CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1176 DE 13 DE FEVEREIRO DE 2020

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Ano 6 | nº 1176| 13 de fevereiro de 2020


NOTÍCIAS

Preços do boi seguem subindo com pastagens em excelentes condições

Mas demanda interna não teria forças para sustentar novas altas, afirma analista da consultoria Safras & Mercado

O mercado físico do boi gordo segue com preços em alta nas principais regiões de produção e comercialização do Brasil. De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, as cotações podem estar no limite. “A demanda interna de carne bovina não tem forças para sustentar novas altas, que dependerão de uma retomada forte no ritmo de exportações para se manterem nos atuais níveis”, afirma. Segundo Iglesias, as boas condições das pastagens contribuem para manter o mercado de boi gordo bem aquecido, permitindo um período maior de retenção dos animais para engorda. Na capital paulista, os preços do mercado à vista subiram R$ 1, para R$ 204 a arroba. Em Uberaba (MG), a arroba foi cotada em R$ 194, com alta diária R$ 2. Em Dourados (MS), a cotação subiu de R$ 191 a arroba para até R$ 192,00 a arroba. Em Goiânia (GO), o preço indicado ficou em R$ 192 a arroba, enquanto em Cuiabá (MT), o valor da arroba passou de R$ 178 para R$ 179. No atacado, os preços da carne bovina voltaram a subir. “Mas a tendência de curto prazo é de desaceleração da pressão de alta, uma vez que o consumo tradicionalmente cai na segunda quinzena de cada mês. Além disso, o brasileiro médio não tem como arcar com tantos reajustes e vai migrar para proteínas mais acessíveis, principalmente a carne de frango”, acredita Iglesias. Na quarta-feira, 12, o corte traseiro passou de R$ 14,50 o quilo para R$ 14,60. A ponta de agulha subiu de R$ 11,20 o quilo para R$ 11,95. Já o corte dianteiro foi de R$ 11 o quilo para R$ 11,20.

AGÊNCIA SAFRAS

Oferta restrita mantém viés de alta no mercado do boi gordo

A oferta comedida de boiadas mantém o mercado do boi com os preços firmes. Das trinta e duas praças monitoradas pela Scot Consultoria, a cotação subiu em 27 delas, desde o início deste mês

Destaque para o Norte do país. Na praça de Araguaína-TO, a cotação da arroba subiu 9,3% no período analisado. Já o Oeste da Bahia foi a única região onde o preço do boi gordo caiu no acumulado de fevereiro. O recuo foi de 0,5%, considerando o preço à vista.

SCOT CONSULTORIA

Exportações brasileiras de carne bovina aumentaram na primeira semana de fevereiro

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em janeiro deste ano, o Brasil exportou 177,0 mil toneladas de carne bovina in natura. Esse volume é 21,3% menor que o embarcado em dezembro de 2019, mas cresceu 14,2% em relação a janeiro de 2019

Já para a primeira semana de fevereiro, o país Brasil exportou 33,7 mil toneladas de carne bovina in natura, com uma média diária de 6,7 mil toneladas exportadas. Essa média aumentou 26,8% frente a média de janeiro último e teve incremento de 16,8% na comparação anual. Caso o ritmo dos embarques permaneça, o Brasil deverá exportar por volta de 121 mil toneladas de carne bovina in natura no acumulado do mês, que se concretizado será recorde para o mês de fevereiro.

