CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1243 DE 26 DE MAIO DE 2020

abra

Ano 6 | nº 1243| 26 de maio de 2020

  

NOTÍCIAS

Boi gordo: mercado calmo

Em São Paulo, a antecipação do feriado estadual de 9 de julho para a última segunda-feira (25/5), deixou o mercado calmo. A cotação do boi gordo ficou estável, com poucos negócios

Com relação ao consumo de carne bovina, já lento em função da quarentena, com esse feriadão no melhor cenário, se manteve. O aumento de oferta de boiadas com o final de safra não tem pressionado o mercado. A forte atuação dos frigoríficos exportadores, e a redução dos abates têm sido fatores que tem ajustado o mercado. Nos próximos dias, as indústrias frigoríficas devem trabalhar com escalas de abate pequenas para não ter excedente de carne nas câmaras.

SCOT CONSULTORIA                           

Brasil abre mercado para exportar carne bovina e miúdos à Tailândia, diz ministério

O Brasil recebeu a aprovação da Tailândia para começar a exportar carne bovina com osso, desossada e miúdos ao país, informou o Ministério da Agricultura na segunda-feira

Inicialmente, cinco frigoríficos foram habilitados para embarcar a proteína ao país asiático. Segundo o ministério, as unidades estão localizadas nos Estados do Pará, Rondônia, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A Minerva disse à Reuters que teve uma unidade em Palmeiras de Goiás (GO), com capacidade de abate de cerca de 2000 cabeças por dia, habilitada. Trata-se da maior unidade da empresa no Brasil. As concorrentes que também atuam na área de carne bovina no país, JBS e Marfrig, não responderam imediatamente ao pedido de comentários. Na semana passada, a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou a abertura do mercado tailandês para lácteos produzidos no Brasil. “A abertura desse mercado de carne bovina e derivados tem potencial de 100 milhões de dólares nos próximos anos”, disse em nota o Secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Orlando Leite, sem dar mais detalhes. Segundo o comunicado, a Tailândia importou em 2019 cerca de 90 milhões de dólares em carne bovina do mundo todo. A Austrália participou da metade desse valor, em função de acordo de livre comércio entre os dois países que reduz tarifas de embarque.

REUTERS                                

Por perdão de dívidas do Funrural, produtores rurais preparam marcha à Brasília

Calendário prevê um ato em frente ao Ministério da Agricultura no dia 7 de junho 

Produtores rurais de todo o país vão organizar uma série de manifestações em Brasília a partir da semana que vem. O setor cobra soluções para o endividamento no campo e quer que o governo faça uma securitização das dívidas. O grupo também vai pressionar o Executivo para a remissão do passivo do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), estimado em cerca de R$ 12 bilhões pela Receita Federal, promessa de campanha do Presidente Jair Bolsonaro. A mobilização começou na segunda-feira por grupos de WhatsApp. O calendário prevê uma marcha à Brasília no dia 5 de junho e um ato em frente ao Ministério da Agricultura com deslocamento até o Palácio do Planalto no dia 7, um domingo. Nas últimas semanas, o domingo tem sido utilizado por grupos de apoio a Bolsonaro para a realização de diversas manifestações na Esplanada dos Ministérios. O cronograma inclui ainda um ato em frente ao Congresso Nacional no dia 14 e o protocolo das pautas de reivindicações do setor junto aos órgãos competentes no dia 15. “Vamos levantar as bandeiras que desde 2017 nos reuniram em relação ao endividamento e exigir das autoridades a solução a esses problemas”, diz Jeferson Rocha, Diretor jurídico da Andaterra, uma das organizadoras do movimento. Mensagem compartilhada entre produtores diz que o objetivo da mobilização é “a retomada do crescimento econômico do Brasil e a pressão sobre os Poderes da República para uma solução definitiva e imediata ao endividamento, ao passivo do Funrural e a série de violações ao direito de propriedade, liberdades e garantias individuais”.

