CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 734 DE 19 DE ABRIL DE 2018

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Ano 4 | nº 734 | 19 de abril de 2018

NOTÍCIAS

Boi gordo: preço da arroba cai R$ 1,50 no acumulado do mês

O mercado do boi gordo continua com viés baixista

O aumento da entrega das boiadas permite melhor programação por parte das indústrias, o resultado disso são compradores pressionando o mercado com maior firmeza. O tempo mais frio e as chuvas em boa parte do Brasil devem continuar contribuindo para o avanço da oferta, visto que as pastagens vão perdendo suporte. De acordo a XP Investimentos, os elevados preços de milho, sorgo e silagem não colaboram com a estratégia dos produtores de reter os animais. Em Mato Grosso, a desvalorização no preço a prazo do boi gordo acontece em todas as praças pesquisadas. Em São Paulo, houve queda de R$ 0,50 em relação ao fechamento do dia anterior e de R$ 1,50 em abril, quando o valor da arroba em Araçatuba (SP) saiu de R$ 143,50 para R$ 142. Além disso, no estado, indústrias com escalas atendendo em torno de sete dias não hesitam em oferecer preços até R$ 2 por arroba abaixo da referência. Para os próximos dias, a redução das movimentações de vendas associada à diminuição da capacidade de retenção de animais terminados tende a continuar tirando o fôlego do mercado do boi gordo.

Boi gordo no mercado físico – R$ por arroba à vista

Araçatuba (SP): 142,00

Belo Horizonte (MG): 134,00

Goiânia (GO): 130,00

Dourados (MS): 132,00

Mato Grosso: 127,00 – 132,00

Marabá (PA): 126,00

Rio Grande do Sul (oeste): 4,75 (kg)

Paraná (noroeste): 140,00

Tocantins (norte): 124,00

CANAL RURAL

Oferta aumentando e arroba do boi gordo caindo

Mercado do boi gordo com viés baixista

O aumento da entrega das boiadas permite melhor programação por parte das indústrias. O resultado disso são compradores pressionando o mercado com maior firmeza. Em Mato Grosso, houve desvalorização no preço a prazo do boi gordo em todas as praças pesquisadas na última quarta-feira (18/4). Em São Paulo, a queda foi de R$0,50 por arroba, em relação ao fechamento da última terça-feira (17/4). A arroba paulista ficou cotada em R$142,00, à vista, livre de Funrural. Além disso, no estado, indústrias com escalas atendendo em torno de sete dias não hesitam em oferecer preços até R$2,00 por arroba abaixo da referência. Para os próximos dias, a redução das movimentações de vendas associada à diminuição da capacidade de retenção de animais terminados tende a continuar tirando o fôlego do mercado do boi gordo.

SCOT CONSULTORIA

Demanda externa aquece venda por bovinos no Rio Grande do Sul

Necessidade de compra, especialmente dos países árabes, deve sustentar preços ao longo deste ano

Com uma forte demanda externa pelo gado brasileiro, os preços na pecuária devem se sustentar ao longo do ano. A expectativa dos vendedores no mercado é de que durante este período de vendas no outono da pecuária do Rio Grande do Sul seja forte a procura por terneiros e novilhos jovens, o que deve aquecer as feiras pelo interior gaúcho e os remates particulares. Conforme o Gerente Comercial da Trajano Silva Remates, Décio Lemos, as perspectivas são positivas especialmente para os produtores de terneiros, tendo em vista que os países árabes, por uma necessidade de compra de 400 mil cabeças de gado, vêm mantendo uma busca crescente e permanente no Brasil pelos animais para exportação. “Isto sem dúvida vai sustentar o preço principalmente para os terneiros e novilhos jovens. Esta é a melhor hora para quem precisa investir em genética e reprodutores”, observa. Durante a temporada de outono da pecuária gaúcha, o escritório vai promover um dos principais remates do período de vendas. No dia 4 de maio, às 14h, no Parque de Eventos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), será realizado o leilão da Cabanha Santo Izidro, que vai ofertar 350 reprodutores de Angus e Charolês.

