CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 697 DE 26 DE FEVEREIRO DE 2018

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Ano 4 | nº 697 26 de fevereiro de 2018

NOTÍCIAS

Mercado perde força e preços da carne bovina ficam estáveis no atacado

No atacado, a valorização da carne bovina na semana do Carnaval, a única até agora em 2018, foi pontual. O consumo “perdeu a força” com a chegada da segunda quinzena do mês

O que segurou o mercado de carne sem osso estável no acumulado dos últimos sete dias foram os cortes de dianteiro, cujos preços subiram 2,1% no período. A carne de traseiro teve queda de 0,5%. Isso é sintoma de população descapitalizada. O preço da carcaça, por exemplo, produto mais sensível que os cortes desossados às variações do mercado, que capta mais rápido o comportamento do consumidor, já que possui tempo menor de prateleira, obrigando o varejista adequar com maior frequência seus estoques, já veio com forte desvalorização esta semana. O boi casado de animais castrados teve seus preços reduzidos em 1,5% esta semana. Ainda assim, os preços atuais estão maiores que os de 2017, no mesmo período do ano, acumulando, inclusive, valorização real no período. Cortes como alcatra e filé mignon tiveram reajustes nominais de quase sete pontos percentuais acima da inflação medida pelo IPCA. Em média, o mercado subiu 3,5% em doze meses. A perspectiva de consumo melhor este ano segue inalterada e será este o fator que ditará os rumos do mercado do boi gordo.

SCOT CONSULTORIA

Mercado do boi trava a reposição em Minas Gerais

Desde o início do ano, não há ajustes significativos no preço dos animais para reposição em Minas Gerais

Isso acontece porque os pastos estão com capacidade de suporte suficiente para os pecuaristas segurarem seus animais com baixo custo operacional. Ou seja, por enquanto, não há necessidade de reduzir os preços pedidos para efetivar as vendas. Além disso, a procura enfraquecida não dá fôlego para o mercado. Com a pouca sustentação nos preços da arroba, pecuaristas se afastam das compras. Desde o começo de janeiro, a arroba teve desvalorização de 2,6% na média das quatro regiões pesquisadas em Minas Gerais. A maior redução ficou por conta da região do Triangulo Mineiro, com recuo de 4,4%. O cenário parece pouco animador, mas vale destacar que a relação de troca está no mesmo patamar da média desde fevereiro de 2017. Inclusive, atualmente a troca por bois magros e garrotes está melhor que a média observada nos últimos 12 meses.

SCOT CONSULTORIA

Quem exporta a carne bovina do Brasil?

A indústria da carne é um setor de grande importância no Brasil e a produção está crescendo. O PIB da pecuária aumentou em 12% em comparação com o ano anterior (R$ 458,2 bilhões em 2016). As maiores exportadoras de carne bovina estão perdendo uma parte do mercado de exportação para outras empresas

Em 2016 o Brasil produziu 9,14 milhões de toneladas de carne, dos quais exportou 1,4 milhões de toneladas, gerando uma receita de mais de US$ 5 bilhões. A maior parte do gado brasileiro é criado de forma extensiva, com pastagens cobrindo uma área de 164,70 milhões de hectares, comparado a 58,4 milhões de hectares de plantios agrícolas. A pecuária é o uso da terra dominante nas regiões de fronteira agropecuária e o gado pode representar um ativo importante para pequenos proprietários, que fazem parte da cadeia de cria, depois vendendo para recria e engorda. Isto faz da carne bovina uma das poucas commodities que conecta agricultores familiares com o mercado global. Quem exporta a carne bovina brasileira? Usando Trase, uma plataforma online de acesso aberto, é possível visualizar quem exporta a carne brasileira. Dados da Trase revelam que o mercado de exportação de carne bovina no Brasil é bastante concentrado. As três maiores empresas de exportação de carne (JBS, Minerva e Marfrig) foram responsáveis por 60% da exportação em 2016. A JBS é a maior dentre as demais, responsável pela exportação de mais de 500 mil toneladas de carne bovina (mais de 30% do que as outras duas juntas). Embora a fatia de mercado dessas empresas pareça estar diminuindo ao longo do tempo (era de 68% em 2012), o número de empresas exportadoras permaneceu bastante constante (aproximadamente 110 empresas exportadoras de carne por ano). Isso significa que as maiores exportadoras de carne bovina estão perdendo uma parte do mercado de exportação para outras empresas. Com os dados da Trase torna-se possível avaliar o papel e o desempenho de cada uma das empresas em termos de volumes exportados e receita. Também permite que se siga a cadeia de comercialização para ver quem está importando destas empresas e para qual país. Com isso podemos ver onde empresas estão abrindo novos mercados e entender como o comportamento dos exportadores está mudando ao longo do tempo. Também é possível acompanhar a demanda de carne bovina brasileira de cada país importador. A Trase em breve disponibilizará informações ainda mais detalhadas sobre a cadeia de suprimento da carne bovina brasileira, conectando municípios de produção do boi, passando pelas empresas exportadoras e importadoras, até os países importadores. Essa nova versão, que deverá ser lançada ainda em 2018, permitirá que qualquer pessoa rastreie a carne brasileira importada em cada país até o município brasileiro de produção da carne. Como a Trase também inclui indicadores ambientais e sociais de cada município, empresas compradoras poderão avaliar potenciais riscos sociais e ambientais ligados à produção, bem como oportunidades para melhorar as práticas de produção sustentável, ajudando a informar as vitais tomadas de decisão em aquisições e investimentos. A visão da Trase é que a transparência irá gerar um ciclo virtuoso, em que os melhores e mais sustentáveis produtores de boi se beneficiarão de acordos de compra preferencial. Informações semelhantes já se encontram disponíveis na plataforma Trase para a soja do Brasil e do Paraguai e em breve estará disponível para outras commodities, incluindo milho, algodão e açúcar no Brasil, carne bovina no Paraguai, soja e carne bovina na Argentina, café na Colômbia e óleo de palma na Indonésia.

