CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 696 DE 23 DE FEVEREIRO DE 2018

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Ano 4 | nº 696 23 de fevereiro de 2018

NOTÍCIAS

Consumo não ajuda e a margem dos frigoríficos cai

A demanda por carne bovina tem deixado a desejar, mas a oferta mais restrita sustenta as cotações do boi gordo nessas regiões

Embora ocorram ajustes positivos, o cenário geral é de mercado fraco, marcado pela menor venda de carnes. O preço do boi casado de bovinos castrados ficou cotado em R$9,08/kg (22/2), queda de 7,3% desde o começo da semana. É o menor preço desde o início de fevereiro. Com esta desvalorização, a margem do equivalente Scot Carcaça, que considera a remuneração do frigorífico com a venda de carne bovina com osso e demais subprodutos do abate em relação ao preço pago pela arroba, teve retração. A margem está em 9,33%, o que corresponde a uma queda de 7,1 pontos percentuais em comparação ao último fechamento, quando estava 16,4%. Em curto prazo, se o consumo não reagir, desvalorizações no preço da arroba do boi gordo não estão descartadas, tendo em vista que as indústrias irão se dedicar para recuperar a margem.

SCOT CONSULTORIA

Cepea: Liquidez aumenta e preço da arroba sobe

Parte dos agentes do mercado de boi gordo voltou a negociar depois do carnaval, elevando o número de efetivações de animais para abate

No entanto, o posicionamento de muitos operadores ainda tende a ser retraído, principalmente por parte da indústria. Conforme colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), frigoríficos têm evitado aumentar os valores da arroba, alegando continuar com dificuldade para comercializar a carne. Entre 14 e 21 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo subiu 1,7%, para R$ 146,50 nessa quarta-feira, 21.

Cepea

Preço do boi casado cai 7% na semana

O mercado físico do boi gordo teve preços entre estáveis a mais altos nesta quinta-feira, dia 22

O impasse formado entre frigoríficos e pecuaristas segue ditando o ritmo das negociações, tornando-as morosas. As escalas de abate permanecem encurtadas, posicionadas em média entre dois e três dias úteis. Enquanto isso, o ótimo volume de chuvas no Centro-Norte do país mantém as pastagens em ótimas condições, permitindo a retenção como estratégia recorrente dos criadores. No atacado, as vendas de carne tiveram fraco desempenho desde a volta do Carnaval. As expectativas dos atacadistas acabaram frustradas, visto que o fluxo para reposição do varejo é lento. De acordo com a XP Investimentos, boa parte das redes varejistas está com bons estoques de carne desossada e o período de final de mês não inspira boas vendas. O interesse que os estoques cresçam ainda mais é pequeno e, desta maneira, a pressão cresce.  O preço do boi casado de bovinos castrados, por exemplo, está cotado em R$ 9,08 o quilo, segundo a Scot Consultoria. Houve uma queda de 7,3% desde o começo da semana, chegando ao menor valor preço desde o início de fevereiro. Para o curto prazo, se o consumo não reagir, desvalorizações no preço da arroba do boi gordo não estão descartadas, tendo em vista que as indústrias irão se dedicar para recuperar a margem que está diminuindo.

Boi gordo no mercado físico – R$ por arroba (pagamento à vista)

Araçatuba (SP): 146,00

Belo Horizonte (MG): 138,00

Goiânia (GO): 134,00

Dourados (MS): 134,00

Mato Grosso: 128,00 – 132,00

Marabá (PA): 129,00

Rio Grande do Sul (oeste): 4,85 (kg)

Paraná (noroeste): 143,00

Tocantins (norte): 127,00

CANAL RURAL

Produção de carne bovina deve crescer 5% em 2018, diz Rabobank

A produção brasileira de carne bovina deve crescer 5% em 2018, na comparação com o ano passado, e exceder 9,8 milhões de toneladas, impulsionada pelo aumento de vacas abatidas, segundo relatório divulgado pelo Rabobank na quinta-feira (22)

Nos primeiros nove meses de 2017, a produção brasileira de carne bovina subiu 2,5%, quando comparada ao mesmo período de 2016, sinalizando que o ciclo de retenção de fêmeas chegou ao fim. Já os preços de bezerros caíram em média 11% em 2017, na comparação com 2016. A recuperação do consumo doméstico de carne bovina também é esperada para 2018, com base na expectativa de crescimento de 2% a 3% no Produto Interno Bruto (PIB) do país. “Alguma demanda adicional será mais que bem-vinda, já que uma oferta adicional – estimada em cerca de 400 mil toneladas – é esperada para 2018.” O Rabobank estima que produtores e frigoríficos de carne bovina entreguem resultados melhores em 2018.

