CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 737 DE 24 DE ABRIL DE 2018

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Ano 4 | nº 737 | 24 de abril de 2018

NOTÍCIAS

Oferta de boiadas melhora e pressiona mercado do boi gordo

A semana começa com boa parte dos frigoríficos fora das compras ou com ofertas de compra abaixo do mercado da semana passada

A oferta de boiadas melhorou e as escalas de abate também. É o começo da desova de fim de safra. No Pará, a chuva diminuiu e os embarques estão voltando ao normal gradativamente. A procura de carne com osso no mercado atacadista também não está boa. O boi casado de bovinos castrados está cotado em R$9,37/kg, queda de 6,1% desde o início do ano. Apesar dessa queda, a retração da cotação da arroba do boi gordo manteve a margem de comercialização das indústrias que não desossam próximas da média histórica. A margem está em 15,8%.

SCOT CONSULTORIA

Abate está superdimensionado na volta à normalidade da JBS e plantas reabertas no vácuo da crise do grupo preocupam

O mercado não dá para todos, com a capacidade de abate acima de um mercado interno fraco, sob pressão ainda do frango e suínos, e de espaços externos fechados (EUA e Rússia), outros com problemas – a China cancelou vistoria em plantas marcada para maio -, e o setor precisaria de união entre as principais entidades de proteína animal e governo. Abrafrigo solicitou reunião com Abiec para discutir a crise e aguarda resposta. Péricles Salazar – Presidente da Associação Brasileira Frigoríficos.

NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

Brasil deve ampliar liderança na exportação de carne

Segundo projeções do USDA, país é o único com capacidade de ampliar sua produção e atender a demanda dos países asiáticos e do Oriente Médio

Maior exportador de carne bovina do mundo, o Brasil deve aumentar o seu protagonismo no setor nos próximos anos. De acordo o USDA, o país é o único capaz de atender à crescente demanda do mercado asiático, sobretudo a da China. Os americanos acreditam que a demanda dos chineses por carne deve crescer consideravelmente nos próximos anos e que em 2020 o país importe mais de 1,5 milhão de toneladas equivalente carcaça. O apetite chinês já pode ser visto no desempenho das exportações brasileiras de carne no primeiro trimestre desde ano. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), os chineses representaram 46,1% das exportações de carne brasileira nos três primeiros meses do ano. “A China tem sido primordial nos embarques neste ano, ajudando a reduzir os impactos do embargo russo”, destacou a analista de mercado da Scot Consultoria, Isabella Camargo, acrescentando que o desempenho dos embarques tem ajudado a equilibrar os preços da arroba no mercado interno, uma vez que a queda no consumo tem pressionado as cotações. O aumento da participação da China nas exportações vai de acordo com as projeções de que os embarques para o gigante asiático devem crescer pelo menos 50% neste ano, chegando perto de US$ 1,5 bilhão. Além da China, o USDA destaca que outros blocos devem incrementar suas importações em curto espaço de tempo, como Oriente Médio e Norte da África (Mena – na sigla em inglês), onde estão países como Kuwait, Egito, Emirados Árabes e Arábia Saudita. A expectativa é que o bloco importe 1,1 milhão de toneladas em equivalente carcaça neste ano. Com a demanda dos blocos árabe e asiático aquecida, o USDA acredita que apenas o Brasil tem capacidade para atender esses mercados, já que grande parte dos exportadores, como EUA, Austrália e Argentina sofreram quedas significativas em seus rebanhos nos últimos anos em função de problemas de estiagem. De acordo com os americanos, o Brasil assumiu o posto de maior exportador de carne do mundo no ano passado, quando embarcou mais de 1,8 milhão de toneladas em equivalente carcaça ao exterior. A previsão é que o país exporte 2 milhões de TEC já em 2018 e chegue a 2,1 milhões de toneladas em 2020, caso não sofra nenhum outro escândalo sanitário ou de qualidade de carne como no ano passado. 

