Ano 4 | nº 735 | 20 de abril de 2018
NOTÍCIAS
Viés de baixa ganha FORÇA
Mercado do boi gordo com pressão de baixa, com o cenário de final de safra colaborando com a manutenção das programações de abate
Após oito semanas de queda, houve valorização no mercado atacadista de carne sem osso. A associação disto à redução da cotação do boi gordo melhorou a margem do frigorífico. Após o recuo observado ontem, para R$ 142,00/@, à vista, livre de imposto, ofertas de compra acima da referência são pouco frequentes. Por outro lado, há diversas indústrias com testes de preços menores. Destaque para a região Sudeste de Mato Grosso que acumula desvalorização de 2,2% desde o início da semana. Para o curto prazo a expectativa é de que a oferta se mantenha em bons níveis, o que tende a manter a pressão de baixa.
Scot consultoria
Suspensão de plantas de aves deve afetar o mercado do boi
Decisão da UE de proibir a importação de frango de 20 frigoríficos do Brasil deve aumentar a oferta interna da proteína e reduzir a competitividade da carne bovina
O recente anúncio da União Europeia (UE) de proibir a importação de carne de frango de 20 frigoríficos brasileiros em função da presença de níveis elevados de salmonella deve afetar também a indústria da bovinocultura de corte do Brasil. Segundo a analista de mercado Lygia Pimentel, da Agrifatto, a proibição fará com que um volume maior da proteína fique represado no Brasil, pressionando os preços da carne bovina. “Esse movimento fará com que a carne de frango fique ainda mais barata e a carne bovina perderá ainda mais competitividade, resultando em uma nova queda de preços. Temos que torcer para que as exportações continuem tendo bom desempenho para que esse cenário não reflita em uma queda na arroba”, destacou a analista, acrescentando que cerca de 30% da produção nacional de carne de aves é exportada e 70% fica no mercado interno. Além do impacto em outras proteínas, o represamento da carne de aves no mercado interno também deve afetar os preços dos grãos, barateando um pouco os custos de produção. “A indústria avícola tem um tempo de reação muito rápido e consegue ajustar suas operações em menos de 45 dias. Com estoques mais cheios, as escalas deverão ficar mais alongadas e o setor deverá reduzir consideravelmente a engorda das aves, aumentando assim a oferta de grãos no mercado”, explicou. A analista estima que o preço do milho subiu mais de 30% desde o fim de fevereiro, o que tem desestimulado a engorda de bovinos em confinamento no primeiro giro, entre abril e julho. Esse “possível” aumento de oferta deve forçar uma baixa no preço do insumo, dando assim um novo ânimo à atividade. “Só teremos a dimensão desse impacto nos próximos 20 dias. Até lá, muita coisa pode mudar. Tomara que o Brasil consiga reverter esse cenário o quanto antes”, concluiu Lygia Pimentel.
ESTadão conteúdo
Exportação sustenta arroba da proteína de boi
Mas consumo interno fraco pressiona carne
Colaboradores do Cepea esperavam que, em 2018, as cotações da arroba e da carne de boi se recuperassem, baseados em projeções que indicavam uma retomada da economia brasileira. Neste primeiro quadrimestre do ano, porém, as cotações seguem sem reação, conforme indicam dados do Cepea. O alento tem sido as exportações de carne in natura, que registram bom desempenho. Assim, para a arroba do boi gordo, enquanto as vendas externas ainda conseguem sustentar os preços no acumulado parcial deste ano, para a carne, a demanda interna ainda enfraquecida resulta em movimento de baixa de preço um pouco mais intenso. Do começo do ano até essa quarta-feira, 18, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) variou pouco, registrando mínima de R$ 143,00 (em 28 de março) e máxima de R$ 148,70 (em 10 de janeiro), acumulando ligeira queda de 1,5%. Já para a carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, desde o começo do ano, a carcaça casada do boi se desvalorizou 7,8%, de acordo com levantamentos do Cepea.
Cepea
União Europeia embarga importações de frango de 12 plantas da BRF
A União Europeia (UE) decidiu hoje impor um embargo definitivo às importações de carne de frango e derivados de 20 frigoríficos brasileiros
Como já era temido, a BRF foi a mais prejudicada. A empresa está proibida de exportar ao bloco europeu. Ao todo, 12 unidades da BRF, maior exportadora de carne de frango do país, foram embargadas. A lista, à qual o Valor teve acesso, contém as unidades da BRF de Rio Verde (GO), Concórdia (SC), Dourados (MS), Serafina Correa (RS), Chapecó (SC), Várzea Grande (MT), Capinzal (SC), Ponta Grossa (PR), Marau (RS), Toledo (PR), Francisco Beltrão (PR) e Nova Mutum (MT). Os embargos, que já eram esperados depois de várias advertências sanitárias feitas recentemente pelo bloco europeu, também incluíram unidades de tradicionais cooperativas do Paraná: Copacol, de Cafelândia; Copagril, de Marechal Cândido Rondon; Coopavel, de Cascavel; e LAR, de Matelândia. Outro frigorífico paranaense, da empresa Avenorte Avícola, de Cianorte, também está na lista. Outras empresas de menor porte também sofreram com o embargo: Zanchetta Alimentos, de Boituva (SP); São Salvador Alimentos, de Itaberaí (GO); e Bello Alimentos, de Itaquiraí (MS). Em reação à decisão europeia, o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, articula com o presidente Michel Temer e outros órgãos de governo a abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a União Europeia.
