CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 759 DE 25 DE MAIO DE 2018

abra

Ano 4 | nº 759 | 25 de maio de 2018

NOTÍCIAS

Governo e caminhoneiros chegam a acordo para suspender greve por 15 dias

O Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou na quinta-feira que o governo federal fechou acordo com categorias de caminhoneiros para suspensão da greve nacional iniciada na segunda-feira por 15 dias

Segundo Padilha, a Petrobras vai manter a redução de 10 por cento no preço do óleo diesel pelos próximos 30 dias e vai assegurar periodicidade mínima de 30 dias para eventuais reajustes do combustível nas refinarias. O Ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que Petrobras assume a redução por 15 dias, a partir do 16º dia será bancada pela União. Segundo o Ministro, não há nenhum prejuízo para a petrolífera. “Vamos criar uma subvenção para pagar essa diferença”, disse Guardia, acrescentando que completado um mês, se fará reajuste de acordo com regras da Petrobras. “Nos momentos em que o preço cai e fica abaixo do preço fixado para o diesel na refinaria, a Petrobras passa a ter um crédito que vai reduzir o custo do Tesouro”, disse Guardia, acrescentando que a política é consistente com a meta fiscal. Padilha afirmou ainda que como parte do acordo a tabela de fretes será editada a cada três meses e que o governo vai tratar com os Estados a não cobrança do eixo suspenso em caminhões vazios.

Redação Reuters

Mesmo com anúncio de acordo, caminhoneiros mantêm paralisação

Mesmo após o governo anunciar um acordo com os caminhoneiros, os protestos prosseguem nesta sexta-feira em 20 Estados do país

A Polícia Rodoviária Federal informou que ainda não registra nenhuma desmobilização nas rodovias do país. No quinto dia de manifestações, há caminhões parados, por exemplo, na Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Na Régis Bitencourt, em São Paulo, carretas e caminhões permanecem estacionadas ao logo da rodovia. O mesmo ocorre em rodovias no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, estado que apresenta 74 pontos de manifestação. No Distrito Federal, a PRF registra manifestação de caminhoneiros na BR-020, BR-060, BR-070 e BR-080. Em Brasília, durante toda a madrugada e no começo desta manhã, motoristas ainda fazem filas para abastecer seus carros nos postos que mantêm estoques de gasolina e diesel, caso do posto Shell da Quadra 307, na Asa Norte, no Plano Piloto. No local, a fila de carros para abastecer chega a entrar na área de estacionamento da quadra residencial. Ontem, o governo anunciou que obteve uma trégua de 15 dias com os caminhoneiros após garantir por 30 dias o tempo de congelamento com 10% de desconto no preço do óleo diesel, com o Tesouro bancando o subsídio para a Petrobras. O Palácio do Planalto também aceitou estabelecer uma política de periodicidade mensal de reajustes do combustível, com os eventuais impactos econômicos causados pelo não reajuste diário na Petrobras também sendo bancados pelo Tesouro Nacional. Após a divulgação do acordo do governo e oito entidades da categoria, caminhoneiros autônomos que estão nas rodovias disseram que não iriam suspender a paralisação. O Presidente da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, disse que a categoria é que vai analisar se o acordo “é suficiente ou não”. Ainda na noite de quinta-feira, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) avisou, por sua vez, que não assinou nenhum acordo e não concorda com o eventual fim da paralisação. Da mesma forma, a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e a Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac) defenderam a continuidade das manifestações. Reflexos da greve A paralisação dos caminhoneiros acentua seus reflexos na economia. A falta de matérias-primas começou a afetar setores importantes da indústria, como celulose e química. Também tem efeito no comércio, com falta de combustíveis nos postos e de alimentos nos supermercados. O desabastecimento de ração ameaça a criação de aves e suínos e a exportação de açúcar e etanol já está prejudicada. Em meio à crise disparada pela alta dos preços dos combustíveis, senadores atacaram o Presidente da Petrobras, Pedro Parente, pedindo a sua demissão. O Presidente Michel Temer, entretanto, vem articulando o tempo todo uma solução para a crise com o executivo. E, até o início da noite de ontem, não cogitava retirá-lo do posto.