CARNETEC

Setor de carnes cobra o ministro

O setor de carnes voltou a reclamar com o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, da falta de auditores fiscais agropecuários nos frigoríficos e do atraso na implementação de mudanças no sistema de inspeção animal anunciadas em 2017

Em reunião ontem com o ministro em Brasília, empresários e dirigentes de entidades que representam companhias do ramo também cobraram mais agilidade no processo de reabertura do mercado russo às carnes bovina e suína. E destacaram a redução das exportações de carne de frango para a União Europeia, ainda como reflexo da Operação Carne Fraca. “Estamos muito preocupados com a demora das medidas. Tudo o que não é exportado fica no mercado interno e derrete preços, aniquila a capacidade financeira das empresas e compromete o consumo interno”, afirmou o Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, que participou na reunião. “O Ministro está cheio de boa vontade, mas as dificuldades estão deixando o setor extremamente aflito, nervoso, e algumas empresas estão até pensando em programar férias coletivas para poder superar essa situação”, acrescentou. Maggi reconheceu que há falta de pessoal para atuar na fiscalização e disse que há expectativa de que os 300 médicos veterinários contratados por concurso público comecem a trabalhar em março. Outros 300 temporários já estão atuando desde o fim de 2017, mas frigoríficos também se queixam de que esses profissionais não têm autoridade para assinar certificados de exportação. Além disso, muitos ainda estão em treinamento. No início do mês, as catarinenses Aurora e Pamplona enfrentaram dificuldades para exportar carne suína para os chineses em razão da combinação entre o período de férias de alguns fiscais e a aposentaria de outros. Em decorrência disso, as empresas sofreram com acúmulo de carga, como o Valor informou.

VALOR ECONÔMICO

No varejo, os preços da carne bovina estão menores que os do ano anterior

Houve queda de 0,2% nos preços da carne bovina no varejo em São Paulo, de 0,7% no Paraná e de 0,3% no Rio de Janeiro. Em Minas Gerais o mercado ficou estável no acumulado dos últimos sete dias

As vendas travaram. No varejo, diferente do que ocorre no atacado, os preços estão menores este ano em valores nominais. O fato de os açougues e supermercados terem resistido à redução nas cotações em 2017 adequando seus estoques à situação de vendas, reduziu o espaço para altas de preços este ano.

SCOT CONSULTORIA

Importação de carne brasileira ainda depende de análises, diz Rússia

O Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Rosselkhoznadzor, afirmou que a reabertura do mercado para as carnes suína e bovina brasileiras ainda depende do fim das análises de material enviado pelo Brasil e também de inspeções que o governo russo deve realizar em unidades produtoras brasileiras

O Rosselkhoznadzor informou que as análises que estão sendo conduzidas devem deixar claro quais são as medidas adicionais necessárias a serem tomadas. “Incluindo consultas adicionais entre órgãos oficiais, bem como a realização de inspeções de empresas brasileiras pelo Federal Serviço de Vigilância Veterinária e Fitossanitária apenas nas empresas que não utilizam ractopamina e que tenham sido verificadas pela autoridade competente do Brasil”, diz. O governo russo não informou prazos para estas ações.

Estadão

UE está avaliando frigoríficos brasileiros

Informações levantadas durante auditoria após a Operação Carne Fraca ainda estão sendo analisadas

Segundo embaixador da UE, inspeção verificou que algumas vulnerabilidades foram corrigidas

A União Europeia ainda está analisando as informações levantadas durante auditoria em frigoríficos brasileiros após a Operação Carne Fraca, disse o embaixador da UE no Brasil, João Cravinho, em encontro nesta quarta-feira, 21, com o Ministro Blairo Maggi, em Brasília. Segundo o Ministério da Agricultura, em nota, Cravinho informou que não poderia antecipar nenhum resultado. “No entanto, sinalizou positivamente ao afirmar ter sido verificado que algumas medidas adotadas pelo ministério corrigiram vulnerabilidades que haviam sido apontadas no sistema”, diz o ministério. O Ministro Blairo Maggi esteve reunido na terça-feira com 25 embaixadores da União Europeia para discutir a relação direta entre o Brasil e países do bloco. Cravinho, ainda segundo o governo, disse acreditar que o acordo Mercosul-UE está próximo e mostrou-se otimista quanto a um aumento significativo no comércio bilateral em um período de dois a quatro anos.