AGROLINK

CNA avança nos testes do Sistema de Rastreabilidade Animal

Rastrear o rebanho e reunir informações detalhadas como raça, sexo, comercialização e trânsito dos animais

Rastrear o rebanho e reunir informações detalhadas como raça, sexo, comercialização e trânsito dos animais. Estas são algumas das funcionalidades que o sistema de rastreabilidade da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vai proporcionar ao pecuarista brasileiro. A iniciativa é uma parceria da CNA com a Embrapa Gado de Corte e os testes na ferramenta estão sendo realizados na Escola Superior do Agronegócio Internacional (ESAI), na região do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF). Nesta terça-feira (17), técnicos do Instituto CNA testaram o aplicativo desenvolvido para a realização de vistorias em propriedades rurais, em 223 cabeças de gado da fazenda Sanga Puitã, onde funciona a ESAI. O rebanho recebeu em janeiro deste ano um brinco e um botom contendo chip eletrônico com as informações dos animais. “A CNA quer dar alternativas para os produtores fazerem a rastreabilidade do seu rebanho sem a necessidade de contratar uma certificadora. Ele poderá fazer todo o processo e ao final da implantação contratar o serviço de um vistoriador que irá até a propriedade fazer a checagem dos itens”, explicou o coordenador de Protocolos de Rastreabilidade da CNA, Paulo Costa. A coleta das informações é feita por meio de uma leitora de radiofrequência que identifica a numeração e mostra os dados dos animais vistoriados no aplicativo offline usado pelo vistoriador. Essas informações ficarão disponíveis aos produtores na Plataforma de Qualidade CNA, software integrado à Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Costa afirmou ainda que futuramente o sistema também poderá ser usado em outras cadeias como suínos, caprinos e ovinos. Ele esclarece que os dados irão facilitar o manejo do rebanho, porque o produtor poderá saber exatamente quando o animal entrou ou saiu da propriedade, assim como a ocorrência de nascimentos, mortes e abates. “A ferramenta vai abrir vantagem comercial para a carne brasileira e atender clientes mais exigentes como é o caso de alguns parceiros comerciais que possuem exigências específicas. Esses parceiros se dispõem ao pagamento diferenciado pelo valor da arroba quando o animal é rastreado. O sistema de rastreabilidade permitirá o atendimento de diferentes mercados por meio de protocolos específicos a serem gerenciados pela CNA.” Depois da coleta do número de identificação dos animais, é a hora de fazer a checagem das informações na Plataforma de Qualidade CNA. Luis Barcelos, administrador da fazenda Sanga Puitã, aprovou a ferramenta. Antes da implantação do sistema, ele fazia o controle dos animais em uma planilha de Excel. “Melhorou muito o manejo, a aplicação do vermífugo e agregou valor nas vendas da fazenda, porque os frigoríficos pagam mais pelo animal rastreado.” Futuramente, os vistoriadores que farão a checagem dos dados e informações serão capacitados pelo Sistema CNA. Para continuidade dos testes do sistema, está prevista a realização de uma segunda vistoria em 90 dias na fazenda Sanga Puitã. A intenção da CNA é que a ferramenta esteja disponível para o produtor rural no início de 2019. 

CNA – CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL

Exportação brasileira de bovinos vivos chega a 143,2 mil cabeças em 2018

Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em março o Brasil exportou 45,2 mil cabeças de bovinos vivos, com faturamento total de US$34,54 milhões

Em relação ao mesmo período do ano passado, a quantidade e o faturamento foram 19,3% e 25,5% maiores, respectivamente. Os animais tiverem como destinos a Turquia (33,0 mil cabeças), o Líbano (9,3 mil cabeças) e a Jordânia (2,8 mil cabeças). Atualmente, a Turquia é a principal compradora de bovinos vivos do Brasil. No primeiro trimestre do ano, foram enviados 102,9 mil bovinos vivos para o país, o que corresponde a 71,9% do total exportado pelo Brasil no período.

MDIC

Veterinários da Indonésia visitam MS para conhecer protocolos de sanidade animal e produção de carne bovina

Uma missão com quatro veterinários do serviço oficial da Indonésia visitou Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (17) para conhecer os procedimentos adotados pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), no controle de doenças e zoonoses. Esse foi mais um passo para Brasil abrir as exportações de carne bovina para país asiático

Segundo o Gerente de Inspeção e Defesa Sanitária Animal Rubens de Castro Rondon, os técnicos buscam comprovar as informações repassadas pelo governo brasileiro. “Eles vieram buscar toda a estrutura do serviço, conhecer a parte de recursos humanos, equipamentos, como funcionam os escritórios da Iagro, as ações mais importantes e executadas para manter a condição sanitária no estado em todos os programas”, afirmou. Durante o encontro, em Campo Grande, os auditores da Superintendência Federal de Agricultura do estado apresentaram protocolos seguidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que garantem a qualidade da carne produzida no Brasil. O país asiático tem a quarta maior população mundial com 265 milhões de habitantes. A demanda aquecida por alimento fez a Indonésia conseguir parceiros comerciais. O Brasil é um dos principais nomes da lista.