Valor, com G1, Folhapress e Agência Brasil

BOI/CEPEA: Escala alongada pressiona cotações

Valores do boi gordo oscilaram no correr dos últimos dias, de acordo com levantamentos do Cepea

Os valores do boi gordo oscilaram no correr dos últimos dias, de acordo com levantamentos do Cepea. No geral, no entanto, prevaleceu a pressão sobre as cotações, especialmente devido às escalas mais alongadas. Entre 16 e 23 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo ficou estável (-0,1%), fechando a R$ 139,15 nessa quarta-feira, 22. Quanto aos preços de bezerro, no mesmo período de comparação, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) subiu 0,73%, fechando a R$ 1.174,28 nessa quarta.

CEPEA/ESALQ

Mercado do boi gordo sem referência

O efeito da greve dos motoristas de caminhão alcançou o mercado pecuário de gado de corte

O efeito da greve dos motoristas de caminhão alcançou o mercado pecuário de gado de corte. Boiadas não estão sendo embarcadas e a carne não está sendo escoada. Compradores não estão fazendo ofertas de compra e os embarques das boiadas compradas antes da greve estão sendo remanejadas para quando a normalidade imperar. Entre as indústrias que estão comprando, as negociações acontecem sem prazo para abate. No mercado atacadista de carne bovina, a situação é semelhante, sem negociação, não há referência para este mercado.

SCOT CONSULTORIA 

Carne bovina: alta de preços no varejo e risco para reposição dos estoques

Mercado de carne bovina com alta de 0,4%, em média, nos supermercados e açougues em São Paulo, de 0,5% no Rio de Janeiro e estabilidade em Minas Gerais e no Paraná

No varejo, por enquanto, não é possível entender quanto deste comportamento altista é por conta da redução no abastecimento, em função da greve dos caminhoneiros. Mesmo o varejista que ainda não repôs o estoque, sabe que quando isso ocorrer, mantido este cenário, deve encontrar alguma dificuldade.

SCOT CONSULTORIA 

OIE declara Brasil livre de febre aftosa com vacinação; país aposta em novos mercados

A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) declarou o Brasil livre de febre aftosa com vacinação na quinta-feira, abrindo novas portas de exportação para o maior exportador de carne bovina do mundo

A OIE já considera a maior parte do Brasil livre de febre aftosa com vacinação. A declaração, que o governo tem esperado desde o início do ano, estende a certificação para o país inteiro. O acesso brasileiro para muitos mercados de primeira linha permaneceu limitado pelos receios em relação à doença altamente contagiosa que causa febre, bolhas na boca e rupturas nos pés de bovinos, suínos, assim como ovelhas, bodes e outros ruminantes de casco fendido. “Com essa mudança na condição nós teremos outros países com quem podemos negociar”, disse o Ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, à Reuters em Paris, onde ele comparece à assembleia geral da OIE. Ele citou a China como um dos principais mercados em potencial e o Japão, que não compra carne do Brasil devido ao risco de doenças. Maggi disse que ele lançou um programa que visa ter o país todo livre da febre aftosa sem vacinação até 2023. Apenas um Estado brasileiro, Santa Catarina, tem essa condição até o momento. A doença, muitas vezes fatal para os animais, pode infectar os seres humanos, apesar de ser extremamente raro.

Redação Reuters

Protestos elevam risco sanitário no setor de carnes; ministro pede ação policial

Os protestos de caminhoneiros em praticamente todo o Brasil, que já duram quatro dias, passaram a representar um risco sanitário, à medida que o fornecimento de rações e o transporte de animais e cargas refrigeradas estão comprometidos pelas manifestações

Pelos dados atualizados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), há bloqueios em 23 Estados e no Distrito Federal na tarde desta quinta-feira, um dos dias com maior adesão ao protesto que tem prejudicado fortemente o setor agropecuário. Diante da situação que paralisa exportações dos principais produtos do Brasil e o abastecimento das cidades, além de gerar risco de mortandade das criações das indústrias de carnes, o Ministro de Agricultura, Blairo Maggi, pediu que o governo use a força policial para liberar as estradas. Em nota na quinta-feira, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alertou para o “risco iminente de fome” para suínos e aves, o que poderia culminar com uma mortandade de criações. Além disso, ao todo, 120 unidades processadoras de carnes já suspenderam as atividades em decorrência dos protestos. O Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, comentou pela primeira vez na quinta-feira sobre os protestos. Ele está em Paris e participou de assembleia da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) que concedeu ao Brasil o status de país livre de febre aftosa com vacinação. “Recebi imagens do Brasil mostrando animais morrendo, gritando. É urgente que resolvamos esse problema agora para os produtores de aves e suínos”, disse Maggi à Reuters. “Estou discutindo com a Polícia Rodoviária Federal do Brasil para que eles possam garantir a chegada de caminhões em fazendas… Em todas as cidades, quando há caminhões bloqueados transportando alimentos como milho ou insumos, o produtor pode ir ao chefe da polícia estadual pedir que ele desbloqueie o caminhão específico e o leve para a fazenda”, disse Maggi.