VALOR ECONÔMICO
Ministro reafirma ingresso na OMC para contestar barreiras da União Europeia
Blairo Maggi informou ao Presidente sobre o deslistamento de exportadores de aves para o bloco e disse que irá brigar pelo livre comércio
O deslistamento de frigoríficos exportadores de aves à União Europeia deverá ser respondido pelo Brasil com a abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC), conforme reafirmou o Ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), durante entrevista em Campo Mourão (PR). O assunto já foi levado na véspera ao Presidente da República Michel Temer, informou Maggi. “Informei a forma como somos tratados dentro das cotas de exportação. Nossa reclamação é que a Comunidade Europeia diz que é uma questão de saúde, mas se o Brasil pagar uma tarifa de 1.024 euros por tonelada e mandar tudo como carne in natura, entra sem nenhum problema. Então não é uma questão de saúde. E é isso que nós vamos reclamar na OMC”, explicou. Pagando a tarifa extra-cota, as exigências sanitárias quanto a salmonellas são reduzidas de 2600 tipos da bactéria para dois. O painel na OMC, segundo o Ministro, servirá para discutir as cotas. “Estamos sendo penalizados. Há uma proteção de mercado que a gente não quer mais aceitar. Vamos brigar pelo espaço conforme o mercado mundial preconiza, que deve ser livre entre os países”. Disse ainda ter a certeza de que “estamos corretos nesse pleito e que a Comunidade Europeia está errada. Podemos reparar isso e receber um tratamento conforme o Brasil precisa”. O impacto da decisão da UE deve ser grande e terá que ser substituído, afirmou. Mas, Maggi lembrou que os estabelecimentos afetados vendem também para o mercado interno, mercados da Ásia, no México, em vários lugares do mundo. Paralelamente à iniciativa junto à OMC, caberá um processo de entendimento com o objetivo de restabelecer a exportação das plantas frigoríficas deslistadas sob a alegação de presença de salmonella. Aí se incluem a vinda de missões ao Brasil e visita aos frigoríficos. Quando houve alerta sobre a presença da bactéria, o próprio Mapa suspendeu a certificação. Depois de auditar os estabelecimentos envolvidos e concluir pela regularidade, o ministro viajou a Bruxelas, onde reuniu-se com o comissário para a Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia, Phil Hogan, para defender o produto brasileiro. Na ocasião, soube antecipadamente da decisão que seria oficializada nesta semana.
MAPA
INTERNACIONAL
Turquia importará 250.000 mais bovinos em 2018, de acordo com o USDA
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) atualizou seu relatório anual de produção e comercialização global de carnes e animais vivos e projetou um aumento nas importações turcas de gado vivo
O USDA estimou em outubro do ano passado que a Turquia importaria cerca de 700.000 cabeças em 2018, cerca de 200.000 animais a menos do que as compras oficiais de 2017. No entanto, no relatório de abril, elevou a demanda para 1,15 milhão de cabeças, 250.000 cabeças de gado a mais do que no ano passado. Rafael Tardáguila, diretor da Faxcarne, disse que se essas projeções forem cumpridas “seria muito significativo para o Uruguai”, que vem aumentando os volumes de exportação nos últimos anos e também se reflete nos primeiros meses de 2018. Ele explicou que a União Europeia é o principal fornecedor de animais vivos para a Turquia; e de acordo com o USDA, isso aumentaria as expectativas de exportação em cerca de 140.000 mais cabeças de gado. Em segundo lugar, Austrália e Brasil aparecem, mas uma oferta com alto crescimento não é esperada. “De algum lugar esses animais devem sair e pode haver uma oportunidade para o Uruguai”, disse Tardáguila. O analista de mercado disse que o primeiro trimestre do ano foi “mais intenso” para as exportações uruguaias de gado vivo. De acordo com dados da Alfândega, durante esse período, cerca de 63.000 bovinos saíram do porto de Montevidéu, 58,7% em relação aos mesmos meses do ano passado, o que totalizou 26.000 cabeças de gado.
El País Digital
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