Ano 6 | nº 1240| 21 de maio de 2020
NOTÍCIAS
Boi gordo: mercado fluindo devagar
Mesmo com aumento gradual da oferta de boiadas, a segunda quinzena do mês, associada à demanda interna estabilizada em função do isolamento social, não permitiu maior fluidez aos negócios no mercado do boi gordo
Outro fator que chama a atenção é a antecipação dos feriados de Corpus Christi e Consciência Negra no Estado de São Paulo para quarta (20/5) e quinta-feira (21/5), o que deixou as indústrias frigoríficas cautelosas quanto ao consumo interno nesse feriadão. Diante desse quadro, a cotação do boi gordo na praça paulista permaneceu estável na última quarta-feira (20/5). Segundo levantamento da Scot Consultoria, para os frigoríficos habilitados para o mercado chinês, as ofertas de compra giram em torno de R$200,00 por arroba, à vista e bruto, considerando o macho terminado com no máximo trinta meses.
Scot Consultoria
Troca de boi por bezerro piora e afasta pecuarista do mercado de reposição
Dados do Imea mostram que em Mato Grosso o bezerro subiu 27,5%, no comparativo anual
Ao analisar melhor os números atuais sobre a relação de troca boi gordo versus bezerro, sabe-se o motivo da preocupação atual de recriadores e invernistas brasileiros, que se mostram bastante comedidos nas compras de gado de reposição para seus plantéis e/ou fechá-los em sistemas de engorda intensiva (semiconfinamento e confinamento). Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o valor do bezerro do ano (12 meses) subiu 27,47% no comparativo anual, no Mato Grosso, para R$ 1.741,80/cabeça, em média, ante o preço de R$ 1.366,42 verificado há um ano. Por sua vez, os preços do boi gordo no Estado tiveram elevação inferior no intervalo de um ano, subindo 21,7%, para R$ 169,98/@, versus R$ 139,62/@ registrado em igual período do ano passado. “Mesmo com a aproximação da seca, esta atual conjuntura é uma das principais preocupações para o confinamento em 2020, o que pode afetar a oferta de animais no segundo semestre”, avaliam os economistas do Imea. Ainda segundo o instituto, o avanço nos preços da reposição reflete “o aumento nos abate de fêmeas em anos passados e, consequentemente, a menor oferta de bezerros”.
PORTAL DBO
Antecipação dos feriados em São Paulo afeta negociações no mercado do boi
A antecipação dos feriados no estado de São Paulo acabou desestabilizando o mercado do boi gordo, alguns participantes ficaram cautelosos em negociar os animais para os próximos dias
O desempenho das vendas de carne do atacado e no varejo ainda é incerta, mas as expectativas são baixas diante da segunda quinzena do mês. De acordo com as informações da Consultoria Agrifatto, muitas entregas de carne no atacado foram canceladas ou adiadas até próxima semana. “Para evitar um acúmulo de estoques no atacado, o escoamento da carne está em ritmo lento e os compradores querem valores menores”, informou o analista da Agrifatto, Yago Travagini. Atualmente, as referências em São Paulo para a carne no atacado estão próximas de R$ 12,90/kg a R$ 12,60/kg, mas quedas nos preços podem que foi intensificada com o feriado. “Os preços sugeridos pelos compradores estão em torno de R$12,80 por quilo do boi castrado casado e R$12,40 por quilo do boi inteiro casado”, destacou Travagini. A Informa Economics FNP ressaltou que o fechamento dos estabelecimentos comerciais de alimentação como medida de isolamento social, o cenário de baixo consumo de carne observado nos principais centros urbanos do Brasil ainda impõe certo receio no setor de bovinocultura de corte. Em seu boletim matinal, a Radar Investimentos apontou que as escalas de abate estão em evolução no mercado paulista do boi gordo, seja para frigoríficos pequenos ou para aqueles de grande porte. Os contratos futuros para o boi gordo finalizaram a sessão da quarta-feira (20) com valorizações na Bolsa Brasileira. O vencimento Maio/20 terminou o dia cotado a R$ 202,60/@ com um avanço de 0,35%, enquanto, o junho/20 registrou uma alta de 0,78% e está precificado a R$ 200,75/@. Já o Julho/20 encerrou o dia com valorização de 0,50% e foi negociado a R$ 200,40/@. Por outro lado, o contrato Outubro/20 teve um recuo de 0,15% e está cotado a R$ 200,20/@.
