% neste ano. A projeção está na carta de conjuntura divulgada nesta terça-feira (26/5). Neste cenário adverso, o índice revela ligeira queda comparado à previsão de alta de 1,4% no boletim de abril. A previsão é de resultado mais positivo das lavouras (+2,8%), ante 2,7% anteriormente, e queda de 2% da pecuária, ante redução de 1,5%. Já no cenário-base, que não considera os piores efeitos da crise, o crescimento previsto para o PIB agropecuário é de 2,5%, com base em prognósticos da safra deste ano do IBGE, e de 2,3%, levando em conta estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essas condições, de acordo com o Ipea, consideram um avanço de 3,1% no valor adicionado pela lavoura, puxado pela soja, e uma expectativa de alta de 1,5% da pecuária em 2020.
ESTADÃO CONTEÚDO
EMPRESAS
Marfrig cria joint venture com ADM para fabricar produtos com base vegetal
A Marfrig anunciou na terça-feira a criação da joint venture PlantPlus Foods com a ADM para fabricação e venda de carne e outros produtos com base vegetal nas Américas do Sul e do Norte
A Marfrig terá 70% da nova companhia e será responsável pela produção, venda e distribuição da PlantPlus Foods, usando suas instalações em Várzea Grande (MT) e em Ohio, nos Estados Unidos. A ADM deterá 30% da PlantPus Foods, fornecerá conhecimento técnico, desenvolvimento de aplicação e uma gama de ingredientes de base vegetal a partir do seu complexo especial de proteína em Campo Grande (MS), e sua rede de unidades de proteína nos EUA, incluindo uma fábrica de proteína de ervilha em Enderlin, na Dakota do Norte. As vendas serão focadas nos canais de varejo e food service. “A Marfrig e a ADM planejam iniciar as operações da nova companhia assim que as autoridades regulatórias dos EUA e do Brasil aprovarem a nova companhia.”
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STJ libera Joesley e Wesley Batista a ocuparem cargos executivos no grupo J&F
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu na terça-feira, por unanimidade, liberar os irmãos Joesley e Wesley Batista para ocuparem funções executivas nas empresas do grupo J&F, controlador da JBS
O colegiado acompanhou o voto do relator Rogério Schietti, segundo o qual não se justificava manter a proibição — que vigorava desde 2017 — da participação dele diretamente ou, por interposta pessoa, de ocupar cargos no conglomerado. O advogado Pierpaolo Bottini, que representa os Batista, disse que a decisão tem efeito imediato. “Corrigiu-se uma injustiça que perdurou por dois anos e meio. O tribunal reconheceu a ilegalidade da situação, evitando a continuidade de uma cautelar desarrazoada”, disse o advogado. O relator do STJ disse que a decisão de liberar Joesley e Wesley se embasou em três fatos principais: o cumprimento de regras de compliance, a colaboração com a Justiça e o acordo de leniência no valor de 10,3 bilhões de reais da J&F. O magistrado disse que cumprir esse valor não é fácil e exige um “empenho máximo” das empresas para produzir esse capital. Em março, Rogério Schietti já havia autorizado ambos os empresários a participarem de reuniões da diretoria e dos demais órgãos administrativos das empresas do grupo J&F, mas sem direito a voto.
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MPT de Santa Catarina abre processo contra Seara
O Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina informou na terça-feira que abriu ação civil pública contra a Seara, da JBS, em Ipumirim (SC) após o que chamou de “relevante surto da Covid-19” entre funcionários da empresa
A fábrica da empresa na região está interditada desde 18 de maio, após inspeção por órgão vinculado ao Ministério da Economia, que identificou “graves irregularidades relacionadas sobretudo à ausência de distanciamento seguro entre os empregados na linha de produção e à inexistência de medidas efetivas de controle epidemiológico”, afirmou o Ministério Público em nota. A JBS afirmou em comunicado que não foi notificada sobre o assunto e alegou que adota um rígido protocolo de prevenção contra a Covid-19 em suas unidades conforme as orientações dos órgãos de saúde e do Hospital Albert Einstein.
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JBS, Marfrig e Minerva são habilitadas a exportar carne bovina do Brasil à Tailândia
As duas outras empresas aprovadas para exportar carne bovina ao país asiático são a Frialto, com uma unidade habilitada em Matupá (MT), e a Masterboi, com uma planta aprovada em São Geraldo Araguaia (PA)
A JBS, a Marfrig Global Foods e a Minerva Foods, os três maiores frigoríficos exportadores de carne bovina do Brasil, estão entre as cinco companhias que receberam aprovação da Tailândia para embarcar a proteína ao país, disseram as empresas. A Minerva enviou um comunicado ao mercado na terça-feira confirmando a habilitação, conforme antecipado pela Reuters na noite de segunda-feira, quando o Ministério da Agricultura anunciou a abertura dos tailandeses para a proteína brasileira. A unidade da Minerva que foi habilitada está localizada em Palmeiras de Goiás (GO), com capacidade diária de abate de 2.000 cabeças. A planta é a maior da empresa no Brasil. “Com uma população de aproximadamente 70 milhões de habitantes, a Tailândia figura entre os principais mercados do sudeste asiático, e sua abertura para a carne bovina brasileira configura mais uma oportunidade para o crescimento de nossas exportações”, disse o comunicado da Minerva. A Marfrig poderá exportar com uma unidade em Ji-Paraná (RO), segundo a empresa. Já a JBS recebeu a aprovação para uma de suas duas unidades em Campo Grande (MS), informou a companhia. O Ministério da Agricultura disse que a Tailândia importou em 2019 cerca de 90 milhões de dólares em carne bovina do mundo todo e a Austrália participou da metade desse valor, em função de acordo de livre comércio entre os dois países que reduz tarifas de embarque. No entanto, a INTL FCStone avalia que o principal concorrente do Brasil naquele mercado deve ser a Argentina, para fornecimento de cortes de valor mais acessível, como os utilizados em hambúrgueres. Com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), a consultoria ressaltou que os argentinos aparecem na segunda posição entre os principais fornecedores de carne bovina à Tailândia, atrás apenas dos australianos.
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