SCOT CONSULTORIA

ECONOMIA

Dólar supera R$4,35 e bate novo recorde histórico com exterior e dúvidas sobre economia local

O dólar voltou a subir e fechou em nova máxima histórica na quarta-feira, com o real mantendo-se entre as divisas de pior desempenho no dia, sob pressão do exterior e de dados locais indicando recuperação econômica mais hesitante

A narrativa sobre o risco de uma economia mais frágil —a julgar por dados recentes— e a chance de esse cenário trazer novas quedas de juros têm colocado forte pressão sobre o real neste ano, enquanto analistas destacam que a variável que poderá dar algum alento ao câmbio é justamente uma retomada firme da atividade. Mais cedo, o IBGE reportou que as vendas no varejo caíram 0,1% em dezembro ante novembro, primeira queda na base mensal desde maio, com alta de 2,6% sobre um ano antes. Ambos os resultados vieram mais fracos que o esperado. Como resultado dos dados, as taxas de DI —referência para apostas sobre o rumo dos juros no Brasil— caíram, indicando maior disposição do mercado a um cenário de mais quedas dos juros, a despeito de o Banco Central ter na semana passada elevado a barra para novo afrouxamento monetário. O Credit Suisse vê a taxa de câmbio se estabilizando entre 4,25 reais por dólar e 4,45 reais por dólar (patamar ainda não alcançado), com risco de consolidação dado o “rápido ritmo” do movimento recente de alta. Dessa forma, estrategistas do banco vão aproveitar quedas do dólar para “comprarem na baixa”. “Estruturalmente, a falta de ‘carry’ e a natureza unidirecional do posicionamento no mercado de volatilidade nos deixam pessimistas com o real”, afirmaram estrategistas do banco suíço em nota. O real perde 7,8% ante o dólar no acumulado de 2020, pior desempenho entre 33 divisas. Mesmo moedas consideradas até mais voláteis que o real, como rand sul-africano (-5,8%), lira turca (-1,7%) e peso argentino (-2,4%), se depreciam menos neste ano. Na outra ponta da lista, peso mexicano se valoriza 1,7%. O dólar à vista fechou em alta de 0,56%, a 4,3506 reais na venda, maior valor nominal já registrado para um encerramento de sessão. Assim, a moeda voltou a deixar para trás outro recorde, o de 4,3264 reais na venda contabilizado na véspera. Na máxima durante os negócios, a cotação foi a 4,3543 reais na venda, novo pico intradiário.

Na B3, o dólar futuro tinha ganho de 0,42%, a 4,3530 reais.

REUTERS

Ibovespa sobe 1,13% e retoma 116 mil pontos; giro soma R$75 bi

O Ibovespa fechou em alta na quarta-feira, apoiado pelo viés externo positivo, tendo Cogna entre as maiores altas após precificar oferta de ações, assim como TIM, que divulgou resultado acima das expectativas

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,13%, a 116.674,13 pontos. O volume financeiro somou 74,6 bilhões de reais, em sessão marcada pelos vencimentos de opções do Ibovespa e do índice futuro. Analistas da corretora Mirae Asset atribuíram o tom positivo no mercado a uma aparente confiança de que o surto de coronavírus, que emergiu na China, logo será controlado. Apesar de o coronavírus ainda estar contaminando muitas pessoas na China, eles destacaram que o mercado está se apegando ao controle do governo chinês a cidades atingidas, com a doença não mais se propagando tão rapidamente como no começo. Fernando Bresciani e Pedro Galdi também citaram como outro componente que tem ajudado no humor orientação do governo chinês a algumas cidades que estavam paradas a retomar suas atividades para não gerar falta de suprimentos em nível mundial.

REUTERS

Vendas no varejo do Brasil perdem força

O varejo brasileiro terminou 2019 com crescimento pelo terceiro ano seguido, mesmo depois de as vendas arrefecerem em dezembro, interrompendo sete meses seguidos de alta