“Estamos procurando países que possam exportar para a Indonésia e o Brasil é conhecido pela exportação de carne e produtos animais e nós temos interesse em aumentar os fornecedores”, explicou o líder da missão, Tri Naipospos. Depois de conhecerem os protocolos de sanidade animal, os representantes do serviço oficial da Indonésia visitaram uma empresa de leilões de bovinos e uma fazenda de criação de animais, na capital sul-mato-grossense. O próximo destino da equipe indonésia será Pedro Leopoldo (MG), onde irão conhecer o Laboratório Nacional Agropecuário ainda nesta semana. Depois segue para a Estação Quarentenária de Cananéia, no litoral sul paulista. “Eles tentam fechar realmente o ciclo da produção do bovino e quantificar os riscos e realmente chegar a conclusão se é possível ou não estar importando nossos produtos de origem animal”, disse o auditor fiscal federal agropecuário, Antônio Belarmino Machado Júnior. Em fevereiro deste ano, durante encontro com representantes do governo brasileiro em Jacarta, o Ministro da Agricultura da Indonésia, Andi Sulaiman, confirmou a intenção do país em abrir o mercado de carne bovina. Atualmente soja, açúcar, algodão e milho são os principais produtos negociados com a Indonésia.

G1

Com vetos derrubados, lei do Refis do Funrural amplia poder da Fazenda

A derrubada dos vetos presidenciais na norma que regula a cobrança da Dívida Ativa da União foi publicada na quarta-feira (18/4), aumentando ainda mais o poder dos procuradores da Fazenda. No dia 3 de abril, o Congresso derrubou os 24 vetos que o presidente Michel Temer (MDB) havia feito na Lei 13.606/2018

O texto já havia gerado polêmica por dispensar autorização judicial para bloquear bens de devedores. Agora, por exemplo, também permite à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional instaurar procedimento administrativo para apurar a responsabilidade de terceiros por dívida, ao ver indícios de atos ilícitos; convocar pessoas para prestar depoimentos ou esclarecimentos e requisitar informações, exames periciais e documentos de autoridades. Ao vetar esse artigo (20-D), o presidente Temer havia declarado que “o dispositivo cria um novo procedimento administrativo, passível de lide no âmbito administrativo da PGFN”, e que a redação não deixava claro os limites dessa atuação da procuradoria. A PGFN deve editar atos próprios para regular a prática. Para o tributarista Breno Dias de Paula, trata-se de mais uma manobra para fazer execução fiscal sem processo judicial. Ele considera a regra inconstitucional, por violar o artigo 135 do Código Tributário Nacional. “A gravidade salta aos olhos porque hoje, até mesmo no âmbito da execução fiscal, o redirecionamento para os sócios deve obedecer os requisitos do artigo 135 do CTN”, afirma. 

NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

EMPRESAS

EUA pedem para revisar compra da National Beef pela Marfrig

Os legisladores relembram os problemas com a carne brasileira revelados pela Carne Fraca em 2017

Senadores do Comitê de Agricultura do Senado dos Estados Unidos pediram para revisar a compra da norte-americana National Beef pela brasileira Marfrig. Em uma carta, divulgada na terça-feira, 17, quatro senadores dos Estados Unidos pedem que a Comissão de Investimentos Estrangeiros dos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês) revise a proposta da aquisição. “A luz das recentes aquisições de empresas de alimentos e agricultura dos EUA, como a Smithfield pela Shuanghui em 2013 e a aquisição da Syngenta pela ChemChina em 2016, tornou-se cada vez mais claro que o investimento estrangeiro crescente na agricultura dos EUA requer um processo de revisão minucioso para salvaguardar a economia americana”, disseram na carta. Os legisladores informam, ainda, que é primordial zelar pela segurança nacional e relatam que a proposta de aquisição “segue um escândalo de corrupção de 2017 no sistema brasileiro de segurança alimentar que revelou problemas inaceitáveis de segurança e qualidade com a carne bovina brasileira”, afirmam citando indiretamente a Operação Carne Fraca. Eles lembram que em junho do ano passado os Estados Unidos suspenderam a compra de carne bovina in natura do Brasil. Um dos motivos divulgados na época foi a presença de abscessos – caroços provocados pela má aplicação da vacina contra aftosa em bovinos. No início deste mês, a Marfrig anunciou um acordo para a compra de 51% das ações da americana National Beef por US$ 969 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões), tornando-se o segundo maior frigorífico do mundo. O primeiro movimento relevante de aquisição da companhia, ainda em fase de conclusão, após uma série de venda de ativos, deve ampliar em 35% os abates de bovinos do frigorífico, para um total de 35 mil cabeças por dia.

