CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 778 DE 22 DE JUNHO DE 2018

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Ano 4 | nº 778 | 22 de junho de 2018

NOTÍCIAS

Mais uma queda no mercado atacadista de carne bovina com osso

Na maior parte das praças pecuárias o cenário para o boi gordo é de mercado “brigado”. A oferta de boiadas terminadas está diminuindo. As compras, na maioria dos casos, são compassadas e os negócios com lotes menores têm sido frequentes

Em função da dificuldade das vendas de carne, os compradores estão retraídos e as cotações estáveis. Em algumas regiões o mercado está comparativamente, firme e, ofertas de compra acima da referência estão ganhando volume. É o caso de Minas Gerais, onde três das quatro praças fecharam em alta na última quinta-feira (21/6). O motivo é a retração da oferta somada ao encurtamento das escalas de abate. No mercado atacadista de carne bovina com osso mais uma desvalorização. A carcaça de bovinos castrados ficou cotada em R$8,99/kg (21/6), queda de 0,9% frente ao levantamento anterior (20/6). Essa queda é reflexo da dificuldade no escoamento da carne. Vale lembrar que na segunda quinzena do mês sazonalmente o consumo cai devido a descapitalização da população.

SCOT CONSULTORIA

BOI/CEPEA: Com maior procura, abate de animais mais jovens aumenta

Operadores do mercado pecuário têm relatado um número crescente de efetivações de animais mais jovens

Operadores do mercado pecuário têm relatado um número crescente de efetivações de animais mais jovens. A preferência de frigoríficos pela compra de novilhos machos e fêmeas pode ser explicada pela atuação de empresas em mercados que demandam maior qualidade – inclusive associada à idade dos animais – e que pagam valores superiores por essa carne, como o chinês. Segundo colaboradores do Cepea, a produção de animais que atingem os requisitos de abate precocemente também tem sido estimulada – a possibilidade de se obter melhores remunerações é determinante para a decisão de investir na produção de animais com ciclos de produção menores que o habitual. Dados da pesquisa trimestral de abate do IBGE, divulgados no último dia 14, apontam aumento mais significativo do número de animais jovens abatidos no Brasil neste ano. Na comparação com o primeiro trimestre de 2017, o de 2018 registrou número 4,4% superior no abate total de bovinos, que passou de 7,4 milhões para 7,7 milhões de animais.

CEPEA/ESALQ

De saída, chefe da Embrapa admite clima ‘terrível’

Em resposta à decisão do Conselho de Administração da Embrapa de antecipar o processo de troca na presidência da estatal dois dias atrás, o Presidente Maurício Lopes afirmou existir um clima “terrível” de insatisfação e desânimo na sociedade que está por trás das críticas que vem sofrendo internamente pela recente reestruturação da estatal em curso desde o fim de 2017

À frente da empresa pública desde 2012, o mandato de Lopes se encerra em outubro sem mais possibilidade de renovação. Mas o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, determinou que o conselho da empresa já começasse a selecionar candidatos ao cargo. Fontes da Embrapa ouvidas pela reportagem entendem que o processo foi antecipado de forma inédita, já que é tradição da empresa só iniciar a escolha do novo Presidente após a saída do antecessor. O Presidente da Embrapa vem acumulando recentes desgastes como a demissão no início deste ano do pesquisador Zander Navarro – revertida posteriormente pela Justiça – e críticas de servidores ao processo de reestruturação para enxugar gastos e remodelar unidades e centros de pesquisa da empresa. “A gente vive um momento hoje no país que não tem ninguém satisfeito com nada, então é supernatural que ao discutir a estrutura de uma instituição tão importante quanto a Embrapa isso gere preocupação e críticas”, disse Lopes ao Valor. “Tem muita gente na empresa que quer uma assembleia com todos os empregados para decidir que mudança faremos, acontece que a Embrapa tem 9 mil empregados. Então a maior parte disso tudo é conversa e faz parte desse clima muito ruim, muito difícil que o Brasil está vivendo”, afirmou. Lopes negou que as críticas internas à sua gestão tenham sido cruciais para o anúncio de sua saída.

