Ano 5 | nº 1067| 29 de agosto de 2019
NOTÍCIAS
Indonésia anuncia abertura de mercado para importação de carnes brasileiras
A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) anunciou na quarta-feira (28) a abertura do mercado de carnes brasileiras para a Indonésia. Segundo a Ministra, serão 10 plantas habilitadas para a exportação de pelo menos 25 mil toneladas de carne bovina
“Hoje recebemos a boa notícia dessa conquista. Dez plantas frigoríficas brasileiras estarão prontas para essa exportação. Isso é bom para o nosso PIB, é bom para o nosso produtor rural, que tenha mais gente comprando carne para exportar, é bom para os nossos frigoríficos que podem continuar gerando emprego”, comemorou a Ministra. Em maio, a Ministra esteve reunida com o Ministro da Agricultura da Indonésia, Amran Sulaiman, para discutir a abertura do mercado de carnes brasileiras para o país asiático. Durante o encontro, a ministra destacou que o Brasil tem condições de suprir a demanda por proteína animal dos indonésios, principalmente de carne bovina, sendo um fornecedor alternativo e com preços mais baratos em relação à carne da Austrália, de onde vem a maior parte da carne consumida no país.
MAPA
Arroba do boi gordo subiu em São Paulo
Em São Paulo, além da baixa disponibilidade de boiadas, a proximidade da virada de mês fez com que as indústrias ofertassem preços maiores pela arroba na última quarta-feira (28/8)
Segundo levantamento da Scot Consultoria, no estado, a arroba do boi gordo ficou cotada em R$155,00, à vista, livre de Funrural. Vale destacar que para animais jovens (até quatro dentes) há negócios ocorrendo em torno de R$3,00 a R$4,00 mais por arroba. Além de São Paulo, a cotação do boi gordo também subiu nas praças de Dourados-MS e sudeste de Rondônia. Nas demais, os preços ficaram estáveis.
SCOT CONSULTORIA
Abates de novilhas e garrotes disparam no MT
Animais jovens estão cada vez mais pesados, destaca Imea
As carnes de animais mais jovens seguem com demanda aquecida, o que explica o aumento de 22% no abate de novilhas e de 70% no de garrotes em julho, no Mato Grosso, para 44, 80 mil e 51,39 mil cabecas, respectivamente, na comparação com os resultados de junho, informa a analista Estefany Gloria, do Imea (Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária), com bases nos dados do Indea (Instituto de Defesa de Defesa Agropecuária do Mato Grosso). Em relação ao volume registrado em julho de 2018, de 37,35 mil, o abate de novilhas cresceu 19,9% no mês passado. Na mesma base de comparação, o abate de garrotes, que alcançou 42,83 mil cabeças em julho do ano passado, avançou 20%. No total de abates no Estado, a quantidade registrada em julho deste ano foi de 532,92 mil cabeças, alta de 28,04% ante o mês anterior. Na comparação com igual período do ano passado (488,78 mil cabeças), o acréscimo foi de 9%. Segundo a equipe de analistas do Imea, os volumes registrados julho estão próximos dos patamares de 2013, quando se verificou o recorde de abate de bovinos, principalmente das fêmeas. Os animais jovens estão cada vez mais pesados. Apesar de ser comum o aumento das cotações de bovinos de reposição em abril, época de maior demanda de confinadores, verifica-se que, em 2019, os preços têm se sustentado em bons patamares, avalia o Imea. No acumulado dos sete primeiros meses de 2019, observa-se aumento de 3,68% para os preços do bezerro e de 3,21% para os das novilhas.