VALOR ECONÔMICO 

Aumenta a procura por animais de reposição

O volume de chuvas diminuiu, as temperaturas têm caído e a qualidade das pastagens já não é mais a mesma observada nos meses anteriores, fato típico para o período

À medida em que a qualidade dos pastos vai enfraquecendo, observamos um aumento gradativo de animais terminados e, consequentemente, recriadores e invernistas aumentaram a procura, mesmo que ainda sutil, pela reposição para fazer a troca. Diante desse quadro, a demanda tende a aumentar, associada ao volume de bezerros desmamados chegando ao mercado nas últimas semanas, gerando mais um fator de estímulo para os negócios. No entanto, o pecuarista que está fazendo a troca atualmente se depara com um cenário de queda no poder de compra. De um lado, temos a desova de final de safra, aumentando a disponibilidade de matéria-prima para os frigoríficos, pressionando as cotações no mercado do boi gordo. Por outro lado, as cotações no mercado de reposição seguem o caminho oposto. Tomando o início do ano como referência, os animais de reposição acumulam alta de 4,3%, considerando média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados nos estados pesquisados pela Scot Consultoria. Para o curto prazo, é esperada a manutenção do cenário de demanda aquecida e cotações firmes.

SCOT CONSULTORIA

ECONOMIA 

Com exterior, dólar cai à mínima desde abril

O dólar caiu mais de 2% ante o real na segunda-feira, fechando no menor patamar desde o fim de abril

O ambiente externo mais positivo também ajudou a reduzir a demanda por proteção no mercado doméstico. O dólar à vista terminou em queda de 2,08%, a 5,458 reais na venda. É o menor patamar desde 30 de abril (5,438 reais) e a maior desvalorização percentual diária desde 29 de abril (-2,94%). A cotação passou todo o pregão em baixa. Na mínima, desceu a 5,4440 reais (-2,33%) e, na máxima, foi a 5,5305 reais (-0,78%). A queda do dólar neste pregão é a quarta consecutiva, período no qual a divisa cedeu 5,26%. É a maior perda acumulada em quatro sessões desde junho de 2018. Na B3, o dólar futuro recuava 1,45%, a 5,4600 reais na venda, às 17h08. A queda do dólar no mercado à vista na segunda-feira refletiu um ajuste ao movimento do segmento futuro na sessão anterior. Mas mesmo o dólar no mercado futuro ainda perdia fôlego nesta sessão, sinal de que o mercado tirou do radar um cenário disruptivo.

“Por não ter nada de novo, tendo a acreditar que não deveria haver um aumento de probabilidade de qualquer cenário de impeachment ou complicação política”, disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos. Mas incertezas políticas podem permanecer. “Não obstante, a crise política deve continuar, dessa vez com o foco nas acusações de Paulo Marinho sobre vazamentos da Operação Furna da Onça por um delegado da PF para Flávio Bolsonaro”, avaliou a Guide Investimentos. O depoimento de Marinho, que é suplente do senador Flávio Bolsonaro, está previsto para terça-feira. Analistas do CIBC Capital Markets, braço do Canadian Imperial Bank of Commerce, avaliam que “vazamentos de investigações continuarão sendo prejudiciais” para aqueles com posições compradas em reais. O Banco Central vendeu nesta segunda-feira todos os 2 bilhões de dólares ofertados em leilão de rolagem de linhas de dólares com compromisso de recompra e colocou também o lote integral de 12 mil contratos de swap cambial tradicional, também para rolagem.

REUTERS                   

Ibovespa sobe 4,25%, maior patamar desde 11 de março

O Ibovespa teve alta e fechou na máxima em mais de dois meses na segunda-feira, sem a referência de Wall Street por feriado nos EUA. A MARFRIG ON perdeu 2,61%, na esteira da queda do dólar. A empresa informou que 25 funcionários de sua unidade de Várzea Grande testaram positivo para o coronavírus

Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa disparou 4,25%, a 85.663,48 pontos, maior patamar desde 11 de março. O giro financeiro somou 21,27 bilhões de reais, ante média diária no mês de 25,5 bilhões de reais. “Investidores aproveitaram o feriado nos EUA, a Europa otimista com sinais de retomada e reabertura das economias e adicionaram risco às suas carteiras de investimentos”, observou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos. Chinchila ainda ressaltou que alguns ativos se destacaram, com reversão de posições vendidas durante as últimas tensões no mercado causadas pela Covid-19, política e impactos econômicos. “Acreditamos que seja uma reprecificação em algumas empresas, mas para os próximos dias ainda aguardamos alta volatilidade.”