Redação Reuters

ECONOMIA

Dólar volta a subir e encosta em R$ 3,65 com cena doméstica e exterior

Após três quedas consecutivas, o dólar voltou a terminar em alta e perto do patamar de 3,65 reais nesta quinta-feira, influenciado pela cena doméstica com a greve dos caminhoneiros prejudicando o abastecimento do país, e com a cena externa voltando a ficar mais tensa.

O dólar avançou 0,64 por cento, a 3,6483 reais na venda, depois de recuar 3,06 por cento nas últimas três sessões. Na máxima do pregão, chegou a 3,6571 reais. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,50 por cento. “Até que se saiba o impacto da paralisação (dos caminhoneiros) na economia e nas contas públicas, o mercado fica mais cauteloso”, afirmou o Diretor da mesa de câmbio da corretora Multimoney, Durval Correa. A paralisação dos caminhoneiros entrou no quarto dia, com bloqueios em estradas de todo país que provocaram desabastecimento de produtos e interrupção de produção de alguns setores, apesar de a Petrobras ter anunciado na véspera redução de 10 por cento dos preços do diesel nas refinarias por 15 dias. “Há preocupação sobre mudança de rumo da Petrobras, se houve interferência do governo. O mercado não gosta dessa ingerência”, acrescentou Correa. “O governo ainda deve cumprir a meta de déficit primário neste ano, mas isso pode criar uma sinalização ruim, sugerindo que o governo é vulnerável a diferentes grupos de interesses, o que pode criar ainda mais responsabilidades fiscais neste ano”, comentou o economista de um banco nacional. A ação mais pesada do Banco Central no mercado de câmbio ajudava a conter o movimento de alta do dólar frente ao real. Nesta manhã, o BC já vendeu o volume integral de até 15 mil novos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 4,25 bilhões de dólares desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos. No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas, voltando a operar abaixo de 94 pontos, mas subia ante a maioria das divisas de emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Reuters

Alta do petróleo encarece exportação de carne

Embarques têm crescido, mas concentração para o extremo oriente provoca falta de espaço nos navios

A alta de preços do petróleo e o aumento de embarques para o Extremo Oriente, principalmente após o embargo russo às proteínas bovina e suína do Brasil, têm encarecido o valor do frete marítimo para as exportações de carne. É o que diz João Momesso, Diretor de Trade e Marketing da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul. Por causa do avanço das cotações do petróleo, a empresa anunciou esta semana que, a partir de 1º de junho, cobrará sobretaxa de US$ 60 dólares (cargas secas em contêineres de 20 pés) a US$ 180 (refrigerados em contêineres de 40 pés, tipo que representa quase 100% das exportações de carnes). O embargo russo às carnes bovina e suína reduziu os números de exportação para a Europa no primeiro trimestre do ano. Entre as cargas refrigeradas, a queda foi de 16%. Olhando apenas para a Rússia, em 2017, 2,8 mil contêineres de 40 pés saíram do Brasil para o país com proteína bovina ou suína. A suspensão das importações zerou esse número. Apesar disso, as exportações de carne bovina pela empresa cresceram 14% no primeiro trimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo relatório trimestral. Isso porque as vendas para o Extremo Oriente, especialmente China, se aqueceram e compensaram o fechamento temporário do mercado russo. Segundo Momesso, esse aumento de fluxo para a Ásia – que deve se manter – tem obrigado a empresa, junto com os clientes, a ser criativa para conseguir levar os produtos ao destino final. Há cerca de dois anos, a empresa oferece, por falta de espaço, além da escala direta – embarque em Santos rumo a Hong Kong -, uma rota via Europa. No espaço de um contêiner que deveria ir para a Rússia, por exemplo, a Maersk coloca um para a China. Esse contêiner é desembarcado no sul da Espanha e de lá vai para a Ásia. “Mas até essas embarcações já está ficando cheias”, afirma. A nova alternativa a ser explorada é o caminho via Canal do Panamá, em que o contêiner sai do Brasil em navio com destino ao Caribe, troca de embarcação lá e chega na Ásia pelo Canal. As alternativas, porém, trazem custos maiores, já que o tempo de viagem aumenta em até duas semanas e os contêineres refrigerados precisam ficar conectados a tomadas durante todo o tempo – no navio e nos terminais. A saída, segundo Momesso, seria o aumento de capacidade de navios com rotas diretas, mas o Diretor da Maersk Line não vê isso acontecendo em 2018, especialmente com cenário de alta do petróleo, revisão para baixo das estimativas do PIB brasileiro e incertezas em relação à eleição 2018. Para incrementar o número de embarcações, seria preciso um aumento estruturado e constante das importações, diz ele, uma vez que é difícil que o serviço seja pago apenas pela exportação, dados os produtos exportados pelo país. E o PIB é indicador direto dos volumes na importação. Apesar do crescimento de 19% das importações no primeiro trimestre, muito por conta da Copa do Mundo, o executivo afirma que isso não deve se sustentar, até por causa da alta do dólar, que encarece as compras. Outra opção seria as cargas nacionais absorverem o impacto de aumentos no frete. “Estamos estimando apenas 1,3% de aumento na exportação muito mais porque não existe espaço físico no navio e a pauta das nossas commodities não necessariamente pode pagar preço adicional que justificaria mais navios”.