PORTAL DBO
ECONOMIA
Ibovespa avança seguindo recuperação de Wall Street
O Ibovespa encerrou a sessão de quarta-feira no azul puxado por Itaú e JBS, após início ruim, em linha com mercados de Wall Street, que se recuperavam após fortes quedas nos últimos dias
O Ibovespa subiu 0,94%, a 98.193,53 pontos. O volume financeiro da sessão somou 13,8 bilhões de reais. Com poucas novidades do noticiário econômico e político, o mercado foi guiado pela recuperação dos índices norte-americanos após perdas nas últimas sessões. O S&P 500 avançou 0,65%, apesar de ainda estar perdendo cerca de 3% em agosto. “Por vezes, a ausência de alavancas negativas é até boa, pois tira a pressão negativa”, afirmou a Levante Investimentos em relatório. “Enquanto ninguém está convicto de qual será o impacto da guerra comercial (EUA-China), o tamanho da desaceleração de cada país, nem qual será a próxima polêmica de Trump, os mercados ficam vagando sem direção até a próxima notícia bombástica”. No front corporativo, a BRF disse que a empresa está pronta para ampliar a produção de carne suína conforme o surto de peste suína africana gera forte demanda por importações da proteína da China. E a JBS anunciou que sua controlada Pilgrim’s Pride vai comprar a líder na produção de carne suína e alimentos preparados no Reino Unido. A JBS subiu 3,02%, com a controlada Pilgrim’s Pride assinando contrato para comprar a Tulip Company, em uma transação avaliando a empresa britânica em aproximadamente 354 milhões de dólares e a BRF subiu 2,84%, conforme seguem expectativas favoráveis sobre a demanda de proteínas em razão do surto de febre suína africana na China.
REUTERS
Dólar futuro sobe com mercado atento ao BC
O dólar à vista fechou praticamente estável na quarta-feira, mas a moeda negociada no mercado futuro seguiu em alta, com o real entre as divisas de pior desempenho no dia, evidência de que o mercado segue atento ao movimento do câmbio e à estratégia do Banco Central para conter possíveis distorções
O dólar futuro de maior liquidez subia 0,67%, a 4,1550 reais, por volta de 17h15. Esse contrato é negociado na B3 e tem operações encerradas às 18h (de Brasília). Já o dólar à vista —negociado entre bancos e cujas operações finalizam às 17h— teve variação negativa de 0,01%, a 4,1575 reais na venda. Ainda que a queda tenha sido marginal, para efeito estatístico pôs fim a uma série de quatro altas, nas quais a cotação saltou 3,14%. O sinal invertido nos diferentes mercados reflete um ajuste, já que, na véspera, o dólar futuro perdeu força enquanto o segmento à vista já estava fechado. O dia foi marcado por mais intervenções do Banco Central, que colocou apenas 25 milhões de dólares em venda de moeda à vista, dos 550 milhões de dólares ofertados. Para evitar enxugamento de liquidez, o BC realizou posteriormente venda da diferença (525 milhões de dólares) na forma de swaps cambiais tradicionais, visando rolagem do vencimento outubro. O BC ainda rolou todo o lote de 1,5 bilhão de dólares em linhas de dólares com compromisso de recompra disponibilizado nesta sessão. A oferta, contudo, foi menor que o volume total a expirar no começo de setembro, cerca de 3,8 bilhões de dólares. “Achamos que a venda de dólar vai ajudar a desacelerar o ritmo de depreciação do real à medida que a moeda se aproxima de 4,20 reais, mas não será capaz de impedir que isso aconteça caso o ambiente externo continue desfavorável”, disseram analistas do Citi em nota. Para o Citi, o real pode ter desempenho melhor que pares latino-americanos, como peso colombiano e peso chileno, mas essa performance superior só seria sustentada caso o BC continue a intervir no mercado. A desvalorização do real tem sido mais acentuada, segundo analistas, pelo fato de a moeda não contar mais com o “escudo” dos juros altos. Esse é um dos motivos pelos quais o UBS elevou para 4,00 reais a estimativa para o dólar ao fim deste ano, 20 centavos de real acima da projeção anterior.
REUTERS
UBS reduz projeção de PIB brasileiro para 2019 e 2020
A empresa de serviços financeiros UBS Group AG reduziu na quarta-feira sua projeção de crescimento da economia brasileira, apontando a falta de uma recuperação substancial nos níveis de investimento e eventos externos como fatores de influência na decisão
A UBS reduziu suas projeções para o Produto Interno Bruto do Brasil para 0,80% este ano, de uma estimativa de 1% antes, e para 1,5% para 2020, de 2,2% anteriormente. Para a UBS, os eventos recentes na Argentina e a desaceleração da economia global como resultado das tensões comerciais serão obstáculos ao crescimento do país à frente, ainda que até o momento as condições financeiras globais não tenham piorado, em meio a redução dos juros por bancos centrais das grandes economias. O relatório divulgado na quarta-feira afirmou que, apesar da redução nas projeções, a instituição não acredita que o Brasil esteja enfrentando uma versão da chamada estagnação secular. “Não vemos uma ausência de oportunidades de investimento nem excesso de poupança, que são as marcas da estagnação secular”, diz o documento. A UBS projetou que a moeda brasileira fechará o ano de 2019 a um nível de 4 por dólar, assim como em 2020, de uma estimativa anterior de 3,80 e 3,75 por dólar, respectivamente. O relatório também afirmou que o juro real mais baixo está levando a uma realocação de portfólio de investimentos em renda fixa para aplicações de maior risco, o que está permitindo que o mercado brasileiro de ações mantenha os ganhos recentes mesmo diante de uma oferta extra vinda de investidores estrangeiros liquidando suas posições.