AGRIFATTO
ECONOMIA
Dólar tem mínima em 2 semanas com exterior, mas alívio é contido por incertezas locais
O dólar fechou em queda de mais de 1% e no menor patamar em duas semanas ante o real na quarta-feira, com as operações locais captando o bom humor externo com esperanças de estímulos e de reabertura das economias
O dólar à vista caiu 1,23%, a 5,6902 reais na venda, mínima desde o último dia 5 (5,5902 reais). Na B3, o dólar futuro tinha queda de 1,34%, a 5,6860 reais, às 17h06. No exterior, um índice do dólar contra uma cesta de moedas cedia 0,36%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq bateram máximas em vários meses, com investidores confiantes em mais estímulos pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) e numa recuperação econômica forte após a reabertura das economias. Contudo, embora o real tenha seguido a toada externa, ainda registrou desempenho aquém de vários de seus rivais emergentes mais próximos —comportamento recorrente e que, segundo analistas, se deve a fatores idiossincráticos. O dólar está 3,58% abaixo do recorde histórico nominal para um fechamento alcançado em 13 de maio (5,9012 reais na venda), mas para Felipe Pellegrini, gerente de tesouraria do Travelex Bank, ainda é “muito cedo” para se falar em reversão de tendência de alta. Ele cita, entre os fatores, a incerteza sobre o andamento da crise de saúde pública no Brasil. “Estamos com os números (de mortes e casos de coronavírus) nas máximas, mas não sabemos se isso é o pico ainda”, disse. A leitura é que, quanto mais demorar para achatar a curva de casos e mortes no Brasil, mais tempo a economia levará para se recuperar. Pellegrini calcula que o dólar deverá operar num intervalo entre 5,40 reais e 5,80 reais ao longo deste ano. “Mas, no curto prazo, é possível que cheguemos aos 6,20 reais”, afirmou. A taxa de 6,20 reais também é esperada pelo Credit Suisse no curto prazo. O banco disse não estar pronto para “jogar a toalha” sobre estratégia de preterir o real ante outras divisas emergentes, já que o mantém na lista de divisas fiscal ou politicamente expostas, e classificou a moeda brasileira como “tóxica”. Em termos nominais, o real cai 29,48% ante o dólar neste ano, pior desempenho global. Já a taxa efetiva real de câmbio do real recua 19,91% até abril (segundo últimos dados disponíveis), para o menor patamar desde novembro de 2004, conforme números do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) atualizados na quarta-feira.
REUTERS
Mercado se apega a noticiário positivo e Ibovespa sobe
MARFRIG ON perdeu 3,12%, em sessão de fraqueza de papéis de proteínas na esteira da queda do dólar em relação ao real, com MINERVA ON fechando em baixa de 3,24% e JBS ON caindo 1,17%
O Ibovespa fechou em alta na quarta-feira, embalado pelo clima externo mais otimista em relação a reabertura e recuperação das economias, que vêm sendo duramente afetadas pela pandemia do Covid-19, com as ações de companhias aéreas liderando os ganhos. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,71%, a 81.319,45 pontos, tendo superado os 82 mil pontos novamente no melhor momento. O volume financeiro totalizou 22,5 bilhões de reais. Tal desempenho reflete o quão volátil permanece a bolsa, que, na terça-feira, o fechou em baixa 0,56%, um dia depois de registrar a maior alta percentual diária para fechamento em seis semanas. Na visão do gestor Werner Roger, da Trígono Capital, o mercado parece querer se apegar em notícias como vacinas, redução no número de mortes, inflexão na curva de infectados, retomada da atividade em alguns países, diminuição nas restrições de mobilidade e esforço conjunto dos governos, bancos centrais e formuladores de políticas econômicas. “No entanto, o tom ameaçador de (presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump sobre China é sempre preocupante. O petróleo se recupera, mas muitas empresas vão sofrer muito, algumas desaparecer, empregos perdidos, recessão em quase todos os países. Mas parece que os mercados se apoiam mais nas boas notícias ou na fé que a situação vai melhorar.” Outro fator que corrobora compras de ações também, segundo Roger, é que não sobram muitas opções de investimentos “pois os juros permanecerão baixos por muito tempo, sem pressões inflacionárias e trilhões de dólares despejados pelos bancos centrais e tesouro inundando o mercado com liquidez”.