Estadão Conteúdo

S&P coloca ratings da JBS em observação

A agência de classificação de risco de crédito S&P colocou os ratings da JBS S.A. em observação (CreditWatch) na quarta-feira (18), indicando que poderá elevar ou rebaixar a classificação da companhia nos próximos meses a depender do resultado do refinanciamento de dívida com bancos

“Acreditamos que a JBS esteja próxima a firmar um acordo de refinanciamento envolvendo a maior parte de sua dívida de curto prazo, o que atenuaria as pressões de liquidez da empresa”, escreveram analistas da S&P em relatório. “Contudo, caso o acordo não seja firmado, a JBS terá um elevado montante de dívida a vencer em julho de 2018.” Os ratings da subsidiária norte-americana JBS USA Lux S.A. também foram colocados em observação. A JBS tem cerca de R$ 13,5 bilhões em dívida a vencer no curto prazo e está em fase final de negociação com bancos que fazem parte do acordo de preservação de linhas de crédito, assinado em julho do ano passado e com vencimento em julho deste ano, segundo a S&P. “Dada a atual resiliência das operações da JBS, acreditamos ser provável o refinanciamento, o que aliviaria nossas preocupações quanto à liquidez da empresa, podendo resultar em uma elevação de seus ratings”, informou a S&P. Caso o acordo de refinanciamento não seja assinado nos próximos dois meses, os ratings da JBS podem sofrer rebaixamento em até dois degraus. Se o refinanciamento for fechado, a S&P poderá elevar os ratings da processadora de carnes em um degrau. Os ratings da JBS, que atualmente têm a classificação “B”, devem continuar em observação por até três meses.

CARNETEC

Pedro Parente, solução para a disputa na BRF

Pedro Parente, presidente executivo da Petrobras desde 2016, é o nome chancelado pelo mercado para assumir a liderança do conselho de administração da BRF e dar fim à disputa entre os acionistas pelo comando da companhia