Medium

EMPRESAS

BRF planeja reduzir investimentos e custos operacionais em 2018

A BRF S.A. pretende reduzir investimentos (Capex) e custos operacionais nos próximos anos, visando crescimento de margens, queda do endividamento e recuperação de participação de mercado, disseram executivos da empresa em teleconferência com analistas

“Temos capacidade de crescer 7% ao ano (em receita), tanto local quanto globalmente, materializando o investimento que já foi feito”, disse o CEO global da companhia, José Drummond Jr., na sexta-feira (23). A empresa espera reduzir custos operacionais em pelo menos R$ 300 milhões por ano e diminuir em R$ 500 milhões os investimentos em Capex, segundo o CEO. A BRF investiu R$ 2,59 bilhões em 2016 e R$ 1,62 bilhão em 2017 (Capex). O plano de redução de custo e liberação de capital foi anunciado após a empresa reportar um prejuízo de R$ 1,1 bilhão em 2017, o segundo ano consecutivo de perdas do grupo que fechou 2016 com prejuízo de R$ 367 milhões. A BRF espera reduzir a alavancagem medida por dívida líquida/EBITDA para abaixo de 3x ao final de 2018, por meio da expansão do EBITDA e pagamento da dívida com a geração de caixa livre. A empresa também está avaliando a venda de ativos não operacionais e não estratégicos, como imóveis, para gerar caixa adicional. O Presidente do Conselho de Administração da BRF, Abílio Diniz, disse que os resultados negativos apresentados pela empresa a cada trimestre também surpreenderam a administração da companhia. “Essa companhia está num momento difícil de credibilidade”, disse ele. “O que posso e quero garantir para vocês é o seguinte: hoje temos uma base sólida, porque acredito que tudo começa com gente.” Diniz se referiu ao novo time que lidera a empresa, incluindo o CEO José Drummond que assumiu o cargo no início deste ano. A BRF tem buscado reformular seu modelo de gestão para melhorar os resultados desde o ano passado.

Carnetec

Previ e Petros se articulam para derrubar Abilio da BRF

Após pedirem, no último sábado, a convocação de uma assembleia extraordinária de acionistas para destituir o conselho de administração da BRF e desalojar Abilio Diniz, os fundos de pensão Petros e Previ trabalham nos últimos detalhes para divulgar, já nos próximos dias, a nova chapa do conselho