Portal DBO

Mercado de reposição aquecido em Minas Gerais

Mesmo com a arroba não sustentada, compradores de reposição movimentam o mercado mineiro, principalmente com categorias mais jovens. E a expectativa para os próximos dias é de reação maior

Para quem pretende girar o estoque da fazenda é importante se atentar nos atuais patamares da relação de troca. Na comparação anual, os preços dos animais de reposição começaram a se recuperar. Como exemplo, em abril do ano passado, o bezerro de desmama (6@) estava cotado em R$980,00 e atualmente está em R$1060,00, aumento de 8,0%. Neste mesmo intervalo, a arroba subiu 4,8% no estado, contudo, este aumento não foi suficiente para melhorar a relação de troca. Com isso, nos últimos doze meses o pecuarista perdeu poder de compra na troca com bezerros desmamados. Em janeiro de 2017, com o preço de venda de um boi gordo de 16@ compravam-se 2,2 bezerros de desmama, atualmente, nas mesmas condições, compram-se 2,14. Piora de 3,0% na relação de troca. Mas a tendência é que a oferta desta categoria aumente nas próximas semanas, cenário que pode trazer boas oportunidades de negócios.

SCOT CONSULTORIA

Embargo da UE a carnes do Brasil afeta produção de ração e demanda por grãos

O embargo europeu a 20 produtoras de carnes do Brasil, principalmente aves, afetará negativamente a demanda por ração e consequentemente por produtos como milho e farelo de soja, os principais ingredientes da alimentação animal, disse o Vice-Presidente-Executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani.

O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) previu inicialmente produção de cerca de 70 milhões de toneladas de ração no Brasil este ano, o que seria um crescimento de aproximadamente 3 por cento sobre o recorde do ano passado. Mas essa estimativa não deve se confirmar, e a atividade deve se expandir menos que o previsto. “Fazendo um estudo aritmético, hoje, anualizando, dá no máximo 2 por cento (de crescimento). Mas a situação está se agravando, a tendência é de esses 2 por cento se esvaírem também”, declarou Zani à Reuters. “Em hipótese mais complicada, podemos não ter crescimento nenhum em relação ao ano passado ou até retrocesso, tamanha a influência da questão da União Europeia”, completou. Em 2017, a produção de ração no Brasil demandou cerca de 43 milhões de toneladas de milho, ou a maior parte do consumo interno do cereal projetado para o país, de 57 milhões de toneladas em 2016/17. No caso do farelo de soja, a produção de ração demandou no ano passado 16 milhões de toneladas, segundo dados do Sindirações, de um consumo total no país estimado pelo governo em 17 milhões de toneladas em 2016/17. Do total da produção de ração, a avicultura consumiu a maior parte, ou 38,5 milhões de toneladas, segundo dados do Sindirações, que apontam também que a suinocultura demandou no ano passado 16,5 milhões de toneladas. O problema com a União Europeia, que atingiu principalmente a empresa de alimentos BRF, é o mais recente de uma série de fatores negativos que afetam a demanda interna por ração, lembrou Zani, citando um consumo por alimentos no varejo brasileiro menor que o projetado inicialmente e um embargo russo à carnes suína e bovina do Brasil. O Brasil consome internamente a maior parte de sua produção de carnes. Apesar de a União Europeia não ser o principal mercado para o frango brasileiro, os europeus têm participação importante como destino do produto nacional. O Brasil vendeu 317 milhões de dólares de frango salgado in natura para a UE no ano passado e 118 milhões de dólares em frango in natura sem sal, segundo dados do governo. O executivo do Sindirações destacou também problemas internos para explicar projeções menos otimistas de produção de ração, como os custos mais altos com milho. Somente o preço do milho registrou alta de mais de 40 por cento ante o mesmo período do ano passado, para cerca de 40 reais a saca, de acordo com indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em meio a expectativas de uma safra menor neste ano, na comparação com 2017. Zani ponderou que essa alta nos preços do milho pode ter algum fator especulativo, uma vez que considera que os estoques mais a safra de verão deste ano são suficientes para atender a demanda da indústria até a colheita de inverno, que responde pela maior parte da produção do cereal do Brasil. E comentou que, em um cenário de demanda mais fraca por carnes, o agricultor que não está vendendo agora seu milho pode ficar com o “mico na mão”, ao eventualmente ter de vender o produto a valores baixos. “Vai ter mais depreciação de preço (da carne), em função do aumento da oferta com a decisão da Europa… E o custo de produção está muito alto. E se a produção (de frango) diminuir, isso afeta os negócios da indústria de alimentação animal, que é provedora de insumos”, disse Zani. Ele lembrou também que a indústria de carne suína vive uma situação semelhante à do frango, com o embargo russo às exportações brasileiras desde o final do ano passado. “O Mato Grosso tem tido prejuízo de 70 reais por animal abatido (de suíno)… por conta do aumento do custo de produção versus depreciação de preço pago ao produtor, em boa parte pela dificuldade de repassar isso ao consumidor, ao varejo”, afirmou. Entretanto, Zani disse ter expectativa de que em breve a Rússia possa retomar compras de carne do Brasil, e salientou que a China tem absorvido parte do que os brasileiros deixaram de exportar para a Rússia.