Portal DBO

Greve de caminhoneiros dificulta reabastecimento de produtos perecíveis no VAREJO

A greve dos caminhoneiros já compromete a reposição de produtos, especialmente perecíveis, nas prateleiras de lojas e supermercados do país, levando alguns grupos varejistas a adotar medidas preventivas para evitar uma crise mais aguda de desabastecimento, em meio a incertezas sobre quando o governo e a categoria chegarão a um acordo para resolver o impasse

Motoristas autônomos iniciaram na segunda-feira um protesto nacional contra tributos que elevam o custo do diesel, bloqueando estradas e rodovias em 23 Estados e no Distrito Federal, movimento que na quarta-feira ganhou a adesão de transportadoras de cargas. Não tardou para que a paralisação se refletisse nas cadeias de abastecimento, afetando a produção de alimentos e gerando longas filas em postos de combustíveis em todo o país. “Combustível e alimentos são produtos que dependem de abastecimento diário. Vamos sentir mais o problema nos bens não duráveis… Vamos ver quanto dura (a greve), o impacto é maior quanto mais demorar”, disse à Reuters na quinta-feira o assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina. Pelo menos 13 Estados reportaram problemas de abastecimento em supermercados até agora, informou Associação Brasileira de Supermercados(Abras). “Por enquanto, ainda não temos estimativas de perdas e prejuízos”, disse a associação em nota à Reuters. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), itens perecíveis e de abastecimento diário, principalmente frutas, legumes e verduras, são os mais atingidos pela greve. “Carnes, leite e derivados, panificação congelada e industrializados que levam proteínas no processo de fabricação já estão com as entregas comprometidas por atrasos no reabastecimento”, disse. Grupos supermercadistas se empenham para administrar os estoques e evitar uma crise de desabastecimento, com alguns já recorrendo a ações preventivas, como limitar a quantidade máxima de venda por comprador, acrescentou a Apas.

Redação Reuters

Petrobras diz que ressarcimento da União em acordo com caminhoneiros preserva política de preços

A Petrobras disse na quinta-feira que o acordo entre governo e representantes de caminhoneiros é “altamente positivo” e que o “ressarcimento proposto pela União preserva integralmente a política de preços da companhia”.

Segundo o acordo, alcançado nesta noite após quatro dias de greve da categoria, a Petrobras vai manter a redução de 10 por cento no preço do óleo diesel pelos próximos 30 dias, sendo que a empresa assume a redução por 15 dias, e a partir do 16º dia será bancada pela União.

Redação Reuters

Montadoras de veículos param fábricas a partir de 6ª-feira por greve dos caminhoneiros

As montadoras de veículos do país vão interromper produção a partir da sexta-feira por causa dos impactos da greve dos caminhoneiros, anunciou nesta quinta-feira a associação que representa o setor, Anfavea

“A greve dos caminhoneiros afetará significativamente nossos resultados tanto para as vendas, quanto para a fabricação e exportação”, afirmou a entidade em comunicado à imprensa. As montadoras empregam cerca de 132 mil funcionários no país. O setor de veículos é um dos poucos a apresentar recuperação vigorosa neste ano em relação ao fraco desempenho da economia. De janeiro a abril, a produção do setor subiu 20,7 por cento sobre um ano antes, as vendas no mercado interno dispararam 21,3 por cento e as exportações cresceram 26 por cento. Segundo a Anfavea, a indústria automotiva gera mais de 250 milhões de reais em impostos por dia “e, por isso, esta paralisação gerará forte impacto na arrecadação do país”. “A situação é preocupante. Muitas fábricas já pararam suas linhas de montagem”, afirmou o Presidente da Anfavea, Antonio Megale nesta semana. “Teremos uma queda na produção, nas vendas e nas exportações de veículos, tendo como consequência impacto direto na balança comercial brasileira e na arrecadação de tributos”, acrescentou.