Ao mesmo tempo, também batalham para angariar os votos dos demais investidores. As fundações já obtiveram adesões de peso, como a da gestora Aberdeen Standard Investiment. A chapa defendida pelos fundos de pensão terá três executivos que já foram CEOs, disse uma fonte ao Valor. No currículo desses executivos, habilidades diferentes, como gestão de marketing, conhecimento do varejo e passagem pela indústria de alimentos. Para reagir às críticas sobre a governança, Petros e Previ também devem indicar um executivo que “foi uma alta autoridade” na área de regulação. Além da escolha da chapa do conselho de administração, que tem dez cadeiras, os fundos já pensam em alterações na direção, o que deve ocorrer em um segundo momento caso vençam a disputa com Abilio Diniz. O Valor apurou que um nome forte para o cargo de CEO da BRF é o de José Antonio do Prado Fay, que já esteve no posto entre 2008 e 2013, até ser demitido na reestruturação feita por Abilio. O nome de Fay também foi ventilado para compor o conselho da BRF, mas não estará entre os nomes da chapa, apurou o Valor. Até aqui, Previ e Petros já asseguraram publicamente ao menos 27% dos votos na assembleia. Essa é a participação somada das fundações e da Aberdeen. De forma reservada, gestores de fundos com participações menores na companhia também declaram apoio à ofensiva de Previ e Petros. “Estamos alinhados aos fundos de pensão”, disse um gestor de uma casa acionista da BRF. “A destruição de valor da companhia é incrível, e os maiores acionistas precisam fazer alguma coisa”, completou. Em sua avaliação, caso Abilio seja afastado, amplia-se o leque de executivos que aceitariam comandar a companhia. A disposição de executivos de aceitarem a espinhosa tarefa de resgatar a BRF, que está bastante endividada, é inversamente proporcional ao grau de conflito entre os sócios. A continuidade da disputa inviabilizaria o plano de qualquer CEO, dizem fontes do setor de carnes. Mesmo porque, como a BRF perdeu muitos talentos para a JBS com a chegada de Abilio, trazer de volta alguns executivos que conheçam a fundo a “longa cadeia viva” da empresa – do pintinho às gôndolas – é algo visto como fundamental. “Mas ninguém virá nessa bagunça”, reconheceu uma fonte. Dado o perfil aguerrido de Abilio, poucos esperam que a disputa se acabe facilmente, e muito menos que seja unânime. Observadores apostam que o empresário pedirá o voto múltiplo na assembleia, com o que eleva as chances de emplacar ao menos um membro no conselho. Ao Valor, uma fonte próxima aos fundos de pensão disse que o período de incertezas por que passará a companhia foi objeto de reflexão. “Mas o consenso é que o risco de manter Abilio é muito maior que o risco de afastá-lo”, acrescentou. A interlocutores, porém, Abilio não expôs tanta disposição para encarar uma nova disputa. “É realíssima a possibilidade de ele renunciar”, disse uma fonte próxima, ponderando que, em se tratando do empresário, tudo pode mudar num rompante. Procurado, Abilio não quis comentar. Também há investidores céticos. “Já fomos procurados e estamos avaliando se o melhor para a companhia agora é uma mudança radical, como as fundações querem, ou fazer ajustes”, disse um gestor de fundo com ações da BRF que prefere não ser identificado. “Previ e Petros estão com uma visão de longo prazo e de boa governança. Por outro lado, há pessoas competentes hoje na empresa. O CEO é excelente”, afirmou. Há apenas dois meses no cargo, o CEO José Aurélio Drummond é elogiado por alguns investidores. Mas ele entrou numa rota de desgaste. A ideia de Previ e Petros é mantê-lo num primeiro momento, mas trabalhar por sua substituição a médio prazo. “Temos certeza que, com ele, o avião não cai. Mas também não sai do lugar”, resumiu fonte próxima. Pesa contra Drummond o fato de ele ter se alinhado a Abilio no conselho, do qual é membro desde 2017. As fundações estão descontentes porque Drummond não renunciou ao cargo no conselho quando se tornou CEO. A avaliação é que o executivo, em maior ou menor medida, sempre é parte interessada nas decisões do conselho. Uma incógnita ainda é qual será a posição da Tarpon na disputa. A Tarpon foi fundamental para a chegada de Abilio ao comando da BRF, em 2013, mas a relação estremeceu. Na sexta-feira, Abilio criticou a gestão de Pedro Faria, sócio da Tarpon que foi CEO da BRF até o ano passado. Uma fonte próxima à Tarpon avalia que a gestora, que tem 8% da BRF, já não tem motivos para “lutar” em prol de Abilio. Também ainda não está claro como as famílias fundadoras da Sadia – os Fontana e os Furlan – votarão. Mas um indício negativo a Abilio pode ser o comportamento do ex-ministro Luiz Fernando Furlan e de Walter Fontana em novembro. Ambos votaram contra a nomeação de Drummond para o cargo de CEO, apurou o Valor. A reportagem não conseguiu localizar Furlan e Fontana para comentar. A participação dos dois clãs familiares está pulverizada em mais de 50 pessoas, que nem sempre votam alinhadas. Quando a Perdigão incorporou a Sadia, em 2009, criando a BRF, as famílias tinham 9% da companhia.

VALOR ECONÔMICO

INTERNACIONAL

Índia deve se tornar principal exportador de carne bovina

As principais mudanças no poder dos países exportadores no setor de carne e gado na última década foram identificadas na nova análise estatística divulgada pela Organização Mundial do Comércio (OMC)

O órgão global observou como a Índia entre 2006 e 2016 tornou-se uma potência de exportação de carne bovina (principalmente em carne de búfalo), com vendas no exterior aumentando de 79.400 toneladas (1,9% das exportações mundiais) para 1,2 milhões de toneladas (18,7%) e devendo se tornar o maior exportador do mundo. O crescimento da Índia, em termos de participação de mercado pelo menos, ocorreu quando alguns exportadores tradicionais perderam posição no mercado – a Austrália caiu de 24,6% do mercado mundial de exportação de carne bovina em 2006 para 15,7% (1 milhão de toneladas); e o Brasil passou de 20,6% para 15,7%. No entanto, os volumes de vendas desses países foram mais estáveis, dado que as exportações globais aumentaram de 4,1 milhões em 2006 para 6,8 milhões em 2016.

GlobalMeatNews.com

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