A indicação do executivo agregou R$ 1,7 bilhão ao valor de mercado da BRF, que saiu de R$ 17 bilhões para R$ 18,7 bilhões no pregão de ontem – valorização de quase 10% em apenas um dia. Parente é “oficialmente” uma indicação feita pela Península Participações, holding de investimentos de Abilio Diniz, para ser votada na assembleia do próximo dia 26. O empresário preside o conselho da BRF desde 2013. Em fevereiro, após a companhia anunciar um prejuízo de R$ 1,1 bilhão em 2017, tornou-se alvo de uma ofensiva dos fundos de pensão Petros e Previ, os dois maiores acionistas do negócio, para que fosse encerrada sua ascendência sobre a empresa. Com a indicação de Parente, Abilio constrói uma narrativa na qual conseguiu fazer seu sucessor. De fato, o nome de Parente ganhou força com o endosso das fundações Petros – da qual a Petrobras é a patrocinadora – e Previ. “A fundação acredita que o executivo reúne competências e experiências que, indiscutivelmente, contribuirão para viabilizar a recuperação da companhia”, informou a Petros em comunicado. Abilio não apresentou resistência para deixar o colegiado, mas vinha tentando influenciar a composição final. Com as articulações do empresário, estabeleceu-se uma disputa pelo comando da companhia. Juntos, os principais e mais atuantes acionistas da BRF – fundos de pensão, as gestoras de recursos Tarpon e Aberdeen, Abilio e famílias herdeiras da Sadia – têm cerca de 40% do capital da empresa. A Tarpon, hoje com 7,2% das ações, foi a mentora do movimento que levou Abilio à presidência da BRF, há cinco anos, com apoio da Previ à época. A Aberdeen, sócia mais recente com uma fatia de 5% do capital, vinha apoiando a iniciativa das fundações e atuando como difusora das propostas com outros investidores estrangeiros. A indicação de Parente foi antecipada no início da tarde de ontem. Logo após a divulgação da informação, as ações da BRF, que registravam alta moderada (ver Missão dada é missão cumprida), subiram fortemente. Em nota à imprensa, o executivo confirmou que aceitou o convite e informou que, se eleito na BRF, vai renunciar à presidência do conselho de administração da B3 (Bolsa Balcão Brasil), cujo mandato vai até abril de 2019. Ele disse que, com isso, mantém o acordo firmado com o conselho de administração da Petrobras de participar do colegiado de uma única empresa não integrante do sistema da estatal. Na petroleira, não há nenhuma alteração nas funções e atuação de Parente. O Planalto não vê empecilhos à indicação porque Parente já tem o aval do Presidente Michel Temer para acumular funções. Fontes do palácio não confirmam que Temer esteja acompanhando a movimentação, embora seja próximo a Abilio. Mas é interesse do governo a plena recuperação da companhia. Os desafios na BRF não serão pequenos, e a disponibilidade de tempo é o único ponto de preocupação de alguns investidores. Além de conseguir dar coesão ao novo conselho de administração, Parente terá de ser o maestro da recuperação da companhia. Pelos planos, o Presidente Executivo da BRF, José Aurélio Drummond, seguirá à frente da empresa, num primeiro momento. Há confiança de que o executivo teria tranquilidade para implementar as mudanças que pretende fazer para reestruturação operacional do negócio. A expectativa é que, além da reforma operacional da BRF, Parente, junto com todo o conselho de administração, promova uma reforma na estrutura de governança da empresa, com a revisão do papel dos órgãos de gestão e comitês existentes. Para completar o cenário desafiador, a BRF tornou-se alvo atrativo para ofertas hostis após a acentuada perda de valor que sofreu nos últimos meses. Quando Abilio assumiu, a companhia valia R$ 40 bilhões e chegou a R$ 63 bilhões, em 2015. Conforme o Valor apurou, mais de um grupo estuda a possibilidade de lançar uma oferta pelas ações da BRF. Como é uma companhia sem controlador definido, cabe ao conselho, nessas circunstâncias, negociar pelo melhor interesse da empresa e de seus acionistas. Antes da estatal, Parente, 65 anos, presidiu a Bunge Brasil, de janeiro de 2010 a abril de 2014. De 2003 a 2009, atuou como Vice-Presidente do Grupo RBS. Foi Ministro de Estado (1999-2002) e o coordenador da equipe de transição do Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso para o Presidente Lula. Neste período, também presidiu a Câmara de Gestão da Crise de Energia (2001-2002). O executivo iniciou a carreira no serviço público no Banco do Brasil em 1971. Dois anos depois, foi transferido para o Banco Central. Também foi consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de instituições públicas no País, incluindo Secretarias de Estado e a Assembleia Nacional Constituinte de 1988. A BRF deve promover um ajuste no plano de remuneração para contemplar a chegada de Parente. O executivo, que recebe cerca de R$ 2,2 milhões na Petrobras, tinha um pacote de R$ 3,5 milhões na B3. Abilio Diniz recebia R$ 1,5 milhão por ano pela atuação no conselho.

VALOR ECONÔMICO

INTERNACIONAL

América do Sul expande participação no mercado de carne

A melhoria do acesso ao mercado para alguns dos principais mercados de exportação da Austrália – incluindo a Ásia – está na agenda da América do Sul, com a Argentina e o Brasil preparados para aumentar as exportações de carne bovina este ano, devido ao aumento da produção