REUTERS
Com isolamento social até meados de julho, PIB vai recuar 6,5% em 2020, estima CitiBrasil
A recessão que a economia brasileira vai atravessar em 2020 será duas vezes mais severa do que a crise financeira de 2008 e 2009, segundo o Citi Brasil
Em revisão de cenário divulgada ontem, os economistas Leonardo Porto e Paulo Lopes aprofundaram a estimativa de queda para o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2020, de 4,5% para 6,5%. Em 2021, a expectativa é que a economia brasileira cresça 4%. As novas projeções assumem que as medidas de isolamento social só começarão a ser afrouxadas a partir do fim de julho, e que o ritmo de recuperação será gradual, com normalização heterogênea entre os setores econômicos. Entre o pico pré-crise o vale, o PIB do Brasil deve afundar 11%, destacam Porto e Lopes. “Os indicadores estão apontando uma contração ainda mais profunda, o que provocou redução adicional nas nossas estimativas”, afirmam os economistas em relatório. O desempenho dos índices econômicos em março sinaliza recuo mais forte do PIB no primeiro trimestre, de 1,5% em relação ao quarto trimestre de 2019, feitos os ajustes sazonais, estimam. Para o segundo trimestre, a perspectiva é de piora adicional. O setor automobilístico mostrou colapso sem precedentes em abril, quando a produção e as vendas de veículos diminuíram 98% e 63%, respectivamente, menciona a equipe econômica do Citi, enquanto os indicadores de confiança atingiram níveis mínimos históricos. Assim, o banco trabalha com redução de 9,5% do PIB entre o primeiro e o segundo trimestres, na comparação dessazonalizada. No segundo semestre, a retomada deve ser lenta: o PIB vai subir 1,2% no terceiro trimestre, e 3,4% nos últimos três meses do ano. A demanda doméstica deve encolher 8,3% em 2020, com queda de 15,3% nos investimentos e de 8,7% no consumo. “Essas estimativas são consistentes com uma taxa de desemprego média de 15,3% em 2020, depois de um pico perto de 18% no terceiro trimestre”, observam Porto e Lopes.
VALOR ECONÔMICO
EMPRESAS
Frigoríficos aumentam as contratações em MS
A agroindústria tem dado uma demonstração que segue na direção de manutenção das vagas de trabalho e contratação de mais colaboradores
O setor é responsável por pelo menos 104 mil empregos em Mato Grosso do Sul, de 2,71 milhões de habitantes. Um exemplo do vigor do setor industrial ocorre neste início do mês. A JBS, que mantém 10 frigoríficos e unidades de processamento de proteína animal no Estado, reativará até a próxima segunda-feira (25) duas de suas plantas, em Coxim e em Ponta Porã, que estavam com o abate suspenso desde o ano passado. Elas se somarão ao frigorífico da multinacional localizado em Nova Andradina, que depois de pouco mais de um mês de suspensão, também retomou os abates no fim de abril. Juntos, estes três frigoríficos reativados em menos de 1 mês, geram pouco mais de 1 mil empregos diretos. “Existem setores que estão sendo mais impactados, e que terão uma retomada um pouco mais lenta. No nosso caso, por conta da nossa área de atuação (processamento de proteína animal), teremos uma recuperação mais rápida que nos demais setores”, disse o Presidente da Friboi, subsidiária da JBS da área de bovinos, Renato Costa. A JBS, que emprega 15 mil pessoas no Estado, deve aumentar seu contingente de trabalhadores neste semestre. O Correio do Estado também apurou com a Associação dos Produtores de Carne de Mato Grosso do Sul (Assocarnes), que todos os frigoríficos mantiveram seus postos de trabalho, e outros também estão realizando contratações pontuais. Entre os meses de janeiro a abril, as exportações do “complexo frigorífico” em Mato Grosso do Sul resultaram em vendas de US$ 324,2 milhões (R$ 1,8 bilhão), número 11% maior que o mesmo período de 2019. Quase a metade das exportações (42%) resultam de carnes desossadas, descongeladas, de bovinos (US$ 135,4 milhões). Hong Kong, China e Chile foram os maiores compradores. Conforme Renato Costa, existe uma expectativa no mercado externo por crescimento na demanda por alimentos, e o Brasil pode ser beneficiado com isso.