VALOR ECONÔMICO

ECONOMIA

Cepea: Remuneração no agro cresce mais que a da média brasileira

Entre 2012 e 2018, o salário médio pago ao trabalhador do agronegócio cresceu mais que o recebido pela média da economia brasileira como um todo, segundo cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com base em informações da PNAD Contínua

Considerando-se as pessoas empregadas, para o agronegócio, o crescimento da remuneração foi de 10% de 2012 para 2018, enquanto que, para o Brasil, de 6,36%. Pesquisadores do Cepea destacam que, diante dessa dinâmica, a diferença entre os salários do setor (tipicamente menores) e os da média brasileira tem diminuído a cada ano. Esse aumento na média salarial do agronegócio, por sua vez, pode estar atrelado aos aumentos de rendimentos para indivíduos isoladamente e também a mudanças no perfil do indivíduo que trabalha nesse setor. Segundo pesquisadores do Cepea, entre 2012 e 2018, caiu em 4,6 p.p. o peso do segmento primário, que tipicamente paga menores salários, no total de ocupados no agronegócio. Já para o segmento de agrosserviços, a participação nesse mesmo período aumentou em 3,8 p.p. Em relação ao nível de instrução, de 2012 para 2018, houve diminuição de 10,3 p.p. na participação da mão de obra com escolaridade inferior ao ensino médio no total de ocupados no agronegócio, enquanto que a participação dos indivíduos com ensino superior (completo ou incompleto) aumentou em 4,2 p.p.

Cepea

Dólar recua ante real com atuações do BC e exterior

O dólar terminou a quinta-feira em queda ante o real, após duas atuações do Banco Central no mercado de câmbio e ainda sob influência do exterior, onde a moeda norte-americana operava em baixa ante divisas de emergentes

O dólar recuou 0,51 por cento, a 3,7633 reais na venda, depois de ter marcado a mínima de 3,7534 reais e a máxima de 3,8046 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,25 por cento. “O BC não está deixando a moeda ir além dos 3,80 reais”, afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti. Pela manhã, quando o dólar chegou ao patamar de 3,80 reais, a autoridade monetária ofertou e vendeu integralmente 20 mil novos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares, o que reduziu o movimento de alta da moeda norte-americana naquele momento. Durante a tarde, no entanto, o dólar voltou a subir e o BC fez o segundo leilão, com as mesmas condições e resultados do primeiro. Com isso, já injetou o equivalente a 4 bilhões de dólares em swaps, do total de 10 bilhões de dólares prometido para esta semana.

Redação Reuters

Ibovespa fecha em queda de 2,8% com aversão a risco no exterior; Petrobras é destaque negativo

O principal índice acionário da B3 fechou em queda nesta quinta-feira, pressionado pela volta da aversão a risco no exterior em sessão que teve ainda as ações da Petrobras entre as principais influências negativas

O Ibovespa fechou em queda de 2,84 por cento, a 70.074 pontos. O giro financeiro somou 8,59 bilhões de reais. Após uma pausa na aversão a risco na véspera, os receios em torno de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China voltaram a pesar sobre os mercados globais. “Essa guerra comercial que está sendo deflagrada não tem vencedor e a corda sempre arrebenta no lado mais fraco, no caso, os países emergentes e, principalmente, emergentes com poucos acordos bilaterais e baixa exposição a acordos bilaterais (como o Brasil)”, disse o diretor de gestão da Mapfre Investimentos, Carlos Eduardo Eichhorn. O índice de ações de mercados emergentes MSCI caiu 1,2 por cento, enquanto em Wall Street, o S&P 500 fechou em queda de 0,63 por cento. As incertezas sobre o processo eleitoral local também pesam sobre o mercado acionário, levando os investidores a preferir o modo de cautela até que exista mais clareza. Segundo Eichhorn, esses dois fatores pesam sobre o mercado acionário de forma generalizada, não sobre setores específicos.

Redação Reuters

IPCA-15 sobe 1,11%, maior alta para junho em 23 anos, com greve dos caminhoneiros