Embora não seja um produtor tão grande quanto o Brasil, o Uruguai também está fazendo incursões na Ásia, posicionando-se como um produtor de carne de nicho de alta qualidade. À medida que criam uma concorrência crescente para a Austrália, vale a pena examinar a posição de cada país no mercado interno e no mercado global de carne bovina. A Argentina vem reconstruindo seu rebanho de carne e mercado de exportação depois de anos de produção em queda. As exportações totais de carne bovina caíram de mais de 438 mil toneladas exportadas (em 2005) para 111 mil toneladas em 2012, devido às restrições impostas pelo governo para reduzir as exportações e manter os preços domésticos da carne bovina estáveis. Um foco crescente na produção de grãos também impactou sua indústria de carne bovina, à medida que mais áreas de pastagens foram sendo transformadas em cultivos de larga escala. Após sua eleição no final de 2015, o Presidente argentino, Mauricio Macri, removeu os impostos de exportação de produtos agrícolas, incluindo o imposto de 15% sobre as exportações de carne bovina. As exportações totais de carne bovina alcançaram mais de 209.000 toneladas em 2017 e, neste ano, a Argentina está preparada para alcançar a maior produção de carne bovina desde 2008/2009, com um peso estimado de 2,9 milhões de toneladas. Devido a um declínio no comércio com a Rússia, a Argentina está agora se concentrando na Ásia e está apresentando forte concorrência para a Austrália. Seu maior mercado de exportação de carne bovina agora é a China, com 97.000 toneladas de carne bovina congelada exportada para lá em 2017. No início de 2018, a Argentina e a China assinaram um acordo que permitia o fornecimento de carne bovina e de cordeiro com osso refrigeradas, tornando a Argentina o único país sul-americano autorizado a fornecer produtos refrigerados para a China. No entanto, a Argentina não tem acesso aos principais mercados de valor da Austrália, incluindo Japão, Coreia, Estados Unidos e Indonésia. A indústria argentina de carne bovina espera que o mercado dos EUA reabra este ano, e os embarques de carne bovina provavelmente incluirão cortes congelados de carne bovina. As exportações de cortes refrigerados premium para supermercados e restaurantes de alto padrão podem começar lentamente e se desenvolver a tempo. Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai compreendem o bloco comercial sul-americano conhecido como Mercosul, e um Acordo de Livre Comércio UE-Mercosul está sendo negociado atualmente. A produção e as exportações de carne bovina do Uruguai deverão diminuir este ano, após estabelecer novos recordes em 2017, de 590 mil toneladas e 304 mil toneladas, respectivamente. No entanto, posicionou-se como um produtor de carne bovina de alta qualidade e se diferencia dos demais países sul-americanos no mercado global, com base em seu sistema nacional de identificação de gado, normas sanitárias rígidas e ampla transparência ao longo da cadeia de fornecimento. Seu maior mercado de exportação também é a China, com mais de 160.000 toneladas exportadas em 2017. O Japão e a Indonésia ainda são os principais países importadores fechados à carne uruguaia. No entanto, os serviços sanitários do Uruguai e do Japão estão trabalhando de perto para permitir o comércio, que, se aprovado, provavelmente incluiria aparas e carne para processamento adicional. Aumentando ainda mais as ligações entre os dois países, a processadora de carne japonesa NH Foods comprou o processador e exportador de carne bovina do Uruguai, Breeders and Packers Uruguay, em 2017. Aumento da produção e crescimento apenas limitado no consumo interno do Brasil devem significar maiores exportações de carne bovina este ano, criando uma concorrência mais forte em alguns dos mercados de exportação da Austrália, como China, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Em 2016, a produção e as exportações brasileiras de carne bovina totalizaram 9,51 milhões de toneladas, e 1,07 milhão de toneladas, respectivamente. Seu rebanho bovino vem passando por uma fase de reconstrução, com números crescendo desde 2013 e atingindo aproximadamente 215 milhões de cabeças em 2015. O Brasil mantém o segundo maior rebanho bovino do mundo, depois da Índia. Com a Rússia e a Venezuela reduzindo sua participação de mercado nas exportações brasileiras de carne bovina e melhorando o acesso ao mercado na Ásia e no Oriente Médio, a carne bovina brasileira estabeleceu novos destinos de exportação nos últimos dois anos. O acesso ao mercado e o status sanitário continuam sendo os maiores obstáculos do Brasil para aumentar sua presença nos mercados globais, principalmente nos principais mercados de exportação da Austrália, como Japão, Coréia e EUA e Indonésia, onde o Brasil não tem acesso.  No entanto, o governo indonésio decidiu recentemente reavaliar a possibilidade de importar carne bovina brasileira. Se o Brasil reconquistar o acesso à Indonésia, espera-se que os embarques de carne bovina sejam compostos principalmente por produtos congelados. O Brasil aumentou as exportações para a China, Hong Kong e Egito; reconquistou participação de mercado na Arábia Saudita e no Irã; e aumento de embarques para mercados não tradicionais, como as Filipinas e Cingapura. A China se tornou o segundo maior destino da carne bovina brasileira, com 100% do volume de produtos congelados, satisfazendo a demanda de carne bovina comercializada com commodities. Desde que recuperou o acesso ao mercado na Arábia Saudita no final de 2015, as exportações brasileiras de carne bovina cresceram consistentemente. Ao contrário da China, as exportações para a Arábia Saudita são compostas por produtos refrigerados (23%) e congelados (77%).

Meat and Livestock Australia (MLA)

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