ESTADÃO CONTEÚDO

Produção de carne bovina em MS cai para o menor patamar em sete anos

Em janeiro deste ano foram abatidos 19.925 bovinos a menos que em igual mês de 2017

A indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul encerrou janeiro com queda recorde no volume de abates de bovinos. De acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), foram abatidos 276.677 animais no mês passado, o menor número para o período em sete anos. Para o Presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de MS), Jonatan Barbosa, essa retração, que se relaciona ao desaquecimento do consumo, pode ser revertida com expansão do setor frigorífico no Estado. Em janeiro deste ano foram abatidos 19.925 bovinos a menos que em igual mês de 2017. Em valores relativos, a redução é de 6,71%. Conforme o histórico do Ministério, o volume de abates do mês passado é o menor desde 2011, com 268.872 cabeças. Desde 2012, o número vem caindo ininterruptamente: 293.879 nesse ano; 382.240 em 2013; 374.872 em 2014; 367.717 em 2015; e 340.555 em 2016.

Na avaliação do Presidente da Acrissul, isso se relaciona ao consumo desaquecido e não à baixa oferta no campo. “A carne está muito cara ao consumidor final. E em época que as pessoas estão com menos dinheiro e muitas contas para pagar, elas compram menos carne. Muitas trocam a carne bovina por carne de frango, por exemplo”, comentou.

Campo Grande News

EMPRESAS

Prejuízo da BRF triplica em 2017 e atinge R$ 1,1 bilhão

A maior parte dessas provisões (R$ 206 milhões) foi decorrente dos ajustes nos estoques feitos por causa da Operação Carne Fraca

A BRF surpreendeu até os mais pessimistas e reportou ontem o maior prejuízo de sua história. No quarto trimestre de 2017, a empresa brasileira registrou um prejuízo líquido de R$ 784 milhões, perda 77,4% maior do que a registrada no mesmo intervalo do ano anterior, quando teve um resultado negativo de R$ 442 milhões. No acumulado de 2017, o prejuízo triplicou, somando R$ 1,1 bilhão. O desempenho negativo no quarto trimestre BRF foi bastante influenciado pelas provisões feitas pela empresa. No período, a companhia provisionou cerca de R$ 450 milhões. A maior parte dessas provisões (R$ 206 milhões) foi decorrente dos ajustes nos estoques feitos por causa da Operação Carne Fraca. A empresa também fez provisões para processos nas esferas cível e trabalhista (R$ 164 milhões). Em razão das provisões, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) diminuiu 13,4% na comparação com o quarto trimestre de 2016, passando de R$ 577 milhões para R$ 499 milhões. Com isso, a margem Ebitda da companhia diminuiu 1,1 ponto percentual na mesma base de comparação, recuando de 6,7% para 5,6%. Não fossem as provisões – sobretudo as de estoques -, o resultado da empresa teria sido melhor. A BRF calculou o Ebitda ajustado em R$ 645 milhões, o que representa um crescimento de 38,5% sobre o Ebtida ajustado de R$ 466 milhões do quarto trimestre de 2016. Assim, a margem Ebitda ajustada cresceria de 5,4% para 7,2%. De toda forma, ainda se trata de um nível de rentabilidade muito baixo para o padrão histórico de dois dígitos da companhia. Em termos de vendas, a BRF registrou crescimento no trimestre. Nos últimos três meses de 2017, a receita líquida totalizou R$ 8,9 bilhões, aumento de 3,6% na comparação com os R$ 8,6 bilhões do mesmo período do ano anterior. Em volume, a companhia vendeu 1,3 milhão de toneladas no último trimestre de 2017, avanço de 8,1%. Em 2017, porém, a receita líquida da companhia caiu 0,8%, de R$ 33,7 bilhões para R$ 33,4 bilhões. Na mesma base de comparação, o Ebitda caiu 22,3%, a R$ 2,6 bilhões. No relatório de apresentação do resultado, o empresário Abilio Diniz, que preside o conselho de administração da BRF, não assinou a mensagem, quebrando uma tradição. Desta vez, apenas o novo CEO, José Aurélio Drummond assinou a o texto, prometendo que melhores resultados virão neste ano.

VALOR ECONÔMICO

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