O aumento das vendas no ano passado, porém, foi o mais fraco do triênio, em um reflexo da fraqueza em supermercados, principalmente nos últimos meses. Em dezembro, o volume de vendas no varejo caiu 0,1% na comparação com novembro, primeira queda na base mensal desde maio. Em relação a dezembro de 2018, as vendas tiveram avanço de 2,6%, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Com isso, as vendas varejistas encerraram 2019 com ganho de 1,8%, o ritmo mais fraco em três anos seguidos de altas —2,3% em 2018 e 2,1% em 2017. Apesar de ter acumulado ganhos de 6,3% nesses três anos, esse resultado não é suficiente para compensar as perdas de 10,2% vistas em 2015 e 2016, segundo o IBGE. O varejo foi mostrando impulso ao longo de 2019, mas perdeu força no final do ano. Começou com estabilidade no primeiro trimestre e cresceu 0,2% no segundo e 1,6% no terceiro. Mas desacelerou o ritmo nos últimos três meses do ano, com alta de 1,2%.  “O crescimento de 2019 foi localizado no segundo semestre do ano, mais particularmente no último quadrimestre, puxado por melhora no crédito, liberação do FGTS e aumento da população ocupada”, explicou a Gerente da pesquisa, Isabella Nunes. As vendas de Supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com importante peso sobre o bolso do consumidor, aumentaram apenas 0,4%. “O comércio perdeu força em 2019 por conta do setor de super e hipermercados. A alta do comércio poderia ter sido maior se o desempenho (desse setor) fosse melhor”, explicou a gerente do IBGE. Em dezembro ante novembro, as quedas mais significativas aconteceram em Supermercados (-1,2%), Artigos farmacêuticos (-2,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (-1,0%). Apenas dois setores tiveram aumento nas vendas no período: Móveis e eletrodomésticos (3,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (11,6%). No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas caíram 0,8% em dezembro na comparação com novembro.

REUTERS

Exportações do agronegócio caíram 9,4% em janeiro, para US$ 5,8bi, diz ministério

Números do Ministério da Agricultura mostram aumento das vendas de carnes, mas forte queda nos embarques de soja

Embora os embarques de carnes tenham permanecido aquecidos, as exportações brasileiras do agronegócio não resistiram a quedas observadas nas vendas de soja e derivados, produtos florestais, milho e café e encerraram janeiro em queda. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura, no total as exportações do setor somaram US$ 5,829 bilhões, 9,4% menos que no mesmo mês do ano passado. As importações caíram 1,6% na comparação, para US$ 1,222 bilhão, e com isso o superávit foi 11,3% menor (US$ 4,607 bilhões). Segundo o ministério, o índice de preço das exportações caiu 7,4% na comparação anual, o que justifica a retração observada na receita dos embarques. Mas o índice que mede o volume das vendas do agronegócio também caiu, 2,2%. E, de acordo com os números apresentados, o desempenho só não foi pior graças à expressiva — e anormal — demanda da China por carnes. No total, as exportações brasileiras de carnes chegaram a US$ 1,350 bilhão em janeiro, um aumento de 30,9% que marcou um novo recorde para o mês. Nesse caso, houve aumentos de preços médios (12,9%) e volumes (15,9%). O recorde foi puxado pela carne bovina, cujos embarques alcançaram 135,3 mil toneladas, ou US$ 631,5 milhões, melhores marcas históricas para meses de janeiro. Já as exportações de outros dois segmentos fundamentais para os resultados do comércio agrícola brasileiro decepcionaram. No segmento de produtos florestais houve queda de 33,8%, para US$ 947,4 milhões, diretamente influenciada pela forte desvalorização da celulose, ao passo que na área de soja e derivados, carro-chefe do agronegócio nacional, o recuou chegou a 31%, para US$ 878,5 milhões. “A quantidade exportada de soja em grão diminuiu para 1,5 milhão de toneladas (26,8%) e os preços de exportação caíram 8,7%, o que resultou em redução de 33,2% no valor exportado, que ficou em US$ 513,25 milhões”, informou o ministério. Essa redução é motivada sobretudo pela menor demanda da China. Ao mesmo tempo que importa mais carnes, o país asiático compra menos grão para a produção de ração em razão da redução de seu plantel de porcos provocada pela epidemia de peste suína africana.