Redação Reuters

Câmbio e juros sentem piora de perspectiva política

O vendaval nas ações da Petrobras, a percepção de aumento de risco político e a visão de acentuado enfraquecimento do poder de negociação do governo – principalmente com o Congresso Nacional – serviram de argumentos para uma deterioração de preços nos mercados de câmbio e juros no Brasil ontem

O dólar subiu 0,62%, a R$ 3,6471, com o real entre as divisas de pior desempenho no dia. E as taxas de juros negociadas na B3 voltaram a subir, com todos os vencimentos a partir de 2023 operando acima de 10% ao ano. A nova rodada de piora teve seu fato gerador na quarta-feira à noite, quando a Petrobras anunciou redução de 10% e congelamento por 15 dias dos preços do diesel. A análise feita nas mesas de operação é que a estatal sucumbiu às pressões do governo, algo que, para investidores, havia ficado para trás com a adoção no ano passado de uma nova política para reajuste dos preços dos combustíveis. E essa postura do governo colocou em dúvida o compromisso do Palácio do Planalto com o ajuste das contas públicas. Com isso em mente, os participantes do mercado exigiram ainda mais prêmio para aplicar em prazos mais longos da curva de juros futuros. E se refugiaram na segurança do dólar. “A sensação é de que o governo e a Petrobras cederam à pressão e quem cede a uma cede a duas”, diz Bruno Mota Gouvêa, Diretor na Renascença. “O governo advogava ter uma agenda liberal e de reformas, mas na hora do aperto ele usa as mesmas artimanhas que criticava no governo anterior”, acrescenta o especialista. “O governo atual perdeu totalmente a credibilidade”, afirma Paulo Nepomuceno, estrategista-chefe da Coinvalores. Num sinal de que a cautela não se limita aos analistas de mercado, o Tesouro Nacional realizou ontem seu menor leilão de títulos prefixados desde junho de 2013. Foram apenas 1,6 milhão de papéis, distribuídos entre 100 mil Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-F, papel de prazo mais longo e demandado por estrangeiros) e 1,5 milhão de Letras do Tesouro Nacional (LTN, prefixados de prazos mais curtos). Mesmo com a oferta menor, as taxas dos papéis mais longos escalaram ao patamar mais alto desde junho do ano passado. De toda forma, a decisão de reduzir os lotes mostra que o Tesouro dispõe de colchão de liquidez que lhe dá segurança para permanecer um bom período sem promover grandes leilões de títulos nem comprometer a gestão da dívida pública. Além disso, ao diminuir a oferta, a instituição evita efeito técnico negativo no mercado, que em geral puxa para cima as taxas dos papéis. “A situação já está ruim, o Tesouro só não joga gasolina, mas não é a solução para o problema”, aponta Gouvêa, da Renascença. O real perdeu 0,74% em relação a uma cesta de sete moedas emergentes e de países exportadores de commodities. A moeda brasileira revezou com o peso chileno o título de segundo pior desempenho nos mercados globais de câmbio, melhor apenas que a lira turca. Joaquim Kokudai, gestor na JPP Capital, ainda vê espaço para o dólar cruzar para baixo da linha dos R$ 3,60, mas reconhece que o aumento das incertezas internas reduz a probabilidade da queda. “E lá fora o mercado não tem dado muita trégua, então quando isso se soma ao que acontece aqui a barra fica alta para um alívio no real”, afirma. Para ele, o dólar poderia até testar R$ 3,50 caso o cenário externo melhorasse. “Mas voltar aos R$ 3,30 de antes acho bem pouco provável. O clima eleitoral aqui não deixa.”