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Dívida pública federal cresce 0,38% em julho, diz Tesouro
A dívida pública federal do Brasil cresceu 0,38% em julho sobre junho, a 3,993 trilhões de reais, mostrou relatório divulgado pelo Tesouro Nacional na quarta-feira. No mesmo período, a dívida pública mobiliária interna teve alta de 0,52%, a 3,846 trilhões de reais
Para o ano, a meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) é de um estoque da dívida entre 4,1 trilhões de reais a 4,3 trilhões de reais. A variação da dívida mobiliária interna no mês passado refletiu um resgate líquido de 5,71 bilhões de reais e apropriação positiva de juros de 25,75 bilhões de reais. Já a dívida externa teve queda de 3,19%, encerrando o mês em 146,85 bilhões de reais. Em julho, o dólar registrou um recuo de 0,62%. No mês passado, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na dívida pública federal, a 38,37% do total, sobre 37,78% em junho. A participação está dentro do intervalo da meta do PAF, de 38% a 42%. Já os títulos prefixados recuaram a 31,05% da dívida, ante 31,8% no mês anterior, frente a uma meta de 29% a 33% para 2019. Os papéis indexados à inflação, por sua vez, aumentaram sua representatividade a 26,73% da dívida total, ante 26,44% em junho, sendo que a referência para este ano é de 24% a 28%. No relatório mensal da dívida, o Tesouro também informou que a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna caiu a 12,31% em julho, sobre 12,34% em junho.
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EMPRESAS
CEO da BRF diz que peste suína impulsionará produção de carne suína no Brasil
A BRF está pronta para ampliar a produção de carne suína no Brasil, à medida que um surto de peste suína africana gera forte demanda por importações da proteína na China, país mais afetado pela crise sanitária
Lorival Luz, Presidente-Executivo da BRF, disse na quarta-feira que a empresa responde por 28% de um fornecimento estimado de cerca de 4 milhões de toneladas de suínos por ano no Brasil, mas não forneceu uma estimativa de quanto poderá ser ampliado pela companhia em produção. Falando durante um evento do setor em São Paulo, Luz alertou que qualquer iniciativa para aumentar a produção deve ser cuidadosamente ponderada e implementada, porque o surto causou um desequilíbrio de oferta que é apenas momentâneo e será gradualmente corrigido. “Para ter produção efetivamente maior de suínos pode levar dois anos, e neste momento poderíamos ter um excesso de oferta”, disse ele no evento, referindo-se à duração do ciclo de produção desse tipo de carne. Por conta do surto, as importações de carne suína pela China devem avançar acentuadamente de 2,1 milhões de toneladas em 2018 para 3,3 milhões em 2019 e 4,2 milhões de toneladas em 2020, disse na segunda-feira a consultoria INTL FCStone. Luz afirmou a repórteres que “torce” para que os países consigam controlar rapidamente o surto, que causou um recuou 29% nos estoques de suínos da China nos últimos 12 meses, segundo dados apresentados pelo executivo durante o evento.
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JBS diz que utiliza satélites para monitorar e controlar fornecedores de gado
A JBS está usando satélites para monitorar uma área de 450 mil quilômetros quadrados no Brasil para garantir que não esteja comprando gado de áreas desmatadas, disse o Presidente-Executivo, Gilberto Tomazoni, na quarta-feira
Respondendo à pergunta de um moderador durante um painel de discussão em um evento do setor, Tomazoni disse que alguns consumidores acreditam que a “agricultura moderna” destrói o planeta, uma percepção que precisa ser mudada.