VALOR ECONÔMICO

EMPRESAS

Resultado da Marfrig deve ser destaque entre frigoríficos no 4º tri

As grandes processadoras de carnes brasileiras devem apresentar fortes resultados do quarto trimestre, com destaque para a Marfrig, segundo analistas do BB Investimentos e do BTG Pactual em recentes relatórios

O aumento da demanda relacionado à peste suína africana colaborou para impulsionar as vendas das processadoras de carnes da América do Sul, principalmente daquelas com foco em carne bovina. Analistas do BB Investimentos esperam receita e lucratividade recordes para a Marfrig no quarto trimestre, com resultados fortes nas operações nas Américas do Norte e do Sul. “As exportações e os preços médios mais altos na América do Sul devem impulsionar a receita, que esperamos aumentar em 30% ano a ano, para R$ 4,4 bilhões”, escreveram analistas do BB em relatório divulgado na sexta-feira (07). Os negócios da companhia na América do Norte continuaram a se beneficiar da menor oferta de carne bovina na região no quarto trimestre após o incêndio em uma das fábricas da concorrente Tyson no ano passado, segundo o BB. O BTG Pactual espera resultados “estelares” para a Marfrig no quarto trimestre, impulsionados principalmente pelo ciclo positivo do gado na América do Norte, além da sólida demanda doméstica e impactos na oferta relacionados ao incêndio da planta da Tyson. O banco também estima melhora nas operações na América do Sul, com a habilitação adicional de duas plantas para a China, ajudando a elevar exportações e margens. “Também esperamos que a Marfrig atinja a sua meta anual de resultados (guidance), e aguardamos para ver como o seu endividamento líquido evoluirá considerando a aquisição de fatia na National Beef, pagamento de dividendos para minoritários e o recente aumento de capital”, disse o BTG em relatório divulgado no fim de janeiro.

CARNETEC

FRANGOS & SUÍNOS

Suíno: preço da arroba permanece estável acima dos R$ 100 em SP

Um paralelo que pode colaborar com cenário de firmeza nos preços é que o frango e o suíno são proteínas mais baratas, e com o mercado do boi com a carne subindo no atacado, se isso for repassado para o varejo, essas duas proteínas podem voltar a ser mais competitivas

De acordo com dados da Scot Consultoria, em São Paulo a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 100/R$ 101. Também não houve mudança no preço da carcaça especial, que permaneceu em R$ 7,90/R$ 8,10 o quilo. Os indicadores do suíno vivo do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (11), mostram melhora nos preços das principais praças produtoras, exceto Minas Gerais, que permaneceu com o preço de R$ 5,49 o quilo. Em São Paulo, a alta para o animal vivo foi de 2,14%, atingindo R$ 5,26/kg, aumento de 1,68% no Rio Grande do Sul, ficando com preço de R$ 4,83/kg. Em Santa Catarina, o reajuste positivo foi de 1,05%, fechando em R$ 4,80/kg, e no Paraná, melhora de 0,60%, cravando R$ 5,03/kg.

CEPEA

Frango: cotações positivas

Preços melhorando no mercado de frango na quarta-feira (12)

De acordo com a Scot Consultoria, em São Paulo a ave de granja teve aumento de 3,23%, chegando em R$ 3,20 o quilo, enquanto no atacado o frango subiu 1,14%, atingindo o valor de R$ 4,45 o quilo. Houve aumento também para o frango vivo em São Paulo, alta de 3,39%, cotado em R$ 3,05 o quilo. Já no Paraná e em Santa Catarina, o quilo da ave permaneceu com preço estável, R$ 3,39 e R$ 2,51, respectivamente. Segundo dados do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (11), subiram também os preços da ave congelada e da resfriada. O frango congelado teve preço aumentado em 1,05%, fechando com valor de R$ 4,81/kg, enquanto a ave resfriada subiu 0,63%, cravando R$ 4,77/kg.

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