Os preços dos alimentos e dos combustíveis dispararam em junho mais do que o esperado como resultado da greve dos caminhoneiros e pressionaram com força a prévia da inflação oficial do Brasil, com a maior alta para o mês em 23 anos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou a alta a 1,11 por cento em junho, sobre 0,14 por cento em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira. Foi o maior avanço para junho desde 1995 (+2,25 por cento). Nos 12 meses até maio, o índice subiu 3,68 por cento em junho, contra 2,86 por cento no mês anterior e estimativa de 3,52 por cento. Essa é a primeira vez desde janeiro (3,02 por cento) que o IPCA-15 vai acima do piso da meta oficial de inflação, de 4,5 por cento pelo IPCA com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A pressão sobre os preços veio como resultado da paralisação dos caminhoneiros no final de maio, que afetou o abastecimento em todo o país de alimentos, combustíveis e outros insumos. Em junho, informou o IBGE, os grupos Alimentação e bebidas, Transportes e Habitação responderam a 91 por cento pela alta do índice. Os preços de alimentos subiram 1,57 por cento após variação negativa de 0,05 por cento em maio. Os destaques ficaram para os preços de batata-inglesa (45,12 por cento), cebola (19,95 por cento), tomate (14,15 por cento), entre outros. Já o preço da gasolina avançou 6,98 por cento em junho após alta de 0,81 por cento em maio, representando o maior impacto individual no índice e levando o grupo Transportes a subir 1,95 por cento no mês, sobre queda de 0,35 por cento no mês anterior. No grupo Habitação, a alta foi de 1,74 por cento, sobre 0,45 por cento em maio, com destaque para o avanço de 5,44 por cento na energia elétrica diante da bandeira tarifária vermelha patamar 2.

Redação Reuters

Inflação está “contida, controlada e abaixo da meta” no ano, diz Guardia

A inflação no Brasil está “contida, controlada e abaixo da meta” neste ano, apesar da greve dos caminhoneiros e seu impacto nos índices de preços, disse na quinta-feira o Ministro da Fazenda, Eduardo Guardia

Guardia disse que o resultado do IPCA-15 divulgado nesta quinta-feira, que superou as expectativas de analistas com aumento de 1,1 por cento, maior alta para o mês em 23 anos, reflete um “choque temporário”. O repique dos preços foi causado pela greve dos caminhoneiros, que gerou desabastecimento de produtos no país, pressionando os preços para cima, segundo o Ministro. “Então esse é um choque temporário, a inflação em 12 meses acumulada até maio estava abaixo de três, (estava) 2,8 por cento. Ela vai subir acumulando agora a inflação de junho, mas a previsão de todos os analistas e a nossa olhando para a inflação do final do ano, a inflação deste ano é uma inflação que está contida, controlada e abaixo da meta”, disse Guardia. A meta de inflação para 2018 foi definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 4,5 por cento, podendo variar 1,5 por cento para mais ou para menos. O Ministro falou com jornalistas em Washington, DC, nos Estados Unidos, onde se encontrou com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, antes de viajar a Nova York, onde falará com investidores.

Redação Reuters

FRANGOS & SUÍNOS

Exportação de carne de frango do Brasil despenca com embargo

As exportações brasileiras de carne de frango caíram 8,5 por cento no acumulado do ano até maio, com o maior exportador mundial sendo atingido por embargos comerciais impostos pela União Europeia, disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) na quinta-feira.

O volume de frango exportado no período foi de 1,6 milhão de toneladas, ante 1,75 milhão nos mesmos meses de 2017. A ABPA informou que a receita de exportação caiu 12,3 por cento, para 2,6 bilhões de dólares, na mesma comparação. Os embarques para a União Europeia caíram cerca de 40 por cento, disse a ABPA. O Brasil vendeu 92,5 mil toneladas para a UE no período, abaixo das 151,8 mil toneladas um ano atrás. Também houve queda nas vendas para Arábia Saudita e Rússia, disse a ABPA, sem especificar as razões. A União Europeia suspendeu em abril as importações de proteínas brasileiras, principalmente aves, em uma decisão que afetou 20 unidades no país, sendo 12 da gigante BRF. Bruxelas relacionou a proibição a “deficiências detectadas no sistema de controle oficial brasileiro” depois que uma investigação de empresas locais e autoridades de saúde descobriu que elas conspiravam para burlar a qualidade e as verificações de segurança. O Brasil vende carne de frango a 150 destinos, e as compras para da União Europeia representaram cerca de 7,5 por cento do total embarcado pelo país no ano passado. A ABPA disse que os volumes de exportação podem cair ainda mais depois que uma greve de 11 dias de caminhoneiros no mês passado bloqueou as estradas do Brasil e interrompeu severamente o fluxo de mercadorias para os mercados e portos. Somente em maio, houve uma queda de 4,7 por cento no volume de frango enviado para fora do Brasil, para 333,2 mil toneladas.