VALOR ECONÔMICO

EMPRESAS

Após acordo, Minerva obtém autorização para voltar a exportar ao Irã

A Minerva Foods, terceira maior empresa de carne bovina do país, obteve a autorização para voltar a exportar ao Irã

De acordo com a empresa, as divergências em torno das regras de abate halal (que segue os preceitos islâmicos) foram resolvidas. A empresa recebeu o aval para retomar os embarques de carne bovina ao Irã no último dia 21 de maio. Na prática, a suspensão das exportações durou pouco menos de duas semanas. A barreira iraniana, agora retirada, teve início em 10 de maio, quando a certificadora Halal Iran informou que a Minerva havia descumprido as regras do abate halal e que, por isso, estava proibida de exportar por 30 dias. O Irã é o quinto maior importador da carne bovina do Brasil, respondendo por pouco mais de 4% das exportações dos frigoríficos do país.

VALOR ECONÔMICO

BNDES quer mais mudanças em governança da JBS, criará fundos

O BNDES ainda não está satisfeito com as mudanças feitas no comando da processadora de carne JBS, afirmou o Presidente do banco de fomento, Dyogo Oliveira, que vê necessidade de melhorias na governança da companhia da família Batista

Os irmãos Wesley e Joesley Batista, que comandaram a empresa e já estiveram presos acusados de manipulação do mercado financeiro e uso de informação privilegiada, estão afastados da JBS e da controladora J&F, mas ainda há representantes da família Batista em posições importantes da companhia. “Algumas coisas têm sido feitas, algumas coisas têm avançado, mas há muita coisa para avançar ainda”, disse o presidente do BNDES. O banco tem participação de cerca de 21 por cento na JBS. Ele citou que a presença do patriarca da família Batista, João Batista Sobrinho, na Presidência-Executiva da JBS, além de outros membros do clã, como Wesley Mendonça Batista Filho – diretor sem designação específica – cria um desgaste para a imagem do grupo, assim como os escândalos revelados na delação premiada dos irmãos. “Acho que isso não contribui para a imagem da empresa e atrapalha a imagem da companhia. Só uma melhoria da governança da empresa é que poderia amenizar isso”, avaliou Oliveira. “Mas, eles são acionistas da empresa e não tenho mecanismos para obrigá-los a deixarem de ser acionistas. O que temos feito, como minoritários, é batalhar muito para que a empresa evolua em termos de controles, governança e transparência. Essa é nossa briga cotidiana”, acrescentou. Oliveira afirmou que apesar das turbulências enfrentadas pelo grupo desde a delação premiada dos irmãos Batista no ano passado, a JBS continua sendo um ativo atrativo, com vários grupos interessados em ingressar na empresa de proteína animal. “Existem vários grupos interessados…há muito grupos interessados em comprar participação na JBS. Não necessariamente a participação do BNDES na JBS. Tem todo tipo de proposta”, disse Oliveira sem dar detalhes. Em outra frente, Oliveira afirmou que o BNDES vai detalhar na próxima semana um novo programa para fomentar a criação de fundos voltados para financiamento de infraestrutura. O banco quer atuar com o investidor âncora desses fundos para atrair novos investidores. O BNDES terá disponível 6 bilhões de reais no primeiro ano para atuar nesses fundos.

Redação Reuters

Ação da BRF dispara com possível nomeação de Parente à presidência

Na contramão do mercado, as ações da BRF registraram forte alta no pregão desta quinta-feira (24)

No fechamento, os papéis da empresa de alimentos subiram 6,40%, negociados a R$ 22,80 na B3. Trata-se da maior alta do Ibovespa. O índice registrou baixa de 0,92% hoje. A forte valorização dos papéis da BRF ocorre na esteira da especulação sobre a possibilidade de Pedro Parente assumir o cargo de principal executivo (CEO) da BRF. A hipótese, que já era considerada nos bastidores da BRF, como informou o Valor, cresceu com a crise detonada pela greve dos caminhoneiros. Ontem (23), a Petrobras anunciou a redução do preço do óleo diesel em 10% e o congelamento da cotação do combustível por 15 dias. A medida foi encarada pelo mercado como uma intervenção do governo na Petrobras, empresa presidida por Parente. No início da tarde, as ações da Petrobras caíam 14,2%. Nesse cenário, há quem acredite que a greve dos caminhoneiros dará uma “porta de saída” para o executivo. No mês passado, Parente foi eleito para a presidência do conselho de administração da BRF. No momento, a empresa de alimentos não tem um Presidente-Executivo efetivo. O Vice-Presidente de finanças e relações com investidores da BRF, Lorival Luz, ocupa a função interinamente.

VALOR ECONÔMICO

Maiores informações:

ABRAFRIGO

imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br

Powered by Editora Ecocidade LTDA

041 3088 8124

https://www.facebook.com/abrafrigo/

 

abrafrigo

Leave Comment