REUTERS

Mercado vê no Focus contração da economia de quase 6% este ano

A expectativa do mercado para a contração da economia brasileira se aproximou de 6% na pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira

De acordo com o levantamento semanal, o Produto Interno Bruto deve contrair 5,89% em 2020, de uma queda esperada anteriormente de 5,12%. Para 2021, a estimativa de crescimento melhorou em 0,3 ponto percentual, a 3,50%. O Ministério da Economia prevê contração do PIB em 2020 de 4,7%, contra alta de 0,02% vista em março. Esse seria o pior resultado da série histórica que começou em 1900. Já o cenário para a política monetária este ano permaneceu o mesmo, com os especialistas consultados mantendo a previsão de taxa básica de juros a 2,25%. Mas para 2021 a conta caiu a 3,29% na mediana das projeções, de 3,50% na semana anterior. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também vê a Selic a 2,25% este ano, mas reduziu a perspectiva no ano que vem a 2,88%, de 3,50% antes. A pesquisa com uma centena de economistas apontou ainda que a expectativa para a inflação passou a 1,57% em 2020 e 3,14% em 2021, de 1,59% e 3,20% respectivamente no levantamento anterior. O cenário para o dólar também sofreu a alteração, com a moeda norte-americana estimada em 5,40 reais este ano ante 5,28 reais antes, e caindo a 5,03 reais no final de 2021, de 5 reais previamente.

NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

EMPRESAS 

Marfrig diz que 25 funcionários testaram positivo para Covid-19 em unidade no MT

A Marfrig disse que 25 funcionários de sua unidade de Várzea Grande, no Mato Grosso, testaram positivo para o novo coronavírus, segundo comunicado à Reuters na segunda-feira

A empresa disse que retirou os trabalhadores infectados e aqueles que entraram em contato com eles da linha de produção para evitar mais contaminações. Eles estão isolados, afirmou a companhia, acrescentando que a unidade permanece aberta. A Marfrig, dona da National Beef nos Estados Unidos, confirmou que pelo menos um colaborador da unidade de Várzea Grande morreu de Covid-19. Era uma mulher que trabalhava na área de desossa e estava em férias desde 4 de maio, segundo a companhia. A empresa também observou que um segundo funcionário que trabalhava na fábrica morreu de uma doença respiratória, mas que, com base nas informações médicas disponíveis, não era possível determinar se o Covid-19 foi a causa de morte.

REUTERS

Cerca de 340 funcionários da BRF em fábrica em SC testam positivo para Covid-19

A BRF informou na segunda-feira que cerca de 340 funcionários de sua fábrica em Concórdia (SC) testaram positivo para o novo coronavírus e foram submetidos a contraprovas para confirmação da doença

A BRF disse que 6,6% de um total de 5.132 trabalhadores da unidade tiveram resultado positivo em testes rápidos para a detecção do vírus e foram afastados preventivamente, além de serem submetidos ao teste RT-PCR, que tem por objetivo confirmar com mais assertividade o diagnóstico. A companhia disse que irá receber os resultados nos próximos dias e que nos procedimentos que estão sendo realizados em outras fábricas da BRF, o RT-PCR tem confirmado entre 10% e 18% dos casos apontados como positivos nos testes rápidos. Os 93,4% trabalhadores restantes, que tiveram diagnóstico negativo nos testes rápidos para o vírus, retornariam ao trabalho nesta segunda-feira, segundo a empresa. A testagem de 100% dos trabalhadores da fábrica, realizada em atendimento à determinação da Vigilância Sanitária do Estado de Santa Catarina, foi concluída no domingo. Uma porta-voz da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, afirmou que todas as fábricas da companhia estão funcionando. “A notícia causa uma preocupação pelo alto número de contágio nos funcionários, acreditamos que o impacto na produção ainda seja marginal”, avaliou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos. Ele observou, contudo, que a empresa reforçará a adoção de medidas para conter e combater o vírus, “aumentando assim os custos com medidas sanitárias”. Empresas brasileiras de proteínas, incluindo BRF e a rival JBS, enfrentam casos de coronavírus em suas instalações, o que em alguns casos forçou o fechamento de fábricas até a adoção de medidas mais rigorosas para combater a doença. A Aurora, que tem cerca de 26 mil trabalhadores em 16 fábricas, assinou um acordo com o Ministério Público do Trabalho na sexta-feira que exige testes de rotina dos funcionários e outras proteções adicionais.