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Pilgrim’s, da JBS, compra britânica Tulip em negócio de US$354 mi
A JBS divulgou nesta quarta-feira que a sua controlada Pilgrim’s Pride Corporation assinou um contrato para adquirir a Tulip Company, em uma transação avaliando a empresa britânica em 290 milhões de libras esterlinas (ou aproximadamente 354 milhões de dólares)
De acordo com o comunicado, a Tulip é líder na produção de carne suína e alimentos preparados com operações no Reino Unido, e a transação busca criar uma líder em proteína e alimentos preparados na Europa por meio da expansão do portfólio de alimentos preparados para 21% das vendas globais da Pilgrim´s. A JBS disse que o preço de compra representa um múltiplo de 5,4 vezes o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) esperado e que a transação será totalmente financiada pelo caixa da Pilgrim’s. O negócio acontece em um momento de grande demanda por carne suína pela China, cujo rebanho vem sendo reduzido pelo impacto da peste suína africana.
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CICB volta atrás e nega que marcas tenham suspendido compras de couro
Depois de enviar carta ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, manifestando preocupação com a suspensão das compras de couros brasileiro por parte de quase 20 marcas internacionais, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) voltou atrás e negou a informação
A primeira carta, assinada pelo Presidente da entidade, José Fernando Bello, dizia que importantes marcas internacionais suspenderam novos pedidos de compra de couros brasileiros. O documento listava 18 empresas, entre as quais Timberland, Kipling, Vans, JanSport e The North Face. Posteriormente, Bello distribuiu uma nota esclarecendo que “o indicativo de suspensão de pedidos, no entanto, não se confirmou. Fornecimento e exportações continuam normais”. O que aconteceu, segundo o dirigente, foi que sua associação recebeu “a solicitação de levantamento de informações por parte de importadores mundiais de couro acerca do produto brasileiro, em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do país”. O segundo documento diz que “cancelamento de pedidos de couro do Brasil, ou qualquer determinação neste sentido, não estão ocorrendo, dado um trabalho de sensibilização intenso que as empresas têm feito junto a seus clientes, mostrando que têm à disposição e com facilidade uma ampla gama de dados, certificados e registros”. Em ambas as cartas, o presidente da CICB afirma que o Brasil segue as melhores práticas em manejo, controle e rastreabilidade na produção de couro. Na primeira, pedia ao ministro Salles ações para “contenção de danos à imagem do país no mercado externo sobre as questões amazônicas”. Na segunda, reitera ser “importante que todos os públicos tenham conhecimento sobre o potencial de prejuízo que uma imagem errônea sobre a realidade do bioma amazônico pode causar a toda a cadeia do agronegócio”.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Exportações brasileiras deverão aumentar 20%
As exportações brasileiras de carne suína deverão crescer 20% neste ano em relação a 2018 diante da demanda aquecida da China pela proteína, afirmou o Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, em evento ontem em São Paulo
A associação vinha trabalhando com a estimativa de aumento de 12%, ante as 646 mil toneladas de 2018. “Teremos um aumento ligeiramente maior que o projetado anteriormente dado que, no segundo semestre, nos meses de outubro e novembro, estamos prevendo muito mais força nas exportações para a China”, disse Turra, durante o Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura (Siavs). Segundo ele, também é preciso levar em conta que a peste suína africana está afetando diversos países da Ásia, não apenas a China. “Hoje, o que sabemos é que a China está com uma demanda de 15 milhões de toneladas e o mundo inteiro exporta para o mundo todo 8 milhões de toneladas. Então, a China terá que suprir essa demanda também com carnes bovina e de aves e com peixe. Tudo será importante para eles”. De janeiro a julho deste ano, os embarques brasileiros de carne suína somaram 414,4 mil toneladas, 19,6% a mais do que no mesmo período de 2018. Turra estimou que, em 2020, o aumento das exportações poderá chegar “tranquilamente” a 30%. “Neste ano, a China vai se abastecer com o rebanho saudável remanescente, mas em 2020 vai precisar efetivamente desse volume de 15 milhões de toneladas, e aí tem espaço maior para todos os exportadores”. Segundo Turra, a produção brasileira de carne suína deverá ter um crescimento modesto em 2019. Mas, em 2020, disse, haverá espaço para uma ampliação maior. A perspectiva da ABPA é que produção de carne suína aumente entre 1% e 2,5% no país em 2019, para até 4,1 milhões de toneladas.