Redação Reuters

SUÍNOS/CEPEA: Oferta reduzida sustenta preço do vivo; Valor da carne recua

Baixa oferta de suíno vivo em peso de abate tem sustentado as cotações dos animais

A baixa oferta de suíno vivo em peso de abate tem sustentado as cotações dos animais. Já quanto à carne, o desaquecimento das vendas no mercado atacadista, típico em segunda quinzena de mês, já tem resultado em queda nos preços. De 13 a 20 de junho, o preço do animal vivo negociado na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) permaneceu estável, fechando a R$ 3,64/kg nessa quarta-feira, 20. Já no atacado, também de 13 a 20 de junho, os preços da carcaça especial na Grande São Paulo recuaram 2,5%, a R$ 5,54/kg na quarta. A carcaça comum se desvalorizou 3,4% no período, negociada a R$ 5,93/kg.

CEPEA/ESALQ

EMPRESAS

BRF confirma que pode vender em bloco parte de suas ações na Minerva

A BRF informou na noite de quinta-feira, em comunicado, que “estuda a possibilidade de realização de uma venda em bloco de parte da participação que detém na Minerva”

Afirmou ainda que “entretanto, não há na presente data qualquer confirmação de que a referida venda em bloco será realizada”. O comunicado da BRF foi enviado à B3 após questionamento acerca da notícia publicada nesta quinta-feira no Valor, informando que a empresa está negociando com bancos a realização de uma venda em bloco (block trade) de ações da Minerva Foods. Os bancos BTG Pactual e Morgan Stanley mantêm conversas com a dona das marcas Sadia e Perdigão para realizar a operação, mas ainda não fecharam mandato, conforme apurou o Valor. A venda poderia ocorrer já na próxima semana. No comunicado, a BRF observa que “o acionista tem a obrigação de comunicar à companhia sempre que realizar negociações relevantes”. Assim, informa que “divulgará tempestivamente à Minerva e, consequentemente, ao mercado, eventuais negociações relevantes que impliquem o cumprimento da obrigação acima mencionada”. Conforme também informou o Valor, a BRF iniciou na primeira semana deste mês um movimento para se desfazer de parte da fatia de 11,6% que tem na Minerva Foods, o que pressionou fortemente as ações da empresa. Entre os dias 5 e 19 de junho, as ações da Minerva se desvalorizaram 20% na B3.

VALOR ECONÔMICO

INTERNACIONAL

Austrália eleva em 4% projeção de exportações de carnes em 2018/19

A Austrália elevou sua estimativa para exportações de carnes em 2018/19 em mais de 4% devido à seca na costa leste do país, que diminuiu o volume de pastagem e forçou os frigoríficos locais a elevar o abate de animais

A expectativa, agora, é de embarques de 1,15 milhão de toneladas, ante 1,11 milhão de toneladas estimadas em março. Os pecuaristas de regiões importantes aumentaram a velocidade dos abates para o maior patamar em dois anos, informa o Escritório de Agricultura, Ciências Rurais e Econômicas do país. Queensland, por exemplo, recebeu em maio menos de 20% da chuva prevista para o período.

VALOR ECONÔMICO

Exportações de carne bovina dos EUA para a China: um passo à frente, um passo atrás

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) recentemente garantiu a aprovação de mais 20 instalações dos EUA para serem elegíveis para exportar carne bovina para a China

“Esse desenvolvimento positivo reflete o trabalho contínuo do USDA para aumentar o acesso do mercado de carne bovina dos EUA à China um ano após a retomada das exportações de carne bovina para o país”, disse Barry Carpenter, Presidente e CEO do North American Meat Institute. Essa é a boa notícia. A má notícia é que alguns clientes chineses já estão cancelando pedidos de produtos de carne bovina dos EUA à medida que a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China aumenta. O fundador da Tallgrass Beef Company, Bill Kurtis, disse que um importador chinês cancelou nesta semana dois contêineres totalizando 30.390 quilos de carne bovina de Tallgrass, congelados e destinados ao porto – devido à preocupação com a situação tarifária no momento em que a carne chegar à China. A China respondeu na semana passada à decisão do Presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 25 por cento sobre 1.100 importações de produtos da China no valor de US $ 50 bilhões declarando que cobraria uma tarifa adicional de 25 por cento sobre US $ 50 bilhões em importações dos EUA, incluindo produtos agrícolas como soja, milho, trigo, algodão, arroz, sorgo, carne bovina, suína, aves, peixe, laticínios, nozes e vegetais. A medida pode elevar as tarifas sobre a carne importada dos Estados Unidos para 50%, uma vez que entrem em vigor em 6 de julho.

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