REUTERS 

FRANGOS & SUÍNOS 

Poder de compra para suinocultores de MS teve recuperação de 1,9%, em abril

Expectativa é que o aumento no consumo interno impacte no preço da carne e melhore gradualmente a relação de troca

Mesmo com a alta no custo de produção para a suinocultura em Mato Grosso do Sul, a relação de troca entre animal vivo e o milho apresentou recuperação de 1,9% no mês de abril. Cada um quilo de suíno vivo possibilitou a compra do equivalente a 6,8 quilos do cereal, enquanto no mês de março era de 6,6 quilos. A recuperação de abril foi resultado de uma queda mais acentuada no preço do milho frente ao preço do suíno, já que ambos caíram. “Para os próximos meses, a expectativa é que a melhora na relação de compra seja gradual e continue respaldada pela valorização do suíno, a partir da melhora do consumo doméstico potencializado pela demanda externa aquecida”, explica a analista técnica do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira. O poder de compra está em patamares abaixo dos registrados em 2019. O principal motivo para essa condição é a valorização mais expressiva nos insumos, que impacta na relação de troca. Em abril de 2020, o preço do farelo de soja foi 47,6% superior ao igual período de 2019. Já o de milho registrou valorização ainda maior, 61,2%. “Diante desse cenário, não se pode gerar expectativas de que a relação de troca em 2020 supere os patamares de 2019”, acrescenta. O preço médio do suíno vivo em abril no estado retraiu 3,9% em relação ao mês anterior, cotado a R$ 4,9 o quilo. Considerando o mesmo período de 2019, o valor cotado foi de R$ 3,8 o quilo, variação de 27,2%. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê diminuição no consumo interno na ordem de 1,9 milhão de toneladas de milho, fechando um volume total de 68,5 milhões de toneladas. Tendo em vista que, do lado da demanda, não há expectativa de melhora, a oferta ditará o preço do cereal.

FAMASUL

INTERNACIONAL 

Importações de carne suína pela China saltam 170% em abril e têm nível recorde

A China, principal consumidora global de carne suína, importou um recorde de 400 mil toneladas de carne suína em abril, um salto de quase 170% na comparação anual, mostraram dados de alfândegas, com compradores aproveitando os baixos preços para estocar o produto

A China importou 1,35 milhão de toneladas de carne suína nos primeiros quatro meses do ano, depois que uma forte queda na produção doméstica manteve os preços muito mais altos que em outros mercados. A peste suína africana reduziu o rebanho de porcos da China em ao menos 40%, reduzindo a produção de carne suína e levando os preços da carne preferida no país para níveis recorde. A China vinha comprando carne suína no exterior, incluindo dos Estados Unidos, onde os preços do produto estão entre os mais baixos no mundo, mas o ritmo de importações inicialmente caiu a partir da disseminação do coronavírus no país, que atingiu a demanda. Embora os preços da carne suína na China venham caindo estavelmente desde o início de fevereiro, ainda estão em patamar que representa cerca do dobro dos níveis vistos há um ano atrás e de três a quatro vezes superiores aos preços nos EUA em março, antes que o fechamento de fábricas de processamento de carne norte-americanas levasse a um salto nos preços em meados de abril. A alta nos preços dos EUA provavelmente diminuirá as importações no próximo mês, enquanto os preços da carne suína na China ainda estão em queda devido à fraqueza na demanda doméstica. As exportações de carne suína dos EUA à China tiveram um recorde entre janeiro e abril, segundo dados do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA). A China também importou 160 mil toneladas de carne bovina em abril, alta de 28% na comparação anual. Nos primeiros quatro meses do ano, as importações de carne bovina cresceram em 54%, para 680 mil toneladas, segundo dados alfandegários.

REUTERS 

Produção de carne bovina nos EUA cai 21% em abril por conta do coronavírus

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a produção de carne nos Estados Unidos registra queda expressiva, devido ao impacto do fechamento de processadoras no país. Em abril, a produção de carne bovina caiu 21% em relação a 2019. A suína, 11%

O fechamento de frigoríficos por conta de casos da Covid-19 nesses locais fez com que criadores passassem a sacrificar animais. A estimativa entre produtores é que 10 milhões de galinhas e 2 milhões de porcos foram descartados. Associações de defesa dos animais protestaram. Pelo lado dos trabalhadores do setor, cerca de 10 mil funcionários de frigoríficos norte-americanos contraíram a doença e 30 morreram. O fechamento das unidades de processamento fez as prateleiras de mercados esvaziarem e o preço das carnes subir 10% no mês. O Presidente Donald Trump tentou forçar a abertura das processadoras de carne e manter a produção, mas os surtos impedem o pleno funcionamento da atividade.

G1

Maiores informações:

ABRAFRIGO

imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br

POWERED BY EDITORA ECOCIDADE LTDA

041 3088 8124 

https://www.facebook.com/abrafrigo/

abrafrigo

Leave Comment