VALOR ECONÔMICO
Queda no preço do frango na indústria
Com a entrada da segunda metade do mês e a descapitalização da população, os preços do frango cederam no atacado
Em São Paulo, nos últimos sete dias a cotação da carcaça passou de R$4,18/kg para os atuais R$3,95/kg, queda de 5,5%. Nas granjas paulistas, os preços seguem estáveis, somando 49 dias sem alterações. O frango terminado está cotado em R$3,30 por quilo. Para o curto prazo, a expectativa é de melhoria da demanda interna, com a virada do mês e pagamento dos salários.
SCOT CONSULTORIA
Rabobank: os impactos da peste suína se tornam claros
A mudança estrutural está chegando ao fluxo de proteínas animais em todo o mundo, enquanto países da Europa e da Ásia lutam para mitigar os impactos da Peste Suína Africana (ASF) sobre rebanhos suínos e produção de suínos, revela um novo relatório do Rabobank
Os países mais afetados levarão pelo menos cinco anos para reconstruir rebanhos suínos e para a produção de carne suína se recuperar nesses países, disse Justin Sherrard, estrategista global – Animal Protein, RaboResearch Food & Agribusiness, em “African Swine Fever: A Global Update.” A situação na China piorou. O Rabobank espera perdas de produção de 25% na China em 2019 e perdas de 15% a 20% no Vietnã. A perda de rebanho está prevista em 50% para todo o ano. “A ASF varreu o país inteiro, mas seus impactos variam de região para região”, escreveu Sherrard. “No nordeste e norte, as regiões atingidas primeiro pela doença, a perda tem sido severa devido à falta de experiência, uma reação lenta e biossegurança da semana. “No sul, que foi exposto à doença em um estágio posterior, o abate de rebanhos afetados e a liquidação do pânico contribuíram para um declínio acentuado.” Os declínios na produção de carne suína têm sido mais lentos devido à liquidação do rebanho durante o primeiro semestre do ano. “Dado o declínio no rebanho de fêmeas, a oferta de suínos em 2020 será menor que 2019”, disse Sherrard no relatório. “Esperamos mais 10% a 15% de queda na produção de carne suína em 2020”. Em agosto, os preços dos carnes suína atingiram níveis recordes na China, como resultado da queda nos níveis de produção e da escassez geral de oferta de carne suína. Para preencher o vazio deixado pelo endurecimento da oferta de carne suína, a produção de outras proteínas, como frango, ovos, frutos do mar e carne bovina, está aumentando, segundo o Rabobank. Aves especialmente provavelmente verão um forte crescimento na produção, e a previsão é de que o impulso continue em 2020.
Meatpoultry.com
INTERNACIONAL
Agricultores abrem mão de € 1 bi para rever acordo UE-Mercosul
Além de também a Alemanha agora ameaçar o acordo UE-Mercosul, a central de agricultores europeus Copa-Cogeca prefere abrir mão de ajuda de até 1 bilhão de euros (RS 4,6 bilhões) em troca da reabertura do tratado com o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Enquanto a Amazônia continua queimando, as pressões não cessam na área comercial sobre o Brasil em meio à percepção externa de que o presidente Jair Bolsonaro tem pouco interesse em proteger a floresta e os povos indígenas
Na Alemanha, o governo fez uma correção na postura adotada até agora. Primeiro, a chanceler Angela Merkel se distanciou do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre não ratificar o acordo UE-Mercosul como está hoje. Para Merkel, o acordo pode ajudar na pressão justamente para o Brasil respeitar os compromissos ambientais e de combate à mudança climática. Isso inclui reflorestar 12 milhões de hectares e fazer uma redução de 45% das emissões de carbono até 2030 comparado a 2005. E a Ministra da Agricultura, Julia Klöckner, corrigiu a posição alemã, insistindo que “o Brasil se comprometeu com o manejo florestal sustentável com a conclusão do acordo do Mercosul”. Avisou que, se o governo Bolsonaro não cumprir o acertado, a Alemanha não ficará de braços cruzados pois, conforme a Ministra, é a credibilidade alemã que está em jogo. Para um ministro se manifestar assim na Alemanha, tem certamente o aval de Merkel. Até Luxemburgo, paraíso fiscal de 590 mil habitantes, ameaça não assinar o acordo com o cone sul se persistirem os problemas ambientais no Brasil. A Finlândia mantém pedido à UE para investigar a possibilidade de barrar a entrada da carne bovina brasileira. Organizações Não Governamentais (ONGs) francesas pedem para Macron pedir à UE sanções contra a carne bovina e a soja brasileira. No fim de junho, quando a UE e o Mercosul anunciaram a conclusão do acordo, o comissário de Agricultura europeu, Phil Hogan, acenou com ajuda financeira de até 1 bilhão de euros para os agricultores europeus fazerem ajustes em caso “de perturbação do mercado” com a concorrência do Mercosul. No entanto, a poderosa central agrícola Copa-Cogeca está na mesma linha de Macron, considerando que as garantias do acordo “não são suficientes” contra produção feita com desmatamento, por exemplo.