Correio do Estado
Custos da covid-19 não devem afetar margens da National Beef, diz Marfrig
Os custos adicionais decorrentes das medidas de segurança adotadas pelos frigoríficos americanos contra a covid-19 não devem prejudicar as margens da National Beef — controlada pela Marfrig —, afirmou hoje o CEO da empresa americana, Tim Klein, em teleconferência com analistas
De acordo com ele, os custos aumentaram, mas os preços da carne bovina também, o que compensa um eventual impacto negativo sobre as margens de lucro. No primeiro trimestre, a margem bruta da National Beef foi de 10,5%, ante 8,7% no mesmo período do ano passado. Klein também argumentou que não acredita que os custos relacionados à covid-19 aumentaram ainda mais. Ontem, em entrevista ao Valor, o executivo estimou que o aumento de custos foi de US$ 30 milhões no segundo trimestre. Segundo Klein, a expectativa é que a National Beef registre margens de lucro até melhores neste segundo trimestre, mas capacidade de produção mais baixa. Com o fechamento temporário de dezenas de frigoríficos nos Estados Unidos por causa da disseminação da covid-19 entre funcionários da indústria e na região de atuação do segmento, a produção de carne nos EUA chegou a ficar 50% abaixo dos níveis do ano passado. Com a retomada de plantas, porém, esse nível vem se recuperando e já chegou a 75%. A expectativa de Klein é que a produção alcance 90% ao longo dos próximos meses.
Valor Econômico
Covid-19: BRF é obrigada a afastar 50% dos trabalhadores de Concórdia
Medida será necessária para realização da testagem dos funcionários determinada pela Vigilância Sanitária de Santa Catarina. Empresa tem 144 casos confirmados da doença
A unidade frigorífica da BRF em Concórdia, Santa Catarina, terá que testar todos os seus 5.740 funcionários. Segundo o Ministério Público do Trabalho no Estado (MPT-SC), a medida foi determinada pela Vigilância Sanitária catarinense após reunião entre representantes da empresa, do município, do Ministério Público do Estado de Santa Catarina e do Ministério Público do Trabalho (MPT) e exige o imediato afastamento de 50% da mão de obra da planta industrial. “Os empregados que testarem positivo devem ficar em quarentena por 14 dias. Os casos positivos assintomáticos devem permanecer afastados por sete dias. Concluída essa etapa, os outros 50% dos empregados devem ser afastados e submetidos ao teste, nos mesmos moldes. Os trabalhadores assintomáticos que apresentarem resultado negativo para Covid-19 poderão retornar ao trabalho”, explica o MPT-SC. Além de Concórdia, a BRF também enfrenta problemas com a doença em unidades do Rio Grande Sul, onde chegou a ter uma planta interditada em Lajeado com consequente abate emergencial de 100 mil aves. Segundo o MPT, a BRF em Concórdia possui 144 casos confirmados de Covid-19 entre funcionários. Foi o único entre os grandes frigoríficos do país a firmar um Termo de Ajustamento de Conduta de âmbito nacional para adequação das condições de trabalho durante a pandemia de Covid-19. Desde abril, a BRF comprometeu-se a seguir uma série de recomendações do poder público com vistas a garantir o distanciamento mínimo entre seus funcionários.
GLOBO RURAL
FRANGOS & SUÍNOS
Ricardo Santin é eleito presidente da Câmara Setorial de Aves e Suínos
Terá como missão a manutenção dos trabalhos de integração setorial para o fortalecimento dos dois setores produtivos
O Diretor-Executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, foi eleito Presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Aves e Suínos do Ministério da Agricultura. A nomeação foi publicada no dia 12 de maio pela portaria Nº164, juntamente com a nova composição da Câmara. “A produção de alimentos é prioritária para o nosso país. Garantir o abastecimento e prosperar as exportações são estratégias que vão além do enfrentamento dos impactos da atual crise, tanto pela segurança alimentar brasileira e global, quanto para a geração de emprego e renda nas regiões produtoras. Por isso, unindo forças com as demais instituições que são membros da Câmara, desenvolveremos iniciativas conjuntas em prol da sustentabilidade setorial”, ressalta.
CANAL RURAL
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