Reuters

EMPRESAS

JBS vai ampliar produção de hambúrgueres

Empresa investirá R$ 13 milhões nas unidades de Lins e Osasco. Objetivo dos investimentos é modernizar as linhas de produção

A JBS informou nesta segunda-feira, 23, em nota, que fez investimentos de R$ 13 milhões para ampliar a produção de hambúrguer nas unidades de Lins e Osasco, ambos municípios paulistas. Em Lins, foram investidos R$ 9 milhões para aumentar em 30% a produção da planta. Em Osasco, foi aplicado o restante. O objetivo, conforme a companhia, é modernizar as linhas de produção. “Em Lins, além da compra de novos equipamentos e da adaptação da estrutura para o maquinário, a companhia abriu um turno extra para atender ao aumento da capacidade produtiva e contratou cerca de 130 colaboradores”, anunciou a JBS. “Por meio de melhorias constantes na eficiência produtiva, a JBS espera continuar o crescimento da linha nos segmentos de food service e do varejo”, concluiu.

ESTADÃO CONTEÚDO

CEO renuncia e abre caminho para guinada na gestão da BRF

Às vésperas da assembleia de acionistas da BRF, que no dia 26 deverá ratificar os nomes escolhidos pelos principais acionistas da empresa para compor um novo conselho de administração presidido por Pedro Parente, o atual CEO, José Aurélio Drummond Jr., decidiu deixar o cargo e o assento que ocupa no atual colegiado

O Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da BRF, Lorival Nogueira Luz, acumulará a função de CEO interinamente. Apresentada ontem, a carta de renúncia de Drummond não chegou a surpreender quem participa ou acompanha a disputa em torno da gestão da empresa. Poucos acreditavam em sua permanência depois que o movimento dos fundos Petros e Previ para afastar Abilio Diniz do comando do conselho prevaleceu, embora os beligerantes tenham sido obrigados a costurar uma convergência para sua confirmação. Agora, sem a necessidade de avaliar o curto trabalho de Drummond à frente da BRF, a escolha do substituto pelo novo conselho tende a ser mais rápida. Será o primeiro desafio de Pedro Parente como “chairman”, e quem o conhece aposta que o presidente da Petrobras aproveitará a situação para construir um consenso real em torno do novo CEO. A passagem de Drummond pela BRF foi marcada por desentendimentos desde sua eleição pelo conselho, que só se tornou viável graças ao voto de minerva de Abilio. E foi a gota d’água para a ruptura entre as fundações e o empresário, que assumiu a presidência do colegiado com forte apoio da gestora Tarpon, outra acionista de peso na companhia. Drummond também se desgastou com as fundações e outros acionistas relevantes da BRF ao não abrir mão da vaga no conselho assim que foi indicado como CEO, em novembro passado. Na ocasião, a decisão foi entendida por Petros e Previ como uma forma de sustentar a frágil maioria de Abilio no conselho. Recentemente, durante as conturbadas negociações entre Abilio e as fundações por uma chapa de consenso para assumir a companhia, o nome de Drummond chegou a aparecer na lista alternativa que Abilio tentou emplacar. Na convergência costurada, o executivo, cujas divergências com Francisco Petros – que tem assento no atual colegiado e foi incluído na chapa da paz pela Petros -, são conhecidas, ficou de fora. De certa forma, disse uma fonte que acompanha a novela, Drummond atrelou seu futuro ao de Abilio. Para essa fonte, como o empresário se despedirá da BRF na quinta-feira, o CEO apenas antecipou um desfecho inevitável após tantas rusgas. “Agora é reconstruir”, afirmou. Para outro observador, o peso conferido pelo mercado a Pedro Parente na reconstrução da BRF também desagradou a Drummond, que não estaria disposto a seguir o script de coadjuvante de luxo. Quem conhece Parente lembra que ele prefere trabalhar com gente de confiança, mas aposta que, neste caso, a confiança a ser conquistada é a do mercado, e ela só virá com a pacificação. “Dificilmente ele tentará impor um nome. A decisão será tomada em conjunto com os demais membros do colegiado e, provavelmente, com ajuda externa”, disse uma fonte.

VALOR ECONÔMICO

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