VALOR ECONÔMICO
Loucos por bife, argentinos ignoram inflação e seguem comprando carne bovina
Os tempos são duros na Argentina, afetada pela recessão e com um forte declínio do peso elevando os preços de alimentos. No entanto, em um país onde comer carne é considerado mais um direito do que um luxo, as pessoas estão esticando seus orçamentos para que continuem adquirindo bife, enquanto açougues veem suas margens de lucro encolherem
Para ricos e pobres, a vida social argentina gira em torno dos churrascos nos finais de semana. A famigerada imagem do cowboy atravessando os pampas a cavalo e levando ao fogo um bife de alta qualidade faz parte da identidade do país tanto quanto tango, Evita Perón e crises financeiras. Atordoados pela queda do peso, os pecuaristas argentinos — que exportam boa parte da proteína produzida — desistiram das vendas, preferindo aguardar para que a volatilidade passe. O corte na oferta teve como efeito uma alta nos preços. Ainda assim, muitos argentinos continuaram comprando bife, optando por diminuir seus orçamentos domésticos em outras áreas antes de se privarem de sua principal fonte de proteína. “Argentinos podem deixar de comprar roupas e outros itens, mas não deixarão de comprar carne, mesmo que reclamem dos preços”, disse Orlando Mamani, que trabalha no açougue de um mercado em Belgrano, nos arredores de Buenos Aires. “Os preços subiram de 15% a 20% desde as primárias. O resultado da eleição foi realmente surpreendente”, disse Julio Basmagian, de 70 anos, ao deixar um açougue carregando compras. “Para nós, a carne bovina é muito importante. É muito incomum encontrar um argentino que passe um dia sem comer carne, de uma forma ou de outra”, afirmou. Espera-se que neste mês o índice de inflação ao consumidor atinja os 3%, disse Macri na terça-feira, ante 2,2% em julho. Mas, segundo açougueiros e consumidores entrevistados pela Reuters, os preços da carne parecem avançar em um ritmo maior que a inflação oficial. “Não é que a carne seja muito cara. O fato é que os assalariados pensam que é muito cara, pois acreditam que têm o direito de comer carne todos os dias”, disse Miguel Schiariti, Chefe da CICCRA, câmara argentina do setor.
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Norueguesa Mowi considera interromper compras de soja do Brasil por crise ambiental
A criadora de peixes Mowi, maior produtora de salmão do mundo, pode interromper aquisições de soja do Brasil para suas unidades de piscicultura caso o país não reduza o desmatamento na Amazônia, disse a empresa norueguesa na quarta-feira
Os incêndios na floresta amazônica avançaram neste ano, enquanto as políticas de proteção ambiental brasileiras foram enfraquecidas, gerando uma forte reação internacional contra o Presidente Jair Bolsonaro e seu governo. “O tratamento dado à Amazônia é inaceitável. A Mowi terá de considerar a busca por outros fornecedores de matérias-primas para ração, a não ser que a situação melhore”, disse em um comunicado a Diretora de Sustentabilidade da empresa, Catarina Martins. A companhia, que deve vender cerca de 430 mil toneladas de salmão neste ano, também é uma grande produtora de ração para peixes. “A Mowi compra (soja) de fornecedores certificados, e pode garantir que nossos suprimentos não estão relacionados ao desmatamento ou às violações de direitos humanos”, afirmou Martins. “Entretanto, é importante que nós e todos os outros que compram produtos do Brasil afirmemos claramente que a floresta amazônica precisa ser preservada e que a atual situação é inaceitável